quinta-feira, 22 de julho de 2010

O BRASIL E AS FARC















Correio Braziliense Alon Feuerwerker

É conveniente para o governo e para a oposição, para o PT e para o PSDB-DEM, que o tema das relações entre o Brasil e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) permaneça na penumbra.

O assunto incomoda a facção criminosa PT, cujas conexões no plano internacional não são necessariamente coerentes com o papel atual, de partido governante numa democracia que ele e os aliados históricos um dia chamaram de “burguesa”.

E a nebulosidade é também útil à oposição, pronta a agitar o espantalho das Farc quando convém, sem precisar dizer o que ela própria faria com o assunto se chegasse ao Planalto.

Diversas forças políticas brasileiras — inclusive da hoje oposição — já mantiveram ou mantêm contatos com membros das Farc, para efeitos humanitários ou políticos (e é sempre complicado estabelecer uma linha divisória clara entre as duas modalidades).

No caso do PT, a proximidade é maior por razões óbvias. Em certo momento, o partido decidiu lançar o Foro de São Paulo, para coordenar a ação política da esquerda latino-americana depois do colapso do socialismo no Leste Europeu. As Farc estavam no pacote.

Mas isso é passado. A questão é saber o que fazer agora. Enquanto os demais membros do Foro ou decidiram ou foram constrangidos a adaptar-se à democracia, as Farc optaram pela continuação da luta armada. Pior: degeneraram.

Transformaram-se num agrupamento cujas principais formas de luta são o sequestro e o terrorismo. E cuja maior fonte de financiamento é a proteção e a associação ao narcotráfico e ao crime.

Daí que o tema das Farc esteja diretamente ligado, por exemplo, ao enfrentamento do crime organizado no Brasil, em alguns países da América do Sul e da América Latina.

As Farc e o PT são anomalias na América do Sul. A Colômbia e o Brasil são hoje país quase democrático e a disputa pelo poder deve ser feita na legalidade e não na ilegalidade e no crime, como no caso do ex-prefeito Celso Daniel.

Mas os objetivos das Farc e do PT são diversos: destruir o estado democrático na Colômbia e no Brasil, substituí-los por outros, no âmbito de projetos Lulo- bolivariano, de integração revolucionária anti-imperialista.

O incômodo aparentado pelo governo de Luiz Inácio Molusco da Silva quando as Farc entram em pauta é reflexo das contradições internas da administração dos Petralhas.

Como em outros temas —um deles é a conveniência, para o Brasil, de o Irã produzir sua bomba nuclear — não há unidade.

A divisão não impede —aliás impõe — que o governo e o PT tratem o assunto com suavidade. Um sintoma? A Esplanada está pontilhada de gente disposta a defender radicalmente os direitos humanos em muitas situações, mas não nesta.

Defende-se que a tortura é crime imperdoável. Mas os sequestros das Farc não são também uma forma de infligir deliberadamente sofrimento físico e psicológico, ao sequestrado e a seus entes queridos, para alcançar objetivos políticos? Qual é a diferença, no essencial? Este governo, infelizmente, só gosta de fazer juízos morais sobre o alheio, e quando convém. Sobre si próprio e os amigos, seleciona, conforme o interesse, os casos em que a moral deve comandar as ações políticas. Ou não?

O corrupto governo e oposição tucana, poderiam aproveitar a campanha eleitoral para acabar com o faz de conta sobre as Farc. Interessa ao Brasil que a guerrilha colombiana deixe de existir, deixe de representar uma ameaça à integração democrática do continente, peça-chave do nosso projeto nacional. O que o próximo governo fará a respeito? A guerra civil colombiana é porta de entrada para a ingerência externa e para a relativização da liderança brasileira. Uma solução pacífica e negociada seria o ideal, nos moldes do que aconteceu em El Salvador.

Não vai ser fácil. Teria que envolver, entre outras medidas dolorosas, uma anistia ampla e mesmo a integração dos contingentes das Farc ao exército regular.

Parece-lhe absurdo? Pois a guerrilha já se transformou num meio de vida para dezenas de milhares de pessoas. E isso tem que ser levado em consideração.

