Rio -  O governo federal não cedeu às pressões das mais de 30 carreiras do funcionalismo em greve e ofereceu aumento linear de até 15,8% em três anos a 680 mil servidores públicos do Executivo. Índice provocou insatisfação geral e lideranças prometem intensificar a paralisação no País até o próximo dia 31, quando encerra o prazo de envio ao Congresso da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2013.
O secretário de Relações de Trabalho, Sérgio Eduardo Mendonça, se reuniu com o Sinagências e a Condsef | Foto: ABr
O secretário de Relações de Trabalho, Sérgio Eduardo Mendonça, se reuniu com o Sinagências e a Condsef | Foto: ABr
Policiais rodoviários federais que reivindicam até 95,39% de aumento, reduzem a partir de hoje efetivo nas estradas crescendo a mobilização até sexta-feira, um dia após reunião da categoria agendada com Planejamento. De acordo com a federação nacional da categoria, a paralisação vai prejudicar o combate aos crimes como roubo de cargas, tráfico de drogas e exploração sexual de crianças e adolescentes pela redução de pessoal.
Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento, advogados da União e integrantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) podem paralisar as atividades a partir de hoje. Preocupado com novas adesões, o governo tem pressa para assinar os acordos até o próximo sábado. Na última quinta-feira, o Planejamento alertou aos representantes dos funcionários técnico-administrativos das universidades e institutos federais que, se o acordo não for assinado até sábado, os R$ 7,1 bilhões que seriam investidos na categoria serão repassados para outras classes.
O reajuste proposto em negociação sábado está longe das reivindicações dascategorias. As 31 que compõem a Condsef querem 22% de aumento emergencial. Segundo o Planejamento, delegados e peritos da PF pedem entre 35,53% e 71,24%. Os auditores fiscais da Receita e do Trabalho reivindicam de 30,19% a 49,42%. Já analistas do Banco Central, da CVM, da Suspep e do Ciclo de Gestão exigem entre 36,78% e 60,29%. Oficiais de Inteligência da Abin pleiteiam até 59,05% de reajuste e, PF, de 109,38% a 151,27%.
Os 15,8% não significam que todos os servidores terão este índice. O percentual pode ser utilizado sobre a folha de pagamento ou aplicado somente na reestruturação da carreira. A ordem é priorizar as categorias de base do Plano Especial de Carreiras do Poder Executivo (PGPE) e classes que não foram contempladas com reajuste neste ano, como servidores do Incra, militares e integrantes de cargos em comissão.
Militares e Judiciário ainda esperam
Servidores do Judiciário Federal e militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica aguardam sinal do governo sobre aumento em 2013. A situação é mais confortável para as Forças Armadas. O ministro da Defesa, Celso Amorim, anunciou internamente que o reajuste será divulgado após o término das negociações do governo com os servidores civis.
Já a presidenta Dilma Rousseff defende que os servidores do Judiciário ganham bem e que podem aguardar a melhora do cenário econômico internacional para receber aumento.
POSTADO PELO LOBO DO MAR