sexta-feira, 26 de abril de 2013

Tropa de Elite, matamos o sistema, ou ele nos enterra


POR CARDOSO LIRA




Por Jorge Serrão – 

O Governo Dilma Rousseff – continuidade da mensaleira gestão Lula -acabou sem ter começado. O atestado de óbito foi assinado ontem pela ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. O aviso de que os juros voltam a dar uma subidinha em maio é a evidência de que teremos de conviver com a terrível “inflação” (aumento especulativo de preços por causas psicológicas e por causa de falhas políticas e econômicas estruturais cometidas pelo desgoverno, como os juros bancários altos, a carga de impostos que nunca baixa e a gastança pública sem qualidade e sempre crescente).

Para agravar ainda mais os problemas do desgoverno da Dilma, a petralhada instaura o regime anti-republicano do Congresso Supremo. Não adianta o bando de mitomaníacos do Executivo alegar que não estamos diante de uma grave crise institucional. Estamos, sim, e com o agravante de que a cada dia prospera o sistema do crime organizado (associação entre o poder político estatal e a bandidagem), sem que a Justiça tenha capacidade e velocidade de neutralizá-lo ou derrotá-lo, apenas usando o aparato supostamente “legal”.

Sorte (ou azar) da Dilma que a expressão militar do Poder Nacional, na ativa, parece desativada e sem disposição ou intenção de intervir politicamente – como várias vezes o “poder fardado” já fez na história da nossa imperial república capimunista. Como as Forças Armadas abrem mão do “poder moderador” que sempre exerceram (até o golpe de 1985, da Nova República, que as neutralizou), quem tenta ocupar o vazio da moderação é o Judiciário – com algum protagonismo político nas decisões jurídicas. É aí que o pirão institucional desanda de uma vez por todas.

Executivo legisla por medida provisória. Legislativo tenta se transformar em instrumento paralelo de julgamento, ditando como o Judiciário deve interpretar as leis ou recusando a interpretação constitucional do STF. E o Judiciário toma decisões políticas – como a “bem intencionada” tese da teoria do domínio do fato que permitiu a condenação dos mensaleiros, mesmo sem todas as provas objetivas para incriminar os corruptos com mais qualidade. Assim, com um poder se metendo na seara do outro, o Brasil fica ingovernável e na verdadeira vanguarda do atraso - refém do sistema do Crime Organizado.

Dos três poderes, ainda se enxerga alguma vontade em sérios e éticos membros do Judiciário em mudar alguma coisa para melhor. Assim mesmo, o sistema judiciário e o modelo legal tupiniquim ainda deixam a desejar em eficiência, transparência e na efetiva capacidade de fazer Justiça. Se não funciona direito o poder que pode por um freio e definir as punições para tantos desmandos e ações criminosas não funciona direito (perdão pelo trocadilho e pela redundância), o sistema republicano beira a anarquia e a anomia.

Do Executivo e do Legislativo fica evidente a intenção ideológica de manutenção e ampliação de seus poderes, para locupletação e vaidades. Claramente, os governantes e a classe política cuidam de seus próprios interesses, enquanto operam aliados a um sistema imposto pela Oligarquia Financeira Transnacional que de tudo fará para que o Brasil nunca cresça e se desenvolva de verdade, com liberdade, boa governança e efetiva segurança do Direito. Para piorar, nada se pode esperar como cobrança ou reação da grande massa de ignorantes brasileiros e brasileiras (como diria José Sarney - imortal vanguarda do atraso batizada pelo falecido Millôr Fernandes).

A desqualificada classe política deu a partida para a degringolada institucional. Tal processo – radicalizado agora – tende a ser um caminho sem volta. Vale repetir o que já foi dito neste Alerta Total: a inconstitucional Proposta de Emenda Constitucional número 33, que submete as decisões do STF ao Congresso Nacional, ferindo a independência e separação entre os três poderes republicanos, é apenas o primeiro passo do nazipetralhismo para submeter todas as instituições à vontade do Partido Político no Poder e seus esquemas políticos e de negócios.

