sábado, 5 de maio de 2012

"CACHOEIRODUTO"


Por Cardoso Lira


O QUE ME INCOMODA NÃO É O GRITO DOS MAUS, E SIM, O SILÊNCIO DOS BONS” (Martin Luther King).

"O aviltamento do Marxismo pelos oportunistas corruptos, que estão no poder, nestas premissas, nenhum farsante escapará da vala comum reservada aos falsificadores da história".

"A CORRUPÇÃO É A SUPREMA PERVERSÃO DA VIDA DE UMA SOCIEDADE, É UMA ESTUPIDEZ, A SUBVERSÃO DOS VALORES LEGÍTIMOS, ELA É O AGENTE DA DESORDEM SOCIAL A NEGAÇÃO DA ÉTICA E A DESTRUIÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS". 

"Nobreza de quem concede, lealdade, glória, honra e continência a quem merece receber". (Cardoso Lira)

Gilberto Carvalho quer CPI sendo usada para cuidar dos… mensaleiros!

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Gilberto Carvalho, vocês sabem, guarda os arcanos petistas. É o homem mais importante do partido depois de Lula. Era o braço direito do prefeito Celso Daniel quando foi assassinado. Um dos irmãos do prefeito o acusa de ter confessado que levava mala de dinheiro da Prefeitura para José Dirceu. Os dois negam. É uma espécie de olheiro de Lula no governo Dilma — para que nada fuja do controle “do chefe”. E está mobilizado, também, para que a CPI do Cachoeira atenda a um propósito político-partidário — na verdade, para atender a uma banda do partido —, não para que puna os corruptos. Leiam trecho da reportagem de Daniel Pereira, Otávio Cabral e Rodrigo Rangel:

O senador José Sarney já recomendou ao PT que “controle os radicais”, argumentando que ninguém tem a ganhar se essa CPI começar a sair do controle”. O recado tem endereço certo: a turma que vê na CPI uma chance única de desmoralizar o julgamento do mensalão. A primeira ofensiva desse grupo foi dada na sessão da semana passada, com a tentativa de convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para depor na CPI. Sob o argumento de que ele deve explicar por que retardou a abertura de uma investigação contra Demóstenes Torres, os petistas querem colocá-lo no banco dos réus da CPI para tentar des- moralizá-lo. A imprensa é outro alvo que, na estratégia dos radicais, precisa sair chamuscada da CPI. Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, reuniu, na quinta-feira passada, em seu gabinete no Palácio do Planalto deputados e senadores petistas para lembrá-los de que “o alvo da CPI é o mensalão”. Carvalho, só para lembrar, foi chefe de gabinete de Lula nos oito anos em que ele ficou na Presidência. Conhece de perto, portanto, as entranhas do esquema de compra de apoio no Congresso, parte substancial do escândalo do mensalão.
O cenário inicial da CPI do Cachoeira é muito semelhante ao da CPI dos Correios, instalada em 2005 a partir da gravação na qual Maurício Marinho, diretor da estatal, cobrava 3 000 reais de propina, o que deu origem à descoberta de novos fatos envolvendo dinheiro público e compra de apoios pelo governo. Aquela CPI nasceu com o intuito de blindar os aliados do governo e era controlada por parlamentares fieis ao Palácio do Planalto. Exatamente como agora. Também tinha o mesmo prazo de atuação: 180 dias.
Mas, logo no início dos trabalhos, depoimentos bombásticos, como o do deputado Roberto Jefferson e do marqueteiro Duda Mendonça, incendiaram a comissão e provocaram uma indignação popular que impediu qualquer tipo de acordo. A atual comissão também tem fios desencapados e personagens que podem contar muita coisa. Cachoeira e Cavendish, por exemplo. Com uma matéria-prima mais modesta do que a produzida pelas operações da PF, a CPI dos Correios produziu a denúncia do mensalão, a cassação de José Dirceu e Roberto Jefferson e a renúncia de meia dúzia de políticos, além de tisnar a imagem imaculada de virgem ética do PT. A CPI do Cachoeira, com seu farto material, tem potencial ainda maior. Basta que não se torne refém de arranjos políticos.




