sexta-feira, 14 de maio de 2010

" PETRALHAS, BANDIDAGEM E CORRUPÇÃO, O CRIME COMPENSA"


















Reinaldo Azevedo

As piadas no Brasil costumam nascer prontas, saídas mesmo da própria natureza dos fatos. Pouco mais de uma hora depois que a mais escandalosa afronta à Lei Eleitoral de que se tem notícia foi ao ar — o horário político do PT, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu punir o PT pelo programa exibido em dezembro do ano passado: multa de R$ 20 mil para o partido, de R$ 5 mil para Dilma Rousseff e cassação do próximo horário semestral do partido, previsto para… 2011 — ano em que não haverá eleição!!!

Atenção! O programa de dezembro foi muito mais brando do que o de ontem. Se uma das punições era a cassação do horário seguinte a que o partido teria direito, por que, então, não se evitou a ilegalidade desta quinta? A resposta é de fazer corar as catedrais: porque o TSE não conseguiu julgar a tempo a representação das oposições! O PT escarnece das leis de caso pensado. O TSE… Bem, o TSE, eu não sei.

Este é o tribunal que cassou governadores de estado e que pôs em seu lugar opositores que não tinham sido eleitos por ninguém! Isso dá uma medida do seu poder. Pode muito! Só não pôde julgar a tempo uma representação que coibiria um crime anunciado.

Crime anunciado? Sim, senhores! O jornalismo já havia antecipado o espírito do programa do PT. Eu mesmo escrevi um longo texto na madrugada de ontem sobre o que chamei de “celebração de mentias sobre o passado e sobre o presente”. Estava claro que o PT forçaria a mão no horário político para tentar mover a candidata Dilma Rousseff, que andou se atrapalhando, enroscada em seus próprios… méritos, digamos assim.

É evidente que eu não estou aqui a advogar que se aplicasse uma punição antecipada, por algo que nem mesmo tinha ido ainda ao ar. Ao contrário: estou afirmando que o partido deveria ter sido punido POR AQUILO QUE FOI AO AR EM DEZEMBRO. Só que o julgamento deveria ter ocorrido a tempo para que não estivéssemos agora diante do que se caracteriza como um prêmio ao crime.

O PT, então, vai pagar alguns tostões de multa — imaginem o que representam R$ 25 mil reais em meio aos milhões que circulam numa campanha — e vai perder o tempo a que teria direito no semestre que vem, que nem é ano eleitoral!? A conclusão é uma só: o crime compensa. Assim, ou se opta pelo erro ou se passa, então, por bobo. O programa do DEM será no dia 27 de maio; o do PPS, em 10 de junho, e o do PSDB, 17 do mesmo mês. O que deve fazer cada um desses partidos? Respeitar a lei e dar ao PT a vantagem comparativa de mandar a legislação às favas ou responder na mesma moeda, apostando numa multa irrisória e na perda do tempo em 2011, quando os programas serão mesmo irrelevantes? Não fazê-los será até medida de economia!

Civilizados, diremos todos: “Não! Há que se seguir a lei! Um erro não justifica o outro!” E assim segue, então, o PT, sempre confiando que a coerência é uma cruz que deve ser carregada apenas por seus adversários, nunca pelo próprio partido? Boa parte das facilidades que Lula encontrou para governar, diga-se, decorreu deste fato: as oposições votaram com seus princípios; o PT, com o oportunismo. A mini-reforma da Previdência que o partido fez, por exemplo, contou com apoio dos adversários — afinal, elas haviam defendido aquelas medidas quando governo. O PT é que as havia bombardeado quando oposição. Propostas que os petistas, como governistas, defendiam na esfera federal, eles rejeitavam em São Paulo como oposicionistas. Eis o PT: na oposição, sabota quem está no governo; no governo, sabe que não será sabotado. Lembro tais questões, de outra área, para evidenciar que o partido não tem compromisso com a civilidade política.

O programa foi um vale-tudo escancaradamente eleitoral. E já se sabe que há um instituto de pesquisa, o Sensus, encerrando seu campo justamente amanhã. Alguém poderá dizer: “Pô, Reinaldo, isso não caracteriza nenhuma forma de manipulação; afinal, reproduz o ambiente da campanha tão logo comece o horário eleitoral; Lula estará ao lado de Dilma na TV, afirmando aquelas mesmas coisas”. É verdade! Só que os adversários da petista também estarão na TV, com programas eleitorais.

