segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

"ARRUDAS E PETRALHAS, HOMENS OU CAVALOS"?

"Meus Prezados amigos e leitores, estamos vivendo o apocalipse na política, por conta de um lulismo-facismo, nunca antes visto na história deste país.

Vejam o seguinte: um grupo de manifestantes a gritar na rua pedindo justiça ou condenando privilégios e desmandos sempre parecerá mais simpático do que as pessoas eventualmente encarregadas de reprimir seus exacerbados exageros. E as esquerdas sabem muito bem disso.

A Alemanha e a Itália assistiram a centenas de manifestações de protesto dos fascistas, eu trato o nazismo como uma variante fascista; faço tal observação para que os bandidos, corruptos e assassinos petralha não comece a arrotar gás metano, que cobravam, em nome dos pobres e dos trabalhadores, que os judeus fossem expropriados ou que os burgueses tivessem o devido corretivo. Cada fascismo teve a sua pauta nativa não é mesmo senhores militares?

Por que essa observação? Em Brasília, uma das capitais mais corrupta do mundo, a extrema esquerda está nas ruas, tanto quanto há ruas por lá em sentido estrito — a pedir o impeachment do abominável governador José Roberto Arruda. Não deve haver uma só pessoa decente que não queira este senhor fora do poder. Mas ela o transformaram numa espécie de alavanca de sua causa. , pergunto e tenho perguntado onde estavam esses digamos manifestantes durante o mensalão dos PETRALHAS, que foi muito mais danoso para a nação brasileira.

Os não-esquerdistas, com efeito, não têm essa experiência. Caso ensaiem fazer algum protesto, são impiedosamente fustigados pelos esquerdistas da imprensa. Quem não se lembra do chumbo que levou o Movimento Cansei? Não se limitaram apenas a desmoralizar a sua pauta. Partiram para a desqualificação ad hominem: fulano era rico, beltrana usava jóias, sicrana morava em bairro de elite. Nunca se vai pesquisar a origem ou condição social de um esquerdista. Sua ideologia política ou bandida o torna justo, não a sua pauta.

Bem, algumas considerações um tanto estranhas, até porque vazadas em linguagem que se pretende objetiva, neutra… E o que elas dizem? “Ora, se a esquerda tem militantes, fazer o quê? A direita que faça o mesmo.” Ou ainda: “Você não iria querer que os esquerdistas fossem às ruas contra a corrupção do PT”. O que posso responder? Começo pelo óbvio: de fato, não espero dos esquerdistas apuro moral. Perdi tal ilusão quando deixei de ser um… esquerdista! Faz tempo! Mas me pergunto, em todo caso, se muitos deles têm noção da própria vigarice intelectual; pergunto-me se eles, diante do espelho, repetem o mantra de Dilma e Dirceu, para quem o mensalão do PT é diferente, Não dar para entender esses bandidos e corruptos Petralhas.

É Inaceitável é que alguém tente transferir a culpa do problema para outra pessoas. O ônus da sem-vergonhice dessa esquerda que quer Arruda na cadeia, mas que pode, ao mesmo tempo, participar da festinha que o PT deu para os josés Genoino e Dirceu. Notem bem: deve, com efeito, haver poucos não-esquerdistas na rua cobrando que a super gangue de gângster de Brasília vá em cana.

Mas os não-esquerdistas também não saíram em defesa do governador. Já os petralhas se organizaram em rede para proteger os seus bandidos, corruptos e assassinos.

O fato de os conservadores não ocuparem habitualmente os espaços públicos para protestar — na verdade, não o fazem nem para reivindicar direitos — não guarda qualquer relação com a canalhice moral intrínseca de um grupo que se opõe apenas aos bandidos que não são de sua estirpe. Tampouco o seu silêncio, que muitos preferem chamar “omissão”, significa condescendência com a safadeza — seja a da turma de Arruda, seja a dos PETRALHAS.

Transformar a verdade numa mera questão de ocupação da praça pública revela uma concepção fascista de democracia — e, pois, democracia não é: é só uma… concepção fascista! De resto, não se pode pedir a não-esquerdistas que usem os métodos das esquerdas. Afinal, elas estão nas ruas, sempre pedindo cabeças, desde o século 18. Quando Madame Roland, coitadinha, a caminho da guilhotina, disse a célebre frase “Liberdade, quantos crimes se cometem em seu nome!” (duvido que tenha tido esse sangue frio — ooops! —, mas vá lá), estava opondo racionalidade à voz rouca das… execuções. A “direita” da Assembléia Francesa achou que poderia fazer política na… Assembléia. Muitas das cabeças dos seus rolaram, mas foi ela que garantiu boa parte dos direitos que restaram quando cessou de correr o rio de sangue dos jacobinos.

Atribuir especial legitimidade ao movimento de rua ou é matéria de ignorância ou se trata de uma consideração ideologicamente orientada. Quando menos, porque a idéia da “massa na rua”, da “voz do povo” que exige isso ou aquilo, é só ficção ruim. Aquela gente representa o povo menos do que aquele bando de deputados ladrões. Aquela gente representa, isto sim, seus respectivos grupos organizados — partidos de esquerda que vão do cleptopetismo aos delírios do socialismo retórico-revolucionário.

Isso torna a súcia que tomou contra do Distrito Federal menos bandida, menos canalha, menos ladra? Não! E espero mesmo que sejam todos apeados do poder e, quem sabe?, metidos na cadeia. Mas a súcia também não torna aqueles manifestantes jóias raras da democracia, expressão do povo ocupando a praça, emblema da defesa da moralidade pública e da democracia. Porque, fosse assim, não teriam se calado diante de um escândalo para gritar sua indignação diante de outro. Ou serão seus bandidos mais decentes do que os bandidos dos outros?

Subjacente a esta tese abominávelmente estúpida, a saber: já que esquerdistas protestam contra escândalos da direita, direitistas, então, que aprendam a protestar contra escândalos da esquerda —, está a aceitação tácita de que imoral é apenas o roubo que não me beneficia ou não beneficia àqueles com quem me alinho, os da minha turma, os da minha patota. No fim das contas, estamos de volta àquela concepção monstruosamente exposta por Trotsky sobre a “nossa” moral e a “deles”.

O protesto seletivo é só expressão de uma canalhice moral. Acontece que, quando Arruda está de um lado, tudo o que está do outro fica parecendo justo; quando um soldado está em cima de um cavalo, o “civil” que está no chão, momentaneamente fragilizado, parece estar com a razão, ainda que sua cachola abrigue mais brutalidade do que jamais caberia na cabeça do cavaleiro.

Fora todos os vigaristas corruptos! Fora Arruda! Fora todos os Petralhas bandidos! Fora todos os ladrões e palhaços do planalto! Fora essa máquina de corrupção que está no poder da República para locupletar-se de erário público"!