A PEC 33 tenta mexer com cláusulas pétreas da Constituição de 1988 – o que é uma evidência de uma ditadura em curso. A proposta rasga os artigos 2º e 60 (parágrafo 4º, III) da Carta Magna. Qualquer analfabeto em Direito Constitucional sabe que Executivo, Legislativo e Judiciário são e devem ser poderes da União independentes e harmônicos entre si. Também está claramente escrito para qualquer analfabeto político que qualquer proposta que pretenda abolir a separação dos poderes não será objeto de deliberação ou emenda. A petralhada e seus comparsas sabem de tudo isto, mas o projeto deles, real, é reformar a Constituição para adequá-la aos interesses e necessidades de seus “esquemas”.

O mais grave de tudo é a inação da oposição (ou de quem deveria assumir a liderança do processo político para propor um modelo institucional focado em nossa realidade, para transformar o Brasil em uma nação livre, democrática, soberana e com padrão produtivo, educacional e Jurídico de primeiro mundo. Os segmentos esclarecidos da sociedade precisam se unir em torno de um projeto comum em favor do Brasil. Nunca antes na História do nosso País – para roubarmos a frase comum do mito $talinácio – houve um esforço real nesta direção e neste sentido.

É urgente definir, divulgar e demonstrar a viabilidade prática de um Projeto para o Brasil – focado na Segurança do Direito, na Liberdade política-econômica, nos princípios federalistas adequados e na visão empreendedora capitalista, superando o modelo capimunista que nos escraviza há muito tempo.

A maioria das pessoas de bem quer que as coisas melhorem, mas não sabem como podem ou devem contribuir para que isto aconteça. É hora de catalizar politicamente esta vontade para que tenhamos condições de formar uma Nação de verdade – e não a união das republiquetas estaduais, tiranizadas por um poder centralizado, submetido a ideologias inadequadas à realidade e ao bom senso, a fim de facilitar a governança do crime organizado.

O dilema nem existe, de tão simples que se apresenta. Mudamos o atual sistema. Ou o sistema vai acabar conosco no final das contas. Ou, como diria um Capitão Nascimento na pele de um defunto Brás Cubas do imortal Machado de Assis: “Matamos o sistema, ou ele nos enterra”.

Para tão importante missão, necessitamos, urgentemente, de uma “Tropa de Elite de Verdade” – que nem precisa ser fardada ou togada, mas vestida com o uniforme do Bem Comum, da Honestidade, da Ética e da capacidade de Gestão (a expressão prática da vontade política e estratégica aplicada ao justo, perfeito e eficiente resultado administrativo).

Vamos encarar a missão? Missão dada é missão cumprida... Bandido bom é bandido fora do nosso governo...  

POSTADO PELO LOBO DO MAR

16-04-2013 - O tiro no pé do Zé ou Metralhada no pé da petralhada

Entrevista: José Nêumanne Pinto

Militares abandonam em massa as forças armadas.


