Por Cardoso Lira
Marcos Valério usa Lula, Palocci e assassinato de Celso Daniel como "escudos" para pedir proteção de vida
Por ter sofrido uma
ameaça concreta de morte semana passada, Marcos Valério Fernandes de
Souza resolveu pedir proteção de vida ao Ministério Público Federal.
Condenado a mais de 40 anos de prisão como operador do Mensalão, o
publicitário decidiu tornar público seu pedido de delação premiada, numa
clara tentativa de “chantagear” a petralhada – por quem teme ser
“eliminado como um arquivo vivo sobre esquemas de corrupção”.
Respondendo a mais de 10 diferentes processos, além da famosa Ação Penal 470, Valério quer ser incluído no programa de proteção à testemunha não apenas para se livrar da quase certa cadeia. Mas por causa de um fato concreto, ainda em segredo. Semana passada, no trajeto de um restaurante para a casa da ex-mulher em Belo Horizonte, o táxi em que Valério estava foi interceptado por outro carro e Valério teria interpretado tal manobra como uma ameaça concreta de morte.
O incidente não foi registrado na Polícia - o que torna impossível saber se realmente aconteceu ou se é uma tática de Valério para mandar um recado àqueles que têm motivos para garantir seu silêncio perpétuo. Valério é a principal testemunha ocular e operacional da história do mensalão petista, do mensalão mineiro e de outros escândalos que sequer vieram ainda à tona neste corrupto e corrompido Brasil Capimunista.
Foi sintomático Valério ter deixado vazar ao Estadão que, em seu depoimento, dado “espontaneamente” em setembro à Procuradoria-Geral da República em Brasília, teria informações sobre o brutal sequestro, tortura e assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. A petralhada se apavara com possíveis revelações sobre o bárbaro crime ocorrido em 2002 e até agora não esclarecido. O cadáver politicamente insepulto de Daniel volta a assombrar o PT por conta de Valério.
Não foi à toa que Valério jogou na fogueira do Ministério Público Federal os nomes do ex-Presidente Lula da Silva e do ex-ministro Antônio Palocci Filho (que, aliás, sucedeu Celso Daniel na gestão de negócios de campanha petistas). Até agora, ambos nunca tinham sido explicitamente citados em participações diretas nos esquemas ligados ao mensalão. Agora, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, é quem fica com o dilema de abrir ou não uma nova investigação para apurar os relatos bombásticos feitos pelo ameaçado Valério – condenado no STF pelos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e peculato..
No embalo das supostas revelações de Valério, os partidos de ”oposição” prometem agir. Na terça-feira, PPS, PSDB e DEM pedirão a abertura de investigação para apurar a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão. Os presidentes dos três partidos, deputado Roberto Freire (PPS-SP), Alberto Goldman (PSDB) e o senador José Agripino Maia (DEM-RN), desejam que seja aplicado a Lula a mesma tese jurídica do "domínio do fato" que levou à condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.
As supostas “novas revelações de Valério” sobre Lula não devem mudar o quadro de impunidade desenhado até agora. Lula não foi e nem será incluído em nenhuma investigação desdobrada do atual julgamento da Ação Penal 470. No entanto, no STF, já existe munição contra o ex-Presidente. Basta que o futuro presidente da Corte, Joaquim Barbosa mande retirar o estranho segredo de Justiça sobre o Processo Investigatório 2.474.
Como o Alerta Total publicou em 10 de outubro, os 77 volumes em sigilo apuram as supostas irregularidades no convênio entre o Banco BMG e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com a participação da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), para a “operacionalização de crédito consignado a beneficiários e pensionistas”. O caso dormita “blindado”, desde 2007, no Supremo.
Lula só pode e deve ser investigado sobre tal fato concreto e cristalino. O resto são ilações da oposição que não julgou conveniente ter agido politicamente contra Lula quando o escândalo do mensalão veio à tona. Quem reclama agora já perdeu a oportunidade histórica antes. E Lula só será atingido e afetado por alguma ação judicial se sua desgraça política for interessante e conveniente aos esquemas de poder real que fazem de qualquer Presidente da República um mero fantoche.
