sábado, 24 de agosto de 2013

AULA DE SOCIALISMO NAS ESCOLAS

Trecho do Livro Tibetano do Viver e do Morrer



Por   PATRICK GAFFNEY AND ANDREW HARVEY - Londres

A VIAGEM ATRAVÉS DA VIDA E DA MORTE 

Para Buda, podemos usar nossas vidas para preparar para a morte. Não precisamos esperar pelo doloroso momento da morte de alguém muito próximo de nós para olharmos para nossas vidas. 

Não estamos condenados a ir, de mãos vazias, para o encontro da morte desconhecida. Podemos começar, aqui e agora, a encontrar o sentido de nossas vidas. Podemos fazer de cada momento uma oportunidade para mudarmos e prepararmo-nos – sincera, certamente e pacificamente – para a morte e a eternidade. 

Na visão central dos ensinamentos das mais antigas escolas Budistas do Tibet, a vida e a morte são vistas como um todo, sendo a morte o começo de um outro capítulo da vida. A morte é o espelho no qual a vida inteira encontra-se refletida.

No Livro Tibetano dos Mortos aprendemos que a vida e a morte se apresentam como uma série constante de mutações e transições de realidades chamadas “bardos”. A palavra “bardo” é comumente usada para indicar o estado intermediário entre a morte e o renascimento, porém, na realidade, bardos estão acontecendo continuamente, vida afora, morte adentro e nos pontos de junção, que é quando a possibilidade de libertação e iluminação é aumentada. 

Os bardos são poderosas oportunidades para a libertação. Em nossa vida existem certos momentos, muito mais carregados de potencialidades, quando o que quer que se faça tem um efeito crucial e de longo alcance. O bardo é o momento em que você dá um passo à beira de um precipício; é o momento em que o mestre transmite ao aluno a essência, original e profunda, da natureza de sua mente... E o mais importante de todos é o momento da morte.

Do ponto de vista Tibetano Budista, podemos dividir nossa existência em quatro realidades interligadas (1) vida, (2) morrendo e morte, (3) depois da morte e (4) renascimento. Estes são conhecidos como os quatro bardos: (l) o bardo do percurso desta vida, (2) o doloroso bardo de morrer, (3) o luminoso bardo do dharmata (intrínseca natureza de tudo, a essência das coisas) e (4) o bardo cármico de tornar-se. 

A pergunta geral é: como se pode ter chegado a este conhecimento? 

Infelizmente, a grande maioria dos cientistas continuam a reduzir a mente a meros processos físicos do cérebro, o que contraria o testemunho de milhares de anos de experiência mística e meditação de todas as religiões.

Os ensinamentos do bardo mostram, claramente, o que acontecerá se nos prepararmos para a morte, e o que acontecerá se não o fizermos. 

A escolha não poderia ser mais simples. Se recusamo-nos a aceitar a morte agora, enquanto estamos vivos, sofreremos por toda a vida, no momento da morte e depois. 

Os efeitos desta recusa destruirão esta vida e todas as próximas vidas. Não seremos capazes de viver nossas vidas completamente; permaneceremos prisioneiros em um aspecto de nós mesmo que tem que morrer. Esta ignorância roubar-nos-á a base da jornada para a iluminação, e nos prenderá para sempre no incontrolável ciclo de nascimentos e mortes, no oceano de sofrimento que os budistas chamam de “sansara”.

Por outro lado, a mensagem fundamental dos ensinamentos Budistas é a de que, se nós nos preparamos, há uma enorme esperança, não só na vida, mas também na morte. 

E esta preparação terá que ser feita agora, em vida, o que tornará a morte, não uma perda, mas um triunfo: o mais glorioso momento da vida. 

2. IMPERMANÊNCIA
O homem que aprende como morrer, liberta-se da escravidão. (Montaigne) 

Por que temer a morte? Por que recusarmo-nos a olhá-la? Esta coisa chamada defunto que tanto tememos, está vivendo dentro de nós, aqui e agora. Quanto mais tempo adiarmos encarar a morte, quanto mais a ignorarmos, tanto maior será o medo. Quanto mais fugimos do medo mais monstruoso ele se torna.

A morte é um grande mistério, mas há duas certezas: É absolutamente certo que vamos morrer, e é incerto quando ou como morreremos.

