sábado, 9 de março de 2013

Eles estão acima da lei, do estado de direito, da propriedade e até da honra alheia. E contam, na prática, com a proteção do Planalto



Em rede nacional, Dilma anuncia desoneração da cesta básica mirando 2014

Por Laryssa Borges, na VEJA.com:

Em mais um capítulo da estratégia de antecipar a campanha eleitoral de 2014, a presidente Dilma Rousseff utilizou cadeia de rádio e televisão para anunciar, na noite desta sexta-feira, a desoneração de alguns produtos da cesta básica. O uso de viés eleitoral da cadeia pública de televisão (mesmo que num tom bem mais ameno do que na última vez em que a presidente fez uso desse expediente) é oportunista. Dito isso, o fato de que o governo tenha encontrado uma fórmula tributária é sempre louvável num país que está entre os que mais tributam seus cidadãos.
A presidente pegou carona no pronunciamento anual em comemoração ao Dia Internacional da Mulher para anunciar seu novo pacote de bondades. Ela usou de uma frase que poderia ter saído da boca de Lula, dizendo que cuida do governo como as mulheres cuidam de suas famílias. Diferente do que fez nos últimos dois anos, ela não se limitou a detalhar políticas de combate a desigualdades de gênero ou à violência doméstica. Ela também aproveitou os minutos em rede nacional para ressuscitar o tema do corte na conta de luz e, num exercício de autopromoção, elogiou a manutenção da taxa básica de juros (a Selic) em 7,25% ao ano.
Diante de um cenário de desconfiança sobre o real comprometimento do governo em relação ao controle da inflação, a presidente antecipou a desoneração da cesta básica, que estava prevista para ocorrer apenas na semana que vem. No pronunciamento, Dilma informou que o PIS/Cofins de 9,25% que incidia sobre os alimentos da cesta básica será zerado. Ela também anunciou o que classifica como “um novo formato” de cesta, composta por carne bovina, suína, peixe, arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel higiênico e pasta de dente.
Embora alguns desses produtos já não tivessem mais incidência de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ainda havia uma alíquota de 9,25% de PIS/Cofins, tributo sobre o qual o governo já estimava desonerações de 18,3 bilhões de reais em 2013, conforme a proposta de orçamento encaminhada ao Congresso Nacional. “Espero que isso baixe os preços desses produtos e estimule a agricultura, a indústria e o comércio, trazendo mais empregos”, disse a presidente. A expectativa do governo é que os preços das carnes tenham redução mínima de 9,25%. Já para pastas de dente, a redução de preço esperada pelo Planalto é de 12,5%. Com a medida, a equipe econômica estima uma renúncia fiscal de 7,3 bilhões de reais em 2013.
InflaçãoDepois de ter trocado acusações com o senador Aécio Neves (PSDB), provável candidato à presidência da República, sobre as heranças deixadas por Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff, que recentemente afirmou não ter herdado “nada” dos dois mandatos tucanos, voltou a afirmar nesta sexta que não pretende se descuidar do combate à inflação. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador utilizado como meta para a inflação, porém, ficou em 0,86% em fevereiro – o maior número desde abril de 2005. “Não descuido um só momento do controle da inflação, pois a estabilidade da economia é fundamental para todos nós. Por isso também que não deixo de buscar sempre novas formas de baratear o custo de vida dos brasileiros”, afirmou Dilma, durante o pronunciamento.
A desoneração dos produtos da cesta básica ocorre justamente no segmento mais castigado pela alta dos preços: o de alimentos. Tal movimento evidencia mais um esforço do governo para tentar combater o avanço inflacionário e – de quebra – faturar alguns louros eleitorais com a propaganda positiva trazida pelo corte de tributos.
Consumidor e eleitorO discurso da presidente tornou sinônimas as palavras consumidor e cidadão. Ela disse ainda que, em 15 de março, que é, coincidentemente, o Dia do Consumidor, o governo anunciará medidas destinadas a “transformar a defesa do consumidor, de fato, em uma política de Estado no Brasil”. O estímulo ao consumo foi o principal motor de captação de votos do governo Lula – e Dilma parece estar convicta de que essa estratégia não se esgotou.  
MulheresAs políticas voltadas às mulheres ocuparam os últimos instantes do pronunciamento. Dilma informou que instalará em cada estado um centro de atendimento à mulher, com políticas de prevenção e atenção à violência doméstica, além de setores de apoio ao empreendedorismo, ao microcrédito e à capacitação profissional. Num momento peculiar de sua fala, ela mandou um recado direto aos homens que agridem mulheres por “falta de respeito” ou por acreditarem na impunidade: lembrou que uma mulher ocupa hoje o cargo de maior autoridade no país.



