sexta-feira, 3 de setembro de 2010

MOLUSCO QUER SER O GRILO FALANTE DA GUERRILHEIRA DILMA

Por Reinaldo Azevedo

“Quando a oposição perde, apita: PRIiiiiii!”

QUANDO A OPOSIÇÃO brasileira é devastada pelo resultado eleitoral, alguém apita: “PRIiii!”. É um grito de advertência contra o perigo da instalação de um regime de partido único (de fato) no Brasil. Algo parecido com a coligação de FACÇÕES políticas, burocratas, sindicalistas e CLEPTOCRATAS que governou o México de 1926 a 2000, boa parte do tempo sob a sigla do Partido da Revolução Institucionalizada.

O apito de PRI costumava soar depois da eleição. Agora ele veio antes, com um inoportuno componente de derrotismo. Ele soou em 1970, quando a popularidade do general Médici e os camburões da polícia esmagaram o MDB. A oposição ficou com 87 das 310 cadeiras da Câmara, perdendo até o terço necessário para requerer uma CPI. O governo elegeu 42 senadores, perdendo apenas no Rio de Janeiro e na antiga Guanabara. Era o PRI. Quatro anos depois, o MDB elegeu os senadores em 16 dos 22 estados. Não se falou mais em PRI.

Em 1986, cavalgando o Plano Cruzado, o PMDB de José Sarney elegeu 22 governadores, 36 senadores e a maioria dos deputados. Novamente: PRI! Três anos depois o abominável bandido Fernando Collor de Mello elegeu-se presidente da República e, desde então, o apito calou-se, para voltar a ser ouvido agora.

Este escriba fala da vocação do PT para PRI antes mesmo de ele vencer as eleições de 2002. Por quê? De fato, aquelas categorias estão abrigadas no PRI, mas não são suficientes para definir o processo de PRIização da política. Este se realiza quando um partido se oferece para tomar o lugar da sociedade — no México, foi o PRI; no Brasil, é o PT. E como isso se opera? Por meio do já conhecido aparelhamento do Estado — de que os eventos da Receita são só os exemplos mais recentes —, mas também por meio do aparelhamento da sociedade. O “partido/FACÇÃO”, como ente de razão, espalha as suas células e tentáculos nas organizações e entidades da sociedade civil, nas escolas, nos sindicatos (claro!), nas igrejas (e como!), de modo que nada exista fora de seu alcance e, de algum modo, de seu controle. Gaspari precisa estudar mais. Não basta ficar elencando fatos e contando historinhas exemplares. É preciso entender o sentido da história, dedicar-se ao estudo das idéias. Se quiser, indico bibliografia. E uma nota à margem: com certeza absoluta, saiu ao menos um artigo na Folha falando em risco de “PRIização” quando FHC se reelegeu. Tratava-se, claro, de um erro. Quem já estava aparelhando estado e sociedade, inclusive os fundos de pensão, era a facção criminosa dos PETRALHAS.

O responsável pela bandidagem "LULO-PETRALHA-MOLUSQUIANA"
O procedimento dos interessados em ter acesso a declarações de renda da empresária Verônica, destoa do que, tudo indica, tenha sido o padrão seguido nas violações do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e de três outras pessoas ligadas ao ex-governador. Nesses episódios, para obter o que queriam, os predadores da intimidade alheia contavam com afinidades políticas ou a ganância de servidores da agência da Receita em Mauá, na Grande São Paulo - uma verdadeira casa da mãe joana, com senhas individuais expostas e documentos eletrônicos ao alcance das vistas de qualquer um.

No caso de Verônica, que antecedeu os dos demais em cerca de uma semana (de 30 de setembro a 8 de outubro do ano passado), o método seguido foi mais complicado na urdidura e mais simples no trâmite final. Alguém falsificou a assinatura da contribuinte - e o seu reconhecimento num cartório onde ela nem sequer tinha ficha - numa solicitação de cópia de documentos e incumbiu um tipo que habita as cercanias do Código Penal, devidamente identificado no formulário, de apresentá-la à Delegacia da Receita de Santo André. Ali, burocraticamente, a servidora Lúcia de Fátima Gonçalves Milan fez o que lhe era pedido, repassando ao titular da procuração as declarações de Verônica relativas aos exercícios de 2007 a 2009.

Por enquanto, pode-se apenas especular sobre os porquês das diferenças de estratagema. Mas o intuito era claramente o mesmo: recolher material que pudesse ser usado contra Serra na sua futura disputa com a escolhida do presidente Lula, Dilma Rousseff. Àquela altura, no último trimestre de 2009, embora o governador paulista ainda se negasse a assumir a pretensão e o mineiro Aécio Neves ainda não tivesse largado mão da esperança de ser ele o candidato, já não havia dúvidas sobre quais seriam os principais contendores da sucessão. E não passa pela cabeça de ninguém que esta facção criminosa da pesada que se encontra no poder, fosse esperar a formalização das candidaturas para só então juntar papelório que pudesse comprometer o tucano e seus aliados.