Talvez a mais profunda razão porque tememos a morte seja porque não sabemos quem somos. Acreditamos ser uma pessoa única, mas, na verdade, nossa identidade depende inteiramente de uma coleção de coisas que nos constroem: nosso nome, nossa “biografia”, família, casa, emprego, amigos, conta bancária... E é sobre esta frágil e transitória base que apoiamos nossa segurança. Retirando tudo isto ficamos diante de nós mesmos, uma pessoa que não conhecemos, um estranho inútil com quem estivemos vivendo todo o tempo, mas nunca, realmente, quisemos encontrar. 

Tentamos preencher cada momento de tempo com ruidosa atividade, mesmo que seja desagradável ou superficial, a fim de não sermos deixados em silêncio com este estranho que somos nós.

Vivemos com uma suposta identidade, somos Alice no País das Maravilhas, hipnotizados pelo castelo de areia sobre o qual construímos nossa vida. Este mundo pode ser convincentemente maravilhoso até que a morte acabe com a ilusão e nos retire do nosso esconderijo. O que acontecerá conosco se não tivermos qualquer pista de uma realidade mais profunda? 

Quando morremos deixamos tudo para trás, principalmente este corpo de que tanto gostamos e no qual nos apoiamos cegamente, tentando mantê-lo vivo. 

Em nossa mente também não poderemos nos apoiar naquele momento final. Examine sua mente por alguns minutos. Verá que ela é como uma mosca, constantemente indo para lá e para cá. Verá que seus pensamentos, varridos pelo caos de cada momento, surgem sem qualquer razão, sem nenhuma conexão. Nós somos vítimas da incerteza de nossa mente. Apoiarmo-nos nela no momento de nossa morte é um jogo fatal. 

Quanto mais o homem vive mais estúpido se torna, devido a sua ansiedade para evitar a inevitável morte.

Ele vive buscando o que estará sempre fora de seu alcance! Sua sede pela sobrevivência no futuro faz com que ele seja incapaz de viver o presente. CHUANG TZU|

Agora, se nosso mais profundo desejo é, verdadeiramente, viver e continuar vivendo, por que, cegamente, insistimos que a morte é o fim? Por que não, pelo menos, tentar explorar a possibilidade de que pode existir uma vida depois? Por que, se somos tão práticos como apregoamos, não começamos a nos perguntar seriamente: “onde o nosso futuro real repousa?” 

3. LABOR DO NADA 
Quantas coisas fazemos no dia a dia que não tem, realmente, qualquer significado? Arrumar a casa, dar comida ao cachorro, lavar a louça, compras para suprir a geladeira, lavar, passar, pintar as unhas, telefonar. São as responsabilidades diárias (ou deveríamos chamá-las irresponsabilidades?)

A vida nos leva e perdemos o controle dela. Às vezes alguém se pergunta: “O que eu estou fazendo com a minha vida?” Mas logo a seguir tem que voltar ao torvelinho usual.

A palavra tibetana para corpo é “lü” que significa alguma coisa descartável, como “bagagem”. Todas as vezes que dizemos “lü”, lembramo-nos do viajante refugiado, temporariamente, dentro de seu corpo.

Ramakrishna disse a um de seus alunos: “se você despendesse UM DÉCIMO do tempo que despende para distrair-se, namorar e fazer dinheiro, em práticas espirituais, estaria iluminado em alguns anos!”

No Tibet ninguém ocupa o tempo para tornar mais confortável suas circunstâncias externas. Satisfazem-se em o ter o que comer, roupas e um teto sobre suas cabeças. 

Obsessivamente, tentar melhorar nossas circunstâncias pode tornar-se uma finalidade em si mesma. Será que alguém pensaria em redecorar seu quarto de hotel cada vez que nele se hospedasse? 

Hoje eu estou vivo, amanhã, por acidente ou ataque cardíaco, posso não estar. Diz um dito tibetano: “Amanhã ou a próxima vida – o que vem primeiro, nós não sabemos”. 

Temos que nos perguntar realisticamente: “E se eu morrer esta noite?”

É importante refletir calmamente, sempre e sempre, que a morte é real e virá sem aviso. 

