quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

2013 com mais inflação e menos crescimento. É o Brasil pagando o preço dos 10 anos de PT no poder.


Por Cardoso Lira

A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2013 subiu pela sexta semana consecutiva, de 5,68% para 5,71%, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta quarta-feira pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa estava em 5,53%. Para 2014, a projeção segue em 5,50% há 13 semanas. A projeção de alta da inflação para os próximos 12 meses subiu de 5,47% para 5,49%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,53%.
 
Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em fevereiro de 2013 subiu de 0,40% para 0,41%, abaixo do 0,45% previsto há um mês. Para março de 2013, segue em 0,40%. Há quatro semanas, estava em 0,40%.
 
Já a projeção de crescimento da economia brasileira em 2013 recuou de 3,10% para 3,09%. Para 2014, a estimativa de expansão subiu de 3,70% para 3,80%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 3,20% e 3,60%. A projeção para o crescimento do setor industrial em 2013 caiu de 3,17% para 3,10%. Para 2014, economistas seguem prevendo avanço industrial de 3,70%, mesma projeção da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 3,24% para 2013 e de 3,90% em 2014 para o setor.
 
Analistas elevaram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2013, de 34% para 34,25%. Para 2014, a projeção caiu de 33,10% para 33%. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 34% e 33% para esses dois anos.
 
Juros - Quanto à taxa básica de juros, a Selic, os economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central mantiveram a previsão dos 7,25% atuais ao ano até o fim de 2013. Para o fim de 2014, as projeções seguem em 8,25% ao ano há sete semanas. A projeção para Selic média em 2013 segue em 7,25% ao ano. Para 2014, a Selic média subiu de 8,21% para 8,23% ao ano, ante 8,35% há quatro semanas.
 
(Veja com Estadão Conteúdo)
 
Postado Pelo Lobo do Mar

VAR-Palmares planejou execução de militares

 Por Cardoso Lira



Documentos do grupo guerrilheiro, no qual militou a presidente Dilma, indicam planos para ‘justiçamento’ de oficiais do Exército





Felipe Recondo e Leonencio Nossa, de o Estado de S. Paulo



BRASÍLIA - Documento da Aeronáutica que foi tornado público nesta quarta-feira, 13, pelo Arquivo Nacional, após ter sido mantido em segredo durante três décadas, revela que a organização guerrilheira VAR-Palmares, que contou em suas fileiras com a hoje presidente Dilma Rousseff, determinou o "justiçamento", isto é, o assassinato de oficiais do Exército e de agentes de outras forças considerados reacionários nos anos da ditadura militar.



Com cinco páginas, o relatório A Campanha de Propaganda Militar, redigido por líderes do grupo, avalia que a eliminação de agentes da repressão seria uma forma de sair do isolamento. O texto foi apreendido em um esconderijo da organização, o chamado aparelho, e encaminhado em caráter confidencial ao então Ministério da Aeronáutica.



O arquivo inédito, revelado pelo Estado no ano passado e aberto à consulta pública na teraça-feira, 12, faz parte do acervo do Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (CISA). No Arquivo Nacional, em Brasília, novo endereço do acervo que estava em poder do serviço de inteligência da Aeronáutica, há um conjunto de documentos que tratam da VAR-Palmares. Mostram, entre outras coisas, a participação de militares da ativa e a queda de líderes do grupo em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.



Os nomes dos integrantes do grupo receberam uma tarja preta, o que impede estabelecer relações diretas entre eles e as ações relatadas. É possível saber, por exemplo, que militantes de Belo Horizonte receberam em certa ocasião dez revólveres calibre 38 e munição, mas não os nomes desses militantes.



Na primeira página, o relatório de cinco páginas destaca que o grupo não tem "nenhuma possibilidade" de enfrentar os soldados nas cidades. Sobre o justiçamento de militares observa: "Deve ser feito em função de escolha cuidadosa (trecho incompreensível) elementos mais reacionários do Exército."



Extermínio. Na época da redação do texto, entre 1969 e 1970, a ditadura tinha recrudescido o combate aos adversários do regime. Falava-se em setores das forças de completo extermínio dos subversivos. Em dezembro de 1968, o regime havia instituído o AI-5, que suprimia direitos civis e coincidia com o início de uma política de Estado para eliminar grupos de esquerda.