Esse coquetel envolvendo ilegalidade, malandragem e bandidagem, é um golpe de força que o PT aplica para tentar, nem que seja na porrada, empatar um jogo que, todos sabem, começou mal para Dilma Rousseff. E noto: pouca importa o efeito que a pantomima de ontem possa ter. Essa não é a questão mais importante. O que constrange é ver o presidente da República, em pessoa, a ser o mestre de cerimônias da mais descarada ilegalidade.

E não é a primeira vez. Sou obrigado a lembrar de novo que Jackson Lago, governador do Maranhão, acabou cassado porque seu antecessor e aliado fez numa solenidade rigorosamente o que Lula fez por Dilma Rousseff naqueles eventos ilegais de que ela participou e que custaram ao presidente não mais do que duas multas de R$ 5 mil. Em novo ato ilegal, ele fez chacota das punições.

O que se está aqui cobrando de tão formidável ao presidente e aos petistas? Que respeitem as regras do jogo. E que o TSE seja um pouco mais célere para sacar o cartão amarelo.

COMENTO

A MAIS ESTÚPIDA, ESCANDALOSA E ABOMINÁVEL DAS METÁFORAS EM QUASE OITO ANOS DE BANDIDAGEM DOS PETRALHAS!

Bem, a grande facção criminosa do PT deve ter as sua pesquisas internas indicando que a guerrilheira Dilma aderiu a grupos terroristas pode não ser exatamente um ativo eleitoral. Daí ter chamado a atenção para esse aspecto de sua suja biografia, ressaltando a sua “luta contra a ditadura”. Ficou por conta do apedeuta Molusco aquela que pode ser a sua mais escandalosa e estúpida metáfora em quase oito anos de governo: Dilma seria, no Brasil, o que Mandela foi na África do Sul! Uau!!! Que é isso, companheiro?

A comparação é uma bobagem formidável. Mandela, começou de fato a luta contra o apartheid de forma pacífica e depois aderem à luta armada. Dilma dispensou a primeira parte. Embora algumas correntes do CNA e o próprio líder sul-africano tenham flertado com o marxismo, a sua luta essencial era contra o odioso regime de segregação racial.

O negócio da comandante guerrilheira Dilma era outro bem mais escuso. Em 1min38s, ela afirma: “Eu? Eu lutei, sim. Eu lutei pela liberdade e pela democracia. Lutei contra a ditadura do seu primeiro ao seu último dia”.
Bem, até que alguém não me traga um documento, um indício que seja, evidenciando que os grupos terroristas Colina, VPR e VAR-Palmares lutaram pela democracia, serei obrigado a sustentar: é mentira! Dilma até pode ter “lutado” pela democracia, mas só depois de ter abandonado aquelas organizações. Enquanto pertenceu a elas, lutou, “do primeiro ao último dia”, para implantar uma ditadura comunista no Brasil, apoiada por Fidel Castro. Também é falaciosa a tese de que nada mais havia a fazer a não ser partir para o terrorismo. Seria desmerecer a resistência pacífica que, ela sim, pôs fim ao regime militar.

Dilma afirma: “[lutei] com os meios e as concepções que eu tinha”.
Os meios: arma na mão. As concepções: comunismo.
O que isso tem a ver com democracia?

E o que isso significa na prática? Bem, aqueles grupos criminosos e selvagens a que ela pertencia, o das organizações terroristas, não era exatamente bom. Se afirma que está do mesmo lado, das duas uma: ou tomava o seu comunismo de então por democracia, o que é besteira, ou, Deus nos acuda!, toma a democracia de agora como o comunismo possível. E isso pode significar que, sob seus eventuais cuidados, a democracia tende a ser menos… democrática! Uma vez que numa democracia de verdade, VOTO não pode ser obrigatório, certo meus amigos e leitores? As palavras têm sentido e o ditado popular diz: para quem sabe ler um "pingo" é uma letra.

E no meio de tanta bandidagem, nossas PECs 245/249, 300 e a MP 2215-10, ainda não foram votadas, pessoal precisamos saír da inércia.