Por Cardoso Lira
Fortalecido pelo bom resultado de seu partido nas eleições
municipais deste ano, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB),
já decidiu que irá se desincompatibilizar do cargo em abril de 2014
para deixar aberta a possibilidade de se candidatar a "alguma coisa".
As maiores chances são para uma disputa à Presidência da República, mas
concorrer ao Senado ou até mesmo à Vice-Presidência não são hipóteses
totalmente descartadas.
A cautela do governador em assumir qualquer posição deve-se à
miscelânea de cenários que ainda podem interferir no processo,
especialmente os ligados à consistência do governo da presidente Dilma
Rousseff. Ontem, por exemplo, um petista com trânsito no Palácio do
Planalto revelou que setores do PT já estariam considerando a
possibilidade de o partido abrir mão da cabeça de chapa na eleição
presidencial de 2018. A estratégia, segundo a fonte, teria o objetivo
de conter o ímpeto de Campos para 2014.
Ao pernambucano, seria oferecida a candidatura governista à sucessão
de Dilma em troca do apoio à presidente em 2014. A questão, alertou o
dirigente, deverá enfrentar resistência entre os petistas, o que
demandaria a intermediação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa "reciclagem" do PT, na avaliação considerada por uma ala do
partido, seria importante para amadurecer o projeto político
partidário. "O exercício do poder desgasta qualquer partido", avaliam
reservadamente alguns integrantes da legenda.
A possibilidade de "troca" com o PT ainda não havia sido apresentada
a Campos. De acordo com pessoas próximas a ele, o sentimento no Recife
é de que sua candidatura ao Planalto já está sendo construída e que a
oficialização se dará naturalmente, sem solavancos. "Ele será
carregado", definiu uma fonte no Palácio do Campo das Princesas, sede
do Executivo pernambucano.
A postura mais crítica em relação ao governo federal, intensificada
pelo governador após as eleições municipais, somou-se a articulações
com lideranças políticas e empresariais que já vinham em curso. No
apagar das luzes eleitorais, Campos foi enfático ao dizer em
entrevistas que o PSB "estaria no jogo de 2014" e que era chegada a
hora de o governo Dilma começar a entregar resultados práticos.
Mais recentemente, Campos criticou publicamente o veto presidencial à
distribuição dos royalties do petróleo referentes aos contratos
vigentes. Na semana passada, acusou o governo federal de "falta de rumo
estratégico" na condução da economia. O pernambucano levantou ainda a
bandeira de um novo pacto federativo, surfando a onda dos prefeitos e
governadores insatisfeitos com o que consideram uma concentração de
dinheiro - e de poder - na União.
"É melhor que esses alertas sejam feitos por um aliado do que caírem
nas mãos da oposição", disse uma pessoa próxima a Campos, ao defender a
postura do governador de Pernambuco em relação à proposta de revisão
do pacto federativo. "Vivemos um problema real. É uma bandeira que tem
aderência dos prefeitos que estão sofrendo. Não é uma bandeira
empunhada pela simpatia da causa", completou a fonte.
Com a desincompatibilização de Campos, entra em cena o discreto
vice-governador João Lyra Neto (PDT), 65, duas vezes prefeito de
Caruaru, principal município do interior pernambucano. Nesse cenário,
Lyra teria a prerrogativa de disputar o governo ou, pelo menos, de
coordenar o processo sucessório em Pernambuco. A seu favor, pesa o fato
de o PSB não dispor, pelo menos por enquanto, de um sucessor natural
para Campos.
A disputa, porém, não deve ser fácil. Da atual base de apoio deve
emergir a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB), que está
determinado a disputar o governo nem que para isso tenha que romper com
o grupo. Se Campos confirmar a candidatura a presidente, o PT tende a
lançar o ex-prefeito do Recife, João Paulo Lima e Silva. No PSB, os
nomes mais cotados são o do secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, e o
do ministro da Integração, Fernando Bezerra.(Valor Econômico)
Acusado, acuado e sem imunidade, Lula fala em ser candidato.
Na matéria abaixo, Lula ataca os banqueiros e a imprensa. Lula e o
banqueiro Sílvio Santos. Lula mandou a Caixa comprar o Banco
Panamericano, de Sílvio Santos, que estava quebrado. A Caixa comprou um
rombo de quase R$ 5 bilhões, com dinheiro do trabalhador. O SBT, de
Sílvio Santos, passou a apoiar Dilma na eleição de 2010. Descaradamente.
