segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Molusco e Dilma contratam mais 200 mil funcionários e dão aumento real de 46%. Executivo ultrapassa 1 milhão de servidores. Corrupção, ineficiência e máquina aparelhada afundam o Brasil.

por cardoso lira

O artigo abaixo da tabela é do Estadão. Os dados do mesmo estão um pouco desatualizados. Em maio de 2013, o número de funcionários do Executivo alcançava 1.010.311. E não para de crescer. Todo o esforço feito para desburocratizar e diminuir o peso do Estado na vida das pessoas, feito no passado, foi destruído pelo PT. O resultado é a corrupção em todos níveis, a ineficiência e o aparelhamento da gestão pública. O PT está arrasando o futuro do país. O custeio engole a capacidade de investimento. O país claudica, manca, se arrasta. Não há espaço para o empreendedorismo e para a iniciativa privada. É o gigantismo do Estado esmagando a livre iniciativa.

Em dezembro de 1994, o quadro de funcionários ativos do Executivo era formado por 964.032 servidores. Na busca de maior eficiência da máquina administrativa, ao mesmo tempo que procurava reduzir seu custo, como parte do ajuste fiscal indispensável ao êxito do plano de estabilização então em curso - o Plano Real, de julho de 1994 -, o governo tucano promoveu uma gradual redução da folha de pessoal. Em dezembro de 2002, no fim do segundo mandato de FHC, o quadro tinha sido reduzido para 809.075. Esses dados são do Boletim Estatístico de Pessoal publicado pela Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento.

No governo do PT, no entanto, a tendência se inverteu. Em dezembro de 2010, por exemplo, no fim do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Executivo tinha em sua folha 970.605 funcionários ativos, ou 20% mais do que no início da administração petista. O número continuou a crescer no governo Dilma, tendo alcançado 997.661 servidores ativos em dezembro do ano passado. Isso significa que, nos dez anos da gestão do PT, o quadro de pessoal do Executivo cresceu 23,3%. Hoje deve ser ainda maior (o último dado divulgado pelo governo refere-se a dezembro de 2012), pois o Orçamento da União em execução previu a contratação de 61.682 novos servidores públicos federais, a maior parte dos quais para o Executivo.
Uma parte do aumento do quadro de servidores foi explicada pelo governo petista como necessária para a recomposição da estrutura de pessoal de áreas essenciais para a atividade pública e para fortalecer as atividades típicas do Estado. Embora tenha havido aumentos gerais para o funcionalismo, a política de pessoal do PT foi marcada durante vários anos por benefícios específicos para determinadas carreiras, o que acabou gerando distorções e fomentando reivindicações de servidores de outras carreiras com base no princípio da isonomia.
Os relatórios sobre gastos com pessoal utilizam valores correntes, isto é, não descontam a inflação que houve desde o início da série histórica até agora. Para ter uma ideia da evolução dos gastos com pessoal, cite-se, apenas a título de exemplo, que, entre 2004 e 2011, enquanto a inflação acumulada ficou em 52,7%, o custo médio do servidor do Executivo aumentou mais de 120%. Isso significa aumento real de cerca de 46% do vencimento médio do funcionário do governo.




Brincando de Combater Cartéis


Por Jorge Serrão e João Vinhosa


Antes de tudo, necessário se torna responder a seguinte pergunta: na hipótese de o Brasil estar se recusando a notificar as autoridades norte-americanas sobre as investigações aqui realizadas contra o Cartel do Metrô de São Paulo, estará ele descumprindo deliberadamente o Acordo Brasil-EUA para combater cartéis?

Se o Brasil estiver descumprindo o Acordo, será uma falta gravíssima, pois qualquer país digno de respeito deve zelar pelo fiel cumprimento dos compromissos internacionais assumidos voluntariamente. Além de desonroso, no caso do Brasil, tal procedimento é desastroso, já que ele colide frontalmente com a pretensão do país ter assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Se o Brasil não estiver descumprindo o Acordo, menos mal. O fato de não notificar será, no mínimo, uma gigantesca idiotice, pois estaria protegendo (de investigação por parte das autoridades norte-americanas) empresas suspeitas de lesar nosso país.
Em outras palavras, argumentar que a notificação não será feita em decorrência do fato de tal investigação não estar prevista nas hipóteses de notificação elencadas no Acordo, será procurar desculpas para proteger suspeitos, procedimento usual em nosso país.