Por Reinaldo Azevedo

Vejam esta foto.
São militantes da Via Campesina, um braço do MST e da CPT (Comissão Pastoral da Terra) invadindo as instalações da usina Maravilha, na cidade de Goiana, a 70 quilômetros do Recife (foto de Hans von Manteuffel /O Globo).  O pretexto é a demora na desapropriação de terras para a reforma agrária. Eles também reclamavam que o governo de Pernambuco foi hábil em doar terrenos da região para a construção de uma unidade da Fiat — como se isso fosse um mal para a população local —, mas lento para atender aos sem-terra e coisa e tal. Essa ladainha, bovinamente veiculada pela imprensa, a gente já conhece. A empresa invadida também estaria devendo uma dinheirama em dívidas trabalhistas. Ainda que assim seja, é esse o método a que se deve recorrer? Cinicamente, a Via Campesina usou a depredação como a sua forma de marcar o Dia Internacional da Mulher. É a razão por que aquelas senhoras chegaram quebrando tudo, com porretes e facões. O que vai acontecer com elas? Nada! No Brasil, “movimento social” pode passar a mão no traseiro do guarda…
Anteontem, um grupo de mulheres da mesma Via Campesina depredou e ocupou por algumas horas uma fazenda que pertence aos filhos da senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Destruíram nada menos de 500 mil mudas de eucalipto. Por quê? Pelo prazer de destruir. A turma de João Pedro Stedile é contra os eucaliptos… Vejam esta foto.
Acima, vocês veem as mudas arrancadas. O prejuízo, segundo os administradores da fazenda, é da ordem de R$ 500 mil. Uma certa Mariana Silva, coordenadora do MST em Tocantins, explicou assim o vandalismo:
A ruralista e senadora Kátia Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do Brasil, além de ser contra a reforma agrária e cometer crimes ambientais em suas fazendas. Por isso estamos realizando esse ato político e simbólico em sua propriedade. Nosso objetivo foi sabotar o modelo de monocultura e mostrar a essa senadora que, em vez de destruir o meio ambiente, o melhor caminho é diversificar a produção de alimentos para o povo”.
Digam-me cá: ela fala ou não fala como uma “mulher do povo”? Para o MST, uma plantação de eucaliptos é “monocultura”. Ela admite o crime. Ela assume a “sabotagem”, tudo em primeira pessoa. Kátia Abreu é “símbolo” do agronegócio? Ainda bem! Não fosse ele, o país estaria no buraco. Mariana, muito sabida, pretende decidir, como se vê, o que Kátia e sua família devem e não devem cultivar em suas terras. Agora vejam isto:
 
Quer dizer que Kátia mandou matar gente no Pará? Por quê? Ora, porque ela é uma “ruralista”. Considerando que dona Mariana resolveu ser porta-voz do grupo e que a senadora está impedida de acionar na Justiça o MST e a Via Campesina porque não têm existência legal, só resta a Kátia processar por calúnia aquela suposta “agricultora” que mal esconde o sotaque ideológico de suas formulações.  Os comandados do senhor João Pedro Stedile não reconhecem a existência de propriedade, de leis e de honra alheia.
No governo do PT, alguns grupos estão acima das regras do estado de direito. Têm licença para ameaçar, invadir, depredar. O ministro que faz a interlocução com os ditos “movimentos sociais” é Gilberto Carvalho, aquele que anunciou no ano passado: “Em 2013, o bicho vai pegar!”. Um funcionário seu foi à reunião na embaixada cubana que preparou os atos vis de hostilidade a Yoani Sánchez.
No fim das contas, Carvalho é a fachada moderada e legalista da turma que faz o “bicho pegar” nas cidades ou no campo.
Postado Pelo Lobo do Mar