segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Economist chama políticos corruptos brasileiros de "zumbis"


Semanário britânico critica perpetuação no poder de políticos brasileiros acusados e até condenados, mas diz que o brasileiro ainda tem esperança

Marcos Oliveira/Agência Senado
O novo presidente do Senado, Renan Calheiros
Renan Calheiros: "zumbi" ao lado de nomes como Paulo Maluf e José Genoino
São Paulo – A perpetuação no poder de políticos brasileiros envolvidos em escândalos foi comentada neste sábado pelo semanário britânico The Economist, que os chamou de “zumbis políticos”. “Apesar de sérias alegações de corrupção, a velha guarda continua voltando”, diz o subtítulo do texto.
A publicação relembra a última eleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado, apesar da renúncia em 2007 e das inúmeras denúncias existentes contra ele. Também chama atenção para o fato de que, apesar de ter tomado medidas duras contra ministros envolvidos em escândalos de corrupção, a presidente Dilma Rousseff aceitou a candidatura de Renan e ainda o parabenizou por telefone após sua vitória.
“O Senhor Calheiros é o mais novo exemplo de um bem-estabelecido fenômeno brasileiro: o político que consegue sobreviver a qualquer número de pancadas aparentemente fatais”, resume o semanário.
The Economist revisita ainda outros casos, como o Mensalão e o fato de políticos condenados, como Paulo Maluf, José Genoino e Francisco Tenório, continuarem no Congresso. “No total, um terço dos legisladores do Brasil ou foram condenados ou estão sendo investigados por crimes que vão de compra de votos a roubo e exploração da escravidão”, diz o texto.
Contudo, a publicação parece deixar uma mensagem otimista sobre a reação do povo. Apesar de afirmar que “muitos brasileiros estão perfeitamente felizes em votar nessas pessoas”, o semanário lembra que a petição online que pedia o impeachment de Renan Calheiros atingiu 1,36 milhão de assinaturas, ou 1% do eleitorado, o suficiente para levar a demanda ao Congresso.
A aprovação da Lei da Ficha Limpa e o fato de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ter se tornado uma espécie de herói pelas condenações do Mensalão também são celebrados como provas da reação dos brasileiros à perpetuação da corrupção no poder. “Brasileiros ainda têm esperança de que os zumbis políticos sejam postos para dormir”, termina o texto.

CHEGA AO BRASIL UMA VOZ CONTRA UM COMUNISMO DISFARÇADO DE DEMOCRACIA E QUE SE ENRIQUECE COM O CAPITALISMO.

Igor O. Fonseca


Está no Brasil visita uma ativista contra o regime de exceção imposto pelos irmãos Castro da Ilha de Cuba, que vivem sob um pseudocapitalismo e espalham o terror do autoritarismo pelo mundo comuna fascista.

Yoani Sánchez inicia no Brasil viagem internacional após anos "presa" em Cuba. Após cinco anos recebendo negativas do Governo de Cuba para poder sair de seu país, a blogueira opositora Yoani Sánchez pôde entrar em um avião neste domingo para empreender uma viagem internacional, que começará pelo Brasil e só foi possível pela reforma migratória vigente desde janeiro na ilha.



Com o logotipo de seu famoso blog "Geração Y" impresso em sua mala de mão, Yoani, de 37 anos, passou sem maiores problemas pelo controle migratório do aeroporto de Havana para tomar um voo rumo ao Brasil, primeira escala de um périplo de 80 dias que a levará a uma dezena de países da América e da Europa.

"Isto será como a volta ao mundo em 80 dias", brincou a filóloga cubana em declarações a jornalistas no Aeroporto de Havana, onde chegou esta manhã muito cedo acompanhada de um grupo de parentes e amigos.

Yoani Sánchez, cujo olhar crítico sobre a realidade cubana foi reconhecido com múltiplos prêmios internacionais que nunca pôde receber pessoalmente, disse sentir-se como em um "sonho", mas com um "sabor agridoce" pelas limitações migratórias que persistem em seu país.