E, o que é pior: estaria sendo sinalizado para as transnacionais que – caso aqui pratiquem o crime de formação de cartel – elas estariam sujeitas apenas ao “rigor doméstico”.

Como se sabe, tão logo entrou em vigor (no ano de 2003), o Acordo passou a ser considerado a maior esperança para inibir a atuação dos cartéis internacionais que exploravam o consumidor brasileiro.

Além de seu real valor, ele continha um inestimável valor psicológico, decorrente de seu principal objetivo, a facilitação da troca de informações entre as autoridades de defesa da concorrência dos dois países.

Tal valor psicológico baseava-se em um fato notório: o temor que qualquer empresa tem de ser investigada por formação de cartel nos Estados Unidos.

Considerando esse fato, esperava-se que – para evitar uma investigação por formação de cartel em território norte-americano – as transnacionais ordenassem às suas controladas brasileiras que se abstivessem de tal prática aqui.

Porém, a coisa não funcionou bem assim. Afinal, o Brasil é um país imprevisível!
Ora, todos sabem que é indiscutível a importância da cooperação entre nações no combate ao crime organizado. E, com toda a certeza, o avanço da tecnologia tornará tais tipos de acordos cada vez mais necessários, especialmente para combater “crimes do colarinho branco”.

Pode-se citar que, com base no Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal – tratado que facilita a troca de informações entre o Brasil e os Estados Unidos em matérias relacionadas a delitos de natureza criminal – as autoridades brasileiras foram ajudadas em dois casos de grande repercussão: ao decifrar o conteúdo do disco rígido do computador de Daniel Dantas e ao possibilitar a Justiça brasileira receber documentos bancários encaminhados por autoridades norte-americanas, em ação penal movida contra dezenas de doleiros.

Acontece, porém, que a utilização da política de colaboração internacional, mesmo quando levada a sério, não é tudo. Para o Brasil combater cartéis de maneira eficiente, deverá ser alterado o tratamento dado àqueles que se envolvem em tal tipo de crime, não só punindo-os exemplarmente como também dando publicidade ao fato.

Por falar em punição e publicidade da punição, seguem os exemplos dados pelas autoridades dos EUA no caso dos laboratórios Basf e Roche, que foram penalizados em US$ 725 milhões por manipulação de preços de vitaminas no mercado norte-americano.

Foram as seguintes as palavras da Procuradora-Geral dos Estados Unidos, Janet Reno: “Essas acusações mostram que nós não permitiremos que cartéis internacionais explorem os consumidores americanos em nossa economia globalizada” (jornal O GLOBO, 21/05/99).

No jornal O GLOBO de 07/04/00, sob o título “Cartel de vitaminas punido nos EUA: ex-funcionários de Basf e La Roche aceitam sentenças de prisão e multas”: “Hauri concordou em ficar quatro meses preso e pagar US$ 350 mil; Steinmetz ficará atrás das grades por três meses e meio, além de arcar com uma multa de US$ 125 mil; e os dois outros pegarão três meses de cadeia e multas de US$ 75 mil, cada um”.

Na mesma matéria se lê que Joel Klein, chefe da Divisão Antimonopólio do Departamento de Justiça, afirmou que “As penas impostas a três diretores estrangeiros mandam a mensagem mais forte possível: se você violar as leis antitruste dos Estados Unidos e vitimar negócios e consumidores americanos, nós vamos pegar você e lhe dar uma pena pesada”.

Por essas e outras, constata-se que as autoridades norte-americanas não estão “brincando de combater cartéis”.

