Por Denise Madueño, no Estadão:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou em execução neste ano um pacote de bondades que serve para pavimentar o caminho da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na corrida eleitoral. O atendimento de demandas sociais neste ano facilita a campanha de 2010.
O pacote inclui revisão de valores de aposentadorias, reajuste no valor do Bolsa-Família, além da coleta dos frutos do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, a partir do próximo ano.
Com questões populares resolvidas, Lula estaria mais livre para viajar com Dilma pelo país em busca de votos, além de efetivar a estratégia de transformar a eleição presidencial em um plebiscito. O plano é confrontar o que foi feito no governo petista e no período do tucano Fernando Henrique Cardoso, para enfrentar o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), principal adversário de Dilma na avaliação dos petistas.
Em outra frente, Lula destravou o bloqueio de verbas para uso em publicidade no próximo ano imposto pelo Congresso. O presidente vetou na semana passada o dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que limitava as despesas oficiais com publicidade, diárias e locomoção de funcionários ao mesmo valor do que será gasto neste ano.
O presidente pretende resolver nos próximos dias um passivo antigo, que beneficia em torno de 8,3 milhões de pessoas que recebem aposentadorias, pensões e auxílios da Previdência Social com valor acima de um salário mínimo. O presidente deu o sinal verde e a equipe de governo discute a concessão, a partir de janeiro de 2010, de um índice de reajuste acima da inflação anual para essa faixa de benefícios, ao contrário dos últimos anos, incluindo os seis de Lula, quando essas aposentadorias receberam somente a correção da inflação.
BANDIDAGEM Filho de Sarney foi avisado de que seria alvo de ação, diz PF
Por João Carlos Magalhães e Hudson Corrêa, na Folha:
Um telefonema do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para o empresário Fernando Sarney, seu filho, é o primeiro de dez diálogos gravados pela Polícia Federal que, segundo o órgão, deixam “claro” que Fernando foi avisado que seria alvo de ação da PF.
A conclusão é de relatório da polícia, no qual há transcrições dessas conversas. De acordo com a PF, a sequência de conversas revela “fatos graves”, que comprovam “vazamento”.
O telefonema de Sarney para o filho ocorre em 28 de agosto de 2008. Um dia antes, o Ministério Público Federal no Maranhão havia dado parecer favorável à prisão de Fernando e a buscas e apreensões em diversos endereços, incluindo alguns do próprio empresário.
Até agora, os grampos já revelados na imprensa indicavam que Fernando sabia apenas que era investigado, mas não que ele tinha informações sobre a iminência de sua prisão e de ações da PF em suas casas e empresas nem que seu sigilo telefônico havia sido quebrado.
De acordo com a PF, as transcrições mostram que Fernando, sabendo o que ocorria, avisou os outros investigados, disse para eles terem mais cuidado ao usar o telefone e a esconder possíveis provas dos crimes que supostamente cometeu.
As ações seriam um desdobramento da Operação Boi Barrica (rebatizada de Faktor), que já levou ao indiciamento de Fernando sob suspeita de formação de quadrilha, falsidade ideológica, gestão de instituição financeira irregular e lavagem de dinheiro. Mas, no início de setembro do ano passado, o então juiz da 1ª Vara Federal de São Luís (MA) Neian Milhomem Cruz negou a maior parte desses pedidos. No relatório obtido pela Folha, a PF diz ao juiz que não adiantaria fazer as buscas deferidas pelo magistrado, porque os locais “já foram devidamente “limpos’”.
Os grampos foram feitos com autorização da Justiça.
Na ligação de 28 de agosto de 2008, Sarney pediu a Fernando que ele fosse para Brasília, de onde o empresário havia saído no dia anterior, segundo a PF. “Eu acho que você podia vir o mais rápido aqui”, diz Sarney. Após o filho falar que ia “tentar viabilizar” sua volta, Sarney insiste: “Não, venha hoje, tá?”.
Pouco mais de uma hora depois desse telefonema, o empresário recebeu outra ligação, de um de seus advogados, com o mesmo teor: ele precisava falar com Fernando “urgente” naquele mesmo dia, em Brasília, pessoalmente. Segundo a PF, ele chegou à cidade à noite.
Pesquisa aumenta pressão contra Sarney, diz oposição
Na Folha:
A oposição no Senado usará os resultados de pesquisa Datafolha divulgados ontem como mais um argumento de pressão sobre os senadores do Conselho de Ética. O colegiado deve definir nesta semana se abre ou não processo contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), acusado de quebra de decoro.
