POR CARDOSO LIRA
Dilma cai mais 8%.
Uma nova pesquisa de opinião pública divulgada nesta quarta-feira (19) reforça a tendência de queda na avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff, já apontada por outras pesquisas, com uma queda de oito pontos percentuais num intervalo de três meses.O levantamento feito pelo Ibope, por encomenda da CNI (Confederação Nacional da Indústria), e divulgado no início da tarde desta quarta, aponta a primeira queda da popularidade da presidente desde julho de 2011. Sua avaliação pessoal também caiu oito pontos percentuais, assim como percentual da população que confia em Dilma, com queda semelhante.
Os recuos se deram bem acima da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e envolvem os diversos questionamentos feitos pela pesquisa. Os entrevistados que consideram o governo "ótimo" ou "bom" agora são 55%, contra 63% em pesquisa realizada em março deste ano. Já os que avaliam de forma positiva a forma de a presidente Dilma governar são 71%, contra 79% na pesquisa anterior. Os que confiam na presidente eram 75% em março; agora, são 67%.
A maior queda numérica registrada pelo Ibope, no entanto, envolve a expectativa com o restante do governo Dilma. Aqueles que acreditam que o governo será "ótimo" ou "bom" caiu de 65% para 55% - uma queda de dez pontos percentuais em três meses. Aqueles que avaliam o jeito Dilma de governar "ruim" ou "péssimo" também tiveram um aumento significativo, passando de 17% em março, para 25% em junho.
Até mesmo as políticas de combate ao desemprego, que têm sido uma das molas de sustentação do governo em relação a números macroeconômicos, sofreram com a queda na avaliação do governo e da presidente. Os que desaprovam as políticas do governo nessa área subiram de 40% para 45%.Outro dado sintomático da pesquisa envolve a inflação, outra das preocupações do Planalto. Segundo o Ibope, a proporção de entrevistados que desaprovam as medidas de combate à inflação subiu de 47% para 57%.
Embora tenha sido divulgada agora, a pesquisa não capta os efeitos dos protestos que vêm tomando as ruas das principais capitais brasileiras desde a semana passada. Isso porque os entrevistadores foram a campo entre os dias 8 e 11 deste mês. O protesto realizado em São Paulo, com forte reação da Polícia Militar e que acabou servindo de estopim para outras manifestações mais numerosas em todo o país, ocorreu no dia 13.
Ainda assim, a pesquisa mostra uma mudança na curva de aprovação do governo, em sintonia com o que já havia sido apontado pelo Datafolha, em pesquisa realizada nos dias 5 e 6 deste mês, quando foi apontada uma queda de oito pontos percentuais na aprovação do governo Dilma, na comparação com pesquisa de março. A queda nas pesquisas de popularidade, a pouco mais de um ano das eleições, tem preocupado o Palácio do Planalto.
Em março, a pesquisa do Ibope apontou que, apesar das más notícias macroeconômicas, a popularidade do governo e da presidente continuavam em alta, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Na ocasião, a avaliação positiva do governo foi de 63%. Já a aprovação à forma de governar de Dilma era de 79%. A pesquisa anterior pegava os efeitos de duas medidas populares tomadas pelo governo: a redução no valor das contas de energia elétrica, e a desoneração de itens da cesta básica.
Na pesquisa de junho, o assunto mais lembrado pelos entrevistados foram os boatos sobre o fim do programa Bolsa Família, citado espontaneamente por 15% das pessoas ouvidas pelo Ibope. Em seguida vieram as obras para a Copa-2014 e as entregas dos estádios (10%) e a aprovação da PEC das Domésticas, que garantiu mais direitos trabalhistas para empregados domésticos (9%).
O recorte da popularidade do governo em termos regionais mostra, conforme a pesquisa, uma forte queda na região Sudeste. Ali, a aprovação ao modo Dilma de governar despencou 13 pontos percentuais, de 77% para 64%. Já na avaliação do governo, a queda foi de nove pontos percentuais. Por outro lado, os entrevistados na região Nordeste, onde estão a maioria dos beneficiários do programa Bolsa Família, oscilaram sua avaliação pessoal da presidente Dilma dentro da margem de erro, com um recuo de apenas um ponto percentual (85% em março, para 84% em junho). Contudo, na avaliação do governo, houve queda de seis pontos percentuais, recuando de 72% para 66% de aprovação.
