sexta-feira, 23 de abril de 2010

O DESENCARNE DE CHICO XAVIER




















RECEBI POR E-MAIL DO AMIGO CASTELO, A HISTÓRIA DE UM GRANDE BRASILEIRO!!!

Há 8 anos, no dia 30 de Junho de 2002, nosso querido Chico Xavier retornava ao Plano Espiritual.
Relembrando esta data, trago para vocês uma breve descrição do que ocorreu do outro lado da vida’ (paralelamente ao velório no plano físico): uma merecida recepção a esse maravilhoso médium, que tanto fez pela Doutrina Espírita e por
todos nós... Que todos nós possamos aproveitar para refletir...

(Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli.)

(...)
No Mundo Espiritual, nosso irmão Lilito Chaves veio ao nosso encontro e anunciou o que, desde algum tempo, aguardávamos com expectativa: a
desencarnação do médium Francisco Cândido Xavier, o nosso estimado Chico. O
acontecimento nos impunha rápidas mudanças de planos, improvisamos uma
excursão à Crosta para saudar aquele que, após cumprir com êxito a sua missão, retornava à Pátria de origem.

Assim, sem maiores delongas, Odilon, Paulino e eu, juntando-nos a uma plêiade
de companheiros uberabenses desencarnados, rumamos para Uberaba no começo da noite daquele domingo, dia 30 de junho.

A caminho, impressionava- nos o número de grupos espirituais, procedentes de
localidades diversas, do Brasil e do Exterior, que se movimentavam com a mesma finalidade.

Todos estávamos profundamente emocionados e, mais comovidos ficamos quando, estacionando nas vizinhanças do “Grupo Espírita da Prece”, onde estava sendo realizado o velório, com o corpo exposto à visitação pública, observamos uma faixa de luz resplandecente, que, pairando sobre a humilde casa de trabalho do médium, a ligava às Esferas Superiores, às quais não tínhamos acesso.

Conversando conosco, Odilon observou:

— Embora, evidentemente, já desligado do corpo, nosso Chico, em espírito, ainda não se ausentou da atmosfera terrestre; os Benfeitores Espirituais que,
durante 75 anos, com ele serviram à Causa do Evangelho, estarão, com certeza, à espera de ordens superiores para conduzi-lo a Região Mais Alta... De nossa parte, permaneçamos em oração, buscando reter conosco as lições deste raro
momento.

Aproximando-nos quanto possível, notamos a formação de duas filas imensas, constituídas de irmãos encarnados e desencarnados, que reverenciavam o companheiro recém-liberto do jugo opressor da matéria: eram espíritos, no corpo e fora dele, extremamente gratos a tudo que haviam recebido de suas mãos, a vida inteira dedicadas à Caridade, nas mais fiel vivência do “amaivos uns aos outros”. Mães e pais que, por ele haviam sido consolados em suas dores; filhos e filhas que puderam reatar o diálogo com os genitores saudosos, escrevendo-lhes comoventes páginas do Outro Lado da Vida; famílias desvalidas com as quais repartira o pão; doentes que confortara agonizantes em seus leitos; religiosos de todas as crenças que, respeitosos, lhe agradeciam o esforço sobre-humano em prol da fé na imortalidade da alma...

Não registramos nas imediações, é bom que se diga, um só espírito que ousasse se aproximar com intenções infelizes. Os pensamentos de gratidão e as preces que lhe eram endereçadas, formavam um halo de luz protetor que tudo iluminava num raio de cinco quilômetros; porém essa luz amarelo-brilhante contrastava com a faixa de luz azulínea que se perdia entre as estrelas no firmamento.

A cena era grandiosa demais para ser descrita e desafiaria a inspiração do mais exímio gênio da pintura que tentasse retratá-la.
Uma música suave, cujos acordes eu desconhecia, ecoava entre nós, sem que pudéssemos identificar de onde provinha, como se invisível coral de vozes infantis, volitando no espaço, tivesse sido treinado para aquela hora.