Uma palavra final: para complementar o presente artigo, é recomendável a leitura da matéria “Cade é questionado sobre uso do Acordo Brasil-EUA contra Cartéis na investigação sobre Metrô de SP”, cujo link se segue:



Jorge Serrão é Jornalista e João Vinhosa é Engenheiro

Por Cardoso Lira

Molusco diz que será a “metamorfose ambulante” de Dilma e sugere estar arrependido por alguns nomeações que fez para o STF. Certamente não está se referindo a Toffoli e Lewandowski…

Lula está assanhado de novo. E, como de hábito, resolveu usar a imprensa para… atacar a imprensa. Sabe que funciona. O Supremo também não escapou de uma observação indecorosa. 
 O ex-presidente concedeu uma entrevista ao Correio Braziliense. Depois de dizer, na semana passada, que “está no jogo para a desgraça de alguns”, agora afirma querer ser a “metamorfose ambulante” de Dilma. Nas suas palavras:
“Eu não quero estar na coordenação, eu quero ser a metamorfose ambulante da Dilma. Estou disposto. Se ela não puder ir para o comício num determinado dia, eu vou no lugar dela. Se ela for para o Sul, eu vou para o Norte. Se ela for para o Nordeste, eu vou para o Sudeste. Isso quem vai determinar é ela”.
Aquele que, na aparência, se faz de militante raso, humilde, que só quer colaborar, continua a se colocar, na verdade, como tutor da presidente. Também respondeu ao buchicho de que ainda pode vir a ser candidato. E o fez assim: “Se houver alguém que se diz lulista, e não dilmista, eu o dispenso de ser lulista. Eu não estou pedindo que as pessoas gostem dela. Eu quero que as pessoas a respeitem na função institucional e saibam que o PT está lá para apoiá-la.” Não sei se as pessoas devem procurar se proteger mais das críticas ou dos elogios de Lula. Definitivamente, o Apedeuta tem um modo muito próprio de demonstrar apreço e admiração, não é? Se não gostam, que, ao menos, a respeitem… Entenderam?
Lamentou que o PSB tenha saído do governo, mas deixou claro que não considera irreversível a candidatura de Eduardo Campos. Deu uma cutucadinha em Marina Silva, reconhecendo que ela tem o direito de criar sua legenda: “ Tem de ter coragem de dizer que é partido, não tem de inventar outro nome, dizer que não é partido, é uma rede. É partido e vai ter deputado, como todo partido”. Até ele pode, de vez em quando, dizer uma coisa certa.
O indecoroso
A fala mais indecorosa ficou mesmo reservada ao Supremo Tribunal Federal. Disse que, com as informações que tinha à época, indicaria os nomes que indicou. Mas… Leiam: “[hoje] Eu teria mais critério. Um presidente recebe listas e mais listas com nomes”. Já é um disparate que um ex-presidente da República comente a composição da corte suprema do país. Mais estúpido ainda é que dê a entender que hoje faria de modo diferente.
Vamos ver. Quatro dos ministros indicados por Lula seguem na Corte: Joaquim Barbosa, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. Nomeou outros que já se aposentaram: Eros Grau, Cezar Peluso, Ayres Britto e Menezes Direito (morto). Desses quatro, um participou apenas do comecinho do julgamento do mensalão (Peluso), e outro, de boa parte dele (Britto). Grau e Direito não deram motivos para chateação. Quando o chefão dá sinais de arrependimento, certamente não está se referindo a Dias Toffoli e a Ricardo Lewandowski. Por que estaria? Deve considerá-los dois gênios da raça. As restrições, então, só podem valer para Cármen Lúcia (mas não muito) e, obviamente, Joaquim Barbosa, considerado um “traidor”, mesma pecha que os petistas usam para classificar Britto, já aposentado, e Luiz Fux (este já nomeado por Dilma), feito agora o relator dos embargos infringentes. Ministro bom no Supremo é aquele que diz “sim, senhor!”.
Com a boca torta de sempre, voltou a classificar o processo do mensalão de um “linchamento feito pela imprensa brasileira”. E por intermédio de qual instrumento Lula diz e populariza as suas bobagens? Ora, por intermédio da… imprensa brasileira!
Eis aí. O Nhonhô Supremo da República já começou seu trabalho de boca de urna.
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Postado pelo Lobo do Mar


domingo, 29 de setembro de 2013

FORÇAS ARMADAS: Depoimentos dramáticos de militares mostram as razões de frustração com a carreira