A queda na avaliação positiva do governo também levou a presidente a recuar em uma marca obtida na pesquisa de três meses atrás: o percentual dos que consideram o governo Lula melhor que o dela voltou a ser maior do que aqueles que consideram a gestão Dilma melhor do que a do antecessor. Em março, 18% achavam o governo Dilma pior que o de Lula. Agora, são 25%. Já os que consideram o governo Dilma melhor são 16%.(Folha Poder)
Dilma só se assusta com passeatas, enquanto Dólar sobe, e Lula já admite trocar Mantega por Meirelles
Perguntinha que não quer calar: Por que a Presidenta Dilma Rousseff perdeu ontem, tanto tempo, em reuniões fechadas em um hotel paulista com o ex-Presidente Lula da Silva, seu marketeiro João Santana, e os ministros Gilberto Carvalho e Aloísio Mercadante, para tratar do tema “passeatas e protestos fora de controle e sem liderança política concreta”, em vez de concentrar atenção em assunto mais fundamental para o País, como a alta persistente do Dólar, que vai gerar inflação e ferrar todos os brasileiros?
A resposta é bem simples: os petistas só se importam com aquilo que pode representar um risco imediato de desgaste para uma futura perda de poder. Eles só esquecem que o pirão econômico desandando tem o mesmo efeito dos protestos sem fim e causa. A irresponsabilidade do governo com a questão econômica ficou ainda mais clara e evidente com a estranha sinceridade do presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, que admitiu no Senado que a cotação do Dólar em relação ao Real continuará subindo.
Tombini alertou para “momentos difíceis e trepidações” que o mercado de câmbio sofrerá. O BC do B já está pronto para fazer novas intervenções na vã tentativa de segurar o Dólar – mais tenso que a garotada das passeatas. Só ontem, foram duas intervenções. Assim, a economia brasileira permanecerá refém da alta da moeda fabricada e controlada pela Oligarquia Financeira Transnacional - dona do Banco Central privado dos EUA, o Federal Reserve.
O Dólar não sai às ruas para protestar contra tudo de errado que acontece no Brasil, mas fará grandes estragos se continuar se valorizando. Tirando os exportadores (que ganham com as subidas), o resto todo mundo se dana. Desgraça maior para empresas com dívidas em moeda estrangeira.
Tragédia enorme para a Petrobrás – que aumenta seu rombo de caixa com a importação mais cara de combustíveis, sem que o acionista majoritário (governo) autorize um reajuste dos combustíveis (para segurar o aumento do custo de vida e da inflação). Indústrias que dependem de insumos importados também gastam mais, e tendem a repassar sua maior despesa para os preços.
Depois da declaração do presidente do BC do B na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ninguém duvida que o Dólar pode chegar, facilmente, aos R$ 2,20 – ou até acima disto. Diante das incertezas econômicas, o mercado volta a especular politicamente com um eventual retorno do ex-Presidente do BC do B, Henrique Meirelles, ao governo. Meirelles iria para o lugar do ministro Guido Mantega – que já cansou de pedir para sair da Fazenda. Dilma até gostaria de atender o desejo do apadrinhado de Lula, mas isto seria admitir que algo não vai bem na economia.
A verdade é que a especulação na economia assusta mais a turma da Dilma Rousseff que a onda de passeatas ainda inorgânicas, sem um foco específico, apesar do aparelhamento político-ideológico inicial. O problema é que o governo, por motivos políticos, não pode passar um mínimo recibo de probleminhas ou fracassos. O que fica mais difícil a cada dia é a pirotecnia para esconder que a situação só vai bem na propaganda oficial.
Por enquanto, o ente mercado e sua bolsa de valores ainda não são diretamente afetados pela onda crescente de protestos nas ruas dos grandes centros urbanos (com episódios pontuais de radicalização e violência banal bem programada, como anteontem no Rio de Janeiro e ontem em São Paulo. Mas na hora em que o “Inverno Brasileiro” começar a mexer com os ânimos e expectativas mercadológicas – focando em problemas econômicos bem concretos, como a alta absurda do custo de vida e dos impostos que inviabilizam o Brasil, aí sim o bicho vai começar a pegar.
FIFA PT da vida com a mocinha
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