Espíritos mais simples que passavam rente comentavam:

— “Este é um dos últimos... Não sabemos quando a Terra será beneficiada
novamente por um espírito de tal envergadura”; “Este, de fato, procurava viver o
que pregava” “Quem nos valerá agora?”;
“Durante muitos anos, ele matou a fome da minha família... “Lembro-me de
que, certa vez, desesperado, com a idéia de suicídio na cabeça, eu o procurei e a minha vida mudou”; “Os seus livros me inspiraram a ser o que fui, livrando-me de uma existência medíocre”; “Quando minha avó morreu, foi ele quem pagou seu enterro, pois, à época, éramos totalmente desprovidos de recursos”; “Fundei minha casa espírita sob a orientação de Chico Xavier, que recebeu para mim uma mensagem de incentivo e de apoio”;
“Comigo, foi diferente: eu estava doente, desenganado pela Medicina, ele me
receitou um remédio de Homeopatia e fiquei bom”...
Os caravaneiros não cessavam de chegar, todos portando flâmulas e faixas com dizeres luminosos; creio sinceramente que, em nosso Plano, jamais houve uma
recepção semelhante a um espírito que tivesse deixado o corpo, após finda a sua
tarefa no mundo; com exceção do Cristo e de um ou outro luminar da Espiritualidade, ninguém houvera feito jus ao aparato espiritual que se organizara em torno do desenlace de Chico Xavier.

Com dificuldade, logrando adentrar o recinto do “Grupo Espírita da Prece”, reparamos que uma comissão de nobres espíritos, dispostos em semicírculo, todos trajando vestes luminescentes, permanecia, quanto nós mesmos, em
expectativa. Odilon sussurrou-me ao ouvi­do:

— Inácio, estas são as entidades que trabalharam com ele na chamada
“Coleção de André Luiz”; são os Mentores das obras que o nosso André reportou para o mundo, no desdobramento do Pentateuco Kardeciano:

Clarêncio, Aniceto, Calderaro, Áulus e tantos outros...

E aqueles que estão imediatamente atrás?

— indaguei.

— São alguns representantes da família do médium e amigos fiéis de longa data.

— E onde estão Emmanuel, nosso Dr. Bezerra de Menezes e Eurípedes
Barsanulfo? Porventura, ainda não chegaram?...

— Devem estar
— respondeu — cuidando da organização...

Ao lado do seu corpo inerte, nosso Chico, segundo a visão que tive, me parecia uma criança ressonando, tranqüila, no colo de um anjo transfigurado em mulher, fazendo-me recordar, de imediato, a imagem de “Pietà”, a famosa escultura de
Michelangelo.

— Quem é ela?
— perguntei.

— Trata-se de D. Cidália, a sua segunda mãe...

— E D. Maria João de Deus?...

— Ao que estou informado — esclareceu Odilon —, encontra-se reencarnada no seio da própria família.

— E seu pai, o Sr. João Cândido?

— Está em processo de reencarnação, seguindo os passos da primeira esposa.
Adiantando-se, nosso Lilito indagou:

— Odilon, na sua opinião, por que o Chico está parecendo uma criança?

— Ele necessita se refazer, pois o seu desgaste, como não ignoramos, foi
muito grande, mormente nos últimos anos da vida física; nosso Chico carece de se desligar completamente. ..

— Perderá, no entanto, a consciência de si?

— É evidente que não. O seu verdadeiro despertar acontecerá gradativamente, à medida em que se recupere da luta sem tréguas que travou... Aliás, a Espiritualidade Superior, nos últimos três anos, vinha trabalhando para que a sua transição ocorresse sem traumas, tanto para a imensa família espírita, que o venera, quanto para ele próprio.

Inúmeras caravanas e representações continuavam chegando, formando extensas
filas, que se postavam paralelas às filas organizadas pelos nossos irmãos encarnados, a comparecerem ao velório para render a Chico Xavier merecidas homenagens. e dezenas de jovens formavam grupos especiais que vinham recebê-lo no limiar da Nova Vida, gratos por ter sido ele o seu instrumento de consolo aos familiares na Terra, quando se viram compelidos à desencarnação. ..