O levantamento mostra que 74% dos brasileiros defendem a saída de Sarney da Presidência do Senado. Para 66%, ele está envolvido nas irregularidades que cercam o seu nome. Sarney é acusado de se beneficiar de atos secretos -parentes dele foram contratados e exonerados por esse mecanismo-, e de receber ilegalmente auxílio-moradia. Também há denúncias de desvio de dinheiro na fundação que leva seu nome.
O Datafolha mostrou ainda uma piora na avaliação do Congresso, visto por 44% da população como “ruim ou péssimo”. Índice maior foi registrado na época do escândalo do mensalão, em 2005, com 48% de ruim ou péssimo, e em novembro de 2007 (45%), quando o Senado vivia outra crise.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o “resultado da pesquisa deve-se ao Sarney e ao grupo que ele representa.” “O PT tem duas alternativas: apoiar o Sarney e se dar mal com o povo ou não apoiar o Sarney e se dar mal com o PMDB”, disse Guerra.
São os três senadores do PT no Conselho de Ética que podem definir o futuro de Sarney uma vez que o PMDB, partido do presidente da Casa, só tem três votos e precisa do apoio dos petistas para derrubar os recursos da oposição que pedem a reabertura dos processos contra Sarney. São 11 os pedidos de investigação que foram arquivados pelo presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ).
Até base quer explicação de Sarney sobre imóveis
Por Rosa Costa e Denise Madueño, no Estadão:
Senadores de partidos de oposição e da própria base governista querem investigar a conexão da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com a construtora Holdenn Construções, Assessoria e Consultoria Ltda., cujo principal nicho de negócios é o setor elétrico, área em que o senador exerce influência.
Reportagem publicada ontem pelo Estado mostra que dois dos três apartamentos ocupados pela família na Alameda Franca, na região dos Jardins, em São Paulo, estão em nome da empresa, antes batizada de Aracati Construções, Assessoria e Consultoria Ltda.
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que seria “simplório” atribuir a uma coincidência a ligação da empreiteira com os imóveis. “Tenho certeza que não é isso, mas não vou pré-julgar”, diz. “O certo é que não deve pairar nenhuma dúvida sobre essa questão, sob pena de o processo de investigação se estender até o setor elétrico.” Para Guerra, os fatos em si “são extremamente graves”.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Demóstenes Torres (DEM-GO), é categórico ao defender que as “evidências” de troca de favores são motivo de sobra para instaurar uma investigação. “Estão sobrando evidências, e não dá para desconhecer”, alegou. “Quantas denúncias mais ele agüenta?”, questionou. Pela avaliação do senador de oposição, os fatos divulgados até agora pela imprensa, como abuso de poder, nepotismo e a suspeita de corrupção, fragilizaram não apenas o presidente do Senado, mas também a instituição e os demais parlamentares.
NOTA DO CLUBE MILITAR
O PRESIDENTE DO CLUBE MILITAR DISSE A GRANDE VERDADE: “SE FAZ POUCO CASO DA
HONRA”. A reação do Clube Militar indica a vontade do povo brasileiro. Não
podemos viver sem honestidade, dignidade e honradez.
PARABÉNS GENERAL FIGUEIREDO. O GRUPO GUARARAPES AO SEU LADO NA LUTA PELA
ÉTICA. EM SE COMPRANDO TUDO DÁ … VOTOS
Os homens são tão simplórios, e se deixam de tal forma dominar pelas
necessidades do momento, que aquele que saiba enganar achará sempre quem se
deixe enganar.(Maquiavel)
Nunca na história deste país se fez tão pouco caso da honra, de tal maneira
se desprezou a ética, tanto se usou de meios escusos para corromper, para
enlamear instituições, para comprar consciências. A amarga sensação que
fica é a da total perda, por parte de um grande número de homens públicos,
de qualquer noção de honestidade, de dignidade, de honradez.
O atual governo, contrariando todos os princípios apregoados enquanto
estava na oposição, abandonou completamente o decoro no trato da coisa
pública e partiu para o uso de um verdadeiro rolo compressor, comprando
tudo e todos a sua volta, desde que possam, de alguma forma, interferir em
seus objetivos.
Recordemos o esquema do mensalão, quando um grupo de aliados do Presidente,
gente de dentro do governo, usou meios escusos para organizar a maior
quadrilha jamais montada em qualquer lugar do mundo, com o objetivo de
comprar o apoio de parlamentares e, em última instância, perpetuar no poder
seu grupo político.
O então Procurador-geral da República, Dr Antônio Fernando de Souza,
apresentou uma denúncia contundente contra os principais envolvidos no
escândalo. Ficou de fora o Presidente da República que alegou desconhecer o
esquema. Em termos jurídicos, a desculpa valeu. O Procurador-geral
retirou-o da denúncia por não ter encontrado evidências firmes de seu
envolvimento. Agora, firulas jurídicas à parte, parece pouco provável que
alguém, dotado de capacidade de reflexão, tenha acreditado na história. A
ser verídico o desconhecimento, cairíamos na dúvida que, à época, circulou
na internet: será que temos um Presidente aparvalhado, incapaz de entender
fatos que acontecem ao seu redor, protagonizados por seus mais íntimos
colaboradores?
