quinta-feira, 29 de outubro de 2009

OS MILITARES E A DEMOCRACIA

OS MILITARES E A DEMOCRACIA

Por Reinaldo Azevedo

Leitores me perguntam como foi a palestra de ontem no Comando Militar do Sudeste. Excelente! No dia 7 deste mês, falei no Clube Militar, no Rio. Encontro igualmente agradável. Não chego a dizer que é “impressionante” a formação intelectual dos oficiais — inclusive a dos jovens — porque isso faria supor que eu esperasse coisa diferente, tendo sido surpreendido. E não esperava. Estão mais bem-informados, e pensam segundo modelos de precisão freqüentemente mais atilados, do que muitas categorias profissionais das quais se deveria cobrar especial apuro intelectual — jornalistas, por exemplo. Minha palestra desta quarta encerrou o “III Estágio de Comunicação Social — Exército na Sociedade: Conhecer, Integrar, Comunicar”. É a segunda vez que sou convidado para o evento.

A petralhada chiou pra chuchu. “Aí, hein?, está querendo dar golpe!”.Os mediocremente informados procuraram me associar a Carlos Lacerda. Vocês imaginam o rol de bobagens de que essa gente é capaz. Pois é… Nas duas vezes — ou três, se eu levar em conta o convite do ano passado —, falei em defesa das instituições democráticas e da Constituição. Dos militares, em suas intervenções nos debates, só ouvi palavras de defesa da Carta que rege o país. E nem poderia ser diferente.

Se existe alguma tentação golpista no Brasil, ela não veste uniforme. Se existem pessoas que hoje desrespeitam abertamente as leis que nos regem, elas não estão nos quartéis. Na América Latina — e também por aqui, ainda que de modo um tanto mitigado —, as tentações autoritárias partem daqueles que pretendem que as urnas abram caminho para uma espécie de absolutismo do voto. Querem alguns que, porque eleitos, podem fazer da Constituição e das leis o que bem entendem. E eu existo, entre outras razões, para dizer: “NÃO PODEM!!!”

Sinto-me honrado com tais convites. E participarei quantas vezes me convidarem. O Exército entende hoje em dia a imprensa com muito mais clareza e propriedade do que a imprensa entende o Exército. Ademais, vale a minha frase que deixa alguns irritadinhos: as Forças Armadas são a democracia de farda. E são, como em todas as democracias, as garantidoras últimas do regime de liberdades. Os absolutistas das urnas não gostam de pensar que algo possa ser superior à sua vontade — as leis, por exemplo. Mas elas são.

É sobre isso que falo nessas palestras.

DE DEBOCHADOS E DEMOCRATAS – OU: DA ARTE DE DISCORDAR

Molusco foi inaugurar a reforma de uma quadra poliesportiva no morro na Mangueira, no Rio, nesta quarta. Um evento dessa magnitude — a reforma de uma quadra! — contou com a presença da candidata Dilma Rousseff, do governador Sérgio Cabral (PMDB) e do prefeito Eduardo Paes (PMDB), a quem coube, em tom debochado, fazer alusão à campanha eleitoral antecipada, num clima de visível euforia. O evento todo escarnecia, de maneira desavergonhada, da Lei Eleitoral. É nessas horas que um sujeito como o tal FB deve pensar: “Como se nota, eu não sou o único a mandar à lei às favas por aqui”. Ele atira em helicópteros; estes, em instituições.

É… A situação está realmente para o deboche. Nota: Paes era, há dois anos, secretário-geral do PSDB, o segundo cargo mais importante do partido. Tinha vindo do então PFL, o de César Maia. Em outubro de 2007, um dos mais destacados parlamentares da CPI da Mensalão se converteu ao, digamos, “cabralismo” radical. A performance de ontem, mangando da Lei Eleitoral e do decoro que ela enseja, provou que não se tornou apenas um lulista pragmático — “Tudo pelo Rio!!!” —, mas um verdadeiro lulista de comício. Parece que vai se dedicar a essa tarefa com a energia dos recém-convertidos. É uma pena! Tão moço e, na verdade, tão velho! Sigamos para o principal.

Molusco também participou ontem da inauguração de estúdios da TV Record, de Edir Macedo. E mandou ver: “Há um certo tipo de gente que, no exercício da democracia, não aceita perder. Ele quer que quem ganhe não faça nada para justificar os discursos feitos durante a campanha”. É verdade! Existe melhor definição para o Lula, quando oposição, do que essa que ele próprio dá? Lula nunca reconheceu a obra de seu antecessor quando estava na oposição e não a reconhece ainda hoje, quando já é governo. Ademais, de quem ele está falando?

