sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Palocci na Casa Civil, e Carvalho na secretaria-geral da Presidência








Por Vera Rosa, no Estadão:

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci será o chefe da Casa Civil do governo de Dilma Rousseff. Coordenador da equipe de transição, Palocci foi convidado pela presidente eleita, na quarta-feira, a assumir a pasta que já foi comandada por ela. Resistiu um pouco, pois preferia um ministério de menor visibilidade, mas aceitou a tarefa após longa conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O novo núcleo duro do Palácio do Planalto também abrigará Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, na Secretaria-Geral da Presidência. Carvalho e Luiz Dulci, que ocupa essa cadeira, são os únicos sobreviventes do antigo grupo de conselheiros de Lula, formado em 2003. A exemplo do que ocorre hoje, todos os auxiliares escolhidos por Dilma para a chamada “cozinha” do Planalto são filiados ao PT e próximos a Lula.

Ao assumir a Casa Civil, ministério responsável pela coordenação do governo, o deputado Palocci será reabilitado na cena política. Fiador do rumo econômico no primeiro mandato de Lula, o então comandante da Fazenda foi abatido em março de 2006 no rastro do escândalo da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, revelado pelo Estado. No ano passado, porém, foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Dilma havia planejado desidratar totalmente a Casa Civil - alvo de sucessivas crises nos últimos anos -, mas mudou de ideia. Embora mais enxuta e sem projetos vistosos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que serão transferidos para o Ministério do Planejamento, a Casa Civil continuará forte e seu titular, o capitão do time.

Entre suas várias atribuições, Palocci fará dobradinha com a Secretaria de Relações Institucionais na articulação política e cuidará da interlocução com governadores e prefeitos, além da reforma tributária. Vai tratar, ainda, das negociações envolvendo a partilha dos royalties de petróleo e a revisão dos índices dos Fundos de Participação dos Estados.

Em conversas reservadas, Dilma já avisou que não quer saber de “primeiro-ministro” à sua volta. No primeiro mandato de Lula, esse carimbo pertencia a José Dirceu, que caiu na esteira da crise do mensalão, em 2005. Apesar de dizer que Palocci é “muito competente e habilidoso”, Dirceu não queria que ele se sentasse em sua antiga cadeira e incentivou articulações de bastidor com o objetivo de empurrá-lo para a Saúde.

Alexandre Padilha, titular da Secretaria de Relações Institucionais, deverá continuar no mesmo posto, mas Dilma ainda não bateu o martelo sobre o destino de Paulo Bernardo, hoje ministro do Planejamento.A presidente eleita convidou Bernardo, na quarta-feira, para comandar a Previdência Social ou outra pasta. Disse a ele, no entanto, que pode levá-lo para o Planalto num arranjo de última hora no xadrez ministerial.

Prêmio Incompetência estúpida: Haddad deve mesmo ser mantido na pasta da Educação.
Mantega quer fazer feitiçaria para maquiar inflação e ver se engana taxa de juros…

Por Adriana Fernandes e Fabio Graner, no Estadão:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, quer “desidratar” o índice de inflação na tentativa de reduzir a taxa de juros mais rapidamente no governo Dilma Rousseff. Embora o Banco Central já calcule os chamados núcleos da inflação medida pelo IPCA excluindo alguns alimentos e combustíveis, Mantega anunciou que o governo estuda criar um novo índice para expurgar os preços desses produtos.

Será o IPCA Ex-Combustíveis e Alimentação. A ideia, segundo apurou o Estado, é retirar todos os alimentos e combustíveis do novo índice, diferente do que faz o BC brasileiro hoje e como faz o Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos).

Numa espécie de nova “contabilidade” para a inflação, seguindo estratégia que também será adotada para as contas públicas no próximo governo, Mantega justificou que a medida é necessária porque o Brasil “se acostumou a olhar a inflação cheia”. O novo índice traz naturalmente à tona a discussão em torno de uma mudança na meta de inflação, fixada em 4,5% para 2011 e 2012. Enquanto o IPCA acumulado em 12 meses está em 5,20%, cálculo de um grande banco mostra que o índice com o expurgo de alimentos e combustíveis no mesmo período é de 4,16%.

Em junho do próximo ano, o governo decidirá a meta de inflação de 2013 e confirmará o alvo para 2012.

Se o governo resolver definir a meta com base no novo índice futuramente, isso pode significar menor carga de juros para conter a inflação. Com os expurgos, segundo fontes, o ministro acredita que o BC não precisará reagir a movimentos “momentâneos e passageiros” de alta de preços, muitas vezes decorrente de problemas climáticos e de choques externos. Um ponto negativo é que o núcleo dificulta a identificação de mudanças estruturais de preços de alimentos ou de combustíveis.

Oposição. Nos últimos anos, Mantega sempre se contrapôs ao BC por elevar os juros por conta de pressões inflacionárias desse tipo, que na sua avaliação não tinham nada a ver com aquecimento da demanda da economia. Entrou para história a declaração de Mantega, em abril de 2008, de que a culpa pela alta da inflação era do “feijãozinho que todo brasileiro come”.

Fortalecido no cargo, Mantega indica agora que quer mudar o foco do BC do índice cheio para o expurgado. O BC, porém, sempre defendeu trabalhar com a meta pelo IPCA cheio por considerar mais fácil a população entender o sistema. Independentemente disso, o Copom tem olhado com muita atenção os núcleos do IPCA (o próprio BC calcula três) e muitas vezes decide o rumo da taxa de juros com base neles. Se estão muito elevados, o BC tende a subir os juros.

Em entrevista à GloboNews, o ministro avaliou que a economia precisa de ajustes para que o governo possa reduzir a meta de inflação. Para ele, uma meta mais baixa, dependendo das circunstâncias, pode significar juros mais altos e menos crescimento. Ele destacou que uma parte importante da economia brasileira permanece ainda indexada, o que dificulta a queda da meta de inflação. Entre os problemas apontados por Mantega, está a indexação dos chamados preços administrados de serviços públicos, como tarifa de energia elétrica e aluguéis, pelo IGP-M. Esse problema poderá ser resolvido com a “diluição” desse e de outros indicadores ou troca por índices melhores.

COMENTO

E tudo continuará como antes, no quartel de Abrante... E o governo do PT, continuará fazendo suas trapalhadas e maracutais, pelo país a fora, são tantas que: até o ministro da supressão da verdade ex-comandante do MR 8 Franklin Martins, o ex-padre Gilberto Carvalho e o Mantega, vão ficar bem na fita dos petralhas. Certamente esses políticos continuarão a fazer muito mais vítimas na próxima administração petista.