"Estou muito feliz, embora com essa sensação do corredor de 110 metros com barreiras que chega esgotado, suado e até machucado, mas que no final ganha a corrida. Venci uma pequena batalha pessoal, jornalística, cidadã e jurídica", manifestou.

No entanto, lamentou que a reforma migratória ainda não contemple o fato de entrar e sair de Cuba como um "direito inerente, pelo mero fato de ter nascido nesta ilha. Isso é uma grande limitação".



Yoani Sánchez saiu hoje de Cuba, mas para voltar a seu país dentro de algumas semanas sem medo que as autoridades não a deixem retornar: "Eu reúno todos os requisitos legais para o retorno".

Nos últimos anos, a autora de "Geração Y" foi uma das vozes que mais denunciou o que ela denomina como "absurdo migratório" de Cuba, onde sair do país legalmente requeria a permissão das autoridades e de embaraçosos, caros e restritivos trâmites.

A maior parte dessas limitações foi suprimida com a reforma que entrou em vigor no último dia 14 de janeiro e agora só é necessário ter o passaporte em dia e o visto que exigir o país de destino para viajar ao exterior.

No entanto, algumas restrições foram mantidas, já que, por exemplo, podem ser negados passaportes por razões de "interesse público" ou "segurança nacional", e para determinados profissionais considerados "vitais" para o país é necessária ainda uma permissão especial das autoridades.

Nas últimas semanas, o Governo concedeu passaportes a críticos como Yoani e dissidentes como a líder das Damas de Branco, Berta Soler, mas não os autorizou para políticos que foram libertados nos últimos anos e cujas penas seguem vigentes.

"Tenho alguns amigos que não poderão sair por múltiplas razões: porque não lhes outorgaram o passaporte ou porque são prisioneiros da 'Primavera Negra'. Também há outros que não têm os recursos para viajar", destacou Yoani.

Em seu caso, a famosa blogueira se despedirá dos anos de negativas com uma grande viagem que começará no Brasil, onde cumprirá uma apertada agenda que inclui conferências sobre liberdade de expressão e direitos humanos assim como a apresentação do documentário do cineasta Dado Galvão "Conexão Cuba-Honduras".

Outros de seus destinos serão República Tcheca, Alemanha, Suécia, Suíça, Itália e Espanha.

Yoani Sánchez também visitará México, Peru e Estados Unidos, onde dará conferências em várias universidades e visitará as sedes do Google e do Twitter.



Além de reivindicações pela normalização migratória, outro pedido constante de Yoani Sánchez é por um acesso livre à internet, cujo uso particular em Cuba está fortemente restrito.

Por isso um de seus desejos nesta viagem é "navegar pela internet sem censura e sem ter de pagar US$ 6 por hora".

"Sem que ninguém olhe sobre minhas costas para saber em que site estou navegando", disse a blogueira, que é uma ativa usuária do Twitter, que acessa através de um telefone celular.

Após a flexibilização migratória, a blogueira lembrou que em Cuba ainda restam muitas reformas pendentes, como a descriminalização da divergência, a liberdade de expressão e associação ou a permissão para criar meios de comunicação livres e independentes.

       "Há muitas reformas pela frente, acho que as mais importantes estão no campo político, onde quase nenhum passo foi dado", concluiu.

REFLEXÃO : Se nada for feito, o  nosso país caminha para ter o seu Estado aparelhado e amordaçado, coisa que já existem em alguns níveis da política,  sito a comissão da verdade que é um triste exemplo desses que se tem em Cuba. Podemos citar as Forças Armadas por exemplo,  há mais de 13 anos sem reajuste salarial e não há uma voz que saia com uma justa defesa e exigências de cumprimento da Constituição Federal, tudo reservado como Direito pela regra da LDO, como instrumento que determina as reposições naturais às perdas salariais ao começo de cada ano em data básica de cada categoria, agora imaginem 13 anos sem cumprir essas ordens constitucionais.

