segunda-feira, 21 de abril de 2014

Camping digital do PT tem aulas de como criar perfis falsos, palestra pela volta da censura e reconhecimento de que perderam a internet para a militância espontânea da oposição

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O criador da Dilma Bolada, na foto com Padilha Labogen, é um modelo de empreendedor social para os militantes virtuais pagos pelo partido. Cobrou cachê de R$ 50 mil para palestrar no evento, segundo fontes do PT.

No último sábado, o ponto de partida do discurso em que Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, criticou a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) não foi o ensino, a segurança ou a saúde pública. Padilha começou a falar à militância petista com a página inicial do site do governo do Estado mostrada em uma projeção. "Se um jovem entrar no site e quiser descobrir como se inscrever em uma faculdade paulista, não vai conseguir e vai desistir."

A escolha tem razão de ser, já que a fala ocorreu no Camping Digital, organizado pelo partido a fim de orientar seus seguidores a como se portar na web nas eleições. Inspirado na Campus Party, evento anual que ocorre em São Paulo com entusiastas de tecnologia, o evento custou R$ 400 mil ao partido.

Durante o feriado de Páscoa, militantes acamparam em um clube na zona rural de São José dos Campos (a 97 km da capital) e assistiram a palestras e debates. Entre quinta e domingo, a Folha esteve acampada em meio a eles. As principais conclusões são que os petistas têm dificuldade de difundir seu discurso nas redes sociais a quem não é simpatizante do partido e que a oposição é mais bem articulada. "Este é o novo espaço de disputa", defendeu Tiago Pimentel, um dos palestrantes. "E a direita percebeu isso antes de nós."

Para quebrar a rejeição que enfrentam na internet, principalmente no Facebook e no Twitter, os petistas devem adotar a linguagem do "meme", imagens de fácil compreensão e na maioria das vezes de cunho humorístico, em detrimento do discurso de "panfleto" --descrito por palestrantes como "textos longos e chatos que ninguém lê".

"Se a gente faz uma piada de política que envolve o Michael Jackson, por exemplo, atingimos não só a pessoa que gosta de política, mas também a que gosta de Michael Jackson", exemplificou Cleyton Boson, coordenador de mídias sociais da Prefeitura de Guarulhos.

Em relação às possíveis investidas endereçadas ao PT, Emídio de Souza, presidente do partido no Estado e coordenador de campanha de Padilha, deu o recado: "Não deixem ataque sem defesa". Ele aproveitou para rebater reportagens que trataram o evento como uma forma de a sigla recrutar um exército para as redes sociais. "Para defender Padilha, Dilma ou Lula, não precisamos treinar ninguém. Aqui todo mundo é escolado."

ANONIMATO

O rastreamento da NSA, agência de segurança dos EUA, é motivo suficiente para se usar técnicas que dificultam a identificação na web. Foi com essa justificativa que várias mesas versaram sobre como tentar driblar métodos utilizados por sites para traçar o perfil do usuário. As técnicas ensinadas, porém, também podem ser usadas para dificultar possíveis investigações sobre responsáveis por ofensas na rede.

No debate de encerramento do encontro, o ex-ministro Franklin Martins defendeu uma legislação específica para tratar da regulação de emissoras de televisão e de rádio. O objetivo seria garantir que minorias tivessem mais espaço nos meios de comunicação. "Todos os serviços públicos que dependem de concessão no Brasil têm regulação, exceto a radiodifusão", afirmou. "Isso não tem nada a ver com censura." (Folha de São Paulo)

Lula, Eike e a Polícia Federal



Por João Vinhosa
Conforme matéria publicada no Alerta Total do último dia 18 de abril, Lula tem de estar preocupado em ser alvo da devassa da PF nos negócios de Eike Batista junto à Petrobras.
A propósito, o professor Ildo Sauer – diretor de Gás e Energia da Petrobras durante cinco anos (todo o primeiro governo Lula e parte de 2007) – já havia alertado sobre os procedimentos de Lula e Dilma relativos à atuação de Eike no setor petrolífero.
Das diversas entrevistas dadas pelo professor Sauer sobre o assunto, duas delas merecem destaque: 1 – a entrevista dada à Revista Adusp, da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo em outubro de 2011; 2 – a entrevista dada ao jornalista Heródoto Barbeiro no programa “O Brasil em Discussão” da Rede Record de 23 de setembro de 2012, que pode ser vista no sitewww.maracutaiasnapetrobras.com, mais precisamente no link http://www.maracutaiasnapetrobras.com/entrevista.html
O que é mais preocupante é o constrangedor silêncio de Lula e Dilma diante das categóricas acusações do ex-diretor da Petrobras. Na realidade, tal silêncio é tão constrangedor que leva a crer que as categóricas acusações de Sauer têm o poder de provocar um “apagão mental” nas autoridades citadas, emudecendo-as.
E não se alegue que tais acusações são eleitoreiras. Tal alegação não pode ser acolhida porque datam de outubro de 2011, e o professor Sauer não é candidato a nada.
O que Ildo Sauer falou
“O Lula foi avisado em 2006, e a Dilma também, de que agora um novo modelo geológico (Pré-Sal) havia sido descoberto, cuja dimensão era gigantesca.”
“O ato mais entreguista da história foi o leilão de petróleo para Eike.”
“(Eike) formou a empresa em julho de 2007, obteve as concessões em novembro; e, em julho de 2008, fez a Initial Public Offering e a empresa já valia US$ 10 bilhões.”
“Em lugar nenhum do mundo, uma empresa formada em julho seria capaz de pagar um bilhão e meio de reais para comprar direitos de exploração em novembro.”
“Tudo que ele tinha de ativo: a equipe recrutada da Petrobras e os blocos generosamente leiloados por Lula e Dilma. Só isso.”
“O que caberia a um governo que primasse por um mínimo de dignidade para preservar o interesse público? Cancelar o leilão e processar esses caras que saíram da Petrobras com segredos estratégicos. Por que não foi feito? Porque tanto Lula, quanto Dilma, quanto os ex-ministros, os dois do governo anterior e um do governo Lula, estavam nessa empreitada.”
“Eu acho que quem errou profundamente foi o presidente da República e a ministra da Casa Civil, que comandava a política energética, que era responsável pela energia. Sabendo o que aconteceu, em nome do interesse estratégico do país, não poderia ter feito o leilão de 2007”.
“A concretização do eventual benefício se deu com a manutenção do leilão, e essa decisão foi do presidente da República e da então ministra da Casa Civil, hoje presidenta da República.”
“Demandaria uma investigação da Polícia ou do Ministério Público para saber se há ilícitos. Mas, politicamente, eu entendo que houve um problema gravíssimo de responsabilidade do então presidente da República e da sua czar da energia, a atual presidenta da República”
Conclusão
Diante do que foi apresentado, lícito torna-se afirmar que as investigações sobre a atuação de Eike no setor petróleo não estarão completas se o professor Ildo Sauer não for ouvido a respeito de suas acusações.
Mais: se, porventura, o professor Sauer não for ouvido pelas autoridades, não restará qualquer resquício de credibilidade às investigações sobre a atuação de Eike junto à Petrobras.

João Vinhosa é Engenheiro

POSTADO PELO LOBO DO MAR