A tarefa de Chico Xavier — explicou Odilon, emocionado — não tem fronteiras; raras vezes, a Espiritualidade conseguiu tamanho êxito no campo do intercâmbio mediúnico... No entanto a força que o sustentava nas dificuldades vinha de Cima, pois, caso contrário, teria sucumbido às pressões daqueles que, encarnados e
desencarnados, se opõem ao Evangelho. Chico, por assim dizer, ocultou-se
espiritualmente em um corpo franzino e deu início ao seu trabalho, sem que praticamente ninguém lhe desse crédito; quando as trevas o perceberam, já havia atravessado a faixa dos vinte de idade e em franco labor, tendo pronto o “Parnaso de Além-Túmulo”, a obra inicial de sua profícua e excelente atividade psicográfica. ..
Estávamos todos profundamente emocionados. A multidão, dos Dois Lados da
Vida, não parava de crescer e, assim como no Plano Físico os policiais cuidavam da organização, na Dimensão Espiritual em que nos situávamos, Entidades diversas haviam sido encarregadas de disciplinar a intensa movimentação, sem que nenhum de nós se sentisse encorajado a reclamar qualquer privilégio com o
propósito de uma maior aproximação. Quase todos nos conservávamos em atitude de profundo silêncio e de reverência.

Os grupos de espíritos que haviam, ao longo de seus 75 anos de labor, trabalhado com o médium, com exceção, evidentemente, daqueles que já haviam reencarnado, se faziam representar pelos seus maiores expoentes no campo da
Poesia e da Literatura.
Próximas a Cidália, em cujos braços Chico Xavier descansava, à espera de que o cortejo fúnebre partisse conduzindo os seus restos mortais, notei a presença de
algumas entidades femininas que eu não soube identificar.

— Quem são?
— perguntei a Odilon, que era um dos poucos dentre nós com plena liberdade de
movimentar-se.

— Aquelas quatro primeiras, são as nossas irmãs Meimei, Maria Dolores, Scheilla e Auta de Souza; as demais são corações maternos agradecidos que, em uma ou outra oportunidade, se expressaram pela mediunidade psicográfica do nosso Chico.

— Quem estará na coordenação do evento? — insisti, ansioso por maiores esclarecimentos.

— O Dr. Bezerra de Menezes e Emmanuel, assessorados diretamente por José
Xavier respondeu.

— José Xavier?...

— Sim, o irmão do médium, que está conduzindo um grupo de espíritos amigos
de Pedro Leopoldo e região; quando Chico se transferiu para a cidade de Uberaba, em 1959, os seus vínculos afetivos com a sua terra natal não se
desfizeram; os espíritas que constituíram o Centro Espírita “Luiz Gonzaga”
sempre se senti­ram membros de uma única família.

— E aquele casal mais próximo que, de quando a quando, dialoga com Cidália?

— José Hermínio e D. Carmem Perácio; foram eles que iniciaram Chíco Xavier
no conhecimento da Doutrina Espírita, doando-lhe exemplares de “O Livro dos
Espíritos” e de “O Evangelho Segundo o Espiritis­mo”. ..

Pude perceber, com clareza, que os filamentos perispirituais que uniam o
espírito recém-desencarnado ao corpo enrijecido, se enfraqueciam gradualmente; sem dúvida, o médium, assim que se lhe cerraram os olhos físicos, desprendeu-se da forma material, no entanto, devido à necessidade de permanecer durante 48 horas exposto à visitação pública, conforme era seu
desejo, exigia que o corpo, de certa forma, continuasse a receber suplementos de princípio vital, evitando-se os constrangimentos da cadaverização. Embora aconchegado aos braços daquela que havia sido na Terra a sua segunda mãe e grande benfeitora, o espírito Chico guardava relativa consciência de tudo...

As expectativas de quase todos, porém, se concentravam sobre aquela faixa de luz azulínea, a qual, à medida que se abeirava a hora do sepultamento, se intensificava; tínhamos a impressão de que aquele caminho iluminado era a passagem para uma Dimensão Desconhecida, para a qual, com certeza, Chico Xavier haveria de ser conduzido.
Dentro de poucos instantes, o silêncio se fez naturalmente maior e um venerável senhor, ladeado por Irmão José e Herculano Pires, este um dos vultos mais
importantes da Doutrina nos últimos tempos, assomou discreta tribuna e começou a falar.

— Quem é?
Perguntei, à meia-voz...

— Léon Denis — respondeu-me Odilon com um sussurro.

