terça-feira, 26 de novembro de 2013

Por cardoso lira

Dilma e o PT "distribuem riquezas", mas não sabem criá-las. Estão raspando o fundo do cofre. Até a balança comercial despencou e já está perto de zero.

Em 2012, a balança comercial brasileira registrou superávit de 19,43 bilhões de dólares. Segundo a série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), este foi o pior saldo dos últimos dez anos. O resultado de 2012 foi 10 bilhões de dólares menor (queda de 34,76%) que o verificado em 2011, quando a balança brasileira fechou com saldo positivo de 29,79 bilhões de dólares.
 
Quem acha que estava ruim, prepare-se: a balança comercial deve ficar negativa em 2013 ou com um saldo positivo que não vai passar de U$ 1 bilhão. Isso com uma super safra no Agro, que fará com que este setor tenha mais de U$ 80 bilhões de superávit, tapando os rombos dos demais setores da economia.
 
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, candidato ao governo de Minas Gerais pelo PT, diz que está otimista. O que comprova que é um incompetente, quando não um irresponsável. - Estamos com um déficit acumulado que caiu, hoje é um valor pequeno, de R$ 1 bilhão, R$ 1,5 bilhão. Eu ainda acredito que consigamos reverter em dezembro, e se não tivermos um superávit, termos pelo menos uma balança equilibrada. Sou otimista - disse, para, logo depois revelar que seu otimismo não está tão firme:- Este ano, o máximo que podemos esperar é ter uma balança equilibrada ou um pequeno saldo.
 
Dilma Rousseff tem de escolher qual a explicação que vai dar ao país. Só tem duas. Ou recebeu uma herança maldita de Lula, que arrasou a economia para eleger um poste. Ou o seu governo é um fracasso, por destruir todo o esforço do Brasil para ter uma balança comercial superavitária.
 
Não adianta dar subsídios para a indústria sem fazer reformas profundas (fiscal e trabalhista, por exemplo), como Fernando Henrique Cardoso fez ao criar o Plano Real.  A verdade é que o PT governa para a próxima eleição, sendo a sua especialidade “distribuir riquezas”. O grande problema é que não sabe criá-las. Por isso, o Brasil está a beira do abismo, comprometendo o esforço de décadas para equilibrar a economia.
Esta semana tem reunião do Copom e não dá pra segurar: os juros vão para a casa dos dois dígitos. Se não for agora, será na próxima. É a crise econômica acabando com o estojo de maquiagem da Dilma e do Mantega. Enquanto isso, a presidente resiste em aumentar o preço da gasolina. Encheram o Brasil de carros, não fizeram estradas e não produziram gasolina. Estão tendo que importar bilhões de dólares, em vez de exportar, como era feito até 2010. Veja, abaixo, matéria da Folha de São Paulo.
 
Preocupada com o impacto inflacionário, a presidente Dilma Rousseff resiste a autorizar uma fórmula de reajuste automático para a gasolina e diesel nos moldes defendidos pela Petrobras. Interessada em uma solução rápida, a presidente da estatal, Graça Foster, tem tentado, sem sucesso, uma reunião com Dilma e o ministro Guido Mantega (Fazenda).
 
O governo federal, sócio majoritário da Petrobras, não gostou da forma como o reajuste automático foi proposto. Presidente do conselho de administração, o próprio Mantega se surpreendeu com a iniciativa. A presidente Dilma, conforme relatos, também ficou contrariada e, desde outubro, só encontrou Graça em inaugurações.
 
No Palácio do Planalto e na Fazenda, a grande preocupação é que uma fórmula de reajuste automático da gasolina se transforme numa referência de indexação para outros setores, que passariam a aumentar seus preços seguindo o modelo que viesse a ser adotado para a Petrobras. Segundo a Folha apurou, o governo está disposto a conceder um reajuste neste ano dentro da regra atual --por volta de 5% para gasolina e próximo de 10% para o diesel. Mas já fala em deixar para o ano quem vem um tipo de mecanismo que dê mais previsibilidade à geração de caixa da companhia.
 
Nos bastidores, auxiliares presidenciais afirmam que a fórmula proposta pela diretoria da Petrobras está descartada. O esforço agora é para encontrar um meio-termo que, de um lado, contemple a necessidade da previsibilidade e, de outro, mantenha na órbita do Executivo alguma autonomia sobre a decisão de reajustes futuros.
 
O Ministério da Fazenda tem dúvidas sobre uma fórmula que permita reajustes automáticos e, por isso, pediu que a estatal refizesse seus cálculos. Para a área econômica, também não é prudente definir uma nova política de reajuste em um momento de alta volatilidade do dólar. Sempre que toca no assunto, Dilma afirma que, se a Petrobras tivesse cumprido sua meta de elevar a produção, o "fator dólar" não seria um problema como agora, pois a estatal teria sobra de produção para exportar e, assim, compensar o gasto com a importação de gasolina e diesel.
 
Até 2010, a petroleira exportava gasolina, mas passou a importar o produto com o aumento da demanda no mercado interno. A companhia previa elevar sua produção para 2,3 milhões de barris/dia, mas acabou caindo para menos de 2 milhões de barris/dia neste ano. Em 2014, a empresa acredita que conseguirá elevar sua produção com a operação de novas plataformas.
 
Segundo assessores, Dilma compreende a posição da Petrobras, que precisa reforçar seu caixa para bancar seu plano de exploração do pré-sal, mas argumenta que não pode adotar fórmulas que pressionem a inflação, sobretudo em ano eleitoral. O tema será debatido na reunião do conselho da estatal, adiada da sexta passada para a desta semana, porque não havia consenso entre a Petrobras e a Fazenda.