sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sarney oculta da Justiça Eleitoral casa de R$ 4 milhões

Por Rodrigo Rangel, Leandro Cólon e Rosa Costa, no Estadão:

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ocultou da Justiça Eleitoral a propriedade da casa avaliada em R$ 4 milhões onde mora, na Península dos Ministros, área mais nobre do Lago Sul de Brasília. De acordo com documentos de cartório, o parlamentar comprou a casa do banqueiro Joseph Safra em 1997 por meio de um contrato de gaveta. Em nenhuma das duas eleições disputadas por ele depois da compra - 1998 e 2006 - o imóvel foi incluído nas declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral.
Sobre a ausência da casa nas declarações registradas na Justiça Eleitoral, a assessoria de Sarney informou ao Estado, por escrito, que ocorreu um “erro do técnico que providencia a documentação do presidente Sarney junto aos órgãos competentes”. Afirmou ainda que o imóvel consta das “declarações anuais de Imposto de Renda do presidente, entregues também ao TCU com frequência anual”.
Dois documentos do próprio senador, arquivados no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), deixam dúvidas sobre a declaração da casa à Receita Federal. Num dos documentos, apresentado na campanha de 2006, Sarney listou seus bens, mas sem nenhuma referência à casa de R$ 4 milhões em Brasília. Ao final, ele escreveu de próprio punho que aquela lista de bens declarados à Justiça Eleitoral é a reprodução fiel de sua declaração à Receita. “De acordo com minha declaração de bens à Receita Federal em 2006″, registrou o presidente do Senado no rodapé, que leva sua assinatura.
O outro documento é da campanha anterior, a de 1998. Na ocasião, Sarney juntou ao registro de candidatura uma cópia da sua declaração de IR apresentada à Receita naquele ano. O imóvel avaliado em R$ 4 milhões ficou de fora. Por ter sido comprado em 1997, o imóvel deveria constar da declaração de renda apresentada em 1998, ano-base 1997.
Por lei, as declarações de Imposto de Renda de qualquer cidadão são protegidas por sigilo fiscal. Por ser parlamentar e receber dinheiro público, Sarney envia cópia ao Tribunal de Contas da União (TCU), que também mantém esses dados em segredo. O único meio de o eleitor conhecer o patrimônio de um candidato é a declaração apresentada à Justiça Eleitoral. É quando essas informações se tornam públicas - e, ao divulgá-las, Sarney deixou a casa de fora.

Lula diz a Sarney que crise é guerra contra seu governo

Para presidente, situação no Senado se deve à tentativa da oposição de desestabilizar aliança entre PMDB e PT em 2010

Após conversa com o petista, senador disse que, diante da mudança no discurso do PT, ficaria “fora de cogitação” deixar a presidência da Casa

Por Valdo Cruz e Andreza Matais, na Folha:
Depois de ameaçar renunciar ao cargo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ao presidente Lula que o PT precisa assumir sua responsabilidade política e dar apoio ao PMDB -dando sequência à sua estratégia para se manter no comando da Casa. Disposto a enquadrar seu partido, Lula concordou com Sarney e prometeu cobrar dos senadores petistas respaldo ao peemedebista contra o que classifica de “guerra política” visando enfraquecer seu governo e desestabilizar uma aliança entre PMDB e PT para 2010. Os dois se falaram no final da manhã por telefone, quando Lula avisou a Sarney que o receberia hoje. O encontro, a princípio agendado para ontem, foi adiado para que o presidente tivesse tempo de costurar o enquadramento de seu partido -estava programado um jantar, ainda ontem, entre Lula e a bancada dos senadores do PT no Palácio da Alvorada. Segundo a Folha apurou, o presidente fez questão de lembrar a Sarney que defendeu sua permanência no cargo em duas entrevistas durante sua viagem à África. O peemedebista agradeceu e ouviu de Lula um apelo para se manter na presidência. Após conversar com o presidente, Sarney confidenciou a aliados que, diante da mudança de tom no discurso petista e caso o partido passe a apoiá-lo, ficaria “fora de cogitação” renunciar.


“MOLUSCO quer confundir a opinião pública”
Por Ana Paula Scinocca, no Estadão:

O senador Álvaro Dias (PSDB/PR) acusou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter sido “desonesto” e “irresponsável” ao declarar que o PSDB quer “ganhar o Senado no tapetão”. A fala de Lula foi uma reação ao fato de o tucanato defender o afastamento de José Sarney (PMDB-AP) do comando da Casa.
Sarney integra o principal partido de sustentação da base de apoio do Planalto no Congresso. Para Dias, a crise só interessa ao Planalto. “Enquanto a crise está concentrada no Senado, os desvios, os desmandos e eventuais falcatruas do Executivo estão acobertadas”, disse ele em entrevista ao Estado. Autor do requerimento de instalação da CPI da Petrobrás, adiada até agora, Dias já estuda até a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pô-la em funcionamento.
Abaixo, os principais trechos da entrevista.

Seu partido, o PSDB, já defendeu o afastamento do presidente José Sarney (PMDB-AP). O senhor acha que esse é o caminho para pôr fim ao processo de desgaste do Senado?

O afastamento do Sarney seria um ato político que teria algum impacto externo, mas não seria por si só a solução. O que pode solucionar são medidas objetivas transformadoras. Medidas essenciais, é bom fazer justiça, já foram adotadas. Denúncias de corrupção acabaram por ensejar a convocação do Ministério Público, da Polícia Federal (PF) e do Tribunal de Contas. De início, havia uma certa resistência a isso e, ao final, o próprio Sarney convocou a PF.

O presidente Lula disse que o PSDB quer “ganhar o Senado no tapetão”. Como vê essa declaração?

É a velha estratégia do presidente Lula, que é confundir a opinião pública. Ele fala, mas não explica. Se houver uma licença (do Sarney), o vice-presidente (o tucano Marconi Perillo) assume provisoriamente. Se houver renúncia, ele não assume, mas sim comanda, por cinco sessões, o processo eleitoral. A palavra do presidente é irresponsável. O presidente foi desonesto ao tentar colocar o PSDB mal diante da opinião pública. O PSDB deseja o fim da crise. Ela não interessa à oposição. A crise só pode interessar ao governo porque, enquanto a crise está concentrada no Senado Federal, os desvios, os desmandos e eventuais falcatruas do Executivo estão acobertadas, inclusive a CPI da Petrobrás, que tem sido adiada. O interesse não é nosso.

COMENTO

MEUS AMIGOS VEJAM O DISCURSO DO CORRUPTO ANTES DA POSSE!

O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

VEJAM O DISCURSO DO CORRUPTO DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto, DE BAIXO PARA CIMA.

É ou não é, uma facção que está no poder só para fazer o mal?