sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Por que um “chefe de quadrilha” quer regulamentar “a mídia”? Ou: Os jornais do Dirceu

Por Cardoso Lira

"O Aviltamento do Marxismo pelos oportunistas, corruptos e bandidos que estão no poder da República. Nenhum político farsante escapará da vala comum reservada aos falsificadores da história". (Cardoso Lira)

"Nenhum homem morrerá por afirmação de suas atitudes". (Nietzche)

Por Reinaldo Azevedo

O deputado cassado por corrupção José Dirceu, “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral da República — não sei se vocês notam que passei a usar um tom mais conciliador com o rapaz que se esgueira em quartos de hotel, como fazem certas profissionais remuneradas, de apelo verdadeiramente bíblico —, foi a grande estrela de uma seminário promovido pelo PT para defender a “regulamentação da mídia”. Eles adoram este nome: “mídia”. Faz supor que exista um grupo de pessoas que fica conspirando contra os interesses do povo. E “povo”, como vocês sabem, é coisa para Zé Dirceu. É por isso que, em vez de atuar como lobista de multinacionais e de alguns outros potentados que querem mamar nas tetas do estado, este revolucionário está organizando as massas ora na periferia de São Paulo, ora no interior do Maranhão… Sobre Che Guevara, o Porco Fedorento, diga-se ao menos que tinha coragem física, né? Dirceu? Nem isso! Sempre esperou que outros corressem risco por ele… Mas vamos seguir.

A VEJA Online traz dois excelentes textos sobre o seminário, de Carolina Freitas (aqui e aqui). Na sua exposição, o chefe de quadrilha afirmou: “Os proprietários de veículos de comunicação são contra nós do PT. Fazem campanha noite e dia contra nós. Só lamento que não haja jornal de esquerda, que seja a favor do governo.” Todo mundo sabe que há hoje uma corja na imprensa financiada com dinheiro público, inclusive de estatais, para, como direi?, “falar bem” do PT, em especial quando o partido não merece.

Dirceu é obcecado pelo tema. E também pela imprensa. Tão obcecado que, em seu raio de atuação como “consultor de empresas privadas”, estão alguns jornais. Ele é apontado no mercado como “o” homem, no Brasil, do grupo português Ongoing, que já é dono dos jornais “Brasil Econômico”, do qual o “chefe de quadrilha” é colunista, “O Dia”, “Meia Hora” e “Marca”. O grupo busca um jeito de investir em TV.

Qual é o truque? A Ejesa (Empresa Jornalística Econômico S.A.), que edita esses jornais, tem 70,1% de seu capital em nome de Maria Alexandra de Almeida Vasconcellos, brasileira, mas casada com Nuno Vasconcellos, presidente do Ongoing, dona dos outros 29,9%. Em Portugal, dá-se como certo que é o grupo que comanda esses veículos por aqui. No meio político, o “Brasil Econômico” é chamado “aquele jornal do Dirceu”. Evanise Santos, namorada do réu, é diretora de marketing institucional da Ejesa. O Ministério Público Federal de São Paulo abriu investigação para apurar a atuação do grupo português no Brasil.

Dirceu e os petistas defendem o que chamam “regulamentação”, como se não houvesse lei nenhuma no Brasil. E há. Uma delas é justamente a que proíbe que estrangeiros sejam donos de veículos de comunicação.

É PRECISO REGULAMENTAR AS RELAÇÕES DE JOSÉ DIRCEU COM A MÍDIA, ESPECIALMENTE NO CAPÍTULO QUE TRATA DA POSSE DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO POR ESTRANGEIROS.

Comento

Na verdade, no partido da trambicagem, essa super organização criminosa, só tem corruptos e bandidos, só que alguns são ainda piores do que outros, esse tal Zé é abominável e exacerbadamente nocivo para a nossa pobre e definhada República.


700 milhões a mais na Copa de Mato Grosso: farsa foi montada com aval da Dilma.

Após pressão de governadores, a presidente Dilma Rousseff ordenou ao Ministério das Cidades que mudasse a toque de caixa projetos de transportes para a Copa-2014. Graças à interferência, as cidades de Salvador (BA) e Cuiabá (MT) puderam trocar o BRT (ônibus em corredores exclusivos) por sistemas mais caros e com conclusão mais demorada, como metrô e VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos. Os governadores Jaques Wagner (PT-BA) e Sinval Barbosa (PMDB-MT) capitanearam o lobby pela mudança.

Em Cuiabá, houve inclusive substituição de um parecer técnico favorável ao BRT por outro defendendo o veículo leve, conforme noticiou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo". Na Bahia, Jaques Wagner recebeu o sinal verde de Dilma em 5 de agosto, durante viagem no avião presidencial a Salvador. Até então, a presidente insistia nos sistemas de transporte do plano original da Copa. O BRT tinha sido priorizado pelo governo federal em 2009, sob a justificativa de que os outros sistemas não seriam concluídos a tempo do Mundial de futebol. Empreiteiras e empresas de equipamento ferroviário, entretanto, se opuseram e passaram a pressionar pela alteração.

O ministro Mário Negromonte (PP) chegou a esboçar resistência à mexida, mas cedeu ao lobby que teve a participação até do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Em Salvador, onde o projeto de BRT já tinha até financiamento garantido, a solução foi simplesmente retirar o plano do PAC da Copa. Dias após a determinação do Planalto, o Ministério das Cidades desconsiderou portaria interna e abriu brecha em outro programa federal, o PAC Mobilidade Urbana Grandes Cidades, para acolher o metrô soteropolitano. Além disso, ainda em agosto, Negromonte autorizou que fosse dilatado o prazo para análise dos projetos de transporte dos Estados. Em outubro, ampliou novamente o limite.

Em Cuiabá, a troca do BRT pelo VLT representou um aumento de 140% nos custos -de R$ 500 milhões para R$ 1,2 bilhão. Segundo a reportagem do "Estado", a manobra foi feita com participação do chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto. O jornal divulgou trechos de gravação de reunião em que a diretora do departamento de mobilidade urbana do ministério, Luiza Gomide, contou a colegas que recebera orientações superiores e que o trabalho deles era "para o governo". Na conversa, ela menciona também ter recebido instruções de Guilherme Ramalho, coordenador de infraestrutura da Copa e servidor do Ministério do Planejamento. O Ministério Público Federal de Brasília decidiu ontem investigar se houve improbidade administrativa por parte de funcionários do Ministério das Cidades.

O Planalto defendeu que "toda irregularidade" no projeto de Cuiabá deve ser investigada, mas sustentou que a mudança de modelos foi legal, amparada em projeções de demanda e amplamente discutida em público. Segundo a Presidência, o BRT teria um tempo de vida curto por conta do aumento de usuários. Além disso, o custo da troca de modelo caberá aos Estados. O caso, ainda segundo o Planalto, não afeta a posição de Negromonte. Ele segue no governo, mas deve sair na reforma ministerial de 2012. Negromonte sofre desgaste desde agosto, quando rachou a base de apoio dentro do seu partido, o PP.(Da Folha de São Paulo)

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