quarta-feira, 13 de outubro de 2010

GAROTINHO PEDE AO PT, REVOGAÇÃO DO PNDH 3


















Garotinho pede revogação do PNDH 3 para apoiar Dilma e diz que nem em sua casa consegue pedir votos para a petista

Por Alexandre Rodrigues e Glauber Gonçalves, no Estadão Online:

Deputado federal eleito com a maior votação no Rio, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) condicionou seu apoio à candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, à revogação imediata, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do decreto que instituiu o PNDH 3 (Plano Nacional de Direitos Humanos).

Evangélico, da denominação pentecostal Assembleia de Deus, Garotinho diz que a questão do aborto, que surgiu fortemente na campanha eleitoral, não é o único problema do Plano. “O PNDH 3 ainda propõe a legalização da prostituição e obriga os hospitais conveniados ao SUS a fazer operação de mudança de sexo, sob pena de perder o convênio. Os hospitais não têm remédio e nem médico. É um absurdo esse tipo de exigência”, disse Garotinho.

O ex-governador estima ter recebido 500 mil dos seus 695 mil votos de eleitores evangélicos e diz que nem em casa consegue pedir votos para a petista. “Princípio não se negocia. Fui seguramente o deputado mais votado entre os evangélicos, mas tenho dificuldades até dentro de casa. Meus filhos, por exemplo, votaram na Marina (Silva, do PV)”, disse o líder do PR, partido que, graças em grande parte à sua votação, elegeu oito deputados federais no Estado do Rio.

Em favor de Dilma, os deputados federais reeleitos Eduardo Cunha (PMDB) e Filipe Pereira (PSC), e o vice-presidente nacional do PSC, pastor Everaldo Dias, assumiram a defesa da petista durante culto na Assembleia de Deus de Madureira. Segundo eles, panfletos apócrifos eram distribuídos do lado de fora do templo associando a candidata ao movimento gay.

“Vou a todos os cultos que eu puder para esclarecer esse tipo de boataria. Todo mundo tem o direito de se posicionar. O que não pode é mentir. Isso é baixaria. Vou chamar a polícia quando tiver panfleto apócrifo”, afirmou Cunha. O pastor Dias contou que está precisando convencer os fiéis de que Dilma jamais disse que nem Jesus Cristo tiraria sua vitória no primeiro turno

Já o pastor Silas Malafaia, líder do ministério Associação Vitória em Cristo, divulgou em seu site depoimento gravado em que declara voto no tucano e acusa Dilma e o PT de terem defendido abertamente a legalização do aborto e o projeto de lei que criminaliza a homofobia. Segundo ele, a candidata e o partido dissimulam seus princípios para atrair os eleitores evangélicos.

“Nós evangélicos somos cidadãos, como os católicos, e temos direito de opinar e o direito de interferir (no processo eleitoral), sim senhor”, disse Malafaia com veemência. “Quem tem a competência para dirigir esse País? Para mim, é pessoal, é meu voto, eu acredito que a candidata Dilma merece o meu respeito, mas para mim ela não está preparada para dirigir essa nação”, disse o pastor.

Um comentário:

Cardoso Lira disse...

A grande batalha para o 2º turno da campanha para a presidência abriu uma fenda na “marquetagem” dos PTralhas.

Alguns até dizem que ela é a favor do aborto, outros que é contra, e a candidata, conforme a platéia, a exemplo do seu mestre, coloca o boné do auditório, e abre o verbo:

- “Sou contra, não se pode tirar a vida de um ser humano, isto é uma agressão aos direitos humanos, uma bandeira nossa, do presidente, do PT e por óbvias conclusões, a minha”.

Por outro lado, mudando a platéia, a resposta é rápida:

- “Defendemos o direito da mãe, cabe a ela o arbítrio (a Dilma nunca diria uma palavra tão complicada, mas perdoem, a declaração é fictícia).

Aos analistas cabe desvendar o mistério. Ser ou não ser, eis a questão.

A constituição petista, o 3º PNDH, para desvendar a incógnita. E o que diz ou dizia a máster piece petista?

Bom, depende, no documento original, o Decreto nº 7.037, de 23 de dezembro de 2009, entre outros, a corja descriminalizava o aborto, transformando um crime contra a vida em uma permissão prevista em lei, “considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”.

Para os estudiosos e preocupados com os rumos da democracia, o calhamaço de 92 páginas, era (ainda é) um assustador arremedo de constituição.

Ao 3º PNDH, em geral, e sobre o aborto em particular, se contrapuseram diversos críticos, em particular as igrejas cristãs, que evocaram a inviolabilidade do direito à vida, prevista na Constituição brasileira.

Por conter flagrantes agressões à democracia, e diante de retumbantes criticas, restou à metamorfose, o pulo do gato, ao afirmar, descaradamente, “assinei sem ler”.

Se o presidente, pelo excesso de afazeres (?), não leu o texto do programa governamental, foi porque confiou no discernimento da ministra Dilma. Seria até uma ofensa à responsável (?) afirmar que ela também não leu o decreto do PAC dos Direitos Humanos. Hum...E o PAC de vento?

Dito isso, o majestoso reclamou com o Vanucchi, “dá um jeitinho”. E o petista Vanucchi deu. Um, dois, três... nove “jeitinhos”.

E, assim, foi lançado o “remendo”, o decreto nº 7.177, de 12 de maio de 2010, que alterou o Anexo do Decreto no 7.037, de 21 de dezembro de 2009, que aprovou o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3. Nele, a questão do aborto sofreu um digamos “quebra galho”:

- Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde. Sendo a saúde no Brasil caótica e lastimável, é no mínimo estranho.

Hoje, não colocamos em questão a opinião de um ou de outro candidato sobre tão polêmico tema. Contudo, é importante que cada um deles assuma a sua posição, e agüente as conseqüências, o aplauso de alguns e a reprovação de outros.

O duro, e mesmo insuportável, é o procedimento da candidata, desesperada com a possibilidade de um resultado adverso, tentar a todo o custo utilizar - se de tergiversasão, subterfúgios verbais, declarações transversais e ininteligíveis para agradar aos dois lados. A e B.

Muito bem, durma se com um barulho desses, essa máquina de crimes petista é meia atrapalhada. Não é mesmo? Só faz bobagens.