domingo, 5 de janeiro de 2014

Ano novo, nada novo, tudo velho


Por Luiz Sérgio Silveira Costa

“Ano novo, nada novo, tudo velho: nas praias, sujas, arrastões, flanelinhas e cachorros levados por seus donos; bicicletas nas calçadas, corredores nas ciclovias, skatistas na área para pedestres; pobres, que receberam imóveis, os vendem e voltam a reinvidicar outro; indios, podem tudo: invadir, pintados para o combate, com bodurnas e facões, estabelecimento público e obrigar funcionária a se demitir, e até criar postos de pedágio em estradas públicas; apagões elétricos, e de trem turístico; presídios dominados pelos bandidos, que estupram e decepam cabeças; na economia, apesar da maquiagem, colecionamos titulos de “o pior”.

Na política, Renan não se corrige, não faltam denúncias e assinaturas contra ele, mas é tolerado... Apesar de o sucesso do “tolerância zero” nos EUA, aqui, vige o mantra esquerdista, da “tolerância infinita”, do “é proibido proibir”, em que não se pode nem dizer que o menor foi preso, mas “apreendido”, o que dá votos, as eleições estão aí, o país que se dane! Pena que a gentileza dos caridosos com os menores não seja correspondida por eles...

Como bem disse, desde o tempo da União Soviética, o embaixador J.O. de Meira Penna:

“Há países, como a Alemanha e a Suiça, em que tudo é proibido, menos o que é permitido. Nessas nações triunfam as leis, as regras, os regulamentos, sob a égide do verbotten. O segundo tipo é o de países como a Inglaterra, o tipo ideal, em que tudo é permitido, salvo o que é proibido. O terceiro tipo é o totalitário, tipo soviético, onde, não obstante exista uma Constituição que garante as liberdades e direitos humanos, tudo é proibido, mesmo aquilo que é permitido... O quarto tipo é o de países antinômicos e  anárquicos, como o nosso, onde tudo é permitido, mesmo aquilo que é proibido...

Basta de tolerância! Está na hora de o País se tornar intolerante com os que afrontam a lei e a ordem, antes que a vida aqui se torne intolerável! Como o povo de Humaitá, nome que honra a história heróica e reativa do país, Reage Brasil!! “


Luiz Sérgio Silveira Costa é Almirante reformado.

Por Paulo Roberto Gotaç

Muito se comenta sobre a atuação pífia e a falta de senso de oportunidade da oposição em relação aos acontecimentos impregnados de corrupção e à divulgação de dados desastrosos e preocupantes da economia, que estão marcando a atuação do executivo e do partido que está há 12 anos no poder. 

A questão maior parece ser, no entanto, não tanto a ineficiência dos políticos que não se alinham com a situação, mas a pouca exposição que a imprensa vem-lhes concedendo, em profundo contraste com as aparições e declarações quase que diárias da presidente Dilma e dos de sua equipe nas grandes redes de formação de opinião, mesmo que, em alguns desses veículos, se verifique um posicionamento de confronto com o governo, o que faz com que toda essa agitação midiática sufoque muitas vezes os brados desfavoráveis, criando uma assimetria que não é saudável para o bom jogo democrático. 

E o governo parece perceber com indisfarçável satisfação o desenvolvimento de tal tendência, dando a impressão que lhe convém alimentar o velho mote "falem mal mas falem de mim". 

É preciso, mais do que nunca, neste ano que se inicia e que promete ser agitado, no qual a sociedade tentará uma nova opção, que os líderes oposicionistas percebam a armadilha e passem a garimpar um espaço mais ampliado de manifestações, mesmo que às vezes elas resultem em reações difamatórias, para que suas vozes consigam ser ouvidas. 

Afinal, o jogo político é bastante sujo e, diante do nosso atual panorama eleitoral, ninguém é bem sucedido se se apresentar somente com virtuosismo em poucas oportunidades. 

Ou seja, é preferível vender com boa frequência a imagem de bom moço, mesmo correndo o risco de às vezes ser tachado de mau, do que parecer sempre bom, com baixa frequência.


Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.
POSTADO PELO LOBO DO MAR