Metade dos principais equipamentos das Forças Armadas, como blindados, aviões e navios, está sucateada, mostra inventário da Defesa obtido pela Folha. Sul e Sudeste concentram 48% da tropa; a Amazônia, suposta prioridade, tem só 13% do efetivo.
Metade dos armamentos do país está indisponível
Estudo do Ministério da Defesa revela fragilidade das Forças Armadas
Blindados, navios e caças sem condições de combate e concentração de tropas no Sudeste expõem deficiência
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um levantamento reservado com uma detalhada radiografia das Forças Armadas brasileiras mostra o sucateamento do equipamento militar do país. Explicita também as conhecidas distorções na distribuição de tropas no território nacional, confrontando o discurso oficial de que a Amazônia é uma prioridade.
O estudo ao qual a Folha teve acesso é produzido pelo Ministério da Defesa e atualizado todo mês. Ele mostra que metade dos principais armamentos do país, como blindados, aviões e navios, está indisponível para uso.
O levantamento é usado provisoriamente pelo governo, enquanto não é elaborado o chamado "Livro Branco", que trará, segundo decreto assinado neste ano, todo esse diagnóstico.
O livreto obtido pela Folha tem 76 páginas e traz dados orçamentários, operacionais e de pessoal que são difíceis de encontrar com esse grau de detalhe.
Quando alguém precisa elaborar comparações com outros países, como fez a Folha em sua edição de 20 de fevereiro, a praxe é buscar fontes externas -confiáveis, mas não tão detalhadas.
O documento usado nesta reportagem traz um inventário dos chamados meios de cada Força, ou seja, os principais equipamentos para uso em guerra.
O resultado dá argumentos aos defensores do reequipamento militar, um processo caro, demorado e que costuma esbarrar em obstáculos como pressões políticas.
O caso da Marinha é paradoxal. Especialistas consideram a Força a mais bem aparelhada, mas 132 dos seus 318 principais equipamentos estão parados. Metade dos 98 navios está no estaleiro.
A aviação naval é figurativa: apenas 2 de seus 23 caças voam, e só para treino. Isso no fim de 2010 -hoje, só um funciona. O porta-aviões São Paulo ficou anos parado e agora está em testes.
DEFICIÊNCIA CRÔNICA
O Exército contribui para que o resultado geral de disponibilidade de meios atinja ilusórios 68% -isso porque a Defesa coloca na conta as "viaturas sobre rodas", que basicamente são quaisquer veículos. Dessas, 5.318 das 6.982 estão funcionando.
Dos 1.953 blindados do Exército, só metade está à disposição. Metade dos helicópteros está no chão, isso sem contar a deficiência crônica de defesa aérea, maior fragilidade militar do país.
Por fim, a Força Aérea tem indisponíveis 357 dos seus 789 meios, que incluem 48 lançadores portáteis de mísseis, todos funcionando. O governo avalia ter 85 dos seus 208 caças disponíveis, o que parece algo otimista. Seja como for, a renovação da frota de combate, unificada em um modelo, está postergada novamente por causa de cortes orçamentários.
Fica também explícito um problema que a Estratégia Nacional de Defesa editada em 2008 promete combater.
Na Estratégia, a Amazônia aparece como prioridade do Exército. Só que a disposição das tropas ainda reflete a ideia de que o país um dia poderia entrar em guerra com sua antiga rival, a Argentina, hoje longe de representar uma ameaça militar.
A região Sul concentra 25% das forças terrestres do Brasil, enquanto a área amazônica só tem 13% do efetivo. Outros 23% estão estacionados na área do Comando Militar do Leste, no Rio.
A concentração no Rio também é perceptível no poderio aéreo. Nada menos que um terço do efetivo da FAB está por lá, enquanto a enorme região Norte não soma 15% com dois comandos aéreos separados.
A Marinha também está baseada no Rio, de forma avassaladora: 71% do efetivo está lá. Há planos para criação de uma segunda esquadra no Nordeste e no Norte.
Essa concentração no Rio é uma herança dos tempos em que a cidade centralizava o poder no país.
ASSIMETRIA
A Estratégia critica essa assimetria na disposição geográfica das tropas, mas a mudança depende de vontade política e de recursos cuja justificativa sempre é difícil num país de tradição pacífica e cheio de problemas sociais.
