quinta-feira, 21 de julho de 2011

"O crime e a corrupção pragmática como categorias políticas no PT"

Por Cardoso Lira

"O Aviltamento do Marxismo pelos oportunistas e corruptos que estão no poder da República. Nenhum político farsante escapará da vala comum reservada aos falsificadores da história". (Cardoso Lira)

Por Reinaldo Azevedo

Os petistas dizem se preocupar tanto com a desigualdade social não por humanismo ou por senso de justiça, mas porque ela oferece um excelente pretexto para o estado autoritário e confere certo sentido moral às ilegalidades praticadas para a construção da hegemonia partidária. As misérias humanas — e a conseqüente necessidade de criar o novo homem — são o fundamento dos dois grandes totalitarismos do século passado: fascismo e comunismo. Ambos têm mais em comum do que gostam de admitir fascistas e comunistas.

Não existe regime de força que não tenha se instalado prometendo promover o bem comum. Aliás, as tiranias precisam esvaziar os indivíduos de todas as suas verdades e necessidades “egoístas” em nome da coletividade, que será representada por um partido ou por um condutor das massas — em certos casos, por ambos.

Todos nos fartamos do discurso de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, que se apresentou como o “pai” do povo, saindo, como anunciava a propaganda eleitoral petista, para deixar em seu lugar a “mãe de todos os brasileiros”. Ditadores e candidatos a tiranos gostam da idéia de que são chefes de uma grande família, da qual esperam uma ativa e entusiasmada obediência. Afinal, “eles” sabem o que é melhor para “nós”, mergulhados que estamos em nosso egoísmo, comprometidos com uma visão parcial de mundo, sem entender, muitas vezes, as decisões que são tomadas para nos salvar… Quem de nós nunca discordou, afinal, a seu tempo, de uma decisão do pai ou da mãe? Impossível, no entanto, supor que agissem para nos prejudicar. Tampouco imaginávamos tomar para nós o lugar da autoridade. Pais e filhos não são — e nem devem ser — uma comunidade democrática, certo?

O PT se consolidou com a fantasia de que um partido — e, dentro desse partido, um homem, o pai — seria o porta-voz dos excluídos, que, afinal, estariam reivindicando a sua cidadania. De modo emblemático, Lula passou várias antevésperas de Natal em companhia dos catadores de papelão, tornados “cidadãos-recicladores”. Estava anunciando, diante de uma imprensa freqüentemente basbaque, que excluídos também são cidadãos, ainda que dentro de sua exclusão. Um líder e um partido, ungidos pela necessidade de “mudar o Brasil”, podem atropelar leis, moralidade, costumes, valores, tudo… Estão imbuídos de uma missão.

Apurem bem os ouvidos. Ouve-se já certo sussurro. Talvez se torne um alarido. Mas o que é isso? O que será que será que andam suspirando pelas alcovas e sussurrando em versos e trovas? O que será, que será que andam combinando no breu das tocas, que andam acendendo velas nos becos e já estão falando alto pelos botecos? O que será, que será que não tem conserto nem nunca terá? O que não tem tamanho… Cito este plágio que Chico Buarque fez de Cecília Meireles (Romanceiro da Inconfidência) para emprestar, assim, certa grandeza poético-dramática a mais uma conspiração dos petistas contra a moralidade, o dinheiro público, a decência e tudo o mais que vocês julgarem adequado a homens de bem.

Lula já fez saber ao mercado político que ele não concorda com a “execução sumária” dos patriotas do PR. E fez chegar a sua avaliação na forma de uma “preocupação”. Estaria temendo o isolamento de Dilma Rousseff. José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, afirmou ontem que vai avaliar se há motivos suficientes para a Polícia Federal abrir um inquérito para apurar as sem-vergonhices no Ministério dos Transportes. Já foram demitidas 16 pessoas da cúpula da pasta e do Dnit, mas ele está cheio de dúvidas. Tarso Genro (PT), atual governador do Rio Grande do Sul e chefe da Polícia Federal (era ministro da Justiça) quando se deu boa parte da bandalheira, saiu ontem em defesa de seu amigo Hideraldo Caron, um dos chefões do Dnit, mantido até agora no cargo. Ele é petista. Tarso deixou claro: se o homem fez algo de errado, não foi em benefício pessoal.

É a primeira vez que se ouve voz assim no PT? Claro que não! Nem é necessário remontar ao mensalão. Durante a crise que colheu Antonio Palocci, Gleisi Hoffmann, hoje sua sucessora, mas senadora à época (PT-PR), deixou claro que não conseguia defender o então ministro por uma razão simples: ele tinha agido apenas em defesa do próprio interesse. Ou seja: no caso do mensalão ou dos aloprados, crimes foram cometidos em benefício do… partido! Nesse caso, tudo bem…


Setores do PT estão pedindo, em suma, que tudo fique como está. Seu esforço em favor da impunidade, no entanto, teria, sim, uma raiz ética, entendem? Insistir na investigação pode prejudicar o partido, a convivência com os aliados, a agenda que o governo tem pela frente, incluindo, obviamente, os pacotes sociais destinados a combater a miséria. Tarso chegou a indagar por que essas notícias só apareceram agora… Conhecedor da arte de desestabilizar governos (como experimentou Yeda Crusius), ele conspira em favor da impunidade ao sugerir que há uma conspiração contra os patriotas do Ministério dos Transportes…

Foi-se o tempo “esse-dinheiro-não-é-meu”, de Paulo Maluf! Mesmo para ele, o errado era “errado” e, por isso, negava tudo. Não há nada a favor desse emblemático político a não ser uma coisinha: nunca tentou chamar crimes de virtudes — negando, claro!, que os tivesse cometido. Com o petismo, é diferente: o roubo e a lambança em nome da causa têm um propósito superior. Fazer sacanagem para enriquecer é reprovável; para construir o partido, bem, aí é não só aceitável como pode distinguir o militante com uma medalha de “Honra ao Mérito”.

