sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Duas nódoas na história do Brasil.

Por Cardoso Lira

Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas – Tradução de Mário Faustino).


Se a ditadura militar é uma nódoa na história, a indústria da anistia é outra.
A democracia, sem qualquer sombra de dúvida, é o menos ruim dos regimes. Apenas sob a égide da democracia pode vicejar o indivíduo.

Nos Estados teocráticos da Antigüidade e nos regimes totalitários do mundo contemporâneo, não existe autonomia para os indivíduos, que são absorvidos pelo Estado. As ditaduras nem sempre são totalitárias, mas aspiram a sê-lo. Quando não o são é porque não são capazes disso, por falta de enraizamento social.

O nazismo de Hitler tinha profundas raízes na cultura Alemanha, marcada pelo preconceito contra os judeus muito antes de existirem campos de concentração. Já o militarismo não tinha raízes na anárquica cultura brasileira, por isso, jamais conseguiu ser totalitário.

Não faltaram tentativas de incutir na sociedade um apreço desmedido pela farda, que corria o risco de dividir a nação em “militares” e “paisanos”. Todavia, esse arremedo de totalitarismo não foi além do folclórico, do picaresco, do anedótico até.

Tanto que, hoje, inspira piadas. Algo bem mais difícil de se fazer em relação ao nazismo de Hitler.Em outras palavras, a história da República Federativa do Brasil é uma história de ditaduras com interregnos de democracia. Visto que não existe democracia onde o voto é obrigatório. Hoje vivemos uma "CLEPTEOCRACIA"(Governo de Corruptos e bandidos), a alta carga tributária, os impostos mais altos do planeta terra, são provas inequívocas disso. Pior do que qualquer ditadura militar.

Mas nenhuma dessas ditaduras nasceu de um elemento da própria cultura do povo e sim dos conflitos de poder de suas elites dirigentes, desde a Proclamação da República, iniciada com um golpe de Estado, até o regime militar de 1964, quando os militares tomaram o poder. Entretanto, a se crer nos presos políticos de nossa última ditadura — nem melhor nem pior do que as outras — a nação brasileira como um todo é que é culpada pelo golpe de Estado de 31 de março de 1964.

Porque, passados mais de 40 anos desse golpe, ele continua sendo utilizado como uma bandeira oportunista. Já está mais do que na hora de outro 64.

Pessoas que nunca sofreram de verdade nas mãos do regime militar alegam que tiveram suas vidas prejudicadas e cobram milionárias indenizações que, em última instância, são pagas pelo contribuinte.

Trata-se de uma verdadeira indústria da anistia, beneficiando pessoas comprovadamente muito bem de vida com pensões nababescas e vitalícias. O caso mais notório é o do jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, que, além de receber 1,4 milhão de reais de atrasados, ainda terá uma pensão vitalícia, mensal, no valor de 19 mil reais.

Diante desse descalabro em que se tornaram as pensões para anistiados, o juiz Paulo Alberto Jorge, da 1ª Vara de Guaratinguetá, numa ação movida pelo Ministério Público, determinou que os anistiados não devem receber pensão superior a 3.400 reais por mês, teto que toma como parâmetro o regime da Previdência Social.

Numa entrevista ao jornal O Globo, de quinta-feira, 25, o juiz explicou: “As pessoas que recebem menos são as mais necessitadas”. E deu o exemplo de Carlos Heitor Cony, comparando-o com o da viúva de Manuel Fiel Filho, que foi morto na prisão pela ditadura. Enquanto a indenização de Cony é uma Mega-Sena, a da viúva de Manuel Fiel Filho é de 900 reais por mês e 300 mil reais de atrasados.

Se a decisão do juiz paulista prevalecer nas instâncias superiores, todos aqueles que se locupletam em pensões milionárias terão de devolver a diferença aos cofres públicos.

Em Goiás, a situação não é diferente. O governo Marconi Perillo vem sendo permanentemente pressionado a pagar pensões milionárias para pessoas supostamente prejudicadas pela ditadura. Já são 13 os perseguidos políticos que estão recebendo pensão ou indenização no Estado. Segundo reportagem do Diário da Manhã, de sexta-feira, 26, cinco ex-deputados estaduais que solicitaram pensão “não sofreram ato de exceção durante o mandato”, segundo consta no decreto que autoriza o pagamento. Outras 13 pessoas já recebem uma indenização da União pelos mesmos motivos.