Aeronáutica relata intenções da VAR-Palmares



A VAR-Palmares surgiu em 1969 com a fusão do grupo Colina (Comando de Libertação Nacional), em que Dilma militava, com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), do capitão Carlos Lamarca. Dilma, à época com 22 anos, foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo. Ela só foi libertada em 1972, após passar por uma série de sessões de tortura. Sempre que fala sobre seu envolvimento com a resistência ao regime militar, Dilma costuma ressaltar que sua visão atual da vida não tem "similaridade" com o que pensava durante o tempo de guerrilha.



O documento tornado público classifica as ordens como contraofensiva. Seria uma resposta aos "crimes" do regime militar contra a esquerda: "O justiçamento punitivo visa especialmente paralisar o inimigo, eliminando sistematicamente os cdf da repressão, os fascistas ideologicamente motivados que pressionam os outros."



O texto também dá orientações sobre como definir e vigiar possíveis alvos. A ideia era uma fazer uma lista dos oficiais "reacionários" e de pessoas ligadas à CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos.



A VAR-Palmares tinha definido como alvos prioritários o delegado Sérgio Paranhos Fleury, do DOPS, e seu subordinado Raul Careca, acusados de comandarem a máquina da tortura nos porões de São Paulo: "Careca, Fleury são assassinos diretos de companheiros também. Trata-se de represália clara. Já outros investigados serão eliminados sob condição, conforme vimos acima."




https://www.facebook.com/photo.php?fbid=204601129680964&set=at.196416560499421.45198.196413510499726.100000072583366.1644442603&type=1&theater

Postado pelo Lobo do Mar

Organização criminosa do PT, quer "ouvir" empresários. Objetivo é pressionar desde já para as doações de 2014.

Por Cardoso Lira

Em meio às comemorações de seus dez anos no poder, o PT vai preparar um estudo sobre a estrutura de classe no país, algo que o partido não faz desde o fim dos anos 1980. O objetivo é entender o perfil de novos segmentos sociais, como a chamada "nova classe média", e qual a relação da legenda com o empresariado.
 
Depois de uma década à frente do governo federal, o Partido dos Trabalhadores se aproximou de empresários de grandes companhias - envolvidos em projetos liderados pelo Estado ou beneficiados pela ampliação do mercado interno - mas ainda vê resistências no setor. A intenção é identificar "quem está do nosso lado, quem não está", como diz o presidente da sigla, Rui Falcão, e rever as estratégias de aliança e de discurso.
 
"É preciso atrair o empresariado para o modelo de desenvolvimento que nós estamos conduzindo, mas você precisa quebrar essa mudança que a oposição extrapartidária fez agora", diz Falcão, referindo-se ao que chama de aliança entre empresários, altos funcionários de Estado e grupos de comunicação.
 
O presidente do PT refere-se a uma alteração que teria ocorrido no discurso da oposição. Falcão afirma que, depois de o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não ter produzido todos os efeitos esperados pelos adversários, a oposição passou a desqualificar a presidente Dilma Rousseff como má gestora. Primeiro, afirma o dirigente, diziam que Dilma era técnica, mas não política, e "agora precisam dizer que não é uma boa técnica". A inflexão teria pavimentado o caminho para uma série de críticas em relação ao aumento da inflação, à falta de investimento e à capacidade de o governo resolver o gargalo da infraestrutura.
 
A preservação da imagem de Dilma como boa gestora e o estreitamento das relações com o empresariado passaram, por sua vez, a fazer parte do contra-ataque petista. Em setembro, Dilma anunciou a redução das tarifas de energia, mas seu pronunciamento em rádio e TV se baseou muito menos nos benefícios para a população do que nas consequências para o setor produtivo. Toda a agenda do empresariado e, em especial, dos pontos defendidos pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), estava ali representada, como a busca por competitividade, em letras garrafais, a logística e a redução de custos. O fundador do MBC é o empresário do setor siderúrgico Jorge Gerdau, que se transformou em conselheiro de Dilma, incentivou a criação e integra a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, ligada à Presidência da República.
 