Quartel-General do Exército, em Brasília (Foto: Arquivo do Exército)
Quartel-General do Exército, em Brasília (Foto: Arquivo do Exército)
Teve grande repercussão Post do Leitor com texto do coronel reformado do Exército Marco Antonio Esteves Balbi apontando as possíveis razões pelas quais centenas de oficiais pedem demissão das Forças Armadas anualmente: em três dias, mais de 40 mil acessos — e as visitas ao post continuam.
O post provocou também muitos comentários de militares ou ex-militares das três Armas e de diferentes graduações, explicitando, na maior parte, as razões de seu desencanto com a carreira militar.
Acho que o blog presta um serviço aos responsáveis ao registrar aqui algumas das opiniões, não raro dramáticas ou muito críticas, desses integrantes ou ex-integrantes das Forças Armadas. Opiniões como essas deveriam, no mínimo, provocar reflexões do Ministério da Defesa, dos comandantes militares e do governo.
Não identifiquei os autores por razões óbvias.
Confiram:
De um engenheiro militar
“Sou engenheiro militar, formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME).
Atualmente, mais de 50% da minha turma já saiu do Exército, e outros tantos estudam para concurso público. O salário, abaixo das expectativas e muito aquém daqueles percebidos por peritos da Polícia Federal, engenheiros do Senado, fiscais do dos tribunais de contas municipais, do Tribunal de Contas da União, fiscais de impostos etc, faz com que o engenheiro militar (que é um camarada inteligente) pense em sair.
Aliado a isso estão a falta de recursos para pesquisa e desenvolvimento, o sucateamento dos materiais, a burocracia exagerada (engessamento pela Lei nº 8.666, de 1993), a falta de visão de futuro por parte do alto escalão (falta de uma política de continuidade das pesquisas e do orçamento) e a estruturação da carreira.
Inconcebível [para as Forças Armadas] achar que vão conseguir permanecer com engenheiros de alto nível (formados pelo IME ou pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica, ITA) pagando 5.500 reais (líquidos) por mês, com dedicação exclusiva (sem poder trabalhar em outra coisa), sem horários (regime integral), tirando serviço de 32 horas (24h + 8h de expediente), fazendo mudança com sua família a cada 3 anos, sem incentivo para fazer um mestrado ou doutorado (mestrado bruto sobre salario – 8% e doutorado – 5%).
Nem ao menos os direitos trabalhistas concebidos pela CLT nos são aplicados (FGTS, hora extra, etc…).
Vivemos no século XXI — mas com condições de trabalho, rituais e mentalidade praticados no século XIX. A única coisa que evoluiu foi o desprestígio”.

O desfile militar de 7 de setembro do ano passado, em Brasília: integrantes das três Forças Armadas têm muitas queixas e críticas (Foto: Agência Brasil)
Do militar que não identifica Arma e posto Eder
“Acredito que vai melhorar!! É notável a desvalorização social e a inferioridade salarial dos militares em relação ao funcionalismo público federal, do qual fazemos parte.
É duro saber tal realidade e conviver com ela.
Tiraram quase tudo de nós: licença-prêmio, posto acima após ida para reserva remunerada, etc etc…
Mas vai melhorar”.

Do ex-capitão do Exército Kleber
“Passei em concurso para auditor fiscal do trabalho em 2007 e deixei o Exército no posto de capitão. Meu subsídio atualmente é de 20 mil, bem superior ao de major, posto que estaria ocupando atualmente.
Deixei o Exército pensando em ganhar mais, mas depois percebi que deveria ter saído antes, mesmo que para ganhar menos”.
“Passei quase 10 anos da minha vida dentro das Forças Armadas, na maior parte do tempo, sob o julgo de pessoas despreparadas, autoritárias e sem muito comprometimento.

