quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Entidade de juízes sai em apoio a corregedora que criticou “bandidos de toga”

Por Fausto Macedo, no Estadão:

“Na cultura política brasileira há longa e nefasta tradição de impunidade dos agentes políticos do Estado, dentre os quais estão metidos a rol os membros do Poder Judiciário, notadamente os desembargadores dos tribunais estaduais e federais, e ministros dos superiores”, declarou ontem a Associação Juízes para a Democracia (AJD), em comunicado público de defesa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Subscrita pelo juiz José Henrique Rodrigues Torres, presidente do Conselho Executivo da AJD, a carta é um manifesto de apoio à cruzada da ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, que sofre ataques de magistrados desde que apontou para “bandidos da toga” e denunciou resistências ao CNJ.

“Reações corporativas, animadas por interesses particulares, e manifestações das cúpulas dos tribunais, que a pretexto da preservação de suas atribuições, objetivam garantir seus poderes arbitrários, não podem prevalecer sobre o relevante papel desempenhado pelo CNJ na apuração de desvios de conduta funcional e responsabilização dos magistrados faltosos com seus deveres de probidade”, assevera Torres.

A AJD, “entidade não governamental e sem fins corporativos”, assinala que a competência disciplinar do CNJ está prevista na Constituição, artigo 103, e “constitui uma salutar conquista da sociedade civil para efetivar o princípio republicano”. “Os mecanismos de controle da moralidade administrativa e da exação funcional dos magistrados em geral garantem legitimidade social ao Poder Judiciário e a independência judicial”, observa Torres.

Comento

Infelizmente no país dos petralhas, os três poderes da república estão contaminados.
Com a chegada do lulismo no poder, foi aberta as portas para o nocivo banditismo institucionalizado e para corrupção edemica. E o abominável Molusco, foi o grande responsável por essa avalanche de podridão e safadeza, que tanto assola o Brasil.

2 comentários:

Cardoso Lira disse...

Muito bem, a democracia ainda é o melhor dos regimes, apesar de não ser perfeita. Contudo, ela possui inúmeras vulnerabilidades, que são aproveitadas pelos corruptos, caudilhos e totalitários de plantão, mesmo sendo os bandidos, filiados a uma ou outra facção ou corrente de pensamento.

Não obstante, num passado bem próximo, tivemos alguns exemplos.
Tanto de um lado como do outro.

Numa recordação de sistemas ideológicos antípodas, aparentemente, encontramos na Alemanha, Hitler, e na antiga URSS, Stálin. E é interminável a lista dos partidos e dos seus chefes que impuseram a ditadura, de fato, em inúmeros países, fingindo-se de democratas.

Ao ganhar as eleições e empalmar o poder, os bandidos, transformaram-se passo a passo, eliminando todos os obstáculos existentes, direta ou indiretamente, até implantar sub-repticiamente um regime totalitário, travestido sob uma capa aparentemente democrática.

É a mesma coisa que os PETRALHAS, querem fazer no nosso país. Certo?

Cardoso Lira disse...

Bandidos de toga: eles existem.

Ao menos 35 desembargadores são acusados de cometer crimes e podem ser beneficiados caso o STF (Supremo Tribunal Federal) decida restringir os poderes de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão que fiscaliza o Judiciário. Os desembargadores são juízes responsáveis por analisar os recursos contra sentenças nos tribunais de Justiça. Formam a cúpula do Judiciário nos Estados. O Judiciário foi palco de uma guerra esta semana após declaração da corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, de que o Poder sofre com a presença de "bandidos escondidos atrás da toga".