quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Apoio de Marina Silva a Campos pode significar tudo. Inclusive nada.

Por Cardoso Lira


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Com a expectativa de um quadro sem a ex-senadora Marina Silva na disputa presidencial, os partidos estão reavaliando as preferências do eleitorado. A última pesquisa Ibope, divulgada no mês passado, ajuda nesta equação ao mostrar que a migração dos votos da ex-senadora entre a presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador Eduardo Campos (PSB) é quase que homogênea, levando em consideração a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 
Entre os que disseram que optariam por Marina na corrida eleitoral para o Palácio do Planalto, 40% admitiram que votariam ou poderiam votar em Aécio; 36% em Dilma; e 32% em Campos.

Para Eurico Figueiredo, professor titular da pós-graduação de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), a distribuição tem uma explicação: — O eleitor da Marina não tem uma oposição marcada. Na eleição passada, foi mais um voto de descontentamento do que um voto de apoio à candidata. Por outro lado, a maior rejeição dos marineiros vai para Dilma. De acordo com a pesquisa, 60% dos eleitores da ex-senadora declararam que não votariam na presidente de jeito algum. Em relação a Aécio Neves e a Campos, esses percentuais são de 31% e de 27%, respectivamente.

A ex-senadora se filiou ao PSB, partido presidido pelo governador de Pernambuco, depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o registro do Rede Sustentabilidade. Mas, a pesquisa mostrou que Campos ainda é desconhecido no eleitorado de Marina: 36% disseram não conhecê-lo suficiente para opinar se votariam nele, e 5% não sabiam ou não opinaram.

Ainda pairam dúvidas se Marina poderia ser a candidata à Presidência no PSB, em vez de Campos. Mais da metade dos eleitores do governador (51%), com certeza votariam ou poderiam votar em Dilma; 48% em Marina e 43% em Aécio Neves. A pesquisa foi realizada de 12 a 16 de setembro de 2013, antes de Marina e Campos se unirem. Foram realizadas 2.002 entrevistas em 141 municípios. (O Globo)




Uma briga intestina na cúpula petralha, com repercussões políticas imprevisíveis na coesão do PT para a reeleição de 2014, pode ser a causa do recente “vazamento” de informações nos bastidores governamentais advertindo sobre “problemas” na fusão bilionária entre a Oi e a Portugal Telecom. Dos subterrâneos do poder, pode emergir mais uma evidência dos permanentes conflitos ocultos de interesses entre Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu.

O Presidentro Lula e a eterna eminência parda petista Zé Dirceu são apontados, nas fofocas do mercado, como grandes incentivadores e interessados na megafusão entre as empresas de telefonia brasileira e portuguesa. A família da Silva, através da empresa do filho Fábio, é parceira da Oi. Dirceu sempre foi identificado como “consultor” da PT (ironicamente, a sigla da Portugal Telecom). Agora, surge a Dilma no cenário, para jogar água fria na união entre PT e Oi.

O Valor Econômico desta quinta-feira vaza a informação “de uma fonte do governo” classificando de “duvidoso o negócio, cujo sucesso depende da viabilidade da operação de capitalização de R$ 7 a 8 bilhões no mercado financeiro”. A mesma fonte oficial agourenta, não identificada pelo jornal, adverte que o governo “teme que não haja dinheiro novo na para investimentos no médio prazo”.

Na mesma linha de geração de desgaste ao negócio, a fonte governamental (apenas citada como “um assessor presidencial”) alimenta a intriga de que “o maior objetivo da fusão pode ter sido simplesmente a transferência de dívidas da holding que controla a Oi para as suas subsidiárias. Na visão da rede de intrigas, o governo estaria “preocupado” com o negócio.

Além de plantar a informação negativa de que foi “nada esclarecedora” a passada dada ontem pelo presidente da Oi, Zeinal Bava, nos escritórios do Ministério das Comunicações e da Anatel, em Brasília, o “assessor presidencial” oculto também fez a sombria previsão de que “os minoritários e os próprios fundos de pensão estatais podem adotar uma atitude mais cautelosa e evitar um aumento de capital na Oi”.

A publicação de tais comentários, vazados pelo Palácio do Planalto, tem tudo para aumentar a temperatura no inferno das relações intestinas da cúpula do PT e do Presidentro Lula com a Presidenta Dilma. O fato de o governo deixar vazar a informação de que vê com reservas a fusão entre a Oi e a PT pode escancarar uma autofágica briga dentro do PT, no momento em que o partido assimila o risco à reeleição de Dilma representado pela entrada em cena da chapa Eduardo Campos-Marina Silva.     


  



Postado pelo Lobo do Mar