Do sargento da Marinha S. M.
“Não somos valorizados, somos menosprezados e desprezados, mas quando a polícia não dá conta…. ‘Chamem os militares’.
Quando há tragédias…
‘Chamem os militares’.
Epidemia de dengue e outras mais… ‘Chamem os militares’.
E por aí vai!”

Do ex-marinheiro e ex-praça do Exército Leonardo
“Depois de 3 anos ‘descascando batata no porão’ na Marinha e 5 anos e meio como’soldadinho de chumbo’ no Exército, saí para a Polícia Rodoviária Federal e pude perceber quão inútil eu era para a Nação brasileira.
Inútil não por vontade própria, mas o sistema faz todos serem inúteis. Fora a disciplina e a preparação física, nada mais se aproveita na rotina do militar. As praças trabalham para satisfazer o ego do oficialato, que na maioria das vezes, utiliza-se de regulamentos desatualizados e inconstitucionais para valer sua tirania.
Enfim, depois de 5 anos olho ora trás e vejo que, se houvesse vontade, muita coisa boa poderia ser feito para resgatar o orgulho militar, mas o que vejo é apenas que o sistema continua burro e opressor”.

Exercícios da Academia Militar das Agulhas Negras, AMAN (Foto: Arquivo do Exército)
Exercícios da Academia Militar das Agulhas Negras, AMAN (Foto: Arquivo do Exército)

Do ex-suboficial da Força Aérea Brasileira Jorge 
“Deixei a FAB com 23 anos de serviço – já era suboficial – e para ganhar um pouco menos no início, mas hoje ganho quase 5 vezes mais como servidor público civil.
Não saí só por causa de salário, mas por não ver nenhuma perspectiva de futuro, a não ser marchar, marchar e marchar para um monte de inúteis ficarem olhando.
Estava me sentindo como se fosse invisível, ninguém dá valor. Não me arrependi nem um pouco, e hoje tenho certeza de que não morrerei frustrado, e tudo porque parti para uma vida diferente e muito melhor.
Também não desprezo a Força, que me deu muitas alegrias no início da carreira, deixei muitos amigos lá, mas tudo tem seu tempo.
Hoje meus filhos estão bem encaminhados, a ainda bem que não escolheram seguir esse caminho”.

 Do ex-soldado do Exército Helton
“Servi como soldado em 2002 no 31º Batalhão de Infantaria Motorizada (31 BIMTz) , sediado em Campina Grande (PB), fiz concurso para a Escola de Sargento de Armas (ESA) e infelizmente não passei, mas continuo a tentar: as Forças Armadas dão estabilidade.
Sei que há muito o que melhorar e que estão perdendo muita gente inteligente , mas ainda é uma das melhores carreiras”.

Do militar que não identifica Arma e posto Eustáquio
“Não passamos 24 horas por dia à disposição de organizações militares; passamos a vida toda à disposição da Nação”.

Do militar do Exército Lamarca
“O Exército infelizmente está no gelo, vejo isso pelas escalas de serviço que são penosas e sugadas!
O recruta, o soldado antigo, o cabo, seja cabo da guarda ou motorista, as missões que nos dão e tudo isso nos impede de termos uma vida familiar nos fins de semana (…).
Tudo isso ocorre por que temos poucos homens e, com poucos homens, não tem quem colocar nas escalas de serviço para ficarem largas e assim termos folgas (…).
Se o Exercito não tem gente para fazer seus próprios serviços, imagine pra uma guerra?! Quem nos salvará?”

