sábado, 28 de julho de 2012

Não cutuque a Onça






Por Aileda de Mattos Oliveira

Primeiro foi o Jobim. Abraçou a onça do CIGS para mostrar ser tão fera quanto a fera. Acredito que o felino estivesse sonolento com o odor petista que devia exalar do arrogante chefão. Daí, aguentar tirar uma foto com o falso ‘quatro estrelas’, sem lhe arreganhar os caninos.

A situação é outra, de seriíssimas consequências. Mas a presidente não quer copiar o seu antigo ministro e abraçar a onça. Ao contrário, vem de cutucá-la com o canetaço guerrilheiro, substituto das armas pesadas de outrora. Mas essa onça é de outra categoria, portanto, cautela com as disparatadas assinaturas apostas em Medidas Provisórias, que na concepção estranha dos ocupantes do poder, são sempre definitivas, já que o Poder Legislativo faz vista grossa quanto às suas validades, pois, esta Casa regulada pelo Executivo, é mera ficção.

Dar um salário mais alto a um agente penitenciário ou de polícia em início de carreira do que recebe um coronel com vinte e cinco anos de serviço, e equiparar o salário de um carcereiro ao de um general é abusar demais do poder de desenhar seu nome búlgaro nos documentos oficiais brasileiros.

Se a presidente é Comandante em Chefe das Forças Armadas, e é com horror que escrevo isto, deve saber que se algo acontecer ao país será a única acusada de crime de lesa-pátria. Será a única acusada de displicência com as coisas do Estado e com a sua defesa. Será a única acusada de responsabilidade pelo desaparelhamento das Forças. Será a única acusada de ter negado o aumento justo àqueles que são realmente os únicos que pensam o Brasil, mas também pensam nas suas famílias e têm filhos para criar e educar.

Carlos Lacerda, o melhor, o mais empreendedor governador do então Estado da Guanabara, agora espoliado Estado do Rio de Janeiro, sempre dava aos servidores (policiais, bombeiros, professores) o mesmo índice salarial que o governo federal. Assim eliminava as distorções, tão aberrantes nos dias de hoje. Mas Lacerda era inteligente e sabia governar.

Infelizmente, essas Forças, na hora em que a presidente estiver em aperto, sairão em seu socorro. Infelizmente, repito. Como advogo pela Pena de Talião, deveriam deixar acontecer, já que a comandante nada faz em benefício dos seus comandados, nada faz em benefício das que são consideradas as mais respeitáveis instituições nacionais. Nada faz, por medo. MEDO!

Paradoxalmente, ao final de mais um ano de desgoverno, o rancho presidencial com a trupe familiar começa a se movimentar em direção a uma das Organizações Militares, que tem de gastar o que não lhe dão para satisfazer a truculenta e os seus graciosos descendentes, nas felizes férias de verão.

Expressando-se mal, organizando pior as ideias que brigam entre si, foi galgando os degraus da política pelos acordos e não pelo saber. Para ser presidente da república, atualmente, basta comprar votos e aliados de ocasião, não precisando, em absoluto, ser alfabetizado. Mas para se atingir o generalato, a cara senhora desconhece que é preciso viver com os livros, fazer cursos, aprimorar-se continuamente, acumular conhecimentos específicos à sua área de atuação, sem os quais o militar não chegará ao último estágio de sua carreira, aos quarenta anos ou mais de serviço.

A insensatez dessa senhora é tão grande que a impede de ter um raciocínio lógico, de enxergar as evidências de que provocar o desequilíbrio do país pela desmoralização dos membros das Forças, ao equipará-los ao abridor e fechador de portas da carceragem, é brincar com a sorte que AINDA está do seu lado. Mas não se iluda a eterna guerrilheira: apesar de esta onça não ser pintada (ou por esta mesma razão) quando acuada, adquire uma força extraordinária que a sua bisonha imaginação não pode supor.

É chegado o tempo. O tempo kairós, como diziam os gregos. É o momento exato de se tomar a decisão correta. Se essa pequena presidente tivesse coragem, não fosse dominada pelos seus retrógrados parceiros, não ouvisse a voz rouquenha de um Lula ignorante e ultrapassado, transformaria as Forças Armadas no sustentáculo do desenvolvimento do país, de sua defesa, levantando o moral de seu medíocre governo e reintroduzindo a moral que não existe nele.