Por fim, o mapa lembra também detalhes do comprometimento financeiro. Em outubro de 2010, o governo gastou quase igualmente com pessoal ativo, aposentados e pensionistas, somando uma folha salarial de R$ 2,9 bilhões naquele mês.
No Orçamento de 2011, antes do corte anunciado recentemente pelo governo, a despesa com pessoal representava 72% do gasto total.
Ainda sobre pessoal, destaca-se a alta proporção de oficiais-generais. Há um deles para cada 971 homens. No mais poderoso exército do mundo, o americano, esse número salta para um para cada 1.400 soldados.
Despreparo militar marca história do país
ANÁLISE DEFESA
Num mundo de comunicação rápida, onde conflitos surgem a toda hora, falta de prontidão é receita de fracasso
RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO
Despreparo crônico em tempo de paz e, portanto, no começo de conflitos, é uma constante na história militar luso-brasileira. Por que seria diferente em pleno século 21?
No passado, houve tempo para as Forças Armadas "pegarem no tranco" e terminarem bem-sucedidas em combate.
Mas em um mundo de comunicações rápidas, de mísseis balísticos, de guerra eletrônica, essa tradicional demora na prontidão é uma receita perfeita para o fracasso.
Uma rara exceção no despreparo das Forças são as chamadas tropas de "pronto emprego" ou "ação rápida".
São núcleos de excelência que podem agir em emergências pontuais, como a aviação do Exército, os paraquedistas, os fuzileiros navais, os batalhões de selva.
Um bom exemplo foi a rápida e eficiente reação em 1991, após guerrilheiros colombianos atacarem um posto de fronteira no rio Traíra e matarem três militares.
Em 1711, o francês René Duguay-Trouin tomou o Rio de Janeiro em ousado golpe.
A cidade estava despreparada. Reforços vieram do interior -rapidamente, para os padrões da época-, mas já era tarde demais.
Em 1808, os franceses tomam Portugal e a família real foge para o Brasil -mas o comboio precisou de escolta da Marinha britânica.
Na guerra com a Argentina pela província Cisplatina (Uruguai), de 1825 a 1828, o Brasil começou colhendo fracassos, até se afirmar -principalmente no mar- e terminar o conflito em "empate".
O exército paraguaio estava mais preparado que o brasileiro e até invadiu território do país na Guerra da Tríplice Aliança (1865-1870). A falta de preparo inicial levou a cinco anos de guerra.
Em 1897 em Canudos, Bahia, o Exército também sofreu derrotas para os "jagunços" do líder religioso Antonio Conselheiro e mostrou sérias falhas de logística.
Não havia tropas bem treinadas e equipadas para participar da Primeira Guerra Mundial (1914-1918); a Revolução Constitucionalista de 1932 foi uma série de improvisos do início ao fim pelos dois lados.
O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) em agosto de 1942, mas só em julho de 1944 a Força Expedicionária Brasileira desembarcou na Itália -e, mesmo assim, era apenas uma das três divisões de infantaria inicialmente planejadas, e seu armamento era todo de origem americana.
As Forças Armadas do país têm operado bem em missões de paz ou na recente ajuda à polícia do Rio. Mas, como demonstrou o terremoto no Haiti, foi a rápida intervenção dos EUA que evitou uma tragédia ainda maior.
COMENTO
Na máxima de um apedeuta corrupto e nocivo, que passou oito anos no poder e ainda é o resposável por este sucateamento, "Nunca antes na história deste país, as Forças Armadas, estiveram tão desarmadas".
Dedicando-lhe o "Paraíso" escrevia Dante a cangrande della Scala; "O sentido desta obra não é simples; Ao contrário ela é "polisensa", pois outro é o sentido literal, outro aquele das coisas significadas".
(Dante Alighieri)
"LOBO DO MAR, FIRMEZA, TIMONEIRO MANTER O RUMO, CCN ATENÇÃO COM AS MÁQUINAS, ARTILHEIRO SUSTENTA O FOGO QUE A VITÓRIA É NOSSA. E A LUTA CONTINUA PARA TIRAR ESTA FACÇÃO CRIMINOSA DO PODER DA REPÚBLICA".
3 comentários:
Jaqueline Roriz, que tem professor em casa, demonstra ter sido boa aluna também do PT
Por Reinaldo Azevedo
Era batata!
