sábado, 17 de outubro de 2009

LULA TRANSFORMA ENTREGA DE CASA EM PROGAMA DE AUDITÓRIO

Por Fabio Guibu, na Folha:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou ontem a solenidade de entrega de uma vila rural, em Cabrobó (PE), em uma espécie de programa de auditório -com direito a sorteio de casas, broncas ao microfone e torcida da plateia.
Durante uma hora e cinco minutos, o presidente comandou o show ao microfone, abraçando e entrevistando sorteados e controlando ministros e governadores, coadjuvantes de palco no improvisado sorteio promovido por ele para distribuir as 55 casas da vila a 55 lavradores que tiveram suas terras cortadas pelas obras da transposição das águas do rio São Francisco.
A programação previa inicialmente o sorteio de apenas três casas. Mas o presidente decidiu cancelar os discursos logo no início da solenidade e continuar a festa.
Com um microfone nas mãos, levantou-se da cadeira e perguntou para as cerca de 500 pessoas da plateia se elas aprovavam a sua ideia. “Ééééé”, respondeu o público, formado em sua maioria por famílias de trabalhadores rurais e operários da obra de transposição.
Aval dado, o presidente foi à frente do palco. Um a um, chamou as autoridades presentes para sortear as casas, retirando de um aquário nomes escritos em pedaços de papel.
Atenderam a convocação os ministros Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Franklin Martins (Comunicação), os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Ceará, Cid Gomes (PSB), além do deputado federal e pré-candidado do PSB à Presidência, Ciro Gomes. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) havia viajado antes para Fortaleza.
Esgotadas as autoridades, Lula -que sorteou as casas 1, 7, 13 e 55- chamou até o cinegrafista oficial que registrava as cenas no palco para participar da festa. Depois, sem opções, escolheu um nome fixo para a função: “Dudu, fica em pé e vai tirando”, disse ele para o governador de Pernambuco.
A cada nome anunciado o público gritava: “Ele merece”. E o presidente pedia: “Suba aqui meu filho”. Como as grades que isolavam o público atrapalhavam o acesso, Lula ordenou a retirada de parte do bloqueio.
Descontraídos, os sorteados abraçavam ministros e governadores no palco. Lula chegou a ter seus pés tirados do chão num abraço dado por um dos beneficiados. Ciro Gomes fez o mesmo com outro lavrador.
Por duas vezes, o presidente entrevistou trabalhadores. “Vai criar o que, um cabrinha leiteira, uma galinha, um capote [galinha d'angola]? Muito bem”, afirmou. Animado, o público devolvia: “Lula, Lula, Lula”.

Lina Vieira acha sua agenda: encontro com Dilma aconteceu no dia 9 de outubro do ano passado

Agenda da ex-secretária da Receita Federal registra o dia em que ela se reuniu com Dilma para tratar de uma investigação contra a família Sarney

Alexandre Oltramari, de Natal


HISTÓRIAS DIFERENTES
Lina Vieira anotou em sua agenda pessoal a data e o assunto da reunião no Palácio do Planalto, que a ministra Dilma Rousseff (à dir.) nega ter existido

Em agosto passado, primeiro numa entrevista e depois em depoimento no Congresso, a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira acusou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de tê-la convocado para uma reunião no Palácio do Planalto. Na conversa, a ministra teria pedido que Lina interferisse no andamento de uma investigação tributária que incomodava a família do presidente do Senado, José Sarney. Se comprovado, o encontro criaria sérios constrangimentos legais à ministra, pré-candidata do PT à Presidência da República. Dilma, porém, sempre negou com veemência a existência da reunião. A ex-secretária, por sua vez, nunca apresentou provas convincentes, além do próprio testemunho, de que a conversa realmente existira. O dia? Lina não se lembrava. O mês? Lina dizia que fora próximo ao fim de 2008, talvez em dezembro. Quando questionada sobre a imprecisão, justificava afirmando que todos os detalhes estavam registrados em sua agenda pessoal. E a agenda? Perdida em meio a uma infinidade de documentos empilhados quando de sua mudança de Brasília para Natal, onde mora. Dois meses após deixar todas essas perguntas no ar, a agenda que pode ajudar a aclarar o caso finalmente apareceu - e, segundo Lina, mostra o dia, a hora e o assunto tratado no encontro com a ministra-chefe da Casa Civil.

A ex-secretária da Receita fez uma anotação a mão em 9 de outubro de 2008, logo em seguida à reunião com Dilma. Ela escreveu: “Dar retorno à ministra sobre família Sarney”. De acordo com um amigo de Lina, a quem ela confidenciou ter achado a agenda, bem como detalhes ainda não revelados sobre o encontro, a reunião ocorreu pela manhã, próximo ao horário do almoço, fora da relação de compromissos oficiais da ministra. Convocada às pressas para a reunião, a ex-secretária conta que chegou a desmarcar o bilhete de um voo entre Brasília e São Paulo, emitido para o início da tarde de 9 de outubro, por causa da convocação inesperada. Aqui

COMENTO
Meus caros amigos, uma reportagem da VEJA conta como os partidários do cretino Molusco planejavam armar o mesmo jogo em 2010.
O laboratório dessa estratégia foi um assombroso ataque desfechado contra a Vale. Desde sua privatização, em 1997.

Bem, esse elemento corrupto e nocivo, parece que não tem limites e ainda se considera acima do bem e do mal, não é possível que não apareça uma autoridade nos meios de comunicação do nosso país, para freiar as bandidagens que essa facção está fazendo na nossa República.

Fazendo uma especie de mega bandidagem histórica, a corrupta e nociva candidata do governo entraria, então, em 2010 com o formidável trunfo de ter resgatado a joia mais bela da coroa estatal entregue pelo outro corrupto e bandido FHC à perversa iniciativa privada. Entraria, o super Eike que pulou fora a tempo. O plano, por enquanto, falhou. A débâcle dá chance para que uma questão tão complexamente vital para o progresso e o bem-estar de todos os brasileiros, como é o papel do estado na economia, escape de se ver reduzida na corrupta campanha presidencial de 2010, infelizmente a um duelo tão simplista quanto falso entre a santa guerreira do estado e o dragão da maldade da iniciativa privada. É quase utópico. Felizmente dessa vez os gatunos cairam do cavalo, mas com certeza eles vão tramar outras bandidagens, visto que é só isto que eles mais sabem fazer.