Lula, que nunca se cansa de culpar os governos do passado por tudo o que há de ruim no país — as coisas boas são obras suas, é claro — lembrou os presentes que Cabral e Paes não podiam ser acusados pelos atos de violência. Estava dizendo, na prática, que ele próprio não tem nada com isso. Então ficamos assim: as mazelas que estão aí decorrem de ações que não foram levadas a efeito por governos anteriores. No poder há sete, Lula, ele próprio, se isenta de qualquer responsabilidade. Os petralhas ficam satisfeitíssimos: “Pode reclamar, Reinaldo, ele tem 80% de popularidade”. Eu sei. E isso não torna decente esse modo de fazer política.

Num entrevista coletiva depois de inaugurar a quadra, Lula afirmou que os governadores e prefeitos já podem procurar a ministra Dilma neste fim de 2009 e início de 2010 para falar — atenção! — sobre o PAC de 2011 a 2015!!! Como ele disse, é preciso ter projetos. Se saem do papel, aí é outra coisa. Lembram-se das cifras gigantescas do PAC? R$ 646 bilhões até o fim de 2010. Uau! Até agora, o governo desembolsou, por meio do Orçamento da União, pouco mais de 4% desse valor. Mas Lula já quer pensar do período de 2011 a 2015.

É inútil falar dessas coisas todas? Como querem os petralhas, “Lula continua popular mesmo assim?” E daí? Como não sou político — ou não sou membro de uma parcela ao menos —, não preciso mudar de idéia nem torcer os números porque, afinal, o presidente é uma quase unanimidade. Aliás, até por isso, faço aqui questão de dissentir.

Como bem sabe o digamos "prefeito" Eduardo Paes, que é um moço inteligente, concordar com governos é fácil. Aliás, nem as ditaduras fazem restrições à adesão. É fácil concordar com o poder no Brasil, em Cuba, na Coréia do Norte, nos Estados Unidos ou na China. Diria até que os métodos para a concordância são sempre os mesmos, pouco importa a cultura do país. Difícil é discordar. E a forma como o dissenso é tratado é que define e evidencia o grau de democratização da sociedade.

O Brasil não dispõe, felizmente — não ainda, ao menos — de mecanismos para punir a discordância. Está em curso, é verdade, o desenvolvimento de uma espécie de método para satanizar o dissenso. O lulo-petismo, como uma cultura política, dispõe hoje de esbirros no jornalismo e no subjornalismo para tentar estigmatizar os que se negam a brandir o livrinho de Lula — um livro em branco, onde só se escreve o pensamento do dia. E o próprio Lula, com esse discurso mequetrefe sobre, sei lá, os inimigos da pátria busca deslegitimar o direito do “outro” de ser outro. O “outro” é qualquer um que não o apóie, já que é esse apoio que define as pessoas de bem; afinal, Dilma tenta atrair a todo custo o PP de Paulo Maluf. É uma junção de éticas como massas negativas. A soma é menor do que cada uma das partes. Os tempos não são os mais iluminados. Anteontem, Barack Obama afirmou que estava com um “esfregão” limpando a sujeira que os outros fizeram… A América precisava de um estadista e elegeu alguém com Síndrome de Faxineiro… Nos EUA, a receita começou a desandar. Falta muito atraso àquele país para cair em truque imbecil. Por aqui, vai dando certo.

Lula brutaliza a política. Continuarei a apontar seu óbvio desrespeito à lei e seu discurso que desmoraliza as instituições. Eles vão vencer, como asseguram os petralhas? Pode ser. Vamos ver. Uma coisa é certa: podem contar comigo! Continuarei firme no meu propósito de evidenciar que concordar com o governo é coisa que qualquer coreano do Norte faz. A discordância é que testa a democracia. Só lamento que o governo Lula não seja o que Lula diz.

Seria glorioso discordar de um governo perfeito só para escandalizar e testar a democracia!

“Nós somos seres normais, um bandido não é normal’, diz Lula no Rio

Do Portal G1.
O presidente Molusco Silva disse, nesta quarta-feira (2, em entrevista no Rio de Janeiro, que “um bandido não é normal” e que é “ilusão” achar que é fácil enfrentar grupos criminosos.

