Por Jorge Serrão -
Exclusivo – O Alto Comando do Exército ratificou ontem que continuará sendo o
principal responsável pela segurança pessoal do presidente do Supremo Tribunal Federal.
A cúpula militar ainda determinou um reforço no esquema que protege Joaquim
Barbosa, depois de detectar pelo menos duas ameaças, nas últimas 48 horas, ao
ministro que relatou o processo do Mensalão. Além de escolta, Barbosa agora
contará também com vigilância inteligente durante a noite.
A ordem oficial de reforço veio às 14h 52 minutos de sábado. O documento
reservado foi providencialmente assinado pelo General José Elito, membro do
Alto Comando do EB e ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República. Além das ameaças detectadas pela inteligência
militar, o reforço foi justificado por um estranho fato burocrático ocorrido na
sexta-feira.
Na hora em que Barbosa se preparava para encerrar o expediente no STF,
veio uma suposta ordem do Ministério da Defesa para que o pessoal militar que
fazia a segurança de Barbosa fosse substituído. A nova orientação seria que
Barbosa, após o julgamento do Mensalão, voltaria a contar com a proteção de
agentes do Judiciário ou da Polícia Federal. Acontece que os servidores da
Agência Brasileira de Inteligência, a serviço do GSI e do EB, resolveram não
cumprir a estranha ordem, já que não tinham recebido qualquer comunicado
oficial sobre a troca.
Joaquim Barbosa foi para sua residência oficial vigiado por duas
diferentes equipes de escolta. Avesso à segurança pessoal, Barbosa reclamou do
excesso de pessoal militar com o qual já estava habituado a conviver. Ontem,
o conflito de atuação foi desfeito. O General Elito, pessoalmente, reafirmou
que só o Alto Comando do Exército ficará responsável por ordens acerca do
esquema especial de segurança a Joaquim Barbosa. O serviço continua a ser
executado por agentes de inteligência e oficiais do EB.
O esquema funciona no Rio de Janeiro, neste final e começo de semana,
onde Barbosa passa o Natal e responde pelo plantão de recesso do Supremo
Tribunal Federal. No Ministério da Defesa, estranhamente, ninguém assume de
onde veio a ordem para alterar a segurança de Barbosa. Nas entrelinhas, no meio
militar, interpreta-se que foi dado mais um sutil recado do Alto Comando do
Exército ao governo e, por extensão, ao Partido dos Trabalhadores – cujos dirigentes,
publicamente, vêm hostilizando Barbosa e fazendo críticas ácidas ao Poder
Judiciário.
Ao que se sabe até agora, a Presidente Dilma Rousseff apenas tomou conhecimento da pequena confusão, mas não teria interferido no conflito entre a EB-Defesa-GSI, mesmo sendo a comandante-em-chefe das Forças Armadas. Não chegou a se configurar uma “crise militar”. Mas a cúpula do EB reafirmou sua independência para tomar decisões que considere de interesse estratégico para a segurança nacional ou para o pleno funcionamento das instituições democráticas. Se os petistas souberem ler, este pingo de decisão dos Generais é uma letra maiúscula de que não se aceitará um desrespeito às regras institucionais e constitucionais.
O recado do EB foi direto: a petralhada deve parar de falar e fazer
besteiras contra o frágil regime democrático no Brasil.
Postado pelo Lobo do Mar
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