sábado, 27 de março de 2010

SÃO IDEOLÓGICO, POR ISSO CORROMPEM

ROBERTO JEFFERSON
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As oligarquias aliaram-se ao PT pensando que iriam dominá-lo, mas se deu o contrário, porque elas não têm projeto
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UM DOS traços constantes da vida brasileira é a coexistência de dois tipos heterogêneos e incomunicáveis de política: a "profissional", cuja única finalidade é o acesso a cargos públicos para a conquista de benefícios pessoais ou grupais, e a socialista (ou "capitalismo burocrático-corporativo", como define o sociólogo Fernando Henrique Cardoso), empenhada na conquista do poder total sobre a sociedade.
A segunda vale-se ocasionalmente dos instrumentos da primeira, mas, sobretudo, cria os seus próprios: os "movimentos sociais" (o adestramento de formidáveis massas militantes dispostas a tudo), a ocupação de espaços na administração federal e em áreas estrategicamente vitais e, por último, mas não menos importante, a conquista da hegemonia cultural.
As próximas eleições vão opor, numa disputa desigual, a política socialista à profissional. Esta emprega os meios usuais de propaganda, enquanto aquela utiliza todos os meios disponíveis (inclusive os heterodoxos).
O político profissional tem a seu favor somente os eleitores, que se manifestam a cada quatro anos e depois o esquecem, enquanto o socialista tem a vasta militância, pronta a matar e a morrer por quem personifica suas aspirações.
O voto, ainda que avassaladoramente majoritário, não afiança ninguém no poder. O que garante a supremacia é a massa organizada, disposta a apoiar o eleito todos os dias e por todos os meios. Vejam a situação da governadora do Rio Grande do Sul: quando a oposição se vangloriou de ter "varrido o PSDB do Estado gaúcho", não percebeu que tentara expulsá-lo apenas de um cargo público.
O maior erro que as débeis oposições cometem é não saber enfrentar o modelo político socialista.
É de acentuar que a quase totalidade do empresariado nacional já foi cooptada e aceita naturalmente o petismo, que se adonou e faz uso do histórico caráter patriarcal do Estado brasileiro -sedimentado pela ditadura militar- em seu benefício.
O estatismo foi reconfigurado. É mais fácil controlar mecanismos reguladores (em todos os níveis) e instâncias de fomento e financiamento, que tornam reféns de seus interesses os capitães da indústria privada.
Na discussão orçamentária, os políticos profissionais preocupam-se apenas com emendas que podem fortalecê-los em suas bases, proporcionando-lhes benefícios particulares.
Nenhum deles confronta a tradição doutrinária de controle da máquina pública e do exercício do poder, delineada desde Maquiavel.
Seguidor de Lênin, Trótski, Stálin e Gramsci, o petismo, por meio de seu núcleo dominante, abriu mão da luta armada, mas não do objetivo revolucionário. E valem-se da União, a garantidora de empréstimos a municípios e Estados. É o clientelismo, dos quais são porta-vozes os políticos de todos os partidos, que, assim, jogam pelas regras estabelecidas por aqueles que detêm o poder decisório.
A eventual saída do PT da Presidência, porém, não mudará esse quadro. Porque os aparatos administrativo-arrecadadores (Receita Federal, INSS) e fiscalizadores senso estrito (policial e judicial), além da órbita cultural, foram aparelhados.
O PT detém controle também sobre os sindicatos, o funcionalismo público, o aparato repressivo (MPF e PF, usados para destruir seus inimigos, fazendo terrorismo e chantagem política), os estudantes, os camponeses, a igreja, a intelectualidade artística, universitária e jurídica.
Se eleito, portanto, José Serra vai comandar uma máquina estatal dominada por adversários, muitos deles indicados para atuar em tribunais superiores. Sem esquecer o MST, que mantém acampamentos ao longo das principais rodovias (e pode, a qualquer momento, paralisar o país).
No Brasil, hoje, não há mais escândalos. Ficam uma semana nos jornais e na TV, depois ninguém mais se lembra deles. Não produzem consequências judiciais, porque o sistema é pesado e dominado por uma processualística interminável, da qual decorre a impunidade. O caso do mensalão é emblemático.
O PT deu caráter rotineiro a tudo isso na vida brasileira. As oligarquias aliaram-se ao partido pensando que iriam dominá-lo, mas se deu o contrário, porque elas não têm projeto.
O PT, contudo, tem, e o põe em prática planejadamente, sistematicamente, em todos os níveis. Segue a lógica da revolução, quer construir o socialismo (quem sabe à maneira de Fidel, que Lula e sua turma tanto incensam?). Os petistas acreditam nisso.
Não são apenas corruptos, são ideológicos e, por isso, corrompem. E, no processo de destruição, vale tudo.
Para combater a hidra, é preciso conhecê-la, armar-se e propor um projeto diferente de país. Não se enfrentam tanques com bodoques, mas com mísseis. E, se vierem mísseis em represália, joga-se a bomba atômica.
Quem vai fazer isso?
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ROBERTO JEFFERSON , 56, advogado, é presidente nacional do PTB.

