terça-feira, 13 de setembro de 2011

ÁGUA POTÁVEL: UM RECURSO NATURAL EM ESCASSEZ NO PLANETA TERRA

Por Cardoso Lira


Água doce e limpa: de "dádiva" à raridade, da abundância a escassez, será o principal motivo de conflitos no futuro em várias nações.

No mundo globalizado e na atual geopolítica, estudiosos prevêem que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações. Há sinais claros dessa tensão em várias áreas do planeta terra como: Oriente Médio e África.

Os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes inesgotáveis, vêem algumas de suas cidades sofrerem falta de água. A distribuição desigual é causa maior de problemas. Entre os países, o Brasil ainda é privilegiado com 12% da água doce superficial no mundo.

Outro foco de dificuldades é a distância entre fontes e centros consumidores. É o caso da Califórnia (EUA), que depende para abastecimento até de neve derretida no distante Colorado. E também é o caso da cidade de São Paulo, que, embora nascida na confluência de vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para consumo as fontes próximas e tem de captar água de bacias distantes, alterando cursos de rios e a distribuição natural da água na região. Na última década, a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento (de 3,9% para 7,2%) e o desperdício ainda assusta: 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos.

Muito bem, estamos com problemas de acesso a água potável, apesar dessa aparente abundância e riqueza hidrográfica um dia ficaremos sem ela. Mas, é bom começarmos a pensar duas vezes.

É importante que: nós e esse tal Meio Ambiente, compartilhamos essa luta que é tão importante para nossa sobrevivência como espécie.

Somente na África, pessoas gastam mais de 40 bilhões de horas por ano andando em busca de água – em péssimas condições sanitárias, diga-se. O acesso a água potável é um problema mundial e milhares de pessoas morrem todas as semanas devido ao uso da água sem nenhuma qualidade para o consumo humano. Estima-se que 2,5 bilhões de pessoas vivem hoje sem condições sanitárias adequadas, o que causa mais mortes que todas as formas de violência, incluindo guerras. As crianças e mulheres são os mais prejudicados. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas de 2010, uma criança morre a cada 15 segundos por doenças relacionadas a qualidade e/ou falta d’água, como a diarréia que é responsável por 15% de toda a mortalidade infantil do Planeta, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF.

A Assembleia Geral da ONU declarou o acesso a água e à condições sanitárias de qualidade como um direito humano. Já não era sem tempo, afinal, se formos levar em consideração que para todos os outros direitos (a condições de vida, educação, saúde, etc) a água é um elemento tão fundamental, para nossa sobrevivência, assim como a qualidade do ar que respiramos.

Disponibilidade e distribuição

Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do mundo, a poluição, o lixo e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões do País.

Atualmente o Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do Semi-Árido, onde os rios são pobres e temporários. Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do País tem disponível 6% do total da água.

Mesmo na área de incidência do Semi-Árido (10% do território brasileiro; quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea. Há diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem opções para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca.

Qualidade comprometida

A água limpa está cada vez mais rara na Zona Costeira e a água de beber cada vez mais cara. Essa situação resulta da forma como a água disponível vem sendo usada: com desperdício - que chega entre 50% e 70% nas cidades -, e sem muitos cuidados com a qualidade. Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água.

Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização descontrolada – que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da vegetação protetora da bacia (mata ciliar) ser destruída para a realização de atividades como agricultura e pecuária. Não raramente, os agrotóxicos e dejetos utilizados nessas atividades também acabam por poluir a água. A baixa eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição: as perdas na rede de distribuição por roubos e vazamentos atingem entre 40% e 60%, além de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado. O saneamento básico não é implementado de forma adequada, já que 90% dos esgotos domésticos e 70% dos afluentes industriais são jogados sem tratamento nos rios, açudes e águas litorâneas, o que tem gerado um nível de degradação nunca imaginado.

Alternativas

A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação. Seria necessário, então, mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de diminuir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Apesar de não ser própria para consumo humano, poderia ser usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem de áreas públicas e nas descargas sanitárias de condomínios. Além disso, as novas construções – casas, prédios, complexos industriais – poderiam incorporar sistemas de aproveitamento da água da chuva, para os usos gerais que não o consumo humano.