— “Meus irmãos — disse o inesquecível discípulo de Allan Kardec — eis que aqui nos encontramos reunidos, para receber de volta ao nosso convívio, aquele que, uma vez mais, cumpriu exemplarmente a missão que lhe foi confiada
pelo Senhor de nossas vidas. Elevemos ao Infinito os nossos pensamentos
de gratidão e de reconhecimento, porquanto sabemos das dificuldades que o
espírito que moureja na carne enfrenta para desbravar caminhos à Verdade; o
nosso amigo e mestre que, após longa e desgastante peleja, agora retorna à
Pátria Espiritual, se constituiu num verdadeiro exemplo, não somente para os
nossos irmãos encarnados, mas igualmente para os que necessitamos renascer no orbe e, por vezes, nos sentimos desencorajados. .. (...) Um ciclo se encerra, mas outro deve começar (...)”
Passados alguns instantes da alocução proferida por Léon Denis, perfumada aragem começou a soprar, balsamizando o ambiente. De onde será que provinha
aquele suave perfume que, aos poucos, se intensificava, impregnando- nos o corpo espiritual?
Tínhamos a impressão de que, caindo de Esferas Resplandecentes, aquele
orvalho celeste, constituído de diminutos flocos luminosos, antecedia o momento em que o espírito Chico Xavier seria conduzido à ignota região da Vida Sem Fim.

Quando o fenômeno a que tento me referir se fez mais evidente, algumas explosões começaram a ocorrer na extensa faixa de luz azulínea que, agora, ia
mudando de tonalidade, como se um arcoíris se estivesse materializando diante dos nossos olhos.
Gradativamente, cinco entidades foram se fazendo visíveis para nós, tangibilizando- se no pequeno espaço que me parecia reproduzir produzir a
abençoada estrebaria em Belém...

Os cinco espíritos, que não posso lhes dizer que tenham assumido forma propriamente humana, foram sendo identificados por nós: eram Bezerra de Menezes, Emmanuel, Eurípedes Barsanulfo, Veneranda e Celina, a excelsa mensageira de Maria de Nazaré.

Diante da estupenda visão, todos sentimos ímpetos de nos ajoelharmos; muitos,
efetivamente, se ajoelharam, com os olhos banhados de lágrimas.

Bezerra de Menezes, Emmanuel e Eurípedes Barsanulfo estavam, por assim dizer, mais humanizados, no entanto Veneranda e, especialmente, Celina,
nos pareciam dois anjos alados, falenas divinas que se tivessem metamorfoseado apenas para que pudéssemos vê-las... Eu tinha a impressão de estar participando de um sonho que transcendesse a mais fértil imaginação.

Adiantando-se aos demais companheiros, Veneranda, que o tempo todo pairava no ar, começou a orar com sentimento que a palavra não consegue traduzir:

— “Senhor da Vida — exorou, sensibilizando nos profundamente — aqui
estamos para receber, de volta ao nosso convívio, um dos Vossos servidores mais fiéis que, após quase um século de lutas acerbas pela causa do Vosso
Evangelho na Terra, regressa ao Grande Lar, com a consciência do dever
cumprido.

Que as Vossas bênçãos envolvam o espírito naturalmente exaurido, restituindo- lhe as energias que se consumiram de todo por amor do Vosso Nome entre os homens, nossos irmãos! Que do seu extraordinário esforço não se perca, Mestre, uma única gota de suor, das que se misturaram às lágrimas anônimas vertidas por ele no testemunho da Fé.

Que o trabalho de sua profícua existência no corpo físico continue a ser prodigiosa sementeira para as gerações do porvir, apontando o Caminho para quantos anseiam por seguir os Vossos passos...

Senhor, os que tão somente agora, depois de séculos e século de sombras, nos convencemos da Vossa magnanimidade, vos agradecemos por não terdes
consentido que o nosso irmão sucumbisse diante das provas e, em nada, se
afastasse da trajetória que lhe traçaste no mundo — sabemos que, nos momentos mais difíceis, sem que nós mesmos pudéssemos perceber, a Vossa mão o sustentava para que não tombasse sob o peso da cruz que lhe pusestes aos ombros... Nós vos louvamos por terdes realizado nele a obra consagrada do Vosso amor, que, um dia, redimirá a Humanidade inteira.

