Por Cardoso Lira
Por Merval Pereira
Na medida em que a fragilidade política da presidente Dilma vai ficando evidente, a expectativa de poder do PT e de partidos aliados transfere-se preferencialmente para o ex-presidente Lula, que está calado em público, mas agindo nos bastidores, dizem as boas almas para fortalecer a presidente Dilma. Os céticos vêem na ação do ex-presidente manobra para garanti-lo como a alternativa de poder quando chegar o momento certo.
Até o fim do ano nada acontecerá, mesmo por que o marqueteiro João Santana já garantiu que até lá a “soberana” terá recuperado seu prestígio. Se isso não acontecer, e o PT entrar em 2014 com uma candidata sem popularidade, um governo com a economia em baixa e inflação em alta, veremos fortemente o apelo à volta de Lula às campanhas eleitorais, não apenas como o avalista, mas candidato a salvador do PT e da pátria.
Nos próximos dias teremos uma demonstração de como está seu ânimo. Há informações de que pressionam o ex-presidente para que antecipe um check-up, marcado para o fim de agosto, para mostrar que sua saúde está boa, ao contrário do que dizem os boatos. Se Lula se recusar a esse tipo de exposição, os que defendem sua candidatura terão menos esperanças de tê-lo na cédula em 2014.
Para fortalecer a tese dos que dizem que Lula pretende mesmo tentar voltar ao Palácio do Planalto há a evidente retração da atividade política do governador de Pernambuco Eduardo Campos, a quem se atribui a decisão de não se candidatar se o ex-presidente for o candidato do PT. Campos não só apoiaria Lula como poderia ser seu vice, o PSB substituindo o PMDB.
Há ainda quem considere que Lula, não desejando concorrer, tentaria convencer o PT a apoiar a candidatura de Campos à presidência da República no caso de a presidente Dilma estar definitivamente enfraquecida. São especulações que rondam o mundo político enquanto cada um tenta adivinhar para onde o vento estará soprando em 2014.
O próprio Lula deve estar fazendo suas avaliações dos riscos contidos nessa empreitada para a qual está sendo pressionado pelas suas bases partidárias. O risco de perder sempre existe, especialmente diante de um governo frágil que teve Lula como avalista. Como explicar que não deu certo? Mais ainda, como fazer uma campanha eleitoral com um governo enfraquecido politicamente, desmoralizado pela deposição simbólica da presidente, que não tem condições de tentar a reeleição?
Além do mais, como ter certeza de que vencerá uma eleição se o ambiente político continuar conturbado pela ânsia de mudanças da sociedade? Lula continua sendo visto como o salvador da pátria ou estaria entre os políticos rejeitados pela classe média urbana que está nas ruas pedindo melhores serviços públicos?
O apoio do nordeste continuará suficiente para elegê-lo, ou o ambiente de contestação alcançará as classes populares? A inflação continuará corroendo o poder aquisitivo dos brasileiros mais pobres, fazendo com que o prestígio do PT decaia? Como revelou pesquisa feita em São Paulo, o partido governista perdeu grande parte do apoio que tinha mesmo no chamado cinturão vermelho, onde predominam seus eleitores.
A recente tentativa de demonstração de força das centrais sindicais mostra que elas, embora tenham capacidade até mesmo de parar grandes cidades bloqueando estradas, já não arrebatam as multidões. A lei sancionada pelo presidente Lula em 2008 reconhecendo as centrais sindicais nos fez retornar aos tempos do Estado Novo getulista, ressuscitando o papel do Estado como indutor da organização sindical.
O Lula líder sindicalista defendia o fim da Era Vargas, classificava a CLT de "AI-5 dos trabalhadores" e dizia que, se Vargas foi o "pai dos pobres", era também "a mãe dos ricos". Hoje, a CLT e a unicidade sindical (apenas um sindicato por categoria em cada município), marcos da Era Vargas, persistem, e o sindicato continua atrelado ao Estado. A "legalização" das centrais sindicais ficou conhecida como "pelegalização".
A cooptação pela fisiologia das entidades de classe como os sindicatos, a UNE, ONGs de diversas correntes, foi uma política eficiente para neutralizar manifestações populares oposicionistas, mas retirou dessas entidades a credibilidade da representação. A sociedade brasileira que está nas ruas nos últimos meses é a mesma que deu a Lula um recorde de apoio popular, ou os parâmetros mudaram?A mudez de Lula é eloquente, mas os políticos o têm como a salvação de um projeto de poder.
Merval Pereira é Jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras. Originalmente publicado em seu blog, no site de O Globo.
Por cardoso lira
Dilma lança o "Participatório" da Juventude. Pode chamar de "Participaotário".
Vejam o texto do convite da Presidência da República:
A Secretaria-Geral da Presidência da República e a Secretaria Nacional de Juventude têm a honra de convidá-lo (a) para o lançamento do Participatório – Observatório Participativo da Juventude, a ser realizado entre os dias 17 e 18 de julho de 2013 no Palácio do Planalto.
A Secretaria-Geral da Presidência da República e a Secretaria Nacional de Juventude têm a honra de convidá-lo (a) para o lançamento do Participatório – Observatório Participativo da Juventude, a ser realizado entre os dias 17 e 18 de julho de 2013 no Palácio do Planalto.
O Participatório é um novo canal de diálogo direto com a Juventude. Trata-se de um espaço virtual interativo voltado à produção do conhecimento sobre/com a juventude e as políticas públicas com participação e mobilização social, que vem sendo elaborado desde 2012 como resposta às demandas da 2ª Conferência Nacional de Juventude por mais e melhores informações, bem como aos desafios de comunicação e participação social frente às novas tecnologias de informação.
O Participatório traz um conjunto de ferramentas que visa potencializar o diálogo com os e as jovens, as universidades, instituições de pesquisa, com os movimentos sociais e culturais da juventude, assim como a consolidação do diálogo com representações juvenis já presentes em diferentes campos.
O Evento de lançamento terá como objetivo principal apresentar o Participatório, bem como suas diferentes funcionalidades de produção de conhecimento e participação social. Ao longo da programação, que segue em anexo, haverá atividades de debate, transmissão ao vivo, e a apresentação dos primeiros resultados da Pesquisa Perfil da Juventude Brasileira – realizada pela Secretaria Nacional de Juventude, de modo a possibilitar maior e melhor apropriação desta nova ferramenta.
Nesse sentido, contamos com a sua valiosa experiência para discutir as possibilidades de diálogo, participação e mobilização dentro da plataforma do Participatório, a fim de promover maior e melhor conhecimento sobre as questões que afetam a juventude, bem como as políticas públicas.
Convidamos você a se conectar, conversar e construir viaParticipatório!
Atenciosamente
Severine Macedo
Secretária Nacional de Juventude
Secretaria-Geral da Presidência da República
Postado pelo Lobo do Mar
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