Ex-servidor da Comissão de Anistia recebe 10% do valor das corruptas indenizações.
Por Felipe Recondo, no Estadão:
Parte do dinheiro pago pelo governo aos camponeses perseguidos durante a Guerrilha do Araguaia está indo parar no bolso de um ex-funcionário da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Elmo Sampaio deixou o colegiado logo após o julgamento do seu próprio pedido de anistia, em 2002, e abriu uma consultoria para cuidar de processos que fossem levados a julgamento no ministério.
No acerto com alguns camponeses, 10% das indenizações são pagos a Sampaio. Mesmo não precisando de advogados ou representantes, os agricultores acabaram contratando seus serviços. A prática não é ilegal, mas fez integrantes da comissão acionarem o Ministério Público Federal em Marabá (PA) na semana passada.
“A Comissão de Anistia, no caso dos camponeses e em razão da possibilidade de desinformação, preocupou-se com o recebimento das indenizações. Por isso acionamos o Ministério Público e pedimos que acompanhe o recebimento das indenizações por cada um dos anistiados”, afirmou o presidente da comissão, Paulo Abrão.
Sampaio foi anistiado por ter sido demitido da Petrobrás na década de 70, em função da militância no movimento estudantil. Recebeu mais de R$ 1 milhão de indenização e tem direito a prestações mensais vitalícias de R$ 8.299,36.
Se não há vedação para esses contratos, em acertos com outra clientela - ex-militares recrutados para combater a guerrilha - existem indícios de ilegalidades, conforme advogados consultados pelo Estado.
Sampaio também fechou contratos com ex-militares pelos quais ficava encarregado de contratar advogados para defendê-los na Justiça. De cada um deles, conforme relataram três ex-combatentes, Sampaio receberia 10% do valor da indenização e outros 20% repassaria aos advogados.
CONFIRMAÇÃO
Um dos ex-militares que está com processo de anistia na Justiça Federal confirmou que “10% vai para a consultoria do doutor Elmo” e “os 20% são dos advogados que a consultoria contrata”. Outro ex-militar reiterou que “quem paga os advogados é a consultoria”. Nesse grupo, haveria mais de 300 processos. Em cada um, os ex-militares pedem aproximadamente R$ 500 mil de indenização.
Araguaia - Como o PC do B criou a elite dos indenizados
No Estadão:
As avaliações ideológicas do PC do B, que não reconheceram ou minimizaram em documentos oficiais o papel dos camponeses recrutados para a Guerrilha do Araguaia (1972-1975), criaram uma distorção. As indenizações para as vítimas da ditadura beneficiaram penas a “elite” da guerrilha, os militantes que foram recrutados nas cidades.
Ficaram de fora os camponeses, sistematicamente tratados pelo PC do B apenas como “apoios”, “elementos de massa” ou simplesmente “moradores da região”. O grupo dos privilegiados surgiu antes mesmo do benefício ser concedido.
Pedro Pereira de Souza, o Pedro Carretel, foi um dos integrantes mais destacados da guerrilha. Viveu muito mais tempo a aventura da guerrilha que guerrilheiros que entraram para o panteão montado pelo PC do B, como João Amazonas e Criméia de Almeida.
Carretel ganhou fama entre os militares pelo estilo de combatente ousado, que pegou em armas e participou de ações. Ele, no entanto, não ganharia espaço na versão da história apresentada por entidades de esquerda. Nos documentos do PC do B, é descrito como “elemento de massa”.
Pedro Carretel combateu os militares durante as três campanhas, mas a família dele não entrou na lista das beneficiadas com indenização do governo.
CASAL
Em São Domingos vive o casal Adalgisa de Moraes e Frederico Lopes. Os dois atuaram como guerrilheiros. Participavam de todos os encontros na mata.
Frederico foi preso e torturado e ficou com sequelas físicas. Adalgisa reclama que teve a casa e a roça incendiadas pelo Exército.
“Sou mais guerrilheira que a Criméia, que recebeu indenização até para o filho que não tinha nascido”, reclama Adalgisa, numa referência a Criméia de Almeida, a Alice, que além de ser indenizada conseguiu incluir na lista dos beneficiários o filho João Carlos, nascido durante a prisão.
COMENTO
Meus nobres amigos, os corruptos petralhas rasgaram a constituição do Brasil, o que eles querem? É realmente chocar a classe média brasileira com tantas bandidagens e corrupções.
Um governo nocivo que paga três vezes mais a PMDF e BMDF do que os militares das Forças Armadas, não é um governo sério, é uma super facção criminosa e danosa a nação brasileira e aos cofres público.
Deputado Bolsonaro e toda bancada militar no congresso, precisamos fazer algo urgente para mudar esse caótico quadro que está aí. E só não ver quem não quer.