O TSE e a candidatura da guerrilheira Dilma
Leiam o que vai na Folha Online.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) arquivou nesta quinta-feira o pedido do PSDB para que a Justiça Eleitoral cassasse o registro candidatura de Dilma Rousseff (PT) em consequência das quebras de sigilo fiscais na Receita Federal. Em decisão monocrática (tomada individualmente), o corregedor-geral eleitoral Aldir Passarinho negou o pedido da coligação do candidato José Serra (PSDB) ao argumentar que não há provas de que a petista está envolvida nas violações de sigilo.

Na decisão, o ministro afirma que não há evidências de que o episódio tenha provocado danos à disputa eleitoral. Segundo Passarinho, cabe ao Ministério Público Federal investigar as denúncias –numa esfera que não seria da Justiça Eleitoral.

“Os fatos guardam relação com condutas que, pelo menos em tese, poderiam configurar, além de falta disciplinar, infração penal comum a exigirem apuração em sede própria, estranha à Justiça Eleitoral”, diz o ministro.

O PSDB pode recorrer da decisão do ministro para que a representação seja julgada pelo plenário da Corte Eleitoral. Além de pedir a cassação do registro de Dilma, a representação acusava a candidata abuso de poder político e uso da estrutura do Estado para fins eleitorais no caso da violação dos sigilos.

Além de Dilma, a coligação aponta na representação como responsáveis pela violação dos sigilos o candidato ao Senado por Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); o jornalista Amaury Junior; o jornalista Luiz Lanzetta; o secretário da Receita Federal Otacílio Cartaxo; e o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D’avila.

Pimentel e Lanzetta são citados como responsáveis pela iniciativa de preparar dossiês que pudessem atingir o candidato de oposição. Cartaxo e D’avila estariam, de acordo com Serra, dificultando as investigações da Polícia Federal sobre o caso. Já a acusação contra Amaury Junior seria pelo fato de ele ter supostamente declarado que “já teria dois tiros fatais contra Serra”, sendo um deles envolvendo informações sobre Verônica.

COMENTO

Bem, em todos os epsódios de crimes cometidos pela facção criminosa do PT, tem os dedos sujos de alguns bandidos com grandes bigodes, vejam por exemplo o caráter explícito de um certo senador que é mesmo um portento moral. Este gigante está tentando sair da eventual linha de tiro nessa história da quebra dos sigilos, que destinaram à feitura de um dossiê fajuto. Mais um. Como sabem, o dossiê dos aloprados visava a atingir exatamente a mesma coisa.

Já estar na hora, de ser tomada alguma providência para acabar de uma vez por toda com o aparelhamento do Estado. Os fatos são claros e não deixam dúvidas. Só não ver quem não quer. Certo?

2 comentários:

Cardoso Lira disse...

Reações:

Nossa Democracia e seus assassinatos

Por Márcio Accioly

Tem gente que acredita em papai Noel (que mora na Lapônia), em varinha de condão e, até, na bondade de algumas das ações de criminosos em série. Tem gente que acredita no chamado Estado Democrático de Direito no Brasil, mesmo consciente da impunidade e de desmandos sem fim, na escancarada roubalheira. Que fazer?

O jornalista Lélio Gamboa desata a rir, chega a chorar, quando lhe falam sobre as vantagens da democracia brasileira. Entre gargalhadas e soluços, ele lembra os assassinatos do então prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, e o de Campinas (SP), Toninho, ambos do PT.

E recorda que, no caso Celso Daniel, o número de testemunhas desaparecidas, mortas de maneira não racionalmente explicável, supera a casa das dez e pode chegar a quase 20, se efetuado levantamento detalhado. A “democracia” brasileira é estranha e provoca indescritível desconforto.

Na morte de Celso Daniel, o principal envolvido, Sérgio Gomes da Silva, conhecido como “Sombra”, trabalhou no gabinete do então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje ocupante da Presidência da República, cujo índice de popularidade retrata com fidelidade o grau de entendimento de nossa população.

Sem contar que esses crimes estão vinculados a denúncia levada aos ouvidos do hoje presidente, Dom Luiz Inácio, tratando sobre esquemas de desvios milionários na coleta do lixo (em Prefeituras petistas). Tal denúncia resultou na expulsão partidária de quem ousou levantar o assunto, o tesoureiro Paulo de Tarso Venceslau.

Tudo isso para lembrar que, nas esquinas das grandes cidades (segundo não se cansa de veicular os diversos meios de comunicação), podem ser comprados CDs atualizados que trazem informações a respeito das atividades financeiras da maioria dos contribuintes da República.