E que, agora, ainda unidos ao espírito companheiro que soube transformar-se em exemplo de renúncia e de sacrifício, de desprendimento e de abnegação,
possamos dar seqüência à tarefa que iniciastes há dois mil anos, da edificação do Reino de Deus sobre a face da Terra!...

Que a claridade sublime das Altas Esferas não nos faça ignorar os vales de sombras dos quais procedemos e nos quais acendestes, para sempre, a Vossa
Luz... Que não nos seja lícito o descanso, enquanto o orbe planetário, onde
tantas vezes expiamos as nossas faltas, se transfigure em estrela de real
grandeza, a fulgir na glória dos mundos redimidos.

Abençoai, Senhor, os nossos propósitos que são os Vossos e que, hoje e sempre, possamos exaltar Vos o Nome através de nossas vidas!...”
Terminando de orar, Veneranda e Celina se aproximaram de Cidália, que continuava a aconchegar em seu materno coração o espírito que foi nosso Chico, o qual, de quando a quando, estampava cândido sorriso, como se fosse uma criança participando de um sonho bom do qual jamais ousasse acordar.

O silêncio reinante era de tal ordem, que, aos nossos ouvidos, a voz inarticulada da Natureza nos parecia uma sinfonia; de minha parte, confesso-lhes que eu nunca tinha ouvido a música dos astros e nem podia imaginar que o próprio silêncio tivesse voz.

A faixa de luz azulínea que se transformara num arcoíris ainda se mostrava mais viva, e todos permanecíamos na expectativa do que não sabíamos pudesse
acontecer.

Direcionando os sentidos, quis ver, naquela hora, como os preparativos para
o féretro estavam desenvolvendo-se no Plano Físico e, justamente, quando começou a ser entoada a canção “Nossa Senhora” e os nossos irmãos começaram a movimentar-se, dando início ao cortejo, uma Luz indescritível, descendo por aquele leque iluminado que ligava a Terra ao Infinito — a faixa de luz que ali se instalara logo após ter sido armado o velório no “Grupo Espírita da Prece” —, uma Luz que, para mim, era muito superior à luz do próprio Sol e que me acionava a memória para a lembrança da visão que Paulo teve do Cristo, às portas de Damasco, repetiu com indefinível ternura:

— “Vinde a mim, todos os que andais em sofrimento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Aquela Extraordinária Visão, que sequer povoava os meus sonhos mais remotos de espírito devedor, estendeu dois braços humanos reluzentes e, quando notei que o Chico em espírito se transferia dos braços de Cidália para aqueles Braços que o atraíam, digo-lhes que, desde quando fui beneficiado com o laurel da razão,
não tenho recordação de jamais ter chorado tanto...

Aquela Luz, que se humanizava parcialmente para que pudéssemos vê-la,
estreitou Chico Xavier ao peito e depositou-lhe um ósculo santo na fronte e, em
seguida, partiu, levando-o consigo, despedindo-se com inesquecível sorriso dos que continuavam presos ao abismo, sentenciados pelo tribunal da consciência
culpada.

Foi Odilon que, depois de muito tempo, conseguiu falar, comentando conosco:

— Eu sempre que lia as páginas do Velho Testamento, ficava intrigado e colocava em questão a narrativa de que o profeta Elias fora conduzido ao céu por “um carro de fogo”... Agora sei que não se tratava de força de expressão ou algo
semelhante.

(...) Um grande vazio se fez após e, gradativamente, a faixa de luz foi se recolhendo de baixo para cima, à medida em que o cortejo celestial se retirava.

A praça em que nos havíamos reunido já se encontrava praticamente vazia; diversos grupos, procedentes de várias regiões da Espiritualidade, haviam
partido e, agora, os curiosos e desocupados de além-túmulo se aproximavam,
como que para vasculhar os espólios do concorrido velório...

Contrastando com a luz do corpo espiritual de eminentes entidades, esses
outros nossos irmãos se mostravam opacos em seu novo veículo de expressão,
dando-me a impressão de que, embora desencarnados, ainda não tinham rogrado completa emancipação; muitos caminhavam sem qualquer desenvoltura, qual se fossem doentes com dificuldade para mudar o passo...