O Brasil não pode ser mais cúmplice de uma ditadura paternalista, de irmão para irmão, que nada se trata de opção ideológica, pois existe capitalismo em Cuba que funciona muito bem para a burocracia próxima. O Brasil se quiser ser respeitado como uma democracia emergente e confiável deve ser duro no discurso e restringir relações com países que desrespeitam direitos humanos, independente de interesses econômicos. Isso é uma questão de ética, de respeito ao povo cubano, que é para ele que o Estado deveria existir, e não para mantê-los numa República pseudocomunista contra sua vontade. Pensem como pensem, no entanto, não obriguem o mundo a calar sobre estes desmandos. O Estado brasileiro não mais pode ser conivente com esse Estado de Exceção persistente em Cuba. A estratégia é ser indiferente. Uma vergonha fingirmos que está tudo bem na "Ilha de Castros". Mas não há necessidade de embargos, a população seria a mais prejudicada. Não podemos mais mostrar os dentes para esse absurdo.

Autor. Igor O. Fonseca

Exame.com
Postado pelo Lobo do mar

O PT é ou não é uma quadrilha?


O Globo

Hoje, Demétrio Magnoli publica um artigo em O Globo e em diversos jornais intitulado " O PT é uma quadrilha". Como o articulista sempre teve muitos elogios aqui no Blog, inclusive do blogueiro, submeto aos leitores e comentaristas. O PT é ou não é uma quadrilha?
"Fernando Haddad está cercado por José Dirceu e Paulo Maluf. Sobre Dirceu, aparece a palavra "condenado"; sobre Maluf, "procurado". Contaminada pelo desespero, a propaganda eleitoral de José Serra não viola a verdade factual, mas envereda por uma perigosa narrativa política. O candidato tucano está dizendo que eleger o petista equivale a colocar uma quadrilha no comando da prefeitura paulistana. A substituição da divergência política pela acusação criminal evidencia o estado falimentar da oposição no país e, mais importante, inocula veneno no sistema circulatório de nossa democracia.
Demóstenes Torres foi expulso do DEM antes de qualquer condenação, quando patenteou-se que ele operava como despachante de luxo da quadrilha de Carlinhos Cachoeira. José Dirceu foi aclamado como herói e mártir pela direção do PT depois da decisão da corte suprema de uma democracia de condená-lo por corrupção ativa e formação de quadrilha. O mensalão é um tema legítimo de campanha eleitoral e nada há de errado na exposição dos vínculos entre Haddad e Dirceu. Contudo, a linguagem da política não deveria se confundir com a linguagem da polícia.
Dirceu permanece na alta direção petista pois é um dos artífices de uma concepção da política que rejeita a separação entre o Estado e o partido. No mensalão, a imbricação Estado/partido assumiu o formato de um conjunto de crimes tipificados. Entretanto, tal imbricação manifesta-se sob as formas mais diversas desde que Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto. O código genético do mensalão está impresso no movimento de partidarização da administração pública, das empresas estatais, dos fundos de pensão, dos sindicatos, das políticas sociais e da política externa conduzido ao longo de uma década de lulismo triunfante. Na linguagem da política, Dirceu figuraria como símbolo da visão de mundo do lulo-petismo. Mas a campanha de Serra não é capaz de escapar ao círculo de ferro da linguagem policial.
A Interpol define Paulo Maluf como um foragido da Justiça. Lula e Haddad não se limitaram a firmar um pacto eleitoral com o partido de Maluf, mas peregrinaram até a mansão do fugitivo para desempenhar o papel abjeto de cortejá-lo como liderança política. Faz sentido divulgar, no horário de campanha, as imagens da macabra confraternização. Contudo, uma vez mais, seria indispensável traduzir o evento na linguagem da política, que não é a da Interpol.
Maluf é um caso extremo, mas não um ponto fora da curva. Lula e o PT insuflaram uma segunda vida aos cadáveres políticos de Fernando Collor, Jader Barbalho, José Sarney, Renan Calheiros e tantos outros. As alianças recendem a oportunismo, um vício menor, mas a extensão da prática exige uma explicação de fundo. O paradoxo aparente do encontro entre "esquerda" e "direita" é fruto de um interesse compartilhado: a continuidade da tradição patrimonial de apropriação da "coisa pública" pela elite política.
As "estranhas alianças" lulistas funcionam como ferramentas para a repartição do imponente castelo de cargos públicos na administração direta e nas empresas estatais. Até hoje, o Brasil não concluiu o processo de criação de uma burocracia pública profissional. Na linguagem da política, a confraternização de Lula e Haddad com Maluf ajudaria a esclarecer os motivos desse fracasso. Ma s a propaganda eleitoral de Serra preferiu operar em outro registro.
A campanha do tucano oscila entre os registros administrativo, moral e policial, sem nunca sincronizar o registro político. De certo modo, ela é um reflexo fiel da falência geral da oposição, que jamais conseguiu elaborar uma crítica sistemática ao lulo-petismo. Entretanto, nas circunstâncias produzidas pelo julgamento do mensalão, a inclinação oposicionista a apelar para a linguagem policial tem efeitos nefastos de largas implicações. Na democracia, não se acusa um dos principais partidos políticos do país de ser uma quadrilha.
O PT não é igual à sua direção eventual, nem é uma emanação da vontade de Dirceu ou mesmo de Lula. O PT não se confunde com o que dizem seus líderes ou parlamentares em determinada conjuntura, nem mesmo com as resoluções aprovadas nesse ou naquele encontro partidário. Embora tudo isso tenha relevância, o PT é algo maior: uma história e uma representação. A trajetória petista de mais de três décadas inscreve-se no percurso da sociedade brasileira de superação da ditadura militar e de construção de um sistema político democrático. O PT é a representação partidária de uma parcela significativa dos cidadãos brasileiros. A crítica ao partido e às suas concepções políticas não é apenas legítima, mas indispensável. Coisa muito diferente é tentar marcá-lo a fogo como uma coleção de marginais.
O jogo do pluralismo depende do respeito à sua regra de ouro: a presunção de legitimidade de todos os atores envolvidos. Nas democracias, eleições se concluem pelo clássico telefonema no qual o derrotado oferece congratulações ao vencedor.
Em 1999, após o terceiro insucesso eleitoral de Lula, o PT violou a regra do jogo, ao desfraldar a bandeira do "Fora FHC". Serra ficou longe disso dois anos atrás, mas seu discurso de derrota continha a estranha insinuação de que a vitória de Dilma Rousseff representaria uma ameaça à democracia. Agora, na eleição paulistana, a propaganda do tucano sugere que um triunfo de Haddad equivaleria à transferência da prefeitura da cidade para uma quadrilha. Na hipótese de derrota, como será o seu telefonema de domingo à noite?
Marqueteiros designam ataques ao adversário eleitoral pela expressão "propaganda negativa". O rótulo dos vendedores de sabonete abrange tudo, desde a crítica política fundamentada até as mais sórdidas agressões pessoais. O problema da campanha de Serra não está no uso da "propaganda negativa", mas na violação da regra do jogo. Não é assim que se faz oposição."