Os dois, o presidente e o banqueiro, saíram rindo do povo brasileiro.
Neste caso, o banqueiro também era da Imprensa, mas como serviu aos
interesses criminosos do PT...
Um dia após vir à tona depoimento em que o empresário Marcos Valério o
acusa de envolvimento direto no mensalão, o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva mencionou a hipótese de "voltar a ser candidato" durante
discurso feito em Paris. A declaração foi feita quando ele citava a
resistência eleitoral sofrida
do empresariado antes de chegar ao Palácio do Planalto, em 2003.
"Certamente não votaram em mim por medo", disse o petista, acrescentando
ter hoje "orgulho de dizer que eles nunca ganharam tanto dinheiro na
vida" ou geraram tanto emprego quanto na sua gestão. Em seguida,
arrematou: "Espero que, se um dia eu voltar a ser candidato,
eu tenha o voto deles, que eu acho que não tive nas outras eleições".
A afirmação provocou risos e aplausos na plateia, que assistia ao
encerramento de seminário realizado pelo Instituto Lula e pela Fundação
Jean-Jaurès, ligada ao Partido Socialista francês. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, Valério disse entre
outras coisas que dinheiro do mensalão foi usado para pagar despesas
pessoais de Lula, que também teria dado aval para a tomada de
empréstimos bancários pelo esquema. As afirmações do operador do mensalão levaram a oposição e ministros do
STF (Supremo Tribunal Federal) a defenderem investigação sobre o
ex-presidente.
Em reação, a presidente Dilma Rousseff ordenou que o governo e os
aliados saíssem em defesa de Lula.O ex-presidente já havia manifestado a
possibilidade de voltar a
concorrer a um mandato. Durante a disputa em São Paulo, ele disse que se
Dilma não se candidatar à reeleição, ele assumirá disputa para "não
permitir que um tucano volte à Presidência do Brasil". Depois, em outra
entrevista, se limitou a dizer que a candidata é Dilma.
Recentemente o publicitário João Santana, que comandou o marketing
eleitoral de Lula em 2006 e 2010, afirmou que o ex-presidente é o melhor
nome do PT para o governo paulista em 2014. Em Brasília, integrantes do governo disseram que Lula não cogita voltar
ao Planalto, mas não descarta a sugestão de João Santana. Eles também afirmaram que o ex-presidente quer sair em caravana pelo
Brasil em 2013. A estratégia é vista no Planalto como uma tentativa de
se defender dos desgastes políticos recentes.
Além do caso do mensalão, a imagem de Lula foi atingida pela operação
policial que flagrou uma ex-assessora sob suspeita de envolvimento com
corrupção. Lula teria dito a amigos que "está doido de vontade de fazer
caravanas". Apesar disso, não há, por ora, um plano de viagens, segundo o
Instituto Lula. As "caravanas da cidadania" comandadas pelo
ex-presidente nos anos 90 e em 2001 passaram por mais de 400 cidades do
país.
Lula concentrou a maior parte de seu discurso de ontem, de mais de uma
hora, exaltando realizações de seu período à frente do governo
(2003-2010) e dando conselhos para a Europa sair da crise econômica. Sem
citar diretamente o depoimento de Valério, ele criticou a imprensa.
"Quando um político é denunciado, a cara dele sai de manhã, de tarde e
de noite no jornal. Vocês já viram a cara de algum banqueiro no jornal?
Sabe por que não sai? Porque é ele que paga as propagandas nos jornais",
disse.
Anteontem, em rápida declaração, Lula disse que o depoimento é
"mentira". Ontem ele não deu entrevistas. Seguranças o isolaram da
imprensa. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, criticou o
vazamento do
depoimento, que é sigiloso. "Não vou comentar. Isso é público?
Conseguiram isso como? Foi roubado? Eu não vou comentar algo resultado
de um crime", disse, afirmando que falará sobre o caso no Brasil. No
depoimento, Valério diz que sofreu ameaças de morte de Okamotto, o que
ele nega.(Folha de São Paulo)
Postado pelo Lobo do mar
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