Como não existem sinais concretos e objetivos de que chegou a hora de trocar os seis do PT por outra meia dúzia menos ou mais votada, Lula continuará inatingível e blindado como sempre. Da mesma forma como permanecerão operando normalmente os esquemas de corrupção político-empresariais nos moldes mais ou menos sofisticados do famoso Mensalão que o STF longamente julga.
Assim funciona o Brasil Capimunista, até que surja um povo que se insurja contra o Estado Errado das Coisas e coloque o País no eixo. Talvez isto aconteça no dia 30 de fevereiro de um novo século sempre bem próximo.
Decisão óbvia ululante
Respondendo a mais de 10 diferentes processos, além da famosa Ação Penal 470, Valério quer ser incluído no programa de proteção à testemunha não apenas para se livrar da quase certa cadeia. Mas por causa de um fato concreto, ainda em segredo. Semana passada, no trajeto de um restaurante para a casa da ex-mulher em Belo Horizonte, o táxi em que Valério estava foi interceptado por outro carro e Valério teria interpretado tal manobra como uma ameaça concreta de morte.
O incidente não foi registrado na Polícia - o que torna impossível saber se realmente aconteceu ou se é uma tática de Valério para mandar um recado àqueles que têm motivos para garantir seu silêncio perpétuo. Valério é a principal testemunha ocular e operacional da história do mensalão petista, do mensalão mineiro e de outros escândalos que sequer vieram ainda à tona neste corrupto e corrompido Brasil Capimunista.
Foi sintomático Valério ter deixado vazar ao Estadão que, em seu depoimento, dado “espontaneamente” em setembro à Procuradoria-Geral da República em Brasília, teria informações sobre o brutal sequestro, tortura e assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. A petralhada se apavara com possíveis revelações sobre o bárbaro crime ocorrido em 2002 e até agora não esclarecido. O cadáver politicamente insepulto de Daniel volta a assombrar o PT por conta de Valério.
Não foi à toa que Valério jogou na fogueira do Ministério Público Federal os nomes do ex-Presidente Lula da Silva e do ex-ministro Antônio Palocci Filho (que, aliás, sucedeu Celso Daniel na gestão de negócios de campanha petistas). Até agora, ambos nunca tinham sido explicitamente citados em participações diretas nos esquemas ligados ao mensalão. Agora, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, é quem fica com o dilema de abrir ou não uma nova investigação para apurar os relatos bombásticos feitos pelo ameaçado Valério – condenado no STF pelos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e peculato..
No embalo das supostas revelações de Valério, os partidos de ”oposição” prometem agir. Na terça-feira, PPS, PSDB e DEM pedirão a abertura de investigação para apurar a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão. Os presidentes dos três partidos, deputado Roberto Freire (PPS-SP), Alberto Goldman (PSDB) e o senador José Agripino Maia (DEM-RN), desejam que seja aplicado a Lula a mesma tese jurídica do "domínio do fato" que levou à condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.
As supostas “novas revelações de Valério” sobre Lula não devem mudar o quadro de impunidade desenhado até agora. Lula não foi e nem será incluído em nenhuma investigação desdobrada do atual julgamento da Ação Penal 470. No entanto, no STF, já existe munição contra o ex-Presidente. Basta que o futuro presidente da Corte, Joaquim Barbosa mande retirar o estranho segredo de Justiça sobre o Processo Investigatório 2.474.
Como o Alerta Total publicou em 10 de outubro, os 77 volumes em sigilo apuram as supostas irregularidades no convênio entre o Banco BMG e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com a participação da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), para a “operacionalização de crédito consignado a beneficiários e pensionistas”. O caso dormita “blindado”, desde 2007, no Supremo.
Lula só pode e deve ser investigado sobre tal fato concreto e cristalino. O resto são ilações da oposição que não julgou conveniente ter agido politicamente contra Lula quando o escândalo do mensalão veio à tona. Quem reclama agora já perdeu a oportunidade histórica antes. E Lula só será atingido e afetado por alguma ação judicial se sua desgraça política for interessante e conveniente aos esquemas de poder real que fazem de qualquer Presidente da República um mero fantoche.