O ser humano passa toda a sua vida preparando-se, preparando-se, preparando-se... Chega à próxima vida sem qualquer preparação. ( DRAKPA GYALTSEN )

4. LEVANDO A VIDA A SÉRIO

NUVENS DE OUTONO 
No mosteiro de Nejpal Dilgo Khyentse Rinpoche terminou sua lição dizendo: “nestes meus setenta e oito anos vi tantos jovens morrerem, tantos velhos morrerem, tantos que ocupavam altas posições tudo perderem, tantos países mudarem, tantas tragédias... e eu me pergunto sempre: ‘por que tudo muda?’ E só há uma resposta que volta a minha mente: Assim é a vida. Nada, absolutamente nada permanece da mesma forma.

Disse Buda

“Nossa existência é tão passageira quanto as nuvens de outono. Assistir ao nascimento e à morte é como olhar o movimento da dança. Uma vida é como um relâmpago que ilumina o céu”

Uma das principais razões da angústia e dificuldade de encarar a morte é ignorarmos a verdade da impermanência.

Você já cogitou e compreendeu a verdade da impermanência? Já se apercebeu como seus pensamentos, respiração e todos os movimentos da sua vida têm se transformado? 

REFLEXÃO E MUDANÇA 

PROFUNDA MUDANÇA 
A reflexão sobre a morte visa operar a mais profunda mudança. 

Olhar a própria morte não é amedrontador ou mórbido. Reflita sobre a morte quando estiver relaxado e confortável, em sua cama, num feriado, ou ouvindo a música que o agrada? Por que não refletir sobre a morte quando se está feliz, com saúde e confiante? 

O resultado da frequente e profunda reflexão sobre a morte resultará em que você passará a ver com desgosto seus padrões habituais de vida e, com o tempo, estará pronto a deles libertar-se com facilidade. A contemplação da morte dar-lhe-á um profundo senso de renúncia à futilidade do seu passado e profunda força e confiança de que você não está preso aos seus velhos hábitos, pode libertar-se deles e pode mudar e crescer mais e mais livre.

O PULSAR DA MORTE 
A vida nada mais é do que uma contínua dança de nascimentos e mortes. A dança da mudança. Sempre que ouço as ondas batendo na praia, ou as batidas do meu coração, reconheço o som da impermanência. Estas mudanças, estas pequenas mortes, são os nossos elos com a morte. Elas representam o pulsar do coração da morte, preparando-nos para que abandonemos tudo a que nos apegamos.

É importante conscientizar estas mudanças agora, em vida, por ser este o caminho real de preparação para a morte. A impermanência, que para nós significa angústia, leva-nos a nos agarrarmos desesperadamente às coisas, mesmo sabendo que todas elas mudam. 

Aprender a viver é aprender a despojar-se. 

Contemplar e compreender a impermanência não é suficiente. Tem-se que assimilá-la. Aqui e agora, é o laboratório das mudanças. Com cada mudança compreendemos um pouco mais e nossa visão da vida se torna mais profunda. 

Embora nos tenha sido ensinado que se nos despojarmos acabaremos sem nada, a vida nos revela repetidamente o oposto: despojarmo-nos é o caminho para a real liberdade. 

Cada vez que reconhecemos a impermanência nas perdas e decepções da vida, chegamos mais perto da verdade. Se se cai, do chão não se passa. O chão é a verdade. Se se tem a compreensão, que vem da prática espiritual, nenhuma queda representará um desastre, sendo, ao invés, a descoberta de um refúgio mais profundo.

As dificuldades e os obstáculos, se bem compreendidos e usados, podem tornar-se uma inesperada fonte de força. Na biografia dos grandes mestres, você verá que, se eles não tivessem encontrado dificuldades e obstáculos, não teriam descoberto a força necessária para superá-los.

A MENSAGEM DA IMPERMANÊNCIA. 

Olhe mais atentamente a impermanência e encontrará nela uma outra mensagem, uma outra face, uma grande esperança, que abrirá seus olhos para a natureza fundamental do universo, e para o nosso extraordinário relacionamento com ele. 

Se tudo é impermanente, então tudo é, pode-se dizer, “vazio”, sem duração, estabilidade e existência própria? No entanto, as coisas quando vistas e compreendidas na sua verdadeira relação entre si, aparecem-nos, na verdade, como interdependentes com todas as outra coisas. Buda comparou o universo a uma vasta rede tecida por um sem número de jóias brilhantes e variadas, cada uma com um incontável número de facetas. Cada jóia reflete em si mesma todas as outras jóias da rede e é, na verdade, una com todas as outras.

