Por Cardoso Lira
Sob risco de condenação pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o
ex-ministro José Dirceu avisou a colaboradores que se manifestará, na
quarta-feira, à cúpula do PT sobre o julgamento do mensalão. Sua
intenção é fomentar um movimento político contra sua provável prisão. O
discurso acontecerá um dia depois da sessão do Supremo que selará o
futuro de Dirceu. Será sua primeira declaração após o julgamento. Até
agora, quatro dos dez ministros que participam do julgamento votaram
sobre seu caso: três pela condenação e um pela absolvição.
A próxima sessão será amanhã. Em recente reunião com aliados e
assessores, Dirceu disse que não cairá calado. Antes dedicado a
discussões macroeconômicas, o blog do ex-ministro será um instrumento de
ação política. A cargo de sua assessoria política, a mobilização de Dirceu preocupa o
comitê eleitoral de Fernando Haddad. O comando da campanha teme que essa
articulação afete Haddad na corrida pela Prefeitura de São Paulo, já
que o escândalo do mensalão foi explorado pelo adversário tucano, José
Serra, no primeiro turno.
Apesar de disposto a falar ao Diretório Nacional do partido -convocado
para discutir a sucessão municipal- o ex-ministro evitou contato com o
eleitor ontem na hora do voto. Para driblar o assédio, Dirceu -que até
2010 votava num colégio em
Moema, reduto de classe média- pediu transferência de seu domicílio
eleitoral para o distrito de Cursino, região periférica da cidade. Na
eleição de 2006, quando foi deflagrado o escândalo do mensalão,
Dirceu foi hostilizado ao chegar no colégio onde votava. Chamado de
"bandido", foi alvo de arremesso de pastéis. Em 2010, entrou por um
portão lateral, escapando da imprensa.
Ontem, Dirceu optou por votar às 16h20, pouco antes do fechamento das
urnas, para não contaminar as campanhas do PT. Segundo explicou a
aliados, o horário foi escolhido para que a divulgação de sua imagem só
acontecesse depois do encerramento da votação, sem prejudicar Haddad.
Antes de sua chegada, assessores de Dirceu inspecionaram as dependências
da escola estadual Princesa Isabel. Pediram que entrasse por um portão
lateral. Não foram atendidos.
Dirceu esperou no apartamento da mulher até que seus assessores montassem a recepção. Militantes e seguranças fizeram um cerco para impedir que eleitores e jornalistas se aproximassem. No tumulto, militantes atingiram repórteres. Para justificar o incidente, o deputado Vicente Cândido disse que era preciso "proteger os dirigentes". "A agressão é recíproca. Se deixar, jornalista agride".(Folha de São Paulo)
Dirceu esperou no apartamento da mulher até que seus assessores montassem a recepção. Militantes e seguranças fizeram um cerco para impedir que eleitores e jornalistas se aproximassem. No tumulto, militantes atingiram repórteres. Para justificar o incidente, o deputado Vicente Cândido disse que era preciso "proteger os dirigentes". "A agressão é recíproca. Se deixar, jornalista agride".(Folha de São Paulo)
Postado pelo Lobo do Mar
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