Em outra vertente, há o Bolsa Família, sem dúvida o maior programa de
compra de votos do mundo. Trata-se de um programa que gera dependência,
antes de estimular o desenvolvimento humano. As pessoas atendidas,
recebendo o benefício sem nenhuma necessidade de contrapartida, ficam
desestimuladas até de buscar emprego. Mesmo a CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil) chegou a afirmar que o programa “vicia” e que deixa
os beneficiários “acomodados”.
Não é que alguém seja contra a minorar a aflição de quem tem fome. O
problema é que o programa parte de uma premissa falsa ao confundir pobreza
com fome. A esses últimos é mais do que justo assistir com recursos
públicos. Aos pobres, a melhor ajuda que o governo poderia dar é investir
corretamente em educação. Mas não, confundindo conceitos, prefere manter um
Bolsa Família hiperdimensionado, gastando recursos que fazem falta à
educação, uma vez que, assim como está, o retorno nas eleições, em termos
de votos, tem sido muito compensador.
A comprovação de que não são todos os pobres no Brasil que estão famintos
veio de uma pesquisa do IBGE, realizada em 2004 – Pesquisa de Orçamentos
Familiares. Em uma parte dessa pesquisa, ficou constatado que o índice de
pessoas abaixo do peso estava menor do que aquele considerado normal pela
OMS. E, para a perplexidade dos que acenam com a necessidade de combater a
fome para manter e ampliar o programa, verificou-se que, entre nós, a
obesidade é um problema mais crítico do que a fome.
Não satisfeito em aliciar parlamentares para sua base de sustentação
política e populações desassistidas para aumentar suas possibilidades
eleitorais, o governo trata, também, de evitar qualquer problema nas ruas,
em termos de manifestações públicas de desagrado contra os muitos desvios
de ética praticados por seus correligionários e aliados. Nada melhor,
então, do que colocar a União Nacional dos Estudantes igualmente em seu
balcão de negócios.
É assim que o governo, da mesma forma que faz com sindicatos, resolveu
patrocinar a UNE. As verbas federais, dessa forma, passaram a irrigar o
movimento estudantil, seja em termos de patrocínio, como aconteceu em seu
último congresso nacional, seja com a destinação de alguns milhões para a
reconstrução de sua sede, seja, ainda, com o pagamento de generosas
“mesadas” a seus dirigentes.
Com isso, foi neutralizado o espírito combativo que era a marca do
movimento estudantil e eliminou-se toda possibilidade de agitações de rua
indesejáveis. Um exemplo disso ocorreu no referido congresso, quando houve
um protesto contra a CPI da Petrobras. Em outros tempos, seria a UNE a
primeira a se mobilizar para exigir a completa elucidação dos fatos. Agora,
sem sequer conhecer os resultados de uma CPI que nem começou, faz o
protesto. Passam por cima da necessidade de se investigar denúncias de
irregularidades em uma empresa cujo maior acionista é o governo, em um
congresso que era patrocinado por esse mesmo governo. E o presidente da UNE
tem a desfaçatez de dizer que não vê nada de errado nisso.
Com a prática da compra indiscriminada de todos que possam atrapalhar os
desígnios do governo, este foi perdendo todos os escrúpulos. Conseguindo
manter níveis elevados de popularidade, julga-se acima do bem e do mal,
capaz de tudo, inclusive de defender crimes praticados por aliados, pouco
se importando com a ética e com a moralidade pública. Pouco se importando
com a evidência de que está corrompendo os brios de toda uma nação que, em
um dia não tão distante, teve orgulho de se proclamar brasileira.
Gen Ex GILBERTO BARBOSA DE FIGUEIREDO
Presidente do Clube Militar
COMENTO
"Amigos já venho dizendo há muito tempo, que a nossa República está doente e deve ser tratada com urgência.
Nossa constituiçao está sendo desrespeitada, por uma facção criminosa que está no poder, cometendo todos os tipos de bandidagens possíveis.
Uma dessas bandidagens é, pagar a PM do DF três vezes mais do que os militares das Forças Armadas, o que prova que a constituição brasileira não está sendo a diretriz para administração dos corruptos bandidos do PT.
O momento é muito grave, o desmonte avoluma-se, de forma vexatória, o perigo é constante e iminente, há de haver uma líder, que tire o nosso país dessa grave crise, onde o banditismo institucionalizado e a corrupção edêmica são marcas registradas da administração dos PETRALHAS".