O PT também significa um importante instrumento histórico da deseducação política. Leiam isto:
“Durante a campanha eleitoral de 2006, estive algumas vezes no escritório do senhor Durval Barbosa, a pedido dele, para receber recursos financeiros para a campanha distrital, que não foram devidamente contabilizados na prestação de contas da campanha”.
É trecho da nota divulgada pela deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) para justificar a dinheirama que recebia do notório Durval Barbosa. Ele diz ter outras fitas. Pouco importa se havia campanha ou não. Para a desculpa da moça, serve. Por quê?
Ora, “companheiros”, ela não está fazendo nada mais, nada menos do que fez Delúbio Soares, não é mesmo? É que, no caso dos petistas, faltaram as fitas que tão bem ilustram a situação. Mas notem que até o vocabulário é o mesmo. Delúbio chamava a grana do mensalão do PT de “recursos não-contabilizados de campanha”, e Jaqueline, de “recursos financeiros para a campanha distrital”.
Esta senhora, para o bem da política e do Distrito Federal, tende a ser esmagada pelos fatos. Seus colegas do PT deram mais sorte. José Genoino é assessor especial do Ministério da Defesa. João Paulo Cunha é presidente da CCJ da Câmara. E José Dirceu é uma bem-sucedido consultor de empresas privadas e continua chefão do PT. E Lula, bem, Lula é professor de Deus mundo afora.
Genoíno na Defesa deve costurar apoio político para reengenharia radical nas Forças Armadas
Por Jorge Serrão
As Legiões desconfiam que o réu no mensalão José Genoíno foi escalado na função de assessor especial do Ministro da Defesa Nelson Jobim, para acelerar, politicamente, a implantação de ações polêmicas contrárias à doutrina e pensamentos das Forças Armadas. A mais evidente delas é a Comissão da Verdade. A mais oculta, tratada muito reservadamente, é a pretendida reengenharia funcional do Exército, Marinha e Aeronáutica.
A medida diminuirá cargos de confiança, funções gratificações. Mas a verdadeira intenção é simplificar a cadeia de comando, enxugando o quadro de Oficiais-Generais. Também deve ser fortalecida a Força Nacional de Segurança – que pode se tornar a “quarta força armada” do País – ampliada por profissionais que preferirem deixar o EB, Marinha e FAB com a reengenharia funcional e, por extensão, operacional.
Outra intenção – já manifestada por cardeais petistas como José Dirceu – é modificar radicalmente a destinação das Forças Armadas, “subordinando-as ainda mais ao poder civil”. Neste pacote, ocorreria uma profunda alteração dos Regulamentos Disciplinares internos – como defendem movimentos internos como o “Capitanismo” – que tem o apoio político dos petistas. O tsunami pretendido pelos petistas, com a ajuda de uns poucos oficiais melancias, é previsto para ocorrer assim que houver condições meteorológicas politicamente favoráveis.
Carentes de equipamentos, armamentos e salários compatíveis, os militares também condenam mais uma campanha subliminar contra a imagem das Forças Armadas brasileiras, no ritmo de desmoralização política pós-64. O SBT confirma a estréia para o dia 31 de março da novela “Amor e Revolução”. Na obra, os milicos sentirão o duro golpe da história: serão os vilões, tratados como assassinos, torturadores e ditadores. Veja o trailer em: http://www.youtube.com/watch?v=8jIGzXzvZvg
Travessia
Podemos fazer nossa travessia pela vida de várias formas...
Felizes e agradecidos pelas dádivas do Criador, ou
infelizes porque não somos capazes, de ouvir as suas súplicas para que voltemos ao caminho do bem...
Escolhemos nossos caminhos, nos utilizamos de nosso livre arbítrio,
e prosseguimos conforme queremos...
Veja como está a sua travessia,
se o seu egoísmo e orgulho estão prevalecendo...
Faça uma reflexão do quanto você está parado, diante dos ensinamentos do Criador...
Procure rever suas atitudes e pensamentos, e sinta que o caminho a ser seguido é um só, não há vielas nem tão pouco curvas...
O caminho nos colocado a frente é sempre reto, e cheio de surpresas para nossa melhora interior...
No decorrer de sua travessia pedras há de encontrar,
mas se tiver fé e perseverança haverá de vencê-las todas,
sem exceção por isso paute em sua travessia o seu objetivo maior...
Vencer as provas e não sucumbir a elas...
A força de vontade e o poder da sua fé, farão de você um grande vencedor na linha de chegada.
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