Do sargento do Exército O. J. 
“Sou sargento do Exército e estou aguardando minha nomeação para dar baixa; não é só o salário baixo, são também a mentalidade atrasada, as constantes movimentações, as falcatruas nas licitações.
Uma coisa irracional é um sargento com mais de dez anos de serviço, experiência na Amazônia, que já serviu em mais de seis Estados da federação ser subordinado a um oficial temporário, sempre ‘filhinho de papai’, que não tem conhecimento profissional, apenas é peixe de ‘alguém’ que conseguiu colocá-lo num CPOR [Centro de Preparação de Oficiais da Reserva] da vida.
É humilhante ter como superior um cara que você tem que dizer a ele o que tem que ser feito e se você não o faz sempre aparece alguém para te cobrar.
É obrigação do sargento de carreira orientar o oficial temporário para que ele não cometa erros. Só no Exército isso ocorre: o subordinado ter que ensinar ao superior a trabalhar, mesmo ganhando metade do salário. O Exército inverte a lógica, o que é simplesmente imoral”.


Instalações do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em São José dos Campos (SP) (Foto: defesanet.com.br)
Do ex-oficial engenheiro da FAB Leonardo
“Eu fui oficial engenheiro da FAB por 5 anos, trabalhava com manutenção de aeronaves e dificilmente via faltar dinheiro para os reparos necessários.
No entanto, o que vi bastante (e isso foi um dos motivos principais para minha saída) foi desorganização estrutural, ineficiência administrativa, falta de competência em gestão dos oficiais superiores e dos oficiais generais, aliadas a uma boa dose de excesso de ego, que os fazia tomar todo tipo de decisões arbitrárias, sem precisar dar satisfação sobre o dinheiro público gasto de maneira ineficaz.
É certo que existe um grande problema macro, porém creio também que as FFAA já tinham que ter começado a rever seus problemas internos antes de saírem jogando toda a culpa na ‘falta de apoio’ do governo”.

Do militar do Exército Mário
“Sou militar da ativa logo passarei para a reserva, se Deus permitir. Vibro muito em ser militar do EXÉRCITO, mas hoje vejo que perdi muito tempo tendo esperança de que um dia a minha carreira iria melhorar.
O resultado é que me arrependo muito de ter ficado no Exército, com uma carreira muito frustante e miserável. Olhando para tropas de outros países, são vergonhosos os nossos equipamentos, muito ultrapassados.
Do jeito que se segue é melhor fechar as portas”.

Do militar do Exército Bernardino
“Os praças sim, especialmente os sargentos do quadro especial (Sgt QE), cabos e soldados, vivem em extrema dificuldade financeira.
Além do salário ser o menor de todos, não têm nem uma ajuda adicional, como por exemplo uma transferência de sede a cada dois ou três anos, que na minha opinião deveria ocorrer, e outras coisas mais, pois é essa turma que realmente carrega a base da Força nas costas, como por exemplo; motoristas de carreta de tanques, motoristas de viaturas de todos os tipos, mecânicos, eletricistas, cozinheiro, pedreiros, pintores e ocupantes de outras funções, além do o próprio combatente de fogo”.

Do sargento da FAB Alexandre
“Sou graduado (sargento especialista) da FAB e posso assegurar que o número de baixas entre os sargentos é muito maior que a dos oficiais, por ganharem menos ainda, terem uma escala de serviço apertada e uma pouca valorização no seu plano de carreira em relação aos oficiais e mesmo aos taifeiros, que são equiparados aos sargentos, sem nenhum concurso”.

De um sargento do Exército
“Estou na ativa e tenho a plena convicção de que as Forças Armadas estão totalmente falidas. Nós, praças, sargentos e familiares a cada dia somos mais humilhados , desvalorizados e nos sentimos envergonhados de vestir essa ilusão que se chama Forças Desarmadas.
O que ainda deixa essa farsa de pé é o inconstitucional Regulamento Disciplinar que subjuga e rebaixa profissionais (pais de família) a situações desumanas”.

