Por Jorge Serrão -
O punho fechado de Luiz Inácio da Silva, braço erguido para saldar os mensaleiros com o tradicional sinal do comunismo, no 5º Congresso do PT, foi pessimamente interpretado por investidores que planejam tirar, depressa, o que têm aplicado no Brasil. O motivo alegado é insegurança de apostar em um País onde não está claro quem comanda a política e a economia: o ex-Presidente (que parece o chefão de sempre) e a Presidenta (que parece uma marionete dele).
Segunda-feira, a partir das 15 horas, no Rio de Janeiro, a petralhada deve sentir o primeiro sinal fortíssimo de oposição dos investidores internacionais, na Assembleia Geral Extraordinária da Petrobrás. Grandes fundos transnacionais, como o Aberdeen, que detém 5% da companhia, o BlackRock e muitos acionistas minoritários da empresa, vão se manifestar contra os desmandos na gestão da empresa pelo governo, causando prejuízos aos detentores de ações.
A AGE da Petrobras promete ser uma das mais tensas da história. Isto se a reunião não acabar suspensa, por algum motivo, em cima da hora. Investidores desconfiam da pressa do governo em incorporar três empresas à Petrobras: a Refinaria Abreu Lima, a Companhia de Recuperação Secundária e a Petrobras International Finance Company. Como essas empresas causaram relevantes prejuízos, por intermédio de seus administradores, para os acionistas da Petrobrás, o mercado teme que a extinção delas seja uma queima de arquivo: as provas de eventuais irregularidades praticadas vão desaparecer, num passe de mágica administrativa e contábil.
Além da Petrobras, têm mais broncas dos investidores estrangeiros. As declarações vacilantes de Guido Mantega e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deixam os investidores descrentes no Brasil – até para ganhar dinheiro facilmente, na base da especulação. Todos avaliam que a bolha do consumismo vai estourar na hora em que o governo der o primeiro calote, junto com as famílias cada vez mais endividadas irresponsavelmente pela usura que só dá lucros recordes aos bancos. O Brasil improdutivo vai quebrar. É só questão de tempo.
O irônico no movimento do grande capital estrangeiro contra o PT é que Lula e Dilma são, justamente, bonecos dos controladores globalitários. Os gestores do capital transnacional sempre colocaram no poder quem lhes fosse mais conveniente aos negócios. Claramente, a Oligarquia Financeira Transnacional prefere tirar o PT no Palácio do Planalto, em 2014. Por enquanto, não está claro quem será o substituto para contracenar o papel de “opositor” a vencer os petistas. O tucano Aécio Neves ainda é o mais cotado na bolsa de apostas da City de Londres, mas Eduardo Campos corre por fora. O PMDB, sempre governista, vai apoiar quem for mais conveniente, traindo o PT na hora certinha e fatal.
Por isso, não passa de mais uma encenação descarada de Propaganda Triunfalista Chapa Branca a mais recente Pesquisa CNI/Ibope divulgada na sexta-feira 13. O levantamento mostra que a avaliação de ótimo e bom da presidente Dilma subiu de 37%, em setembro deste ano, para 43% em dezembro. A aprovação na maneira de governar subiu de 54% para 56%. A confiança da população na Presidenta manteve-se estável, em 52%. Ou seja, pela numerologia das pesquisas, o PT está no melhor dos mundos possíveis...
O duro é a petralhada acreditar na mentira que ela mesma propagandeia, achando que vai vencer a eleição de 2014.
Gesto e Grito Oficial
Recadinho militar à Polícia Federal
Do general de Exército Adhemar da Costa Machado Filho, comandante Militar do Sudeste, ontem, durante almoço de confraternização de final de ano promovido pelo Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo:
“Todos lutamos com um único objetivo. Devemos lutar para que o Brasil melhore e se torne mais justo e menos corrupto”.
O General Adhemar destacou aos delegados federais que “um País só é forte se as suas instituições forem fortes”.
Recadinho da Polícia Federal para...
No mesmo almoço, o superintendente regional da PF, delegado Roberto Troncon, foi na mesma balada do General Adhemar:
“Unidos fazemos a Polícia Federal, todos unidos poderemos avançar, mesmo diante dos enormes desafios que temos pela frente”.
Só não ficou totalmente claro se o “unidos” do Troncon se referia apenas ao pessoal da PF ou se também servia para os militares...
Outro recado militar à Comissão da Verdade
Faz sucesso nos e-mails entre generais da ativa e da reserva o depoimento de 92 minutos dado pelo General Alvaro Pinheiro à Comissão Nacional da Verdade, no último dia 13 de novembro.
Ponto alto foi quando o General repetiu seu juramento de militar e lembrou que o Brasil não virou uma Cuba por ação do Exército:
“Pela minha honra juro cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado... E dedicar-me inteiramente ao serviço da pátria, cuja honra, integridade e instituições defenderei com o sacrifício da própria vida... Esse juramento norteou a minha vida, inclusive norteou o meu passado de combate a subversão e ao terrorismo... essa participação foi tão marcante que eu fui agraciado com a mais valorosa condecoração do exército brasileiro em tempo de paz, que é a medalha do pacificador com palma... Graças a nossa vitória o Brasil não se transformou numa grande CUBA... se nós tivéssemos perdido não sabemos onde estaríamos hoje”.
