sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ALIADOS FAZEM "ESCAMBO" NA ESPLANADA PARA GARANTIR COMANDO DE MINISTÉRIOS

Por João Domingos e Eugênia Lopes, no Estadão:

Enquanto a presidente eleita, Dilma Rousseff, descansa até domingo da jornada das eleições, os partidos aliados trabalham para assegurar o maior espaço possível no futuro governo. O PMDB, por exemplo, fez chegar ao PR a proposta de um escambo no feudo ministerial: a Agricultura, hoje ocupada por Wagner Rossi, ligado ao vice eleito, o peemedebista Michel Temer, seria trocada pelos Transportes.

Se a negociação der certo, e se Dilma concordar, o PR poderia indicar o senador eleito Blairo Maggi (MT) para a Agricultura. E o PMDB passaria a cuidar da pasta que desde 2003 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou ao PR, primeiro para Anderson Adauto, hoje prefeito de Uberaba, depois para o senador Alfredo Nascimento, que disputou o governo do Amazonas e perdeu.

O Ministério dos Transportes deverá investir R$ 17 bilhões nas rodovias federais em 2011, 36% a mais dos que os R$ 12,5 bilhões deste ano - R$ 5 bilhões em manutenção de rodovias e outros R$ 7,1 bilhões na ampliação da malha rodoviária.

O PSB espichou o olho para um ministério na área da infraestrutura. Em reunião da Executiva Nacional do PSB, ontem, os socialistas concluíram que cairia bem ao partido um ministério tocador de obras em lugar do técnico Ciências e Tecnologia, há oito anos sob o seu comando.

“Um ministério na área da infraestrutura para o PSB seria melhor do que o de Ciência e Tecnologia, porque nós elegemos seis governadores, quase todos de Estados pobres que necessitam de muitas obras”, disse o governador reeleito do Piauí, Wilson Martins. O deputado Júlio Delgado (MG) concordou: “Seria uma forma de a presidente Dilma mostrar o diferencial em relação ao presidente Lula.”

COMENTO

Muito bem, ainda temos o PMDB a maior legenda de aluguel do planeta terra, com sua sêde exacerbadas por cargos público, principalmente os de primeiro escalão da República. Como nunca antes visto, na história deste país.....

A alta temperatura do inferno de Dante Alighieri aumenta bastante, uns mil graus centígrados a cada reunião entre a cúpula dos “aliados” e a facção do PT/PMDB.

Já surgem até alguns boatos estranhos e ameaçadores sobre o complicado casamento político de fachada que dará sustentação à futura presidente Dilma Rousseff. No mais forte deles, o temido e abominável, Michel Temer teria avisado que sequer assumiria a vice-presidência, se o PMDB não for atendido em todos os seus pleitos e mais alguma coisa.

Acreditar em tal bravata é inocência. Mas outras ameaças impublicáveis - e que não circulam no tsunami de boatarias - devem estar rolando entre petistas e peemedebistas. Da nesna forma como a disputa interna de poder dentro do PT, para ver quem fica próximo da Dilma, também deve fazer vítimas em breve. A tentativa de fritar ou afastar o super carrasco do caseiro Francenildo. Antônio Palocci Filho de um cargo importante no governo é um mega e super arakiri petralha molusquiano.

O super poder de Palocci vai muito além do PT. As vozes a favor dele vêm lá de fora. Os porta-vozes da Oligarquia Financeira, os novos templários, já se manifestam em favor dele. A mais recente edição da conceituada revista britânica Economist adverte que investidores defendem a permanência de Henrique Meirelles no Banco Central e que estão de olho em Antonio Palocci. Segundo a revista, se Dilma escolher Palocci para a Casa Civil ou colocá-lo de volta no Ministério da Fazenda, ganhará a confiança do setor empresarial.

A conceituada revista britaânica Economist também avisa que Dilma Rousseff terá de provar que tem ideias próprias e que sairá da sombra do Molusco: ”Ela terá de convencer os céticos de que não é apenas o Lula de batom”. Os britânicos alegam que Rousseff abrirá um precedente muito ruim para o Brasil se permitir que Molusco permaneça no poder da nossa República, seja de forma ativa ou passiva.