Identificando- nos na condição de adeptos do Espiritismo e amigos de Chico Xavier, começamos a ser abordados por aquelas entidades infelizes que, aos meus olhos, se assemelhavam a sobreviventes onde houvesse sido travada
intensa batalha. A grande maioria exibia as vestes em farrapos e, além da
obscuridade espiritual à qual já me referi, deixavam exalar de si quase insuportá­vel odor...

— Por favor, auxiliem-nos! — disse-nos um deles, adiantando-se aos demais —Estamos convencidos de que, realmente, o mal não compensa... O que vimos acontecer hoje, aqui...

Olhando-me, significativamente, Odilon comentou:

— Quantas bênçãos a vida e a suposta morte de um verdadeiro homem de bem pode espalhar! Quantos não estarão sendo motivados à renovação íntima, ante
o episódio da desencarnação do nosso Chico! ... Ele que, no corpo, descerrou caminhos para tanta gente, ao dei­xar a vestimenta física, prossegue orientando com os seus exemplos os que se desnortearam além da morte.

Faz-me recordar o que disse Jesus, no capítulo 12, versículo 24, das anotações de João: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto”...

COMENTO

Chico Xavier, UM GRANDE BRASILEIRO, entre muitos dos seus legados podemos destacar: dignidade, fraternidade, honestidade, caridade, desprendimento de bens materiais e etc....

Um homem, que passou toda sua vida fazendo o bem e que tinha como missão, difundir o espiritismo e cumprir seu designo espiritual, através da prática do bem e da caridade, sempre repetia a seguinte frase de Allan Kardec : FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

Um grande espírita, que teve a missão de encarnar no Brasil, com o propósito de ajudar muito, principalmente aos mais pobres, na grande maioria das vezes trazendo conforto espiritual e psicografando mensagens espiritas.

Mesmo tendo só o curso primário, psicografou mais de quatrocentos livros e hoje sua obra literária e reconhecida como a mais completa do espiritismo e pode ser encontrada em quase todo planeta.

CIRO: MAIS UMA VÍTIMA DO LULO-PETISMO.









Reinaldo Azevedo

A humilhação a que a o lulo-petismo, por intermédio do PSB, submete o deputado Ciro Gomes deve ser inédita entre aliados. Ciro recebe, assim, uma dura lição numa quadra da vida em que as pessoas costumam estar se preparando para ser mestres. Quando rompeu com o PSDB, exercitando aquele seu discurso sempre estrepitoso, cheio de palavras fortes que apelam à moral, à honra, à dignidade, conquistou grande espaço na imprensa. Eram tempos em que se opor a FHC costumava tornar as pessoas maiores do que de fato eram. Ainda recentemente, no período de indefinição da candidatura tucana, bastava a Ciro uma viagem a Minas ou uma declaração antevendo a desistência de Serra, e sua visibilidade estava garantida. Nos bastidores, ou nem tanto, costurou um acordo com Lula que previa um Plano B, concorrer ao governo de São Paulo, caso não conseguisse tornar viável o Plano A: disputar a Presidência da República. Como segurança, transferiu o domicílio eleitoral para São Paulo.

Ciro gosta de se mostrar um senhor sabido, também um estudioso da política, daí que seu discurso seja salpicado de termos e expressões oriundos da ciência política. Mas demonstrou uma espantosa ingenuidade — além de ignorar, como já escrevi aqui muitas vezes, a natureza do PT. O que ele imaginou? Garantida a transferência de domicílio, acreditou que Lula realmente o deixaria livre para tentar arregimentar alguns partidos da base aliada para emplacar a sua candidatura? Apostou, em algum momento, que ele e Dilma concorreriam no livre mercado do governismo, e Lula acabaria indicando aquele que se mostrasse mais viável?

Sei lá que diabos se passou pela sua cabeça. Um pouco de teoria política — ou de prática, que ele tem!!! — adverte que não se dá àquele com quem se negocia a vantagem que Ciro deu a Lula: tornou viável o desejo do petista (fazê-lo candidato em São Paulo) e o deixou solto pra capturar todos os partidos com os quais ele, Ciro, poderia potencialmente se aliar, de sorte que este não teria como defender a sua candidatura nem junto ao PSB, que nunca, de fato, a levou a sério.