Mas falta-lhe coragem, falta-lhe coragem de romper com o passado, falta-lhe coragem de ver que os tempos mudaram, falta-lhe coragem de reescrever o futuro do país com clarividência, falta-lhe coragem de dar às costas aos parceiros internos e aos da periferia latina, desequilibrados detentores do poder. Falta-lhe coragem porque lhe falta personalidade. Mas sobra-lhe medo, o medo das Forças. Medo de aliar-se a elas para dignificar o país, para elevar a nação à posição de potência atlântica. Por isso, tropeça seguidamente como chefe de Estado, por isso, fracassa continuamente como comandante em chefe.

Quanto à onça, está quieta além do desejável, parecendo frouxa, como já disseram alguns, mas está alerta, felinamente alerta. É bom não cutucá-la com o canetaço do poder, instrumento mais adequado ao demagógico assistencialismo, corrosivo meio de submeter o povo, já de natureza, servil.

Aileda de Mattos Oliveira é Professora Dr.ª em Língua Portuguesa. Membro da Academia Brasileira de Defesa.


Coaf confirma irregularidades em transações da família Sarney

Por José Ernesto Credendio, na Folha:

O Coaf, órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda, confirmou irregularidades em transações financeiras realizadas pela família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA), e aplicou multa a Teresa Murad Sarney, nora do senador. Teresa controlava a empresa São Luis Factoring, intermediária de operações financeiras da família. A multa, de R$ 70 mil, foi aplicada pela Secretaria Executiva do Coaf à nora e à empresa. Ainda cabe recurso. Segundo o órgão, a empresa realizava as transações sem informar que havia dinheiro da família Sarney, que são as chamadas PEPs (pessoas expostas politicamente) e alvos dos órgãos de controle. Também escondia as próprias movimentações de recursos.
Teresa é casada com Fernando, filho do peemedebista e principal responsável pelos negócios da família. Na época da abertura do inquérito da Polícia Federal, o Coaf informou ter encontrado R$ 2 milhões em operações “atípicas” atribuídas a Fernando e a Teresa. Foram as atividades da empresa de factoring que levaram a Polícia Federal a investigar Fernando na operação Boi Barrica (depois Faktor), realizada em 2007.
Segundo a PF, a empresa foi criada somente com o objetivo de prestar serviços ao grupo. No relatório da operação, a polícia cita que havia “inúmeros” depósitos em dinheiro na conta da factoring. A operação que teve as provas anuladas pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em setembro de 2011. Segundo o ministros do STJ, grampos que originaram as quebras de sigilo foram ilegais. O Ministério Público Federal recorreu da decisão.

Postado pelo Lobo do Mar

Um comentário:

Cardoso Lira disse...

Focos de criminalidade e Corrupção Ameaçam Alicerces do Estado de Direito.

Deixa estar e aí está, Constatamos com imensa tristeza, no atual e corrupto cenário político nacional, inumeráveis, abomináveis e lamentáveis fatos que vêm sistematicamente ocorrendo na República do PT, envolvendo autoridades públicas, com pouco ou nenhum caráter, especialmente ministros de Estado e funcionários do primeiro escalão do governo dos petralhas.

Muito bem,o problema é que o nosso miserável país se encontra em avançado processo de putrefação moral.

Há muito tempo a República está passando por uma anomia Avassaladora e destrutiva.

Poucas vezes na história deste país tivemos no fundo do poço, como agora estamos no Brasil, um predomínio tão avassalador da mediocridade, da corrupção e criminalidade generalizada, ocasionando um processo flagrante de anomalia da bandidagam política. E o fenômeno espalha-se por todos os setores da sociedade brasileira. E não existe uma reação à altura das forças vivas da Nação Brasileira.

Até as Forças Armadas, fora sucateadas, definhadas e vilipendiadas, e estamos vendo o fundo do poço.

"Nunca antes na história deste país tivemos tantos casos de suicídios na caserna".

Será que os bandidos que hoje se encontram no poder, vão pagar por todos esses crimes? Como vão ficar as FFAA e os Militares? Não vamos fazer nada? Pelo menos vamos sair da inércia.