domingo, 8 de novembro de 2009

Agora é a comandante Dilma quem ataca a imprensa

Por Ana Flor, na Folha:

A digamos "ministra" Dilma Rousseff (Casa Civil) saiu em defesa ontem do presidente Lula, atacando a imprensa e a oposição. Dilma afirmou que existe uma “oposição quase midiática” no país e acusou segmentos da imprensa de “partidarização”.
Na semana passada, o governo Lula foi alvo de críticas do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. O cantor Caetano Veloso foi também a público dizer que Lula é “analfabeto e grosseiro”.
Ao falar a prefeitos e vice-prefeitos do PT ontem em São Paulo, Dilma disse que as alianças que o PT está construindo devem ser “uma das explicações para o crescente isolamento de setores políticos, basicamente a oposição, que se vê sem projeto, sem discurso e cada vez mais sem base social”.
Dilma disse ainda que há a “substituição da oposição partidária pela oposição quase midiática”. Ela voltou a classificar a oposição de “patética”, como fez no dia anterior, além de chamá-la de “desconexa” e vítima de um “excesso de vaidade”.
Ao se referir ao PT, disse que “nós somos de fato os grandes democratas do Brasil”.
Numa tentativa de municiar os prefeitos para defenderem o projeto petista na campanha do próximo ano, Dilma falou que o governo tem derrubado “dogmas” da oposição. Como exemplo, falou da crença de que “o povo é politicamente atrasado [e] precisa de formadores de opinião o orientando” -uma resposta às críticas de Caetano.
Dilma foi recebida por centenas de prefeitos e vice-prefeitos do PT em Guarulhos. Além de gritos de “Urgente, Dilma presidente” da plateia, os palestrantes brincavam, ao começar suas falas, dizendo “bom Dilma” -ao invés de “bom dia”.
A ministra subiu o tom dos ataques menos de uma semana depois de FHC criticar, em artigos para jornais, o “lulismo” que comandaria o grupo hoje no poder no país.
Em seu discurso, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, chamou o ex-presidente de “Fracassando Henrique Cardoso”.
Há poucas semanas, também em São Paulo, Lula criticou a imprensa, afirmando que o povo pensa por si e “não precisa de intermediários”. A fala de Dilma, muito aplaudida pela plateia petista, foi na mesma linha. Segundo ela, é “arrogância atribuir nossa popularidade como uma miopia” do povo.

COMENTO

Meus nobres amigos e leitores, o que se vê no Brasil, hoje, é um grande absurdo uma especie de “superpresidencialismo desbussolado, desnorteado e pitoresco”, em que se produz “a montagem de um novo bloco de bandidagem, corrupção e poder”. Talvez não seja um digamos subperonismo, como alertou no domingo passado, em artigo no Estado, o outro bandido caudilho e revanchista, mas algo pior. “Porque o populismo de Perón politizava, enquanto o pobrismo do Brasil avilta.”

A excelente e brilhante comparação é do historiador Carlos Guilherme Mota, professor titular de História Contemporânea da USP (aposentado) e de História da Cultura na Universidade Mackenzie, para quem Lula pratica “uma forma cordial, mas matreira, de evitar a implantação de uma moderna sociedade civil”. Respondendo ao “para onde vamos”. Mota diz que “há um fenômeno novo, estimulante, de uma nova esquerda liberal, republicana, socializante”, aparecendo nos EUA, na União Europeia, no Chile e até no Brasil, com figuras como Barack Obama, Michelle Bachelet, Segolène Royal e alguns outros.

Na verdade, este governo bandido, nocivo e super corrupto que está no poder da República conduz o Brasil para um subperonismo, absurdo e estúpido jamais visto antes na história da humanidade?

Não sei se o termo é esse, mas que se trata da crise mais grave desde que Cabral aqui pisou, isto é verossímel. Prefiro definir o grave cenário de banditismo institucionalizado e exacerbada corrupção edêmica, como: um superpresidencialismo desbussolado, desnorteado e pitoresco.

O Pior é que a nação brasileira assiste, bestificada, à montagem de um novo mega bloco de poder. O tratamento dado ao segmento social que o governo entende por povo tem algo em comum com o dos descamisados de Evita e de Perón, mas é pior, na medida em que se aproxima da política usada por outro super bandido Hugo Chavez, na Venezuela.

Em que isto é pior?

Porque o populismo de Perón politizava e o pobrismo daqui avilta.
O super assistencialismo brasileiro é deprimente, deplorável e abominável, pois trata esses pobres condenados da terra como fracassados. E as condições de melhoria social - tão sonhada e ensinada por grandes figuras do passado, são simplesmente pífias e ilusórias.

Aqui no país dos Petralhas e na República da corrupção, o capitalismo andou para um lado e a política social andou para outro. Basta ver que o governo não consegue encaminhar a questão dos sem-terra, por exemplo. Mas há, de fato, uma semelhança até física de um certo tipo de “neossindicalista” brasileiro de hoje com aqueles pelegos dos tempos de Getúlio Vargas, Perón, Ademar de Barros…

Como Perón nos anos 50 e nos 70, o desnorteado e desequilibrado Molusco ainda tem uma enorme aprovação para si e para seu corrupto governo.

Esse nocivo e caudilho só consegue isso porque põe em marcha uma mobilização autoritária em que aplica, magistral e perversamente, a velha metodologia da conciliação. O autoritarismo popular, praticado por Molusco, é uma forma cordial, mas matreira, de se evitar a implantação democrática de uma moderna sociedade civil. Com valores e regras respeitados, que valorize a formação da cidadania, as instituições do país, a constituição, as Forças Armadas e principalmente os militares, que são alvos de um exacerbado revanchismo, como nunca visto antes na história deste país.

BOM DOMINGO PARA TODOS.