Por Vannildo Mendes, no Estadão Online:
Servidores federais recusaram neste sábado, 25, a proposta do governo Dilma Rousseff, que propôs um reajuste salarial de 15,8%, fatiado em três parcelas, de 2013 a 2015. O impasse continua e representantes de algumas categorias saíram da reunião no Ministério do Planejamento dispostos a radicalizar a greve.
Servidores federais recusaram neste sábado, 25, a proposta do governo Dilma Rousseff, que propôs um reajuste salarial de 15,8%, fatiado em três parcelas, de 2013 a 2015. O impasse continua e representantes de algumas categorias saíram da reunião no Ministério do Planejamento dispostos a radicalizar a greve.
“Se o
governo insistir nessa postura intransigente, vamos à greve por tempo
indeterminado”, ameaçou Allan Titonelli Nunes, do Fórum Nacional da
Advocacia Pública Federal. Os profissionais da Advocacia da União – que
nunca fizeram greve, mas estão promovendo manifestações de protesto –
recebem salários entre R$ 14,5 mil, no início de carreira, e R$ 19,5
mil, no topo. Eles querem ser equiparados à magistratura e ao Ministério
Público, instituição com remunerações que chegam a R$ 26 mil.
A União
das Carreiras de Estado (UCE), que congrega 22 sindicatos e mais de 50
mil servidores de áreas estratégicas, foi uma das entidades que
rejeitaram ontem a proposta do governo para encerrar as ações de
protesto. O movimento prejudica as atividades da Polícia Federal, da
Receita e de órgãos de controle e fiscalização.
“A Polícia
Federal está sucateada. Cortaram 70% dos recursos de custeio e até
atividades rotineiras de investigação estão prejudicadas. Falta dinheiro
até para coletes e munição”, reclamou o delegado Amaury Portugal,
presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo. Apesar de
rejeitar o acordo, Portugal é contrário à adesão de delegados à greve.
Para
contornar o impasse, o núcleo de gestores do Estado, que também integra a
UCE, apresentou ao governo uma contraproposta: 25% de reajuste em três
parcelas, sendo 6% em 2013, 8% em 2014 e 10% em 2015. O secretário de
Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, considerou “muito difícil”
aceitar a proposta.
Ultimato
O coordenador da UCE, Pedro de la Rue, vê pouca chance de solução do impasse porque, na sua opinião, o governo radicalizou na negociação ao dar um ultimato aos grevistas. “É impossível dialogar diante de tamanha intransigência. O governo impôs um limite que não repõe a inflação passada e abre espaço para novas defasagens no futuro”, criticou.
O coordenador da UCE, Pedro de la Rue, vê pouca chance de solução do impasse porque, na sua opinião, o governo radicalizou na negociação ao dar um ultimato aos grevistas. “É impossível dialogar diante de tamanha intransigência. O governo impôs um limite que não repõe a inflação passada e abre espaço para novas defasagens no futuro”, criticou.
Na manhã
de ontem (sábado), integrantes do governo se reuniram com a Associação
Nacional dos Técnicos Agropecuários de Fiscalização Federal, que também
rejeitou a proposta.
O governo
iniciou ontem um mutirão de dois dias de negociações com núcleos mais
radicais de grevistas do setor público numa última tentativa de chegar a
um acordo. A presidente Dilma Rousseff já avisou, porém, que não cederá
nada além do índice oferecido de 15,8%, fatiado em três parcelas, de
2013 a 2015. Além disso, o governo deu um ultimato ao funcionalismo:
mandou cortar o ponto dos grevistas e punir com rigor, inclusive com
demissão, os que cometerem abusos contra a população e a economia do
País.
Mendonça
reafirmou que este fim de semana é a data limite para que os
sindicalistas convençam suas bases a aceitarem o acordo. As categorias
que rejeitarem a proposta ficarão sem reajuste em 2013. O governo
enviará o projeto de lei do Orçamento no próximo dia 31 ao Congresso.QUADRO NACIONAL DE GREVE DA BASE DOS ESTADOS E CATEGORIAS
ACRE
Incra, Funai ALAGOAS
DRT, Funasa AMAPÁ
Técnicos Universidades (da base Sindsep-AP), Incra AMAZONAS
Funasa, Incra, Funai, Inpa, Agricultura, Saúde BAHIA
Incra, DNMP CEARÁ
Incra, Saúde, Sesai, ANTT, Anvisa, Anatel, DNPM, Anaq, ANS, ANP DISTRITO FEDERAL
Arquivo Nacional, Saúde, Funasa, MTE, Previdência Social, HFA Estatutários, Integração Nacional, MDA, Incra, Funai, Funasa Presidência, HFA Celetistas, Planejamento, Dnit, DNPM, Esportes, Turismo GOIÁS
Cnem, Incra, MDA, Sesai, Saúde, DNPM, Funasa ESPÍRITO SANTO
Incra MARANHÃO
Incra, Funai MATO GROSSO
Incra, Ibama, Funai, Dnit, Saúde, Datasus
MATO GROSSO DO SUL
Funai, Ibama, Incra, Dnit MINAS GERAIS
Incra, DNPM PARÁ
Funasa, Incra, Funai, Ceplac, Saúde PARAÍBA
Funasa, Saúde, Incra, Funai PARANÁ
Incra PERNAMBUCO
Incra, Ifs (Institutos Federais Tecnológicos de Educação da base do Sindsep-PE) PIAUÍ
Incra, Funasa RIO DE JANEIRO
Arquivo Nacional, Inpi (Operação Padrão), Agricultura, Cnem, Datasus, Incra, PRF, Area Ambiental, Rede Ferroviária Federal do Ministério dos Transportes, INES, Museu do Índio, Inmetro (Assembleia Permanente), Antaq, Aneel, Anvisa, Anatel, ANTT, Anac, ANA, Ancine, ANP, ANS, DNPM RIO GRANDE DO SUL
Fazenda (1 hora por dia), SPU, Funasa, Iphan, DNPM RIO GRANDE DO NORTE
Incra, DNPM, Funasa, Saúde RONDÔNIA
Funasa, Saúde, Sesai, Incra RORAIMA
Funai SÃO PAULO
Incra SANTA CATARINA
Incra, Funasa, Sesai, Funai SERGIPE
Saúde, Funasa TOCANTINS
Incra, MDA, Funai, Funasa, ANTT,
DNPM, Anvisa, Agricultura, Sesai
AGÊNCIAS REGULADORAS EM GREVE A PARTIR DE 16/07/2012: ANTAQ, ANEEL, ANVISA, ANATEL, ANTT, ANAC, ANA, ANCINE, ANP, ANS E DNPM
25 estados e o Distrito Federal – Atualizado em 23/08/12 As novas adesões aparecem em destaque
Postado pelo Lobo do Mar