Ou seja, é como se tivesse havido no Brasil não uma só ditadura militar, mas uma federação de ditaduras estaduais, cada uma responsável por seus próprios anistiados. Como se vê, a ditadura militar tornou-se uma fonte de renda para algumas pessoas. Não lhes passa pela cabeça que o dinheiro de suas indenizações sai do bolso sofrido do contribuinte que nada tem a ver com os desmandos de ditadura alguma?

Mais grave é que, além do aspecto material (o prejuízo causado aos cofres públicos), essas indenizações causam um dano moral (um atentado à igualdade entre as pessoas). As vítimas inocentes dos guerrilheiros de esquerda (pois os guerrilheiros de esquerda também mataram e machucaram pessoas) não contam com o mesmo amparo que as vítimas dos militares obtêm do Estado.

Os pais do soldado Mário Kozel Filho (uma das vítimas da guerrilha) vão ter de esperar um projeto de lei tramitar no Congresso, enquanto os valores das indenizações concedidas aos perseguidos ou supostos perseguidos pelo regime são decididas em medida provisória. Quem põe o dedo nessa gritante desigualdade é Orlando Lovecchio Filho, ele próprio uma vítima da guerrilha: perdeu uma perna, aos 22 anos, por conta de uma bomba da Vanguarda Popular Palmares (VPR) posta em frente ao consulado norte-americano, em março de 1968. Seu artigo está sendo divulgado pelo Grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), formado por militares. Como se vê, a indústria da anistia dilapida o país, divide a nação e faz da injustiça uma política de Estado. Onde o Próprio " Ignóbio Molusco" recebe nada menos de R$5.000,00 por mês, por ter ficado menos de 12 horas preso, Isso seria uma monstruosa vergonha se não fosse um exacerbado crime contra o dinheiro público ou Lesa-pátria.

"O futuro cobrará justiça, daqueles que tentaram falsificar a própria história". (Cardoso Lira)

KIT GAY II - HOMOSSEXUALIDADE NAS ESCOLAS PÚBLICAS

Por que um “chefe de quadrilha” quer regulamentar “a mídia”? Ou: Os jornais do Dirceu

Por Cardoso Lira

"O Aviltamento do Marxismo pelos oportunistas, corruptos e bandidos que estão no poder da República. Nenhum político farsante escapará da vala comum reservada aos falsificadores da história". (Cardoso Lira)

"Nenhum homem morrerá por afirmação de suas atitudes". (Nietzche)

Por Reinaldo Azevedo

O deputado cassado por corrupção José Dirceu, “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral da República — não sei se vocês notam que passei a usar um tom mais conciliador com o rapaz que se esgueira em quartos de hotel, como fazem certas profissionais remuneradas, de apelo verdadeiramente bíblico —, foi a grande estrela de uma seminário promovido pelo PT para defender a “regulamentação da mídia”. Eles adoram este nome: “mídia”. Faz supor que exista um grupo de pessoas que fica conspirando contra os interesses do povo. E “povo”, como vocês sabem, é coisa para Zé Dirceu. É por isso que, em vez de atuar como lobista de multinacionais e de alguns outros potentados que querem mamar nas tetas do estado, este revolucionário está organizando as massas ora na periferia de São Paulo, ora no interior do Maranhão… Sobre Che Guevara, o Porco Fedorento, diga-se ao menos que tinha coragem física, né? Dirceu? Nem isso! Sempre esperou que outros corressem risco por ele… Mas vamos seguir.

A VEJA Online traz dois excelentes textos sobre o seminário, de Carolina Freitas (aqui e aqui). Na sua exposição, o chefe de quadrilha afirmou: “Os proprietários de veículos de comunicação são contra nós do PT. Fazem campanha noite e dia contra nós. Só lamento que não haja jornal de esquerda, que seja a favor do governo.” Todo mundo sabe que há hoje uma corja na imprensa financiada com dinheiro público, inclusive de estatais, para, como direi?, “falar bem” do PT, em especial quando o partido não merece.

Dirceu é obcecado pelo tema. E também pela imprensa. Tão obcecado que, em seu raio de atuação como “consultor de empresas privadas”, estão alguns jornais. Ele é apontado no mercado como “o” homem, no Brasil, do grupo português Ongoing, que já é dono dos jornais “Brasil Econômico”, do qual o “chefe de quadrilha” é colunista, “O Dia”, “Meia Hora” e “Marca”. O grupo busca um jeito de investir em TV.

