Por João Domingos e Eugênia Lopes, no Estadão:
Enquanto a presidente eleita, Dilma Rousseff, descansa até domingo da jornada das eleições, os partidos aliados trabalham para assegurar o maior espaço possível no futuro governo. O PMDB, por exemplo, fez chegar ao PR a proposta de um escambo no feudo ministerial: a Agricultura, hoje ocupada por Wagner Rossi, ligado ao vice eleito, o peemedebista Michel Temer, seria trocada pelos Transportes.
Se a negociação der certo, e se Dilma concordar, o PR poderia indicar o senador eleito Blairo Maggi (MT) para a Agricultura. E o PMDB passaria a cuidar da pasta que desde 2003 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou ao PR, primeiro para Anderson Adauto, hoje prefeito de Uberaba, depois para o senador Alfredo Nascimento, que disputou o governo do Amazonas e perdeu.
O Ministério dos Transportes deverá investir R$ 17 bilhões nas rodovias federais em 2011, 36% a mais dos que os R$ 12,5 bilhões deste ano - R$ 5 bilhões em manutenção de rodovias e outros R$ 7,1 bilhões na ampliação da malha rodoviária.
O PSB espichou o olho para um ministério na área da infraestrutura. Em reunião da Executiva Nacional do PSB, ontem, os socialistas concluíram que cairia bem ao partido um ministério tocador de obras em lugar do técnico Ciências e Tecnologia, há oito anos sob o seu comando.
“Um ministério na área da infraestrutura para o PSB seria melhor do que o de Ciência e Tecnologia, porque nós elegemos seis governadores, quase todos de Estados pobres que necessitam de muitas obras”, disse o governador reeleito do Piauí, Wilson Martins. O deputado Júlio Delgado (MG) concordou: “Seria uma forma de a presidente Dilma mostrar o diferencial em relação ao presidente Lula.”
COMENTO
Muito bem, ainda temos o PMDB a maior legenda de aluguel do planeta terra, com sua sêde exacerbadas por cargos público, principalmente os de primeiro escalão da República. Como nunca antes visto, na história deste país.....
A alta temperatura do inferno de Dante Alighieri aumenta bastante, uns mil graus centígrados a cada reunião entre a cúpula dos “aliados” e a facção do PT/PMDB.
Já surgem até alguns boatos estranhos e ameaçadores sobre o complicado casamento político de fachada que dará sustentação à futura presidente Dilma Rousseff. No mais forte deles, o temido e abominável, Michel Temer teria avisado que sequer assumiria a vice-presidência, se o PMDB não for atendido em todos os seus pleitos e mais alguma coisa.
Acreditar em tal bravata é inocência. Mas outras ameaças impublicáveis - e que não circulam no tsunami de boatarias - devem estar rolando entre petistas e peemedebistas. Da nesna forma como a disputa interna de poder dentro do PT, para ver quem fica próximo da Dilma, também deve fazer vítimas em breve. A tentativa de fritar ou afastar o super carrasco do caseiro Francenildo. Antônio Palocci Filho de um cargo importante no governo é um mega e super arakiri petralha molusquiano.
O super poder de Palocci vai muito além do PT. As vozes a favor dele vêm lá de fora. Os porta-vozes da Oligarquia Financeira, os novos templários, já se manifestam em favor dele. A mais recente edição da conceituada revista britânica Economist adverte que investidores defendem a permanência de Henrique Meirelles no Banco Central e que estão de olho em Antonio Palocci. Segundo a revista, se Dilma escolher Palocci para a Casa Civil ou colocá-lo de volta no Ministério da Fazenda, ganhará a confiança do setor empresarial.
A conceituada revista britaânica Economist também avisa que Dilma Rousseff terá de provar que tem ideias próprias e que sairá da sombra do Molusco: ”Ela terá de convencer os céticos de que não é apenas o Lula de batom”. Os britânicos alegam que Rousseff abrirá um precedente muito ruim para o Brasil se permitir que Molusco permaneça no poder da nossa República, seja de forma ativa ou passiva.
Um comentário:
FOLHA DE S.PAULO
Procurador acusa militar de torturar Dilma na ditadura
O Ministério Público Federal apresentou à Justiça uma ação em que acusa um militar de ter torturado a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) e outras vítimas durante o período da ditadura militar. Na acusação formal, que também pede a punição de outros três militares, a Procuradoria reproduz um depoimento prestado por Dilma à Auditoria Militar em 1970. No testemunho, ela aponta Maurício Lopes Lima como um dos torturadores da Operação Bandeirante, criada em 1969 para reprimir opositores do regime.
Porém, em entrevista à Folha em abril do ano passado, Dilma afirmou que Lima presenciou as torturas, mas não realizou pessoalmente nenhuma agressão contra ela. No depoimento de 1970, usado pelo Ministério Público, a ex-ministra disse à auditoria: "na semana passada, dois elementos da equipe chefiada pelo capitão Maurício compareceram ao presídio Tiradentes e ameaçaram a interroganda de novas sevícias, ocasião em que perguntou-lhes se estavam autorizados pelo Poder Judiciário e recebeu como resposta o seguinte: "Você vai ver o que é o juiz lá na OB [Operação Bandeirante]´; (...) que ainda reafirma que mesmo no DOPS foi seviciada".
A Operação Bandeirantes prendeu Dilma, que era militante de esquerda, em janeiro de 1970. De fevereiro a maio daquele ano ela ficou no Dops (Departamento de Ordem Política e Social). Em carta para uma comissão que analisou pedidos de indenização para vítimas da ditadura, Dilma relatou: "em ambas as instituições, ou seja no Dops-SP, como na Operação Bandeirante, fui barbaramente torturada".
Na ação, além de Lima são acusados os militares reformados das Forças Armadas Homero Cesar Machado, Innocencio Fabricio de Mattos Beltrão e o capitão reformado da Polícia Militar de São Paulo, João Thomaz. Segundo a acusação, os militares foram responsáveis pelo assassinato de seis pessoas e pela prática de tortura contra outras 20 vítimas no período entre 1969 e 1970.
Lima afirmou que Dilma disse em entrevista não ter sido torturada por ele pessoalmente. Segundo ele, as acusações são infundadas. Beltrão disse que só vai se manifestar após ler a acusação da Procuradoria. A reportagem ligou para Thomaz e Machado, mas eles não foram encontrados.
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