“Nós somos seres normais, um bandido não é normal. Então achar que é fácil enfrentar uma quadrilha organizada é apenas ilusão. É difícil, é preciso investimento na inteligência. É preciso melhorar o salário”, disse.

Ao lado do 'desnorteado' governador do estado, Sérgio Cabral (PMDB), ele afirmou que pediu ao ministro da Justiça, Tarso Genro, para que se reúna com o peemedebista para estabelecer uma “programação de investimentos no Rio” e que o estado tem que ser tratado de forma especial por ser, segundo Lula, ”uma caixa de ressonância para o mundo inteiro”.

“Irresponsabilidade”
Antes, no discurso de inauguração de um ginásio na Vila Olímpica da Mangueira, Lula disse que o Rio de Janeiro vem sofrendo um “desmonte” desde quando deixou de ser a capital federal e que não é possível culpar o governador e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), pelos problemas atuais.

“Foram surgindo comunidades cada vez mais pobres, que antes eram de dez pessoas, depois passou para quinze, depois para duas mil, trinta mil, cinqüenta mil, e aí deixou de ser uma pequena comunidade para ser um baita de um problema social para quem governa a cidade do Rio de Janeiro. Então, seria irresponsabilidade o governo federal dizer que é um problema do Sérgio Cabral. Seria irresponsabilidade o governo federal dizer que é um problema do Eduardo Paes”, disse.

E continuou com uma metáfora. ”Não sou daqueles que só aparecem para comer na hora em que o prato está feito. Eu sou daqueles que ajudam a fazer o prato.” Ele afirmou depois que, em 2016, gostaria de ver o Rio voltando a ocupar as primeiras páginas dos jornais com notícias de medalhas para o Brasil. Em 2016, o Rio de Janeiro irá sediar os Jogos Olímpicos.

COMENTO
"Meus nobres amigos, se isso não for propaganda eleitoreira antecipada, nao sei realmente o que é! Só sei que em véspera de eleição, no país dos petralhas, tudo vira comício eleitoreiro, Lulo-Petralha-Bolivariano.

Bem, cabe ao TSE, dar um basta nisso tudo, que vem acontecendo na República, as vista de todos, cabe também as autoridades brasileiras tomar uma decisão radical, e não ser leniêntes com os crimes dos petralhas e tomar alguma providência séria, para acabar de uma vez por toda, com essas propagandas e mentiras eleitoreiras do PT.

Está tudo muito claro, só não ver quem realmente não quer, ou aqueles que fazem parte desta facção exacerbadamente criminosa, que tanto vem prejudicando a Nação, o povo brasileiro e especialmente as nossas Forças Armadas, que no momento estão totalmente DESARMADAS, certo"?

2 comentários:

Cardoso Lira disse...

“Aparelhamento”: Legiões criticam a mais profunda intervenção política na área militar já vista no Brasil

Por Jorge Serrão

O espectro de uma crise militar ronda o governo do Stalinácio. Não existe risco de golpe, intervenção radical ou insubordinação. As legiões resolveram apostar na tática do silêncio direto e obsequioso. A estratégia é fazer Política e se comunicar através de “porta-vozes” pouco previsíveis, usando espaços privilegiados na mídia pouco afeita a discutir, seriamente, a Questão Militar no Brasil.

Um recado direto dos militares à cúpula do governo foi transmitido ontem na página 3, de Opinião, do jornal Folha de S. Paulo. O transmissor foi o historiador Sérgio Paulo Muniz da Costa – que atuou como delegado do Brasil na Junta Interamericana de Defesa, órgão que assessora a Organização dos Estados Americanos (OEA) em assuntos de segurança hemisférica. Em seu artigo, o “pesquisador”, que é Coronel de Artilharia da reserva do Exército Brasileiro e autor do livro “Os Pilares da Discórdia – Fundamentos de uma Incerteza” (Editora Bibliex, 1995), criticou o “aparelhamento” das Forças Armadas.

Não se trata do aparelhamento em termos materiais. Mas do “aparelhamento” no pior sentido político. Como se falasse em nome das “Legiões”, Sérgio Paulo Muniz da Costa denuncia que “intenta-se hoje a mais profunda intervenção política na área militar já vista na tão decantada história republicana do Brasil”. O historiador lança novas baterias contra a END: “É fácil verificar na leitura da Estratégia Nacional de Defesa que ela foi redigida à revelia e mesmo em contraposição a ponderações de comandos das Forças Armadas”.