Como não existem sinais concretos e objetivos de que chegou a hora de trocar os seis do PT por outra meia dúzia menos ou mais votada, Lula continuará inatingível e blindado como sempre. Da mesma forma como permanecerão operando normalmente os esquemas de corrupção político-empresariais nos moldes mais ou menos sofisticados do famoso Mensalão que o STF longamente julga.
Assim funciona o Brasil Capimunista, até que surja um povo que se insurja contra o Estado Errado das Coisas e coloque o País no eixo. Talvez isto aconteça no dia 30 de fevereiro de um novo século sempre bem próximo.
Decisão óbvia ululante
Com medo, Lula manda segurar nota de apoio aos mensaleiros. Não quer provocar STF e imprensa.
A cúpula do
PT está propensa a arquivar o plano de divulgar um manifesto em defesa
dos réus do mensalão, mesmo depois de os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) fixarem as penas do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, do
ex-presidente do PT José Genoino e do ex-tesoureiro Delúbio Soares.Pragmáticos,
dirigentes do PT dizem agora que "a vida continua" e querem transferir o
desagravo para a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Além do pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que os petistas segurassem o manifesto, não há consenso na Executiva Nacional do PT - reunida ontem, em São Paulo - sobre a conveniência de empunhar essa bandeira. "Não temos de trazer uma pauta negativa para nós", afirmou o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR). "Mesmo com todos os ataques que sofremos na campanha eleitoral, somos vencedores." Para o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), o partido não pode enfrentar mais desgaste. "A solidariedade vai ocorrer, independentemente de uma nota ou um manifesto", insistiu Tatto. "O PT tem que se preocupar agora em defender o governo Dilma, aprofundar as reformas, reforçar as alianças e montar o palanque para 2014."
Além de Dirceu, Genoino e Delúbio, condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, foi julgado culpado pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Escrita pelo presidente do PT, Rui Falcão, a primeira versão do manifesto atacava a "politização" do julgamento do mensalão. Sustentava, ainda, que "teses" construídas pelo STF abandonaram a cultura do direito penal como garantidor das liberdades individuais. O texto também apontava pressão da mídia para influenciar no julgamento.
O Estado apurou que Falcão mostrou a versão preliminar a Dirceu, a Genoino e aos líderes das correntes do PT. O plano era divulgar o texto ontem, mas Lula entrou em campo para adiar a empreitada. Na prática, porém, a tendência é arquivar essa estratégia. (Estadão)
Além do pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que os petistas segurassem o manifesto, não há consenso na Executiva Nacional do PT - reunida ontem, em São Paulo - sobre a conveniência de empunhar essa bandeira. "Não temos de trazer uma pauta negativa para nós", afirmou o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR). "Mesmo com todos os ataques que sofremos na campanha eleitoral, somos vencedores." Para o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), o partido não pode enfrentar mais desgaste. "A solidariedade vai ocorrer, independentemente de uma nota ou um manifesto", insistiu Tatto. "O PT tem que se preocupar agora em defender o governo Dilma, aprofundar as reformas, reforçar as alianças e montar o palanque para 2014."
Além de Dirceu, Genoino e Delúbio, condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, foi julgado culpado pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Escrita pelo presidente do PT, Rui Falcão, a primeira versão do manifesto atacava a "politização" do julgamento do mensalão. Sustentava, ainda, que "teses" construídas pelo STF abandonaram a cultura do direito penal como garantidor das liberdades individuais. O texto também apontava pressão da mídia para influenciar no julgamento.
O Estado apurou que Falcão mostrou a versão preliminar a Dirceu, a Genoino e aos líderes das correntes do PT. O plano era divulgar o texto ontem, mas Lula entrou em campo para adiar a empreitada. Na prática, porém, a tendência é arquivar essa estratégia. (Estadão)
Postado pelo Lobo do Mar
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