domingo, 4 de maio de 2014

Petrobras da Dilma compra caro e vende barato. Metade dos negócios na África, estimados em até U$ 8,5 bilhões, foram vendidos por U$ 1,5 bilhão.

POR CARDOSO LIRA

Data vênia, a troca feita pela presidente guerrilheira, Dilma Vanda Estela Rousseff no comando da Petrobras no início de 2012 mudou o rumo de um negócio bilionário que a estatal analisava, a venda de seus poços de petróleo na África. O negócio, que estava nas mãos de um diretor indicado pela organização criminosa do PMDB, passou a ser tocado por um subordinado da nova presidente da estatal, a bandida desqualificada para o cago que oculpa Graça Foster, depois da troca.

No ano seguinte, o banco BTG Pactual pagou US$ 1,5 bilhão para ficar com metade das operações africanas da Petrobras e se tornar sócio da estatal. O valor obtido pela venda despertou desconfianças, porque a gestão anterior calculava que os ativos valiam quase quatro vezes mais. Os funcionários que participaram do início do processo foram afastados depois que Jorge Zelada, o afilhado do PMDB que dirigia a área internacional da Petrobras, deixou o cargo e Graça Foster repassou a tarefa a outra equipe, de sua confiança.

Mudanças de rota como essa ajudam a entender como o loteamento político da maior empresa do país tem afetado a maneira como ela toma decisões, gerando confusão sobre o que se passa lá dentro. Em março de 2012, pouco depois da posse de Graça Foster, executivos que estudavam a venda dos poços da empresa na África avaliaram uma proposta que projetava captar no mercado US$ 3,5 bilhões com a venda de 25% dos ativos, de acordo com um documento obtido pela Folha. Se o plano fosse adiante, e dependendo das condições do mercado, eles achavam que metade dos poços da Nigéria, Tanzânia, Angola, Benin, Gabão e Namíbia poderia valer US$ 7 bilhões.

O projeto, apresentado pelo banco sul-africano Standard Bank e discutido com a diretoria internacional, previa a criação de uma nova empresa para reunir todas as operações da África, que teria o capital aberto na bolsa. Os executivos estudavam alternativas para cumprir a decisão de Graça Foster, que assumiu com a missão de vender operações da empresa para levantar dinheiro.

A vantagem de abrir o capital da nova empresa, a Petrobras Africa, seria separar poços promissores do resto da estatal, cujas ações se desvalorizaram 35% no governo Dilma. Os investidores têm mantido distância da Petrobras por causa das perdas que a ingerência política do governo impôs à companhia.

Os executivos da estatal e do Standard Bank achavam que, por causa da crise da empresa, os poços africanos estavam com valores muito depreciados quando comparados aos de concorrentes que também atuavam na África. De acordo com os cálculos do banco, baseados em premissas otimistas para os campos, o valor da Petrobras Africa na bolsa poderia alcançar algo entre US$ 11 bilhões e US$ 17 bilhões. A ideia era vender 25% da nova empresa.

Esse plano nunca chegou a ser testado. Segundo a Folha apurou, o diretor financeiro, Almir Barbassa, foi contra, argumentando que a companhia prometera aos investidores em 2010 que não abriria o capital de suas subsidiárias separadamente, para não desvalorizar a empresa. Nesse momento, os responsáveis pela transação foram afastados, e seus substitutos contrataram o banco inglês Standard Chartered para organizar um leilão internacional. Os sul-africanos do Standard Bank ficaram fora.

Foram convidados 14 potenciais interessados, mas apenas nove apareceram. Quase todos recuaram depois que a estatal desistiu de vender a totalidade dos ativos e passou a procurar um sócio. Apenas o BTG e a espanhola Cepsa prosseguiram --a oferta dos espanhóis foi inferior. Os ativos foram avaliados em cerca de US$ 4,5 bilhões. Mas dúvidas sobre uma possível mudança na legislação da Nigéria, que poderia diminuir a rentabilidade das petroleiras, diminuiu a avaliação para US$ 3,16 bilhões.

