Por Cardoso Lira
Yoani é capa da Veja.
Graças à truculência de petistas e comunistas, a viagem de Yoani está
tendo uma repercussão sem precedentes. Notícia do Jornal Nacional
praticamente todos os dias, ganha capa da principal revista do país, com
mais de oito milhões de leitores: a Veja.
A determinação do Supremo Tribunal Federal
para que todas as conversas telefônicas interceptadas legalmente tenham seu
conteúdo integral e completamente degravado e registrado, a fim de que sirva
como prova, cria um dilema para as investigações da Operação Porto Seguro. Ou
tudo que é comprometedor será devidamente anexado ao inquérito, ou algumas
ligações perigosas serão providencialmente classificadas como “fora do padrão
legal”, sendo desconsideradas e descartadas, por pura conveniência.
A
segunda hipótese escancara o caminho para facilitar o grande esquema de “abafamento”,
nos bastidores políticos e jurídicos, para poupar, ao máximo, a ex-chefe de
gabinete do “Escritório” da Presidência da República em São Paulo. O objetivo
principal de salvar Rosemary Nóvoa Noronha é evitar que alguma mácula recaia
sobre o padrinho e amigo dela, Luiz Inácio Lula da Silva. Em tese, seria uma missão
quase impossível. Mas, na prática, os podres poderes parecem poder tudo. Vide o
espetáculo do Mensalão – do qual Lula só faltou sair beatificado.
O
cumprimento rigoroso da ordem do STF sobre os grampos legais pode servir de
brecha para que as 122 ligações telefônicas entre Rosemary e o “tio” Lula
acabem desconsideradas como provas e nem sejam integralmente decupadas. Nem os
responsáveis pelo inquérito no Ministério Público Federal admitem que tais
gravações existem oficialmente. Mas os agentes da Polícia Federal e da Agência
Brasileira de Inteligência, que atuaram na Operação Porto Seguro, sabem e garantem
que tudo é real.
Rosemary
foi apontada pela Polícia Federal como o “braço político” de um esquema que
fraudava pareceres ou criava vantagens para empresários corruptos em negócios
com o governo Lula-Dilma. Houve uma tentativa de tirar o nome dela da operação
inicial, mas os fatos objetivos não permitiram. Rose só não foi presa inicialmente
por sua intimidade com o poderoso Lula. Acabou denunciada por corrupção,
tráfico de influência e formação de quadrilha. Mas, no fim das contas, terá seu
papel minimizado no esquema.
Grampolândia
enquadrada
O
STF decidiu que a Polícia e o Ministério público ficam obrigados a transcrever integralmente
o conteúdo de conversas telefônicas legalmente interceptadas por ordem
judicial.
A
Justiça não mais aceitará os resumos ou versões analíticas de trechos de conversas,
que eram pinçadas e editadas por investigadores, delegados e promotores,
conforme suas interpretações (e interesses pessoais) nos inquéritos.
A
Polícia e o Ministério Público receberão autorização legal para praticar e usar
o conteúdo dos grampos nos processos, mas o direito a ampla defesa dos
suspeitos e acusados também deve ser constitucionalmente respeitado.
E o povo já pergunta com maldade: onde está a honestidade...
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