Nesta fase de pré-disputa, Ciro viu seu patrimônio eleitoral reduzir-se de modo vexaminoso. Dos 22% que já chegou a ter das intenções de voto, caiu para algo aí entre 8% e 9%, desidratado que foi pelo próprio Lula. Na reunião de hoje com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também presidente do PSB, e com o vice-presidente, Roberto Amaral, foi obrigado a ouvir que a sua candidatura não emplacou, foi pro vinagre, está acabada. Por outra: Lula, o PT e o próprio PSB empurraram Ciro para a derrocada. E agora usam a sua situação ruim nas pesquisas para lhe impor a desistência.

Mas não só isso: o PSB instrumentalizou a sua eventual candidatura para arrancar vantagens do PT nos estados. Ciro foi usado como mercadoria mesmo; trocado por trinta dinheiros com uma desfaçatez como nunca vi. Tenho um aguçado senso de justiça. Mesmo Ciro sendo quem é, quase me solidarizo com ele. À sua maneira e do seu exclusivo ponto de vista, é mais uma vítima do lulo-petismo.

O que lhe resta? Sei lá eu! Fico a imaginá-lo, depois de uma conversa com Lula, o seu verdugo, a declarar apoio a Dilma Rousseff, o que significará, então, o endosso ao “roçado de escândalos”, segundo expressão sua, que une o PT ao PMDB… Seria uma boa forma de ele dilapidar os 8% que lhe restam de reconhecimento do eleitorado brasileiro…

Talvez, dado o andamento da coisa, acabasse lhe ficando bem a neutralidade, já que acredita que o desfecho eleitoral que aí está obedece a uma espécie de urdidura conspiratória. E qual lição pode ter aprendido? Esta:

“NEM SEMPRE O INIMIGO DO MEU INIMIGO É MEU AMIGO!” No caso, pode até ser meu pior inimigo. Romper com o PSDB fez Ciro parecer maior do que era. Aliar-se ao PT o tornou menor do que efetivamente era.

COMENTO

"Bem, na verdade, essa super máquina de cometer crimes e bandidagens, que se encontra no poder da República, cometendo todo tipo de atrocidade, acha que 'pode tudo', o certo é que, a popularidade mesmo comprada com bolsa família, o apedeuta e chefe desta facção criminosa, além de não respeitar a constituição do nosso país, se considera acima da lei e acima do bem e do mal.

Um elemento nocivo e analfabeto, que nunca trabalhou e que recebe três 'poupudas' aposentadorias, entre elas uma, por ter passado uns dias preso, durante a chamada 'ditadura ou ditabranda' e que passou a vida toda em cima de carro de som vociferando e excitando greves no ABC paulista e que ao chegar a presidência da República cometeu muitos crimes como: mensalão do PT, Sanguessugas, Farras com cartões corporativos, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, peculato e milhares de outros crimes, deveria no mínimo estar atrás da grades, se este país fosse uma democracia séria, visto que este elemento abominável e nocivo, transformou o país numa (CLEPTOCRACIA), QUE É UM REGIME DE GOVERNO ONDE A CORRUPÇÃO E A BANDIDAGEM É EXACERBADA.

Causa-me estranheza a leniência das autoridades brasileiras com esse banditismo institucionalizado e com a corrupção edêmica, que tanto assola o nosso país.
O pior que que essa super quadrilha de gângsters que está no poder, ainda quer se perpetuar de qualquer jeito, mesmo passando por cima de tudo e de todos. O foro de São Paulo os preparou muito bem para passarem 20 anos no corrupto poder.

E no meio de tantas bandidagens e corrupções, estão nossas FFAA, totalmente desarmadas e sucateadas, nossa segurança pública totalmente definhada e desmantelada, visto que os policiais e militares estão totalmente desmotivados, por conta dos baixos soldos. As PECs 300, 245/249 e a MP 2215-10, o 'maldito' e corrupto governo, como tem maioria no Congresso Nacional, não deixa votar essas materias. Precisamos saír da inércia e dar um basta em tanta bandidagens e corrupções deste sujo e corrupto governo, outro (64), no momento seria muito bem vindo, Certo meus prezados amigos e leitores deste humilde e simples blog"?