Além disso, nos dois últimos meses, Dilma intensificou os contatos com o empresariado e vem realizando reuniões individuais no Planalto. Esteve com Gerdau; Eike Batista, do Grupo EBX; Luiz Trabuco, do Bradesco; Marcelo Odebrecht, do Grupo Odebrecht; Emilio Botin, do Santander; Bruno Lafont, do Grupo Lafarge; Rubens Ometto, da Cosan, entre outros.
 
Rui Falcão lembra que desde 1987 o PT concluiu que para desenvolver a economia brasileira, em primeiro lugar, "não pode ter partido único", e, em segundo, é preciso ter associação no meio empresarial. "Você faz um tipo de aliança. Umas são mais permanentes, outras são episódicas. O Gerdau atua numa área que se não tiver apoio vai sucumbir", defende Falcão.
 
O relacionamento do governo com o comandante do Grupo Gerdau, que tem atuação em 14 países, é visto por Márcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, do PT, como uma necessidade. "Diante de uma economia mundial concentrada em 500 corporações transnacionais, que mandam em qualquer setor de atividade e que interviriam na política, financiando partidos", diz Pochmann, o Brasil também precisa ter capitalistas à altura."Há uma crítica constante no Brasil para a tal das escolhas dos campeões. Todo mundo elogia a Coreia. O que a Coreia fez? Também elegeu campeões. Talvez com metas, com compromissos um pouco diferentes dos nossos. Mas o caminho é esse", defende.
 
Rui Falcão, em princípio, diz não concordar com a afirmação, mas é a favor da associação com empresários que ajudem a criar uma nação soberana, forte, com um Estado indutor do desenvolvimento, e que tenham planejamento de longo prazo."Eu quero estar junto com estes empresários. Ah, é o empreiteiro, é o Eike, é não sei quem, [diz-se] pô, o PT junto com eles... [Mas] isso ajuda a levar o projeto nacional numa direção que, no meu entender, favorece o projeto do PT. A aliança não é só com partidos", afirma Falcão.E do mesmo modo que a relação com os partidos aliados às vezes passa por turbulências, os atritos também se dão com o empresariado. Mas a compreensão é menor. A percepção é de ingratidão quando setores do capital beneficiados pelas políticas do PT se juntam ao que chamam de oposição extrapartidária.
 
O secretário de Organização do PT, Paulo Frateschi, verbaliza este sentimento. "Mesmo com o avanço do capitalismo - fizemos um mercado de massa, a democratização do crédito - uma pergunta que fica é: por que aumenta tanto a oposição, por que não nos tragam de jeito nenhum, por que não nos aceitam? Temos exemplos históricos. Mas vamos nos debruçar para entender porque a classe dominante, mesmo sendo beneficiada, age assim. Por que a Fiesp faz propaganda com você [em apoio ao governo] para abaixar a luz e, no outro momento, se arma contra. Ela se sente vitoriosa junto com a gente e, ao mesmo tempo, radicaliza na oposição", diz.
 
A queixa, no entanto, tem limites. Frateschi em seguida pondera: "Se a gente vive uma contradição com isso, imagino que a dele [do empresariado] deva ser bem maior".Rui Falcão, questionado se o ideário do interesse nacional não camufla o que há de interesse próprio dos empresários aliados, vai além e reconhece que a parceria envolve ganhos mútuos. "Não tem só ideias generosas. Tem base material. Até entre nós", admite. O PT, desde que chegou ao poder federal, viu crescer exponencialmente as doações para suas campanha eleitorais.
 
Outro ganho esperado com a aproximação com determinados setores empresariais é a criação de um eleitorado sensível às propostas do PT. Falcão cita o caso da área ligada à exploração de petróleo e da discussão a respeito da obrigatoriedade da produção nacional, como na contratação de sondas e de plataformas. Ele afirma haver divergências sobre o assunto e que há funcionários da Petrobras que defendem alugá-las, por exemplo, em Cingapura, para agilizar a produção e porque é melhor a relação custo/benefício. "Mas sou a favor que elas sejam produzidas no Brasil. Em primeiro lugar, cria uma cadeia enorme de fornecedores e ajuda o país a ter domínio de uma área estrutural e estratégica, que gera empregos. E, em segundo lugar, é um emprego qualificado, de um proletariado que tende a ser consciente, organizado e portanto sensível às nossas propostas", diz. (Valor Econômico)
 
Postado pelo Lobo do Mar