Por Cardoso Lira
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
(Bertolt Brecht)
"OS TRÊS PORQUINHOS"
Antes de embarcar para sua primeira viagem internacional como presidente eleita, Rousseff convocou uma reunião na manhã desta segunda-feira, na sua casa, no lago Sul, em Brasilia, com os três coordenadores da sua transição além do abominável vice, Michel Temer (PMDB). No encontro, a petista dará as coordenadas sobre como o trio e o peemedebista deverão conduzir as conversas das mudanças no governo que foram traçadas sob tutela do presidente Luiz Inacio Molusco da Silva ontem a noite.
Dilma viajará para a Coreia do Sul hoje à noite, a convite da delegação do País, e encontra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Seul. Com a petista, apenas estarão dois assessores e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Sem a pressão de aliados nem a presença do trio conhecido como "três porquinhos" - apelido dado aos coordenadores da campanha, os petralhas, Antonio Palocco, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo, fontes próximas a presidenta eleita acreditam que ela voltará de Seul com o desenho já pronto, do seu futuro ministério formado, em toda sua base.
Sua cota de indicados já estará escolhida, afirmam auxiliares da petista. Os outros nomes da facção devem ser discutidos com o presidente durante a viagem que acontece nos dias 11 e 12 de novembro, no encontro do G20.
Dilma embarca de voô comercial hoje e faz escala em Frankfurt. Chega em Seul meio-dia da quarta-feira. Na volta, embarca no aerolula e deve passar o final de semana em Porto Alegre, na companhia da filha e do neto, Gabriel, antes de anunciar mudanças na sua futura equipe.
Molusco anunciará compra de caças para poupar Dilma de qualquer desgaste político.
Muito bem, a escolha do caça francês Rafale para equipar a Força Aérea Brasileira (FAB) tem um preço político que o presidente Lula não pretende deixar para a sucessora, Dilma Rousseff.
Molusco deve anunciar a opção pelos Rafale antes da conclusão de seu mandato para evitar que Dilma assuma uma demanda de forte potencial de crise na área da Defesa, um ministério de apenas 11 anos, mas pelo qual já passaram seis ministros civis e uma dezena de interinos militares.
A difícil decisão de Lula será tomada com base em parecer do Ministério da Defesa. A FAB nunca escondeu sua preferência pelo caça de fabricação sueca Gripen. Já o ministro Nelson Jobim vai assumir o custo político da decisão, mas está cotadíssimo para permanecer na pasta da Defesa no próximo governo.
A compra de um lote de 36 caças para a FAB é apenas o início de muitas outras questões que envolvem a sucessão no Ministério da Defesa.
Sem dúvida o baixo soldo dos militares é muito mais preocupante, para o governo do que, qualquer outro assunto.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A CPMF, UM DISCURSO VIGARISTA E A VINGANÇA DO MOLUSCO
"A pior cegueira é aquela em que: o cego que não quer ver, ou não quer enxergar" (Cardoso Lira)
TUDO QUE É PRECISO PARA O TRIUNFO DO MAL, É QUE AS PESSOAS DE BEM NADA FAÇAM.
(E. Burke)
Por Reinaldo Azevedo
A proposta de recriação da CPMF ultrapassa o limite do ridículo e da vigarice política, e o governador de Minas, Antonio Anastasia, deveria guardar distância da trapaça se não quiser que pareça que está usando a CPMF para fazer a tal “oposição propositiva” — sem nem mesmo bater um papinho com seus pares. Como escrevi aqui no dia mesmo daquela entrevista concedida por Lula e Dilma, se era isso o que os petistas queriam, que o dissessem durante a campanha eleitoral. Não há dúvida de que a questão vinha sendo debatida no governo e que Dilma contaria com governadores-laranja, mais adiante, para tentar lavar uma proposta do Planalto. Mas tenho para mim que Lula, na entrevista, foi um tantinho precipitado. Revi o filme daquele dia, e dá para notar que ela fica um pouco constrangida. Não era para deflagrar já a operação. Acontece que o Babalorixá de Banânia não consegue vencer a sua raiva. À diferença do que diz, ele não sabe perder — e também não sabe ganhar.
Como revelou o presidente, a batalha da CPMF foi a ÚNICA que ele perdeu no Congresso. E não engole aquela derrota de jeito nenhum! De fato, ela teve algo de simbólico. Foi em dezembro de 2007, ao ver o imposto ser derrubado no Senado, que Lula constatou de modo inequívoco: “Não adianta eu tentar a (re)reeleição porque vou perder no Senado”. E perderia mesmo. Ficou furioso com as oposições e decidiu sair em campanha pelo país para pegar seus inimigos na Casa por conta das duas questões: a) a derrota da CPMF propriamente; b) o sepultamento da possibilidade do terceiro mandato. As coisas ficaram entaladas na sua goela.
E então não teve dúvida: na primeira entrevista depois da eleição de Dilma, decidiu acertar as contas com o passado, que é o que faz sempre. Estamos diante de uma das pessoas mais vingativas da política brasileira. A construção do petismo supõe, como se sabe, a tentativa de destruir a memória e a herança do PSDB. Já escrevi centenas de textos a respeito. É da sua natureza. Não se trata de um partido da ordem, que aceita conviver com a divergência; quer eliminá-la. Mas, além da componente partidária e do modo como se constrói a legenda, há o aspecto pessoal: Lula tenta desconstruir FHC todos os dias porque o tucano o bateu duas vezes nas urnas — e no primeiro turno! Lula não aceita isso até hoje. “Mas e Collor?” Bem, Collor se ajoelhou diante do lulismo e fez mea-culpa. Nesse caso, tudo bem!
COMENTO
Muito bem, é uma questão de lógica. Como já constatamos antes a exacerbada carga tributária brasileira já beira o escândalo, é abominável e é o que existe de mais indecoroso, é muito superior à de países com seu grau de desenvolvimento, ou bem condescendemos que sempre dá para arrancar da sociedade um pouquinho mais, em nome de nobres interesses, que na verdade são sórdidos, iguais seus governantes.
A promessa de campanha solene de Dilma Rousseff foi a diminuição da carga tributária, e não a sua elevação. Espera-se dos oposicionistas que honrem os milhões de votos que receberam. Na rejeição à CPMF, muitos outros milhões certamente se agregarão. Não podemos deixar que, uma berração desta natureza seja aprovada novamente. Vamos fiscalizar este governo e vamos fazer uma oposição radical, certo?
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