À medida que a lei é afrontada com tal vigor e que o malfeito vira um instrumento corriqueiro da ação política, os brasileiros têm expropriada a sua cidadania. Se para eles, todo excluído é cidadão, que mal há em considerar todo cidadão um excluído?

COMENTO

Como sempre o maravilhoso texto do tio Rei, está simplesmente impecável e mais uma vez, ele nos brinda com esta excelente matéria, este texto belíssimo. BRAVO ZULÚ e boas férias, bom descanso professor, a luta continua......

Bem, é lógico que os petralhas vão continuar cometendo crimes, não tenho a menor dúvida, uma vez que a bandidagem, a corrupção e o crime organizado, fazem parte do DNA desta facção exacerbadamente criminosa, que se encontra no poder da república, locupletando-se do erário público, sem nenhum controle. Certo Lobo do Mar? É isso aí, fazer o que? Cadê e por onde andam as autoridades do nosso país? Vamos sair da inércia.

A CORRUPÇÃO é a suprema PERVERSÃO da vida de uma SOCIEDADE, uma estupidez é a SUBVERSÃO dos valores legítimos, ela é o agente da DESORDEM SOCIAL, a negação da ética e a destruição das INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS. (Cardoso Lira)

3 comentários:

Cardoso Lira disse...

Caron do PT levou R$ 30 milhões do DNIT para casa.

Eles merecem esta manchete sensacionalista. Eles são desavergonhadamente corruptos. A última é que Hideraldo Caron, do DNIT, desviou R$ 30 milhões do Ministério dos Transportes, para construir uma conjunto residencial para favelados, a pedido do prefeito petista de Canoas, Jairo Jorge, um "unha e carne" com Tarso Genro, o governador petista do Rio Grande do Sul que não pára de elogiar o Caron. Ou seja: o Caron levou R$ 30 milhões do DNIT para casa.

Cardoso Lira disse...

Governo de São Paulo e Petrobrás devem dar dinheiro público para obra do Lula Stadium

Por Jorge Serrão

O futuro estádio Luiz Inácio Lula da Silva, o Itaquerão do Corinthians, começa a ser construído com a arquitetura da politicagem. A obra privada será mesmo bancada com dinheiro público. O governo do Estado de São Paulo deve gastar uns R$ 70 milhões para bancar uma estrutura provisória, a ser desmontada depois da Copa de 2014, que dará 20 mil lugares a mais ao estádio. De olho no imenso eleitorado corinthiano, o governador Geraldo Alckmin usará recursos do estado para bancar a ampliação temporária do futuro “Lula Stadium”.

Os R$ 820 milhões programados pela construtora Norberto Odebrecht como “preço fixo” só prevê a construção de um estádio com 42 mil lugares – e não de 62 mil, como exige a FIFA, para que São Paulo possa sediar o jogo de abertura da competição privada de futebol. No valor também não está incluído o custo para transferência do duto da Transpetro que passa pelo terreno, em Itaquera. A mudança custaria R$ 30 milhões, em condições normais, mas pode chegar a R$ 100 milhões. Ainda paira a ameaça de que a Petrobrás seja politicamente forçada a bancar tal obra.

A Odebrecht avalia que os lugares extras no Itaquerão – que serão custeados pelo governo de São Paulo – não devem custar menos de R$ 70 milhões. Somando-se ao gasto com o remanejamento dos dutos da Petrobrás na área de estacionamento, o custo final do Estádio deve ultrapassar, facilmente, R$ 1 bilhão. Metade da obra (R$ 420 milhões) será financiada via isenção de impostos concedida pela Prefeitura de São Paulo ao Corinthians. A outra metade (R$ 400 milhões) virá de um empréstimo do BNDES. O governo Alckmin banca a arquibancada provisória. E alguém (provavelmente a Petrobrás) entrará pelo cano com a obra do oleoduto.

Recordar é...

Os políticos pragmáticos mudam depressa de opinião quando lhes convém.

Geraldo Alckmin, em 2010, declarou que o estádio corinthiano deveria ser financiado com recursos privados:

“Não tem sentido colocar dinheiro público em estádios. Deve ser privado”.

Agora, ela vai jogar nosso dinheiro na privada, botando dinheiro público para construir arquibancadas provisórias que serão retiradas depois da Copa...

Lula Stadium

Foi uma promessa do presidente do Corinthians, André Sanches, que o futuro estádio do Corinthians vai homenagear seu ilustre torcedor e presidente de honra.

O Itaquerão só não vai se chamar Estádio Luiz Inácio Lula da Silva, caso o ex-presidente avalie que isto não fará bem a sua imagem.

Não há impedimentos legais para que Lula empreste seu santo nome para batizar um estádio particular.

O precedente já foi aberto com um estádio público, o Engenhão, no Rio de Janeiro, que leva o nome de uma pessoa viva (e muito viva): João Havelange, ex-presidente da FIFA...

Cardoso Lira disse...

O Brasil não se singulariza pelo trato a documentos de estado, mas sim por ser o único que denigre a própria história. Não há nação no mundo do tamanho e, pior, com as pretensões do Brasil que dedique à sua história, em particular à militar, esse tratamento." Sérgio Paulo Muniz Costa, Historiador