3 comentários:

Cardoso Lira disse...

OS VIGARISTAS E OS PALHAÇOS DO PLANALTO.
Meus prezados amigos e leitores, atenção para a prova da vigarice intelectual dos PTralhas: quando a primeira guerrilheira da República Dilma crescia de modo supostamente vertiginoso e constante, aquilo era evidência de que todas as mães Dinahs estavam certas. Agora que o outro candidato, não menos nocivo do que ela, voltou a crescer, estamos diante de uma “fotografia do momento atual”.

Então, leitor, você aprendeu o seguinte: quando Dilma avança, é tendência com virtudes presentes e futuras; quando o outro candidato a avança, é só coisa de momento.

Essa facção criminosa que se encontra no poder da República, não tem jeito mesmo, certo?

Não sei se veremos isto, mas é possível. Caso as oposições vença a eleição, aparecerá alguém para dizer: “Foi o resultado do momento; mais 15 dias, e a primeira guerrilheira da República, Dilma seria eleita…”

Cardoso Lira disse...

Ficou feio para o primeiro Palhaço do Planalto e primeiro bandido da nação brasileira.

O lindinho prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, venceu, de lavagem, com 68% dos votos, as prévias do PT para a escolha do nome que vai disputar uma vaga no Senado pelo Rio de Janeiro.

Além de superar a petralha nociva e abominável, Benedita da Silva, Lindberg derrotou a dupla Molusco e Josef que Dirceu que apoiava a atual secretária estadual de Assistência Social do desnorteado Serginho Cabral.

O resultado triste para o primeiro Palhaço do Planalto foi anunciado – muito a contragosto - pelo presidente do diretório regional da facção criminosa dos PTralhas, deputado federal Luiz Sérgio.

Cardoso Lira disse...

O abominável e bandido Tucano Serra e Yeda correm risco de intervenção federal em seus estados porque insistem em não pagar dívidas judiciais

Além de ser forçado a inaugurar muitas obras inacabadas às pressas, o desqualificado José Serra corre o risco de enfrentar um outro grave desgaste político antes de deixar o governo. Por descumprir sistematicamente a lei, deixando de pagar precatórios (dívidas de decisões judiciais), São Paulo corre risco real de intervenção federal. Basta que o plenário do Supremo Tribunal Federal coloque em votação 23 pedidos para intervir no Estado que dá um calote judicial de exatos R$ 6 milhões 307 mil 125 reais e 6 centavos.

O mesmo problema pode afetar outra esdrúxula tucana: Yeda Crusius. O Rio Grande do Sul tem uma pendência ainda maior em precatórios: R$ 25 milhões 675 mil 368 reais e 43 centavos. No Supremo, também existem pedidos de intervenção contra os estados de Goiás, Paraná, Paraíba e Espírito Santo. Se os Estados não apresentarem ao STF um cronograma de pagamento dos precatórios, o risco de intervenção é real. O ministro Gilmar Mendes ameaça fazer a lei ser cumprida até sua saída da presidência da Corte Suprema, em 23 de abril.