O BTG acabou levando metade por US$ 1,5 bilhão, mas a mudança nas leis nigerianas até agora não saiu. Para o banco, o negócio foi tão bom que, em menos de oito meses, começou a recuperar o capital investido e tirou de lá US$ 150 milhões na forma de dividendos. Procurados pela Folha, a Petrobras, o BTG e os outros bancos envolvidos com a transação não quiseram dar entrevistas sobre o assunto.(Folha de São Paulo)

CPI DA PETROBRAS PODE RESULTAR EM IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF

O episódio se repete 22 anos depois do Impeachment de Fernando Collor de Melo, quando se envolveu em escândalo com PC Farias em 1992.  Entenda:  em reportagem publicada pelarevista Veja, na sua edição de 13 de maio de 1992, Pedro Collor de Mello acusava o tesoureiro da campanha presidencial de seu irmão, o empresário Paulo César Farias, de articular um esquema de corrupção de tráfico de influência, loteamento de cargos públicos e cobrança de propina dentro do governo.
O chamado “esquema PC” teria, como beneficiários, integrantes do alto escalão do governo e o próprio presidente. No mês seguinte, o Congresso Nacional instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Durante o processo investigatório, personagens como Ana Accioly, secretária de Collor, e Francisco Eriberto, seu ex-motorista, prestaram depoimento à comissão confirmando as acusações e dando detalhes do esquema.
Um dos expedientes utilizados por Paulo César era abrir contas “fantasmas” para realizar operações de transferência de dinheiro arrecadado com o pagamento de propina e desviado dos cofres públicos para as contas de Ana Accioly. Além disso, gastos da residência oficial de Collor, a Casa da Dinda, eram pagos com dinheiro de empresas de Paulo César Farias.
Aprovado por 16 votos a 5, o relatório final da comissão constatou, também, que as contas de Collor e Paulo César não haviam sido incluídas no confisco de 1990. Foi pedido, então, oimpeachment do presidente.
Agora, é a presidente Dilma Rousseff (PT) que está em foco com o caso da compra de uma refinaria superfaturada nos Estados Unidos pela Petrobras: a refinaria de Pasadena (Texas) em 2006. Essa aquisição levantou suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas na negociação. Mas o caso ganhou ainda mais repercussão porque, na época, quem presidia o Conselho de Administração da estatal, que deu aval à operação, era a atual presidente da República, Dilma Rousseff.
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena). O valor é muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões.
Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam e uma decisão judicial obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga. Assim, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$ 1,18 bilhão à petroleira nacional, mais de 27 vezes o que a Astra teve de desembolsar.
A presidente Dilma afirmou, após a abertura de investigações no Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal e Ministério Público, que só aprovou a compra dos primeiros 50% porque o relatório apresentado ao conselho pela empresa era “falho” e omitia duas cláusulas que acabaram gerando mais gastos à estatal.
O impeachment de Dilma
Assim como aconteceu com Collor, após a explosão dos escândalo de Pasadena, muitas novas informações apareceram e evidenciaram suposta corrupção dentro da Petrobras, suspeitando-se ainda que Dilma estaria a par disso e até mesmo cumpliciada com a situação. A relação abalada com o PMDB nas últimas semanas, atrelada a oposição que faz questão de destacar o escândalo, pode desencadear uma CPI, assim como aquela de 1992 que resultou no impeachment de Fernando Collor. Se houver evidencias maiores da compactuação da presidente petista ao caso e confirmada as suspeitas de corrupção, um impachment é eminente.
Hoje na capital do Paraná, Curitiba, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa teve sua prisão preventiva decretada.  Investigado pela operação Lava Jato da Polícia Federal, Costa foi preso na última quinta-feira por ocultar provas da Justiça. O prazo do mandado de prisão preventiva venceria nesta terça-feira (25), mas a Justiça decidiu que Costa deve permanecer na cadeia, por prazo indeterminado, para evitar nova destruição de provas. Também contribuiu para a decisão a suspeita de que ele recebeu propina do doleiro Alberto Youssef, principal alvo da operação, por obras da refinaria Abreu e Lima, entre 2011 e 2013. Costa é investigado pelo crime de corrupção passiva.

FONTE: Diário Do Estado

Postado pelo lobo do Mar

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