quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O PALHAÇO DO PLANALTO, UM MACUNAÍMA















Por Dora Kramer, no Estadão:

Só porque é popular uma pessoa pode escarnecer de todos, ignorar a lei, zombar da Justiça, enaltecer notórios malfeitores, afagar violentos ditadores, tomar para si a realização alheia, mentir e nunca dar um passo que não seja em proveito próprio?


Depende. Um artista não poderia, sequer ousaria fazer isso, pois a condenação da sociedade seria o começo do seu fim. Um político tampouco ousaria abrir tanto a guarda.
A menos que tivesse respaldo. Que só revelasse sua verdadeira face lentamente e ao mesmo tempo cooptasse os que poderiam repreendê-lo, tornando-os dependentes de seus projetos dos quais aos poucos se alijariam os críticos, por intimidação ou desistência.

A base de tudo seria a condescendência dos setores pensantes e falantes, consolidada por longo tempo.

Para compor a cena, oponentes tíbios, erráticos, excessivamente confiantes, covardes diante do adversário atrevido, eivados por ambições pessoais e sem direito a contar com aquele consenso benevolente que é de uso exclusivo dos representantes dos fracos, oprimidos e ignorantes.

O ambiente em que o presidente Luiz Inácio da Silva criou o personagem sem freios que faz o que bem entende e a quem tudo é permitido - abusar do poder, usar indevidamente a máquina pública, insultar, desmoralizar _ sem que ninguém se disponha ou consiga lhe pôr um paradeiro - não foi criado da noite para o dia.

Não é fruto de ato discricionário, não nasceu por geração espontânea nem se desenvolveu apenas por obra da fragilidade da oposição. É produto de uma criação coletiva.

Da tolerância de informados e bem formados que puseram atributos e instrumentos à disposição do deslumbramento, da bajulação e da opção pela indulgência. Gente que tem pudor de tudo, até de exigir que o presidente da República fale direito o idioma do País, mas não parece se importar de lidar com gente que não tem escrúpulo de nada.

Da esperteza dos arautos do atraso e dos trapaceiros da política que viram nessa aliança uma janela de oportunidade. A salvação que os tiraria do aperto no momento em que já estavam caminhando para o ostracismo. Foram todos ressuscitados e por isso são gratos.

Da ambição dos que vendem suas convicções (quando as têm) em troca de verbas do Estado, sejam sindicalistas, artistas, prefeitos ou vereadores.

Da covardia dos que se calam com medo das patrulhas.

Do despeito dos ressentidos.

Do complexo de culpa dos mal resolvidos.

Da torpeza dos oportunistas.

Da pusilanimidade dos neutros.

Da superioridade estudada dos cínicos.

Da falsa isenção dos preguiçosos.

Da preguiça dos irresponsáveis.

Lula não teria ido tão longe com a construção desse personagem que hoje assombra e indigna muitos dos que lhe faziam a corte, não fosse a permissividade geral.

Nada parece capaz de lhe impor limites. Se conseguir eleger a sucessora, vai distorcer a realidade e atuar como se presidente fosse. Se não conseguir, não deixará o próximo governo governar.

Agora, é sempre bom lembrar que só fará isso se o País deixar que faça, como deixou que se tornasse esse ser ABOBINÁVEL que extrapola.

COMENTO

"Bem, já está passando da hora do despertar das Forças Armadas e da oposição.
SERÁ QUE A OPOSIÇÃO ACORDOU? Finalmente. Tinha imaginado que a eleição era na Lapônia ou na casa da mãe Joana comunista. E que a candidatura oficial tinha a lhaneza do Papai Noel. Descobriu que vivemos em um país onde as instituições democráticas são muito frágeis e são constantemente desrespeitadas. Onde o Poder Judiciário é de mentirinha ou faz de conta. E o Legislativo? Esse é ainda mais caótico/lastimável e está sendo invadido, por essa facção criminosa que se encontra no poder, para a alegria mórbida dos inimigos da liberdade, por humoristas decadentes, ex-jogadores de futebol, celebridades instantâneas, “sambeiros” que espancam suas mulheres e alguns ex-seminaristas também caóticos.
O caos já está instalado na republiqueta dos BANDIDOS PETRALHAS. Agora só com métodos mais ortodoxos e radicais, para extinguir de uma vez por toda, com essa gigante quadrilha de gângsters, que se encontra no poder".

