sexta-feira, 2 de maio de 2014

PT pensa em pôr Lula para disputar o cargo em lugar de Dilma, mas informalmente

POR CARDOSO LIRA


E Lula pode disputar a eleição em lugar de Dilma, mas informalmente!  O cargo de dono da candidata já não basta. Segundo informa Andréia Sadi na Folha, o Babalorixá de Banânia pode assumir a função de coordenador da campanha de Dilma à reeleição. Caso se efetive, o esforço atende a um duplo propósito: mitigaria o movimento “Volta Lula”, que, obviamente, incomoda a presidente e deixaria Lula ainda mais livre para atacar os adversários. Na prática, repetir-se-ia o que se viu em 2010: ele faria a campanha, e ela posaria de papagaio de pirata. Na disputa anterior, o então presidente afirmou que, quando alguém pusesse o “x” no nome de Dilma, estaria, na verdade, votando em Lula.
Os dois se encontram hoje em São Paulo. Segundo a apuração da Folha, devem discutir essa possibilidade, antes do início do encontro nacional do PT. É claro que Lula teria desde sempre um papel central na campanha. Com um cargo, no entanto, ficaria mais claro o seu empenho na reeleição da companheira. E é evidente que o chefão do PT disporia também de mais autonomia para falar em lugar dela — o que é sempre desagradável, não é? Para todos os efeitos, afinal, a presidente é ela, ainda que ele certamente não se conforme com isso.
Os dois participam nesta sexta da abertura do Encontro Nacional do PT, quando deverá haver manifestações explícitas de unidade. O evento servirá para confirmar Dilma como a candidata do partido à Presidência. A ala dilmista avalia que é preciso pôr um ponto final na boataria de que Lula pode lhe tomar o lugar.
Esse encontro também debaterá um documento de diretrizes que foi elaborado por Marco Aurélio Garcia. Referindo-se às oposições, diz o texto: “Sua paralisia é decorrência do caráter regressivo e reacionário das poucas propostas que têm apresentado. Não escondem a disposição de abandonar as políticas de emprego e de renda dos governos Lula e Dilma”. Num outro trecho, o documento sustenta que as críticas dos adversários à Petrobras e à Elotrobras são uma “nostálgica fidelidade às políticas privatistas que aplicaram no passado”.
Como se nota, parece que os petistas não tiveram nenhuma ideia nova nos últimos 12 anos que não seja acusar os adversários de quererem privatizar isso e aquilo, embora, como se sabe, Dilma tenha corrido desesperadamente para privatizar, ela sim, estradas e aeroportos.
O discurso, tudo indica, não está colando. E, por isso, pensam em substituir informalmente a candidatura de Dilma pela de Lula. No fim das contas, ele disputaria a Presidência, mas como coordenador… Aí será preciso combinar com o eleitor.


Confisco tributário, juros absurdos no crédito e inflação fortalecem insatisfação, vaias e votos contra Dilma




O desgoverno do Partido dos Trabalhadores continua promovendo um arrocho salarial do ponto de vista tributário. O confisco promovido mensalmente pelo “Imposto de Renda” sobre os salários ajuda a piorar a situação do bolso de quem sofre com o “aumento real do custo de vida” ou “perda do poder de compra”. Quem encontra cada vez mais dificuldade para fazer compras, pagar as contas obrigatórias do mês ou quitar empréstimos a juros absurdos cobrados por bancos e cartões de crédito prepara o voto de vingança que vai impedir a reeleição de Dilma Rousseff. A bronca dos encalacrados formadores de opinião, que tem efeito multiplicador imediato, preocupa os estrategistas de marketing do PT.

A defasagem de correção na tabela do Imposto de Renda já chega a 61,42% desde 1996. Só nos quatro anos do governo Dilma Rousseff, existe uma perda real de 6,7% em relação ao índice oficial de inflação (que é bem menor que a inflação verdadeira, sentida pelos mortais assalariados, no dia a dia). Esse cálculo do Sindicato Nacional dosAuditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) ridiculariza “o grande ganho salarial indireto” propagandeado por Dilma, em seu discurso radiotelevisivo do Dia do Trabalho, quando anunciou a correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda em 2015.

Nas contas do Sindifisco, para quem ganha acima de R$ 5 mil, a redução será de apenas R$ 37,17 por mês, ou R$ 483,21 por ano, valor que não inclui as deduções do INSS e nem com dependentes. No ano que vem, a faixa de renda sobre a qual incide a alíquota do IR de 7,5% subirá de R$ 2.679,29 para R$ 2.799,86. No caso da alíquota de 15%, o limite de rendimentos saltará de R$ 3.572,43 para R$ 3.733,19. A faixa de isenção atingirá quem ganha R$ 1.868,22. Atualmente, é de R$ 1.787,77. E, como se fosse grande vantagem, o Ministério da Fazenda já propagandeia que abrirá mão de arrecadar R$ 5,3 bilhões com a correção na defasadíssima tabela do Leão.

A mordida leonina na Era PT já entra na pauta reeleitoral. Segunda-feira que vem, o presidenciável tucano Aécio Neves promete apresentar, no Senado, uma proposta de Emenda Constitucional para que a tabela do Imposto de Renda, nos próximos cinco anos, seja reajustada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). Também semana que vem, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados tende a aprovar o Projeto de Lei 6.094/13, proposto pelo Sindifisco, propondo que a tabela do IR seja reajustada em 5%, mais a variação do rendimento médio do trabalhador, medido pela PNAD (Pesquisa Nacionalpor Amostra de Domicílios. O reajuste aconteceria de 2015 até 2024, a partir de quando os 5% sairiam do cálculo.

Por tudo isso, o “Aumento real do custo de vida” ou “perda do poder de compra” (nome que quiserem dar ao fenômeno inflacionário, de depreciação do sempre irreal Real), junto com o peso da alta carga de impostos, é a maior preocupação de Dilma Rousseff e seus marketeiros em seu nada fácil plano reeleitoral. O mais complicado é que tanto Dilma quando seus principais opositores, Aécio Neves e Eduardo Campos, também terão de fazer malabarismos para não mexerem em outro vespeiro: os absurdos juros praticados no Brasil, que dão sempre lucros recordes aos bancos e operadoras de cartões de crédito (tradicionais financiadores de campanhas eleitorais).

Até agora, nenhum dos candidatos (de situação ou oposição) fala, claramente, em mudança do modelo econômico, no campo a usura e da tributação, que são os maiores entraves ao desenvolvimento do Brasil, junto com o alto gasto e desperdício da máquina estatal. Nenhum deles demonstra, claramente, como fazer uma reforma tributária urgente. Reforma política, para viabilizar a primeira, menos ainda. Releia o artigo de Hélio Duque, publicado no Alerta Total de 30 de abril, para entender a gravidade do problema: A inadiável reforma tributária.

Assim, sem previsão de mudanças estruturais, o cenário para a eleição fica medíocre. Resume-se a tirar o PT e seus comparsas do poder. Sem a garantia de que o substituto da gang petralha fará algo diferente para romper com o corrupto e incompetente sistema Capimunista na República Sindicalista do Brazil. Eis a tragédia anunciada para a eleição em que somos obrigados a votar e acreditar, piamente, que as urnas eletrônicas, sem direito a auditoria e conferência impressa de votos, vão eleger, realmente, os sujeitos em quem votarmos. Eis a Barbárie Institucional.

POSTADO PELO LOBO DO MAR

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