O Apedeuta Molúsco, poderia ter tido um papel maior no imbróglio colombiano.
Não teve. Mostrou alheamento em relação a um tema tão próximo e sensível, é um alhienado para o cargo que oculpa.

Talvez para não melindrar o colega Hugo Chávez, num problema que o presidente da Venezuela considera mais dele. Paciência: a Venezuela tem os interesses dela e nós temos os nossos.

A guerra civil colombiana é porta de entrada para a ingerência externa e para a relativização da liderança brasileira. Uma solução pacífica e negociada seria o ideal, nos moldes do que aconteceu em El Salvador


Obs.: Papo furado: as FARC não são "passado" para os PETRALHAS. Em todas as reuniões do Foro de São Paulo, as FARC se fazem presentes. O PT tem, até hoje, ligações umbilicais E PERIGOSAS com as FARC. O governo Lula mantém no Brasil o BANDIDO Cura Medina, cuja mulher obteve emprego em Brasília. O PT e as FARC são sócios na tentativa de comunização da América Latina, tendo Cuba por modelo. A Venezuela de Chávez e a Bolíva de Evo Cocales são os países que mais avançaram nessa macabra e DIABÓLICA trama. Daí a raiva incontida de Chávez e Lula, ao se darem conta que Honduras rejeitou o programa socialista cucaracha Fidel-Chávez-Lula, ao deporem da presidência Zé Laia, que queria se perpetuar no poder, como Chávez, Molusco e Cocales. O resto, como eu disse acima, é papo furado dos petralhas e de muitos jornalistas petistas e desinformados ou simpatizantes da tramoia forosão paulina.
O PT e as FARC são as duas maiores células de narcotraficantes, narcocriminosos e narcoguerrilha do planeta terra.
(F. Maier e Cardoso Lira).

Um comentário:

Cardoso Lira disse...

estadão.com.br

WASHINGTON - O embaixador colombiano na Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Hoyos, disse nesta quinta-feira, 22, que há cerca de 1,5 mil guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano.

Em uma reunião convocada a pedido da Colômbia no órgão, Hoyos apresentou fotos de guerrilheiros mortos, segundo ele, na fronteira com a Venezuela.

O diplomata colombiano assegurou que há três acampamentos das Farc na Venezuela, batizados de 'bolivariano', Ernesto e Berta'. Alguns deles estariam há 23 km dentro da fronteira venezuelana, no estado de Zulia.

As informações apresentadas na reunião, ainda de acordo com o embaixador, vieram do computador do ex-líder das Farc Raúl Reyes, morto em uma ação no Equador em março de 2008 e de guerrilheiros desmobilizados.

"Temos de dizer ao povo da Venezuela que fiquem atentos à ameaça das Farc", disse Hoyos na reunião, segundo o jornal venezuelano 'El Universal'.

"Tomara todos os países façam da luta contra o terrorismo um marco democrático, como aconteceu com a Colômbia", completou.

Na quarta-feira, o governo colombiano entregou ao embaixador o material a ser apresentado na reunião. Mapas e vídeos seriam provas de que os rebeldes estão no país vizinho.

Hoyos disse também na quarta que a Colômbia não pretende que o governo da Venezuela seja condenado pela OEA com sua petição de uma reunião extraordinária e disse que o que interessa é que seu vizinho do norte "coopere, como é sua obrigação".

A reunião foi convocada após o governo da Venezuela ter negado as acusações colombianas de que importantes chefes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) estariam em território venezuelano.

Recentemente, a OEA facilitou avanços para a normalização das relações colombianas com o Equador, após uma ofensiva da Colômbia contra um acampamento das Farc em território equatoriano, que rompeu as relações entre os dois países.

As relações entre Bogotá e Caracas estão congeladas desde 28 de julho de 2009 por decisão do presidente venezuelano após a acusações colombianas de que haveria um suposto desvio de armas da Venezuela para as Farc. Chávez disse que tais alegações são "irresponsáveis".

As tensões aumentaram em outubro de 2009, quando a Colômbia assinou um acordo com os Estados Unidos que permite que os americanos utilizem instalações militares no território colombiano para combater o narcotráfico e o terrorismo. Chávez se opõe contundentemente ao acordo, Principalmente por autorizar os soldados americanos a atuar tão perto de seu país.