Do ex-militar da Marinha “Feliz da Vida”
“Saí da Marinha em 2006, na época para ganhar metade do que ganhava na Força.
Não me arrependi em nenhum momento.
Militar não tem gestão de recursos humanos, não sabe o significado de capital humano. Lá existe a Divisão de Pessoal.
Saí como segundo-tenente intendente, 2 anos depois passei em um bom concurso e hoje ganho quase o dobro dos capitães da minha turma.
Posso pagar colégio pro meu filho e vê-lo crescer…
Jovem oficial saia das Forças Armadas e vá ser feliz!”

A sede do Instituto Militar de Engenharia, subordinado ao Exército, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro (Foto: IME)
Da militar que não identifica Arma ou posto Maria
“A falta de materiais e seus desgastes tanto nos campos, armas e aviões/carros são conhecidos por toda família militar. Conviver com tais precariedades faz questionar que tipo de proteção podemos dar ao país!
O salário baixo pesa, o fim de semana trabalhando em prol da pátria agride, a falta de estrutura coloca em risco a própria vida, o sonho de um dia ter participado das Forças Armadas e ter orgulho em vestir a farda está acabando com uma juventude que QUERIA PROTEGER O PAÍS, queria… pq não se tem condições com o que é oferecido pelos governantes…
Os militares estão tão desprotegidos quanto o restante do povo…. a única diferença é q estão fardados!”

2ª Brigada de Infantaria de Selva (Foto: S Ten Brandi)
Soldados da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada em São Gabriel da Cachoeira (AM) (Foto: S Ten Brandi)

 Do militar que não identifica Arma ou posto Flavio
“Não podemos colocar a culpa somente no governo, nós (das Forças Armadas) sabemos que nossos superiores não estão preocupados com a atual situação dos milicos, principalmente dos praças”.

Do militar que não identifica Arma ou posto Morfeu
“A situação atual dos oficiais não é nem de longe a situação lamentável e deprimente em que vivem os praças e seus familiares.
A vaidade, incompetência, falta de coragem e o egoísmo dos oficiais superiores, aliados à falta de perspectiva na carreira, são fatores que inicialmente podem explicar essa vergonhosa situação”.

Do 3º sargento do Exército Vitor
“A situação tem se agravado e não há expectativa para mudanças positivas. Hoje, o 3º Sargento no Exército Brasileiro é considerado peça de luxo, pois a procura pelo concurso (ESA) para ingresso tem diminuído a cada ano e os que estão dentro lutam incessantemente para sair. O objetivo é aprovação num concurso que até ofereça menor salário que as Forças Armadas, em algumas situações, mas que dê, na maioria das vezes, melhores expectativas que a carreira militar. As Forças Armadas são uma fortaleza em decadência no Brasil” (Vitor)


Papel importante na selva brasileira (Foto: Arquivo do Exército)
As Forças Armadas desempenham, como se sabe, papel importante nas vastas regiões de selva do país (Foto: Arquivo do Exército)
 Do militar que não identifica Arma ou posto Navy Seal
“Os próprios líderes – generais, brigadeiros e almirantes — parecem não estar preocupados com a motivação da tropa… isto sem contar que os mais antigos vão para a reserva e voltam contratados para fazer muito pouco, prejudicando a renovação das lideranças dentro das Forças Armadas”.

De um capitão engenheiro militar do Exército
“Sou filho e irmão de oficiais militares do Exército, atualmente capitão engenheiro militar, com quase 17 anos de serviço, bacharel em Ciências Militares formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e engenheiro formado Instituto Militar de Engenharia (IME).
Falo 2 idiomas – inglês e alemão –, tenho 3 pós-graduações concluídas e estou finalizando uma terceira graduação em Engenharia Civil ano que vem.
Estou me despedindo em breve do Exército para investir na carreira empresarial (…) Vou correr atrás de meus sonhos e realizações profissionais.
Não cuspo na prato em que comi, agradeço muito ao Exército por tudo que tenho e aprendi nesses anos, mas o que o Exército tem a me oferecer nos meus próximos anos de serviço em termos de carreira, financeiros e profissionais não me interessam”.

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22/08/2013
 às 12:00 \ Política & Cia

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Postado pelo Lobo do Mar