No artigo, Sérgio Paulo Muniz da Costa denuncia uma nova escalada de confrontação com as Forças Armadas, em particular com o Exército. E o historiador joga na artilharia, ao condenar “as medidas caudatárias de uma Estratégia Nacional de Defesa que não se coadunam com a Política Nacional de Defesa, alteram as condições de cumprimento da missão constitucional das Forças Armadas e dão ao poder político condições de intervir partidariamente na estrutura militar, um pesadelo erradicado da vida pública brasileira há mais de 40 anos”.

COMENTO
Simplesmente irretocável, essa postagem do Jorge Serrão, muito elucidativa e oportuna, para que nossa classe militar venha a fazer uma reflexão, do grave momento atual, pelo qual, o nosso frágil e desmantelado país está passando.

Os lugares mais quentes do inferno, estão reservados para aqueles que, EM TEMPO DE CRISE MORAL, optam por ficar na neutralidade.
"Dante Alighieri"

Cardoso Lira disse...

LULA E ZELAYA: TÁTICAS DIFERENTES, MESMOS OBJETIVOS. Doc. nº 262- 2009
MAIS UMA VEZ O GRUPO GUARARAPES FEMININA BRILHA. A DONA GLACY SE
ESMEROU NOS SEUS COMENTÁRIOS.
REPASSE, POR FAVOR. A INTERNET PODE MUDAR O RUMO DA ELEIÇÃO DE 2010. GRUPO GUARARAPES

No “pastelão” LULA – ZELAYA iniciado no mês anterior, temos
assistido cenas dignas dos mais absurdos enredos de novelas televisivas. Os dois atores principais – com cada um achando-se mais esperto que o outro – têm
patrocinado cenas que com certeza passarão para o anedotário da história política das Américas.

Lula, entregou a Zelaya as chaves da Embaixada em Honduras, como se fossem as de sua casa de campo ou de praia. E com a mesma sem cerimônia, Zelaya instalou-se de mala e cuia, na Embaixada do Brasil. De início, mais de uma
centena de pessoas acompanhavam o fanfarrão. As dependências da Embaixada foram – com carta branca – adaptadas pelo hóspede, conforme suas necessidades. E para “firmar território”, na semana passada a “dona da
casa”, a senhora Xiomara Zelaya, achou-se no direito de expulsar quatro jornalistas, sendo uma brasileira .

Mas, como Lula na ocasião tratava de um assunto mais interessante para sua carreira, foi esse o acordo que prevaleceu. Empenhou-se tanto no desempenho de seu novo papel, que passou a ser uma das figuras mais solicitadas no cenário político internacional. Houve -se tão bem no papel
de LÍDER da América do Sul, que conquistou a chance de ser o HOSPEDEIRO DA OLÍMPIADA de 2016.

Vencida esta etapa, Lula regressa ao país – depois de um pequeno giro “triunfal” pelo mundo, para dedicar-se de corpo e alma, 24 horas por dia,
na campanha de sua sucessora.

Como é de seu costume, vem então, usando todos os recursos – válidos ou não – para somar mais um ponto na sua discutível ÉTICA POLÍTICA. Os recursos que estão sendo usados para próxima campanha sucessória, como é
costume no atual período político nacional, são os MAIS QUESTIONÁVEIS
possível. Tanto no campo político, como no legal.

Comportamento parecido tem o “kumpañero” Zelaya em Honduras. Tomou conta do edifício da Embaixada, transformou as dependências específicas da
função, em hospedaria para sua família e acólitos que o acompanharam na invasão consentida.

E ainda acha-se com direito de reclamar das atitudes tomadas pelo
presidente Micheletti. Considera uma ofensa os policiais armados, vigiando o prédio da Embaixada. Sente-se também ofendido com a falta da coleta do lixo, os cães que farejam os alimentos que entram na casa. Aqui, caberia a
pergunta: “será o cheiro da comida que incomoda os cães, ou dos hóspedes”? Embora as atitudes dos dois “astros” mais famosos da atualidade política da América Latina, tenham motivos diferentes, o comportamento é regido pelos mesmos princípios. Ou seja: ÀS FAVAS A ÉTICA, a MORAL e o DECORO. QUEM SABE DE MIM, SOU EU.

Glacy Cassou Domingues – Grupo Guararapes.