Postado pelo Lobo do Mar

O PT e a desonestidade como essência e método. Ou: Não adianta! O que define a vida de Lula é tentar eliminar uma parte da história



NA FOLHA

A desonestidade intelectual no PT é um método. Mais do que isso: é uma essência. O partido dará início aos tais seminários para comemorar os dez anos no poder.  

A comparação de dados com as gestões do passado,  vai nortear os seminários que o PT fará, a partir desta quarta-feira, para exaltar os dez anos do partido à frente do Palácio do Planalto. O PT elaborou o documento confrontando indicadores sociais e econômicos do governo “neoliberal” do PSDB aos dos mandatos “desenvolvimentistas” de Lula e Dilma Rousseff, estrelas do evento inaugural, em São Paulo, onde a cartilha será distribuída. “O objetivo, além de resgatar o que foi realizado nos últimos dez anos, é comparar e mostrar como o Brasil mudou a partir de um outro modelo de desenvolvimento”, diz o presidente do PT, Rui Falcão.
Serão usados dados oficiais de órgãos como o Banco Central e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na lista, índices de inflação, desemprego, dívida pública, desigualdade e o valor do salário mínimo. Após o seminário de quarta, debates ocorrerão em dez Estados até maio, sempre com a presença de Lula. A ida de Dilma a todos os atos ainda não está confirmada.

Postado pelo Lobo do mar