   Esse ano mais uma quantidade significativa de militares recém formados abandonou as forças armadas. Cite-se de passagem, e com destaque, a oficial piloto da FAB que ficou em primeiro lugar na Academia da Força Aérea, mas que em janeiro passado pediu baixa para assumir uma função burocrática na CGU. Pilotando um computador ela vai receber o dobro do que receberia pilotando um caça. Ela havia dito: “Recomendo a carreira de aviadora para as mulheres que, além do sonho de pilotar aviões, tenham um amor profundo pelo Brasil. Sem um desses requisitos, acho que não é possível”.
Oficiais engenheiros recém contratados pelas Forças armadas, e que tinham carreiras promissoras também estão prestes a ser desligados para ser admitidos pela Estatal Petrobrás, que paga salários bem melhores.  
Praças também não ficam atrás nessa “onda”, basta comunicar que estará se inscrevendo para um concurso para que não haja problemas no dia de realizar as provas. Uma pequena busca na internet e encontram-se relatos de vários sargentos que deixaram a caserna. Não é incomum durante uma blitz da polícia federal, ser vistoriado por um ex-militar, praça ou oficial.
-- O Capital Militar -- 
   Reportagens recentes dão a entender que além dos baixos salários existe outro fator que estimula a evasão. Assim que adquirem um pouco de experiência como profissionais das armas, principalmente aqueles que ingressaram nas forças armadas já tendo certa formação na vida civil, os novos militares percebem que além de habilidades militares e profissionais, para ascender até os últimos postos da carreira, o militar tem que ter também a habilidade em acumular o chamado “*capital militar”, e este nem sempre é adquirido por meio do cumprimento de missões ou pela destreza nas artes da guerra.
Correio Braziliense diz: "Ninguém assume isso lá dentro, mas o fato real é que, além do mérito, a questão política é um fator fortíssimo para um coronel ascender a general. E essa regra não é válida só no Exército. É o mesmo na Marinha e na Aeronáutica", diz um oficial da reserva que pediu anonimato.
O capital militar adquirido politicamente, pode ser maior na medida em que tenha-se trabalhado nos locais certos auxiliando com eficácia as pessoas certas, ou seja, um hipotético oficial que tenha servido no interior da Amazônia por dez anos, atuado com excelência num local inóspito no combate ao narcotráfico e realizado outras inúmeras missões perigosas, pode ter menos capital militar, portanto - menos condições de alcançar o Generalato - do que um oficial que tenha passado quase toda a carreira em serviços burocráticos no Planalto Central.
Reportagem de Correio Brasiliense diz: “Só em 2012, 245 oficiais militares deixaram as instituições. É como se um oficial deixasse o contingente militar brasileiro a cada dia útil do ano. Foi o maior volume de pedidos de demissão registrados entre militares do círculo de oficiais desde 2006. Só nos primeiros três meses deste ano, o Diário Oficial da União registrou a saída de outros 54 oficiais”.
*Livro: Militares Pela Cidadania – Editora Ponto da Cultura.
 Postado pelo Lobo do Mar

Entrevista: José Nêumanne Pinto

PEC 33: Planalto tenta lavar as mãos.


Gurgel, ao encerrar sua peça acusatória:

“Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era  subtraída
Em tenebrosas transações”


No Palácio do Planalto, a versão é que o governo também foi pego de surpresa com a aprovação, na quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que submete ao Congresso decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). nesta quinta-feira, diante de clima beligerante entre Congresso e Judiciário, o vice-presidente Michel Temer entrou em campo e formalizou a posição do Planalto contra a aprovação intempestiva da PEC 33.
— Eu lamento até dizer isso, mas acho que houve uma demasia. Na verdade, a palavra última deve ser sempre do Poder Judiciário, especialmente em matéria de constitucionalidade, e mesmo em matéria de vinculação de uma determinada decisão para os tribunais inferiores — disse Temer, que é advogado constitucionalista. A orientação do governo, segundo auxiliares palacianos, era retirar o assunto de pauta, mas o autor da proposta, deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), surpreendeu ao pedir preferência para a apreciação da matéria e conseguir aprová-la em votação simbólica, o que geralmente ocorre em temas que não são polêmicos.
No caso da liminar do ministro Gilmar Mendes suspendendo a votação do projeto contra os novos partidos, apesar da defesa que o Planalto faz da proposta, ao governo não interessa uma crise entre Judiciário e Legislativo. Por isso, Michel Temer conversou com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).
Nessa conversa, Temer disse não concordar com a PEC 33 nem com a liminar concedida por Gilmar Mendes. Considerou inadequada a liminar, pois, acredita, o STF só deveria se manifestar depois que o assunto tivesse sido aprovado. Mesmo assim, recomendou aos dois peemedebistas que abram um canal de diálogo com o Judiciário e não estimulem uma disputa entre os dois Poderes. ( O Globo)

Postado pelo Lobo do Mar