Após a Rio-92, especialistas observaram que as diretrizes e propostas para a preservação da água não avançaram muito e redigiram a Carta das águas doces no Brasil. Entre os tópicos abordados, ressaltam a importância de reverter o quadro de poluição, planejar o uso de forma sustentável com base na Agenda 21 e investir na capacitação técnica em recursos hídricos, saneamento e meio ambiente, além de viabilizar tecnologias apropriadas para as particularidades de cada região.

A água no mundo

A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do Planeta precisa. Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aqüíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo.

Se em termos globais a água doce é suficiente para todos, sua distribução é irregular no território. Os fluxos estão concentrados nas regiões intertropicais, que possuem 50% do escoamento das águas. Nas zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semi-áridas, apenas 2%. Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos países desenvolvidos.

O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas - o que muitas vezes pode gerar conflitos de uso – mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes. Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública.

2 comentários:

Cardoso Lira disse...

Muito bem, estamos com problemas de acesso a água patável, apesar dessa aparente abundância e riqueza hidrográfica um dia ficaremos sem ela. Mas, é bom começarmos a pensar duas vezes.

É importante que: nós e esse tal Meio Ambiente, compartilhamos essa luta que é tão importante para nossa sobrevivência com espécie.

Somente na África, pessoas gastam mais de 40 bilhões de horas por ano andando em busca de água – em péssimas condições sanitárias, diga-se. O acesso a água potável é um problema mundial e milhares de pessoas morrem todas as semanas devido ao uso da água sem nenhuma qualidade para o consumo humano. Estima-se que 2,5 bilhões de pessoas vivem hoje sem condições sanitárias adequadas, o que causa mais mortes que todas as formas de violência, incluindo guerras. As crianças e mulheres são os mais prejudicados. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas de 2010, uma criança morre a cada 15 segundos por doenças relacionadas a qualidade e/ou falta d’água, como a diarréia que é responsável por 15% de toda a mortalidade infantil do Planeta, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF.

A Assembleia Geral da ONU declarou o acesso a água e à condições sanitárias de qualidade como um direito humano. Já não era sem tempo, afinal, se formos levar em consideração que para todos os outros direitos (a condições de vida, educação, saúde, etc) a água é um elemento tão fundamental, para nossa sobrevivência, assim como a qualidade do ar que respiramos.

Cardoso Lira disse...

Facção criminosa dos Petralhas recomenda o mais absoluto silêncio sobre o "Valérioduto".

Deixa estar e aí está, a cúpula dos petralha deu ordens expressas para nenhuma célula da organização criminosa comentar “mais uma bravata” do Marcos Valério, ameaçando apresentar “provas comprometedoras” contra o ex-presidente Lula da Silva, caso acabe como um dos “bodes expiatórios” no processo do Mensalão.

A estúpida recomendação é da célula mais radical do PT, é “pagar para ver”.

Já está mais do que comprovado, que o ex-Presidente Molusco da Siva, está diretamente ligado com esquema criminoso dos mensaleiros.

Nas alegações finais da defesa de Valério ao STF, foi oficialmente colocada, no papel, uma brecha para comprometer Lula: “É raríssimo o caso de versão acusatória de crime em que o operador do intermediário aparece como a pessoa mais importante da narrativa, ficando mandantes e beneficiários em segundo plano, alguns, inclusive, de fora da imputação, embora mencionados na narrativa, como o próprio ex-presidente Lula”.

Ao contrário de Valério, quem está seguro de que sairá livre do Mensalão é o chefão petista José Dirceu. Por isso ele avisou ontem que a "única coisa" que ele quer é ser julgado conforme os autos: “Quero que o Supremo Tribunal Federal me julgue. É a única coisa que eu preciso, mais nada. fui cassado sem provas, como aliás o tempo está mostrando agora”.

Zé Dirceu jura inocência e nega tráfico de influência: “Como apoiei o governo, tenho condição de apresentar o país. Sou dirigente do PT, sou advogado e consultor. Mas eu não falo em nome do governo, nem do PT, eu falo em nome próprio. Acho que conquistei esse direito no Brasil, de falar em nome próprio”. E, falando em nome próprio, o vaidoso Dirceu ganha espaço cada vez maior na mídia e faz sucesso no mundo invisível dos negócios que dependem de excelentes relações governamentais.

A luta continua a vida segue e esses petistas ainda vão fazer muitas vítimas pelo pais a fora.