E ao se encontrarem provas de quebra de sigilo, dentro do órgão responsável pela guarda dos dados (Receita Federal), as autoridades aparecem lépidas e fagueiras, garantindo que tudo não passa de matéria requentada. E que os verdadeiros culpados são os que têm suas vidas expostas nos CDs das ruas, ora veja!

Pois a denúncia de quebra de sigilo fiscal de pessoas vinculadas ao candidato presidencial José Serra (PSDB), claramente comprovadas (apesar de visível tentativa de abafa), parece se encaminhar para “exemplar” punição de funcionários dos escalões inferiores. Sem esquecer a apuração “rigorosa”, doa em quem doer.

O PT é mestre na montagem de dossiês, na coleta de dados e exposição dos adversários, no faça o que digo, mas não o que faço, na embromação e dissimulação. Não é este o primeiro caso. Nem se comenta mais sobre os dólares na cueca do assessor do então deputado estadual José Nobre, preso no aeroporto de Guarulhos (SP).

José Nobre (de comportamento vil), irmão do deputado federal José Genoíno, tornou-se deputado federal e ora dá as cartas com todos os naipes no Congresso Nacional. O próprio Genoíno, envolvido nos mais variados rolos, escondeu-se na ribalta e raramente põe o pescoço em cena.

Ele era conhecido como “mariposa”, no salão verde da Câmara, pois cada vez que se acendiam as luzes televisivas, lá ficava rondando refletores, dando cabeçada em abajures. Agora acontece exatamente o inverso.

O país que se está montando, nas esmolas sociais dos impostos que não beneficiam à organização social, é o do analfabetismo, da miséria e dos altos índices de homicídios que impedem a livre circulação de quem se arrisca nas ruas. Como é que não se enxerga nada disso? Vivemos num país de submissão e aparelhamento do Estado.

COMENTO

De bandidagem, crimes e exacerbada corrucão.

Cardoso Lira disse...

Molusco desce a ladeira da cumplicidade com um crime, com a bandidagem e contra a Constituição. Quebra de sigilo, para ele, é futrica! Absurdo, certo?
A Receita Federal se transformou num covil político-partidário, a serviço de uma candidatura. Os documentos que o Estadão trouxe à luz o provam. Direitos constitucionais estão sendo agredidos. O mínimo que se esperava do presidente da República é algum decoro — ainda que, como diz o Estadão, basta que ele olhe no espelho para saber quem é o responsável último pela bandidagem. Lula é o culpado pela desprofissionalização daquele órgão de estado. Mas, já sabemos, a mulher de César, hoje em dia, não precisa nem ser nem parecer honesta. César também não! Basta ligar o “dane-se” (o povo usa outro verbo) e seguir em frente.

O tucano talvez tenha imaginado que estava tendo uma conversa normal com o sujo batráquio, de nove tentáculos, em que ambos aceitavam que há limites para a disputa política. Engano! Molusco é o sem-limites por excelência. Ele é o comandante da orgia criminosa e institucional em curso.
Hoje, no Rio Grande do Sul, ele resolveu tratar do assunto. E vejam em que termos, segundo a Folha (ele em vermelho, eu em

“Nosso adversário deveria procurar um novo argumento. Não é possível que possa pedir que eu censure a internet. Não posso fazê-lo. Ele não me alertou. Ele se queixou.”
Serra certamente não pediu censura. Como se trata de blogs do PT, tão ligados ao partido que um deles recebeu uma carta pessoal do presidente, o que o tucano deve ter feito foi um alerta contra o jogo sujo do poder.

“Sempre achei que a internet livre tem coisa extraordinariamente séria e coisa extraordinariamente leviana. Não tem nada demais o que a internet publicou sobre a filha de Serra. Há insinuações como há contra o digamos presidente, da facção do PT.

Ora, que vá para a rua.

“E eu não vou permitir que nenhuma futrica menor, porque não tem nenhuma acusação grave contra os , tucanos, tem aquelas coisas de internet, atrapalhe. O presidente da República tem coisa mais séria para cuidar do que as dores de cotovelo do Serra”.
Lula chama a violação da Constituição de “futrica menor”. E notem que ele já se colocou como juiz e decidiu:: “Não tem acusação grave”. Este é o presidente que, segundo o ministro da Justiça, mandou apurar tudo.

E o mais grave o corrupto molusco
ainda falou essas coisas todas na condição de presidente da República, no pleno exercício do cargo, no horário de expediente. Não estava num comício. Um presidente sempre é também um magistrado, já que é presidente de todos, inclusive de Serra e de Verônica. A síntese de sua fala é uma só: “Nestepaiz, faço o que bem entendo porque sou popular”. Ao que Elio Gaspari poderia emendar: “É verdade, Nosso Guia, e o povo é consciente e feliz”.