Esquema criminoso de Cachoeira fez lobby na Anvisa para liberar medicamentos

Por Vannildo Mendes e Fábio Fabrini, no Estadão:

Diálogos interceptados pela Polícia Federal colocam a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) no foco das investigações sobre a organização criminosa comandada pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, desmantelada pela Operação Monte Carlo. Os grampos revelam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) fazia lobby no órgão para que o laboratório Vitapan, de Cachoeira, obtivesse licenças de medicamentos e renovações.
Nos diálogos, gravados em abril de 2011, Cachoeira pede ajuda de Demóstenes para resolver demandas na Anvisa. Os dois combinam uma operação para cooptar Norberto Rech, gerente geral de medicina do órgão. Os grampos indicam que, depois de uma suposta conversa entre o parlamentar e o servidor, em 13 de abril do ano passado, Cachoeira enviou emissários para uma reunião na agência.
Professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Norberto Rech foi levado em 2005 para o órgão com o patrocínio do senador Humberto Costa (PT-SP), então ministro da Saúde. O assessor nega ter feito qualquer ato de ofício para favorecer os negócios do contraventor. A oposição quer convocá-lo para prestar depoimento na CPI do Cachoeira e pediu que a Anvisa realize sindicância para verificar se o gerente facilitou a tramitação das demandas do bicheiro.
Cachoeira queria assegurar a renovação automática das liberações necessárias aos seus medicamentos e Demóstenes, conforme deixam claro os grampos, negociou uma “agenda programada” com Rech, então gerente-geral de Medicina. O objetivo do esquema seria obter licenças facilmente e, na hora das renovações, poupar o laboratório de burocracia e exigências técnicas.
“Aquele… o Norberto… você teve com ele ontem pra olhar aqueles trem que eu te pedi?”, questiona Cachoeira a Demóstenes num dos cinco telefonemas sobre o assunto, interceptados em 14 de abril de 2011.
UnidadeA estratégia dos dois era cooptar o assessor com a promessa de construir uma unidade do laboratório de Cachoeira em Santa Catarina. Nas conversas, Cachoeira cita Rech como “aquele rapaz do Ênio, que trabalha na Anvisa”. O bicheiro se referia a Ênio Branco, secretário de Comunicação do governo de Santa Catarina, antigo aliado de Demóstenes e que, na época dos telefonemas, presidia SCPar - Participações e Parcerias, empresa de desenvolvimento do Estado. Branco, que negou em nota ter realizado negócios com o contraventor, também deve ser chamado à CPI. Ele e Rech figuram como alvos de uma investigação devolvida para a primeira instância pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF, porque não têm direito a foro especial.
05/05/2012
 às 7:51


Postado pelo Lobo do Mar

Um comentário:

Cardoso Lira disse...

Operação tapa-buraco para esconder a corrupção da Delta. Ela será vendida para o BNDES.

A Corrupta empresa que está sendo empurrada pelo governo federal a comprar a Delta tem uma participação de 30% do BNDES. É um grande devedor. Empréstimos feitos pelo banco estatal somam bilhões para a JBS. Agora, o BNDES vai tapar o buraco da Delta com mais dinheiro público, através da empresa.

Folha de São Paulo

No centro do escândalo envolvendo Carlinhos Cachoeira, a construtora Delta foi posta à venda para tentar salvar as operações da empresa. Segundo a Folha apurou junto a pessoas com acesso à operação, o grupo JBS manifestou interesse na aquisição. Procurado, o empresário Joesley Batista, presidente da holding que controla o frigorífico JBS, disse que não poderia comentar o caso: "Vixe! Não posso falar disso, não". Já a Delta optou por não se pronunciar a esse respeito.

As negociações, segundo quem acompanha o caso, estão a cargo do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que comanda o conselho de administração da holding. Procurado, Meirelles não foi localizado. Até ontem, havia uma orientação para que a operação não fosse confirmada sob pena de prejudicar qualquer costura de negócio para a Delta, líder em contratos do PAC e maior recebedora de recursos do Executivo. A intenção de venda do grupo havia sido publicada pelo jornal "O Globo" no sábado passado.

Sócio majoritário e presidente licenciado da Delta por conta do escândalo, Fernando Cavendish admitiu em entrevista à Folha em abril o risco de a empresa ir à falência após a operação Monte Carlo da Polícia Federal e a instalação da CPI sobre o empresário Carlinhos Cachoeira. Escutas da PF indicam que o ex-diretor da empresa no Centro-Oeste era parceiro de Cachoeira em negócios. Dinheiro da construtora foi colocado em empresas fantasmas de Cachoeira, que por sua vez alimentaram campanhas políticas.

A Delta vem tentando concentrar as eventuais irregularidades na figura do ex-diretor. Mas outras escutas mostram que Cavendish orientava o ex-diretor, e outros executivos da empresa aparecem ligados ao esquema. A construtora já deixou o consórcio responsável pelo projeto da Transcarioca (corredor expresso de ônibus), que ligará a Barra da Tijuca à Ilha do Governador, e o que reforma o Maracanã. A construtora poderá enfrentar dificuldades para obter crédito no sistema financeiro. Com a compra, o grupo JBS expandiria sua atuação para a construção civil.