Qual é o truque? A Ejesa (Empresa Jornalística Econômico S.A.), que edita esses jornais, tem 70,1% de seu capital em nome de Maria Alexandra de Almeida Vasconcellos, brasileira, mas casada com Nuno Vasconcellos, presidente do Ongoing, dona dos outros 29,9%. Em Portugal, dá-se como certo que é o grupo que comanda esses veículos por aqui. No meio político, o “Brasil Econômico” é chamado “aquele jornal do Dirceu”. Evanise Santos, namorada do réu, é diretora de marketing institucional da Ejesa. O Ministério Público Federal de São Paulo abriu investigação para apurar a atuação do grupo português no Brasil.

Dirceu e os petistas defendem o que chamam “regulamentação”, como se não houvesse lei nenhuma no Brasil. E há. Uma delas é justamente a que proíbe que estrangeiros sejam donos de veículos de comunicação.

É PRECISO REGULAMENTAR AS RELAÇÕES DE JOSÉ DIRCEU COM A MÍDIA, ESPECIALMENTE NO CAPÍTULO QUE TRATA DA POSSE DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO POR ESTRANGEIROS.

Comento

Na verdade, no partido da trambicagem, essa super organização criminosa, só tem corruptos e bandidos, só que alguns são ainda piores do que outros, esse tal Zé é abominável e exacerbadamente nocivo para a nossa pobre e definhada República.


700 milhões a mais na Copa de Mato Grosso: farsa foi montada com aval da Dilma.

Após pressão de governadores, a presidente Dilma Rousseff ordenou ao Ministério das Cidades que mudasse a toque de caixa projetos de transportes para a Copa-2014. Graças à interferência, as cidades de Salvador (BA) e Cuiabá (MT) puderam trocar o BRT (ônibus em corredores exclusivos) por sistemas mais caros e com conclusão mais demorada, como metrô e VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos. Os governadores Jaques Wagner (PT-BA) e Sinval Barbosa (PMDB-MT) capitanearam o lobby pela mudança.

Em Cuiabá, houve inclusive substituição de um parecer técnico favorável ao BRT por outro defendendo o veículo leve, conforme noticiou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo". Na Bahia, Jaques Wagner recebeu o sinal verde de Dilma em 5 de agosto, durante viagem no avião presidencial a Salvador. Até então, a presidente insistia nos sistemas de transporte do plano original da Copa. O BRT tinha sido priorizado pelo governo federal em 2009, sob a justificativa de que os outros sistemas não seriam concluídos a tempo do Mundial de futebol. Empreiteiras e empresas de equipamento ferroviário, entretanto, se opuseram e passaram a pressionar pela alteração.

O ministro Mário Negromonte (PP) chegou a esboçar resistência à mexida, mas cedeu ao lobby que teve a participação até do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Em Salvador, onde o projeto de BRT já tinha até financiamento garantido, a solução foi simplesmente retirar o plano do PAC da Copa. Dias após a determinação do Planalto, o Ministério das Cidades desconsiderou portaria interna e abriu brecha em outro programa federal, o PAC Mobilidade Urbana Grandes Cidades, para acolher o metrô soteropolitano. Além disso, ainda em agosto, Negromonte autorizou que fosse dilatado o prazo para análise dos projetos de transporte dos Estados. Em outubro, ampliou novamente o limite.

Em Cuiabá, a troca do BRT pelo VLT representou um aumento de 140% nos custos -de R$ 500 milhões para R$ 1,2 bilhão. Segundo a reportagem do "Estado", a manobra foi feita com participação do chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto. O jornal divulgou trechos de gravação de reunião em que a diretora do departamento de mobilidade urbana do ministério, Luiza Gomide, contou a colegas que recebera orientações superiores e que o trabalho deles era "para o governo". Na conversa, ela menciona também ter recebido instruções de Guilherme Ramalho, coordenador de infraestrutura da Copa e servidor do Ministério do Planejamento. O Ministério Público Federal de Brasília decidiu ontem investigar se houve improbidade administrativa por parte de funcionários do Ministério das Cidades.

O Planalto defendeu que "toda irregularidade" no projeto de Cuiabá deve ser investigada, mas sustentou que a mudança de modelos foi legal, amparada em projeções de demanda e amplamente discutida em público. Segundo a Presidência, o BRT teria um tempo de vida curto por conta do aumento de usuários. Além disso, o custo da troca de modelo caberá aos Estados. O caso, ainda segundo o Planalto, não afeta a posição de Negromonte. Ele segue no governo, mas deve sair na reforma ministerial de 2012. Negromonte sofre desgaste desde agosto, quando rachou a base de apoio dentro do seu partido, o PP.(Da Folha de São Paulo)