Pense nas ondas do mar. Vistas de certa forma, parecem ter uma identidade própria, um fim e um começo, nascimento e morte. Vista de outra forma, a onda, em si mesma não existe; é, simplesmente, um formato tomado pela água, “vazia” de qualquer identidade, mas “cheia” de água. Assim, quando você reflete sobre a onda, conclui que ela foi produzida, apenas temporariamente, pelo vento e pela água e depende de um jogo constante de mutáveis circunstâncias. Você também compreende que toda onda esta relacionada com todas as outras ondas. Nada tem existência própria.

Pensemos numa árvore como num objeto distinto, definido (e, de uma certa forma, como a onda também o é). Mas quando você olha mais atentamente verá, que em última instância, ela também não tem existência independente. Ela se dissolve numa rede extremamente sutil de relacionamentos que se estende através do universo. A chuva que cai em suas folhas, o vento que a balança, o solo que a nutre, a luz da lua e o calor do sol – tudo faz parte da árvore. Indo mais fundo em sua análise descobrirá que tudo no universo ajuda a produzir o que aquela arvore é. Ela não pode, em momento algum, ser isolada do que quer que seja.

Cada movimento da natureza muda tudo. É isto que se quer dizer ao afirmar que as coisas são vazias, que elas não têm existência independente. 

A ciência moderna nos fala de um extraordinário interrelacionamento. Ecologistas sabem que uma árvore queimada na floresta amazônica altera, de alguma forma o ar respirado por um cidadão de Paris, e que o bater das asas de uma borboleta em Yucatan afeta a vida de uma samambaia na Grécia. Os biólogos estão começando a descobrir a fantástica e complexa dança dos genes que criam personalidades e identidades, uma dança que se estende muito longe no passado e mostra que cada “identidade” é composta de um turbilhão de influências diferentes. Os Físicos nos apresentaram a partícula quântica, um mundo tão assombroso quanto o que foi descrito por Buda na imagem de uma brilhante rede que se desdobra através do universo. Exatamente como as jóias na rede, todas as partículas existem, potencialmente, como combinações diferentes de outras partículas. 

Desta forma, quando olhamos para nós mesmos, ou para as coisas que nos cercam, que imaginávamos serem sólidas, estáveis e duradouras, descobrimos que elas não têm maior realidade do que um sonho. 

Buda disse:

Reconheça em todas as coisas apenas isto:

Uma miragem, um castelo de nuvens 

Um sonho, uma aparição

Sem essência, mas com qualidades que podem ser vistas 

Reconheça em todas as coisas apenas isto:

A lua no céu claro

Refletida num translúcido lago

Embora, naquele lago a lua nunca se encontre. 

Reconheça em todas as coisas apenas isto

O resposta do eco

Aos sons vibrantes da música

Embora o eco não seja melodia 

Reconheça em todas as coisas

As ilusões produzidas por um mágico

De cavalos, carroças e outras coisas

Nada é o que aparenta. 

O reconhecimento desta ilusória realidade não tem que, necessariamente, tornar-nos frios, desesperançados ou amargurados. Ao contrário, abre para nós uma atitude melhor, mais amena, uma forte compaixão, e muito mais generosidade, que dificilmente saberíamos que possuímos para com as coisas e os seres que nos cercam. 

Disse um Mestre Tibetano: “Reconheça sempre a vida como um sonho e diminua seu apego e aversão a ela. Seja amoroso e compassivo a despeito do que os outros façam a você. O que eles fazem não tem muita importância quando você vê essas coisas como sonho. A mágica é ter uma intenção positiva durante o sonho. Este é o ponto essencial. Esta é a verdadeira espiritualidade.

A verdadeira espiritualidade também é estar consciente de que somos interdependentes com tudo e com todos até mesmo com o menor e mais insignificante pensamento, palavra ou ação, os quais refletem suas consequências por todo o universo. 

Tudo é inextricavelmente intercorrelato. Somos responsáveis por tudo que fazemos, dizemos ou pensamos, responsáveis de fato por nós mesmos, todos e tudo e o universo inteiro. 

Disse o Dalai Lama: “Neste mundo altamente interdependente, pessoas e nações já não podem resolver seus problemas por si mesmas. Precisamos uns dos outros. Devemos, portanto, desenvolver um senso de responsabilidade universal... É nossa responsabilidade individual e coletiva proteger e educar a família global para proteger os membros mais fracos, e preservar e cuidar do ambiente em que nós vivemos”. 

