Por Cardoso Lira
Por Jorge Serrão -
A Presidenta Dilma Vana Stela Rousseff não quer que o Mensalão e outros escândalos ainda menos votados (como os que podem estourar na Petrobrás e Eletrobrás) afetem sua campanha reeleitoral. Por isso, além da súbita e imediata prisão dos mensaleiros (onde se enxerga a evidente impressão digital do Palhaço do Planalto), a primeira grande vítima do processo de “limpeza antecipada de área” é o ex-presidente da Petrobras. José Sérgio Gabrielli será preterido na sonhada disputa ao governo da Bahia.
Os marketeiros de Dilma temem que a candidatura Gabrielli, numa sempre sangrenta campanha ao Palácio Rio Branco, crie problemas diretos ao governo federal. Adversários já teriam um arsenal de denúncias contra Gabrielli na Petrobras. Investidores da estatal de economia mista já têm várias ações judiciais em andamento e outras engatilhadas contra atos de gestão dele que, claramente, feriram os princípios de governança corporativa e produziram bilhões em prejuízos.
Por isso, detonando antecipadamente Gabrielli, os petistas baianos devem optar pela candidatura de Rui Costa, atual chefe da casa civil de Jaques Wagner, ou pelo senador Walter Pinheiro, que corre por fora. Gabrielli ainda ameaça rodar a baiana, esta semana, em uma reunião que terá com seu padrinho Luiz Inácio Lula da Silva. Mas ele sabe que Lula pode interferir pouco no confuso PT baiano. E a fritura dele em azeite político de dendê causará fraturas graves que podem atrapalhar a manutenção do PT no poder na Bahia.
A ordem no governo é aproveitar a onda carnavalesca com a prisão dos mensaleiros – que ano que vem facilmente cairá em esquecimento – para, de imediato, evitar que outros escândalos ganhem destaque. Um alvo direto a ser blindado é o ministro Guido Mantega. Primeiro, evitando uma repercussão maior do escândalo em que dois assessores dele teriam recebido um mensalinho de R$ 60 mil por renovar um contrato de assessoria de comunicação. Segundo, impedindo que sigam adiante investigações na Petrobrás, onde Mantega é presidente do Conselho de Administração e dá as cartas junto com o diretor financeiro, Almir Barbassa.
Falsos Heróis
Releia o artigo de ontem: O Crepúsculo da Petralhada?
Quem tem a Força
Leia, abaixo, o artigo de Antônio Ribas Paiva: O sistema político mafioso da falsa república brasileira
Prisão Especial
Do neurocirurgião Humberto de Luna Freire Filho, sobre a prisão dos mensaleiros:
“O governo aproveitando um saldo de caixa deixado por Pizzolato, no Banco do Brasil, vai subsidiar um novo programa social - Minha cela, minha vida”.
Ainda falta um: Lula.
Dois dias após chegarem a Brasília para cumprir as penas recebidas por causa de sua participação no esquema do mensalão, os 11 condenados do processo entraram oficialmente ontem no sistema prisional brasileiro. A partir de agora, a Justiça analisará os recursos que eles apresentarão para voltar a seus Estados e para conseguir permissão para trabalhar fora da prisão de dia, uma possibilidade para os que estão no regime semiaberto.
Este é o caso do ex-ministro José Dirceu, do deputado licenciado José Genoino (PT-SP) e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Outros dois condenados, o ex-deputado federal Romeu Queiroz e o ex-tesoureiro do PL (hoje PR) Jacinto Lamas, também estão neste grupo. Os cinco agora dividirão uma cela no Centro de Internamento e Reeducação, ala do Complexo Penitenciário da Papuda para detentos do semiaberto. Segundo a Folha apurou, eles acharam a nova instalação melhor.
O operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, e outros três presos em regime fechado ficarão numa das duas penitenciárias da Papuda, junto com outros detentos. As duas mulheres do grupo foram encaminhadas inicialmente ao 19º Batalhão da Polícia Militar do DF, também dentro da Papuda. A decisão foi do juiz Ademar de Vasconcelos, da Vara de Execução Penal do DF.
No local para o qual os petistas foram transferidos, que abriga 1.500 detentos, os condenados podem trabalhar para reduzir a pena. É um dia a menos para cada três trabalhados em oficinas de marcenaria, lanternagem e funilaria ou em trabalhos agrícolas. Eles podem circular durante o dia --no regime fechado, só haveria o banho de sol de duas horas diárias, como os petistas tiveram ontem, vestidos com uniformes brancos fornecidos pela Papuda.
Com isso acaba a polêmica fase inicial do cumprimento da pena dos condenados. Como os presos ficaram o fim de semana todo sob custódia provisória da PF, seus advogados acusaram o STF de cometer ilegalidades na prisão.
O ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF e relator do caso, expediu as cartas de sentença na madrugada de domingo. O juiz Vasconcelos, designado por ele para encaminhar os presos, passou o domingo e ontem preparando a execução da pena, determinando para onde cada condenado iria. Barbosa não conseguiu concluir até ontem a análise dos recursos apresentados pelos condenados no processo do mensalão. Por isso, não expediu novos mandados de prisão, como era esperado. Além dos 11 que já estão presos, Barbosa analisa o caso de outros sete condenados. (Folha de São Paulo)
Postado Pelo Lobo do Mar
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