Um comentário:

Cardoso Lira disse...

A BANDIDAGEM CONTINUA
Bem, as facções criminosas, chamadas “lideranças” políticas nacionais conseguiram, em 510 anos de Brasil, se aninhar no mesmo saco de gatos, revelando perfis semelhantes que em nada diferem de alhos ou bugalhos. Não temos instituições, temos facções criminosas, eis o principal fato.

As nocivas candidaturas presidenciais dos principais bandidos, são tão iguais, a fuçarem no mesmo cocho, que nem mesmo textos brilhantes (produzidos por luminares da imprensa vinculada a setores ditos de oposição), são capazes de mobilizar corações e mentes em torno de uma causa que o povo de forma geral sabe ser perdida.

Se alguma vantagem existe, na eleição de um ou de outro bandido, que contempla apenas as facções partidárias e os bandidos que habilmente mudam de lado tão logo detectam a possibilidade de vitória de quem quer que seja. Quem é que se interessa por uma porção de pilantras cuja atividade principal tem sido a de saquear impunemente os cofres públicos?

O mega bandido e ex-presidente FHC (1995-2003), aquele que certa vez chamou os aposentados de “vagabundos”, publicou artigo nos jornais no último domingo em que prega valores éticos e morais aos menos informados.

É o mesmo cidadão que se assustou quando se tentou instalar CPI dos cartões corporativos (criados por ele em seu “governo”), pois temia fosse apurado que algum recurso houvesse sido enviado para sustentar o filho que teve com a jornalista Miriam Dutra, levado com a mãe para Barcelona (Espanha), para evitar possível escândalo.

Sem falar no outro filho que teve com a então empregada do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), sobre quem a imprensa noticiou o caso de sua ex-excelência não dispensar maior atenção, talvez pelo fato de a mãe ser negra. Que belo exemplo!

Quem compulsar os jornais da época do escândalo dos cartões corporativos vai levantar com rapidez as informações. Uma ministra caiu fora, mas outros continuaram pendurados nos cargos, inclusive o ministro Orlando Silva que não é aquele famoso cantor, mas gasta como se fosse uma multidão.

De maneira que os cartões corporativos continuaram no mesmo volume de saque na boca do caixa e com restrições de apuração dos desmandos cometidos, por conta da tal de “segurança nacional”, argumento empregado pelo então regime militar (1964-85), quando queria calar opositores. São escândalos a se movimentarem de pá.

Da mesma forma que de grão em grão a galinha enche o papo, de pouca vergonha em pouca vergonha os nossos “dirigentes” transformaram o país neste bordel que aí se encontra: sem transporte público, sem saúde ou educação, sem sistema prisional e sem segurança. E supostamente todos aplaudem e dão boas-vindas.

O desejo que vem é o de se viver no país apresentado pela propaganda eleitoral. Nela, como nas novelas e nos filmes de Hollywood, tudo funciona e as coisas acontecem no exato momento em que são necessárias e indispensáveis.

De resto, é ignorância das chamadas elites imaginar que o povo é imbecil e não sabe votar. O povo vota de acordo com suas próprias conveniências e o Congresso Nacional é formado por representantes que compram mandatos a peso de ouro para continuarem com suas lambanças e acordos malandros que se perpetuam.

Na parte de cima, no Executivo Nacional, o eleito e seus mais chegados dão sequência à entrega de nossos minérios e riquezas infindas, criando reservas indígenas e outras ditas florestais, com o intento único de se eternizarem e terem suas faltas esquecidas, até que outras eleições cheguem e tudo continue assim como se encontra.

Não se sabe até quando isso irá permanecer, pois o colapso econômico está vindo e a natureza anuncia graves catástrofes. O que se sabe é que todos são iguais e tanto faz um quanto outro. A população já descobriu isso há séculos sem fim!
Este é o país dos petralhas.