Maravilhosa e misteriosamente, a contemplação da verdade da impermanência, de maneira contínua e corajosa, a pouco e pouco, coloca-nos face a face com a alegria da descoberta da imutabilidade e imortalidade da natureza da nossa mente.

Postado pelo Lobo do Mar

Com DNA petralha, mas disfarçados de anarquistas, 200 Black Bloc pararam São Paulo em ato contra Veja

Por Cardoso Lira





Por Jorge Serrão – 

A população de São Paulo sofreu ontem à noite mais uma megaparalisação de trânsito promovida por manifestantes do grupo Black Bloc. Com oculto DNA petralha, mas disfarçado de anarquista e insuflado por ONGs transnacionais, o grupo tem todo o jeitinho daquela VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), grupo armado que promovia ações de terror urbano (assaltos, sequestros e assassinatos), nos tempos da dita-dura militar pós-1964. Por ironia, a hoje presidenta Dilma Rousseff era uma das líderes mais radicalóides da VPR.

Agora, que a dita parece mole, e os meliantes controlam o poder, acuando os militares na batalha ideológica, toda vez que o governo do crime organizado se vê em perigo, bota na rua, para promover ações de terror, o chamado quarto elemento: a milícia revolucionária. Sob o disfarce de “legítimos manifestantes no regime democrático”, tais são grupos treinados paramilitarmente em mobilização, operação de comando, artes marciais para ataque e defesa em manifestações, depredação, pichação, saque, incêndio, explosão e confronto (inclusive armado, se precisar) com as forças de segurança.

O ato de ontem causou um dos maiores engarrafamentos da história da capital paulista. Bastaram 200 manifestantes para fechar a Marginal Pinheiros. O alvo de ontem foi a revista Veja. Por isso, a guerrilha psicológica ocorreu na Zona Oeste, perto do prédio da Editora Abril. Os manifestantes queimaram exemplares da publicação. Jogaram pedras contra a portaria do edifício. Como a PM reagiu com gás lacrimogênio, os valentões vazaram do local. Só que, na vizinhança, depredaram vitrines de lojas e bancos, e quase botaram fogo em um carro.

Em resumo: apenas cumpriram o previsto no velho Manual de Guerrilha Urbana do endeusado e mítico líder da Vanguarda Popular Revolucionária Carlos Mariguella – cuja cópia está disponível para download na página do Black-Bloc SP no Facebook (www.facebook.com/BlackBlocSP)... Não por coincidência, o grupo tem e segue seu próprio Manual de Ação Direta Black-Bloc. Eles tem até o curso oferecido à distância, via internet, em ambiente virtual de aprendizagem. Anarquismo mais organizado que este, impossível.

O discurso do grupo é sempre anarquista – para disfarçar o ideológico e revolucionário que se esconde verdadeiramente por trás. Os manifestantes, bem organizados para quem prega anarquismo, distribuíram panfletos aos pedestres. Acusaram a revista Veja de “jogar a população contra os manifestantes”. No mesmo discurso difuso, também acusaram a mídia em geral de mentir para proteger os políticos. Curiosamente, não se viu nenhum ataque público específico aos mensaleiros – ainda impunes -, por exemplo... Deve ser o rigor seletivo da anarcagem – que só bate em quem lhe interessa...



Na edição 125 da revista Fórum, uma reportagem de Paulo Cezar Monteiro revela qual a intenção estratégica do grupo: “Os ativistas Black Bloc não são manifestantes, eles não estão lá para protestar. Eles estão lá para promover uma intervenção direta contra os mecanismos de opressão, suas ações são concebidas para causar danos às instituições opressivas”. Nos protestos, os Black Blocs atacam de maneira agressiva bancos, grandes corporações ou qualquer outro símbolo das instituições.

A manifestação de ontem, a exemplo de anteriores, só comprovou que o Brasil nunca esteve tão fragilizado. Bastam 200 militantes revolucionários bem treinados para parar qualquer grande cidade. A ação assimétrica deles consegue, facilmente, acabar com a Ordem Pública – que é o mais importante patrimônio da sociedade, pois garante a vida e a segurança das pessoas.

Postado Pelo Lobo do Mar