Respeito ao Brasil
O General Alvaro Pinheiro foi mais fundo, ao responder a sua própria pergunta sobre “por que na América Latina esses movimentos revolucionários não formam bem sucedidos?”:
“Na Ásia e na África eles tinham a motivação da independência política, e aqui na América Latina eles queriam derrubar regimes já estabelecidos e independentes politicamente... só tivemos uma exceção, Sierra Maestra, em que Fidel guardou até ao último momento que ele era marxista... Só que no dia em que ele conquistou Havana ele desencadeou El Paredon, milhares de pessoas foram aniquiladas sumariamente... O fato das forças armadas brasileiras terem vencido a subversão impediu que os norte-americanos viessem ao país... os boinas verdes americanos estavam no Uruguai, estavam na Argentina, estavam no Peru combatendo o Sendero Luminoso, estavam derrubando Allende, estavam capturando e eliminando Che Guevara na Bolívia...
O General Pinheiro lembrou que “só houve um país na América Latina onde não tivemos o desgosto de ver estrangeiros, nem como observadores, nem assessores e muito menos TROPA aqui dentro”: o Brasil.
Agora, um recado ao Comandante Militar
Do jornalista Carlos Brickmann, em sua coluna deste domingão, uma cobrança ética e jurídica ao Comando do Exército:
“No congresso do PT, José Genoíno foi aclamado como guerreiro do povo brasileiro. Outro guerreiro não foi lembrado: o comandante do Exército, general Enzo Peri. Deve ter ficado feliz com o esquecimento: tudo o que quer, agora, é passar despercebido. Peri é obrigado a retirar a Medalha do Pacificador do guerreiro do povo brasileiro, conforme o artigo 10 do decreto 4.207/02, que manda cassá-la em caso de condenação judicial por crime ou atentado contra o Erário. Se continuar quieto, pode ser alvo de representação judicial de qualquer cidadão”.
Certamente, o General ficará revoltado de ser sido chamado de “guerreiro” pelo Carlinhos Brickmann, uma vez que os militares preferem o termo “Combatente”...
O terceiro e o quarto da direita para a esquerda são o governador do Acre Tião Viana (PT) e seu irmão Jorge Viana (PT), senador por aquele estado. Eles não são engenheiros, mas entendem de uma negociata com helicópteros como ninguém. Na gestão de Jorge Viana como presidente do Conselho de Administração da Helibras, um laudo da Polícia Federal comprovou que o governo do Acre direcionou edital e inflou o preço para comprar um helicóptero desta empresa.
O Ministério Público Federal pediu a anulação do negócio e a devolução de seu valor atualizado, R$ 9,2 milhões, aos cofres públicos.A PF também constatou que o Acre pagou mais do que outros Estados pela mesma aeronave, descontados os valores de itens adicionais e treinamento de pilotos. De acordo com o laudo, o sobrepreço chegou a 38% na comparação com uma compra do governo do Espírito Santo. Isso significa que a gestão Binho Marques, o petista aliado dos Viana, pagou US$ 938 mil (R$ 1,56 milhão) a mais por seu helicóptero.
Segundo a
Folha de São Paulo, o ex-governador e atual senador Jorge Viana, multiplicou seu patrimônio ao trabalhar para uma fábrica de helicópteros que fechou contrato bilionário com o governo Lula. Em 1998, o patrimônio que declarou à Justiça Eleitoral era um apartamento financiado, dois carros e três linhas telefônicas. Até 2002, seus bens pouco evoluíram. Na semana passada, Viana revelou ao TRE do Acre ter um patrimônio de R$ 2,32 milhões --um salto de 1.466% em relação a 1998.
A explicação para o sucesso de Viana é sua passagem pela Helibras, a maior fábrica de helicópteros do país. Após deixar o governo acriano, Viana, cotado para ocupar ministérios, tomou posse na presidência do conselho de administração da empresa, em Itajubá (MG), onde trabalhou entre setembro de 2007 e março último, quando deixou a empresa para disputar o Senado. A empresa é controlada pelo grupo franco-alemão EADS, que faturou 48,3 bilhões em 2008.
Jorge Viana, o primeiro à esquerda, é só sorrisos, enquanto Lula brinca de aviãozinho.
Na gestão Viana, a Helibras, no âmbito do acordo militar assinado entre Brasil e França no final de 2008, acertou vender à União 50 helicópteros de transporte, por R$ 5,1 bilhões. A agenda de Lula e o histórico do projeto feito pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional), entregue ao Senado, mostram que Viana apresentou pessoalmente a Lula, em 13 de fevereiro de 2008, a proposta da Helibras para instalação de linha de produção de helicópteros que desse conta da encomenda. O Ministério da Defesa confirmou que Viana participou de reuniões com autoridades do governo a propósito do acordo militar.
Com o presidente da empresa.
Em 2009, a Helibras também fechou contrato com o Exército, de R$ 375 milhões, para modernizar, até 2021, 34 helicópteros. Viana caiu nas graças do governo francês. Em novembro, foi condecorado pelo presidente Nicolas Sarkozy, em Paris. Fotos mostram que Lula participou do ato. A "Legião de Honra" é conferida a quem contribuiu com a França nas áreas econômica, social e cultural. Ele está na primeira categoria. A Embaixada da França no Brasil confirmou que a condecoração se deveu ao trabalho de Viana na Helibras, descrita como "grande parceira econômica da França". Viana disse que a honraria "foi uma maneira de eles homenagearem um trabalho feito que construiu o que eu chamo de "a nova Helibras'".
Ontem, Lula falou em helicópteros com drogas em discurso inflamado no I Congresso Oficial do PT Mensaleiro. Hoje, o presidente da França, François Hollande, estava no Brasil para vender os Rafale, em substituição aos velhos Mirage. Se a história se repetir...
Postado pelo Lobo do Mar