Por Bernardo Mello Franco, na Folha:
No mês em que os réus do mensalão começaram a ser presos, o PT do Rio escolheu como seu novo tesoureiro um dirigente que recebeu R$ 100 mil do valerioduto. Empossado no último dia 30, o novo secretário de Finanças do partido, Carlos Manoel Costa Lima, apareceu nas investigações da CPI do Mensalão, em 2005. O dinheiro foi sacado em uma agência do Banco Rural em agosto de 2003, primeiro ano do governo Lula. A origem era uma conta da DNA, empresa usada por Marcos Valério de Souza para disfarçar a fonte de repasses feitos a políticos e assessores partidários que se envolveram no esquema.
Costa Lima afirma ter usado os R$ 100 mil para quitar dívidas de campanha da então governadora Benedita da Silva (PT) à reeleição, em 2002. Benedita perdeu aquela eleição para Rosinha Matheus (então no PSB). Costa Lima reconhece que o dinheiro era de caixa dois, ou seja, nunca foi declarado à Justiça Eleitoral, como determina a lei. No entanto, ele diz entender que não cometeu crime. O petista foi citado 22 vezes em depoimento de Manoel Severino dos Santos, ex-presidente da Casa da Moeda, à CPI do Mensalão.
POR CARDOSO LIRA
Dilma e Mantega: as duas pernas mancas da economia brasileira têm nome.
Fatos da vida podem ser chocantes, mas, com algum cuidado, alguém deveria contar à presidente da República a verdade sobre a meta da inflação: ela é 4,5%, nunca foi alcançada no atual governo e dificilmente será nos próximos dois anos. Sendo uma pessoa forte, a presidente poderia assimilar o choque rapidamente e em seguida repassar a informação a seu ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Ambos continuam falando - e isso ocorreu ontem, de novo, no Encontro Nacional da Indústria - como se o alvo oficial fosse qualquer número até 6,5%, limite superior da escandalosa margem de tolerância adotada no País. Os dois apresentaram aos empresários, ao Brasil e ao mundo, como de costume, um país cor-de-rosa, com inflação controlada, contas públicas em ordem, economia saudável e puxada por investimentos e indústria fortalecida por um eficaz programa de desonerações.
Se esse país brilha menos do que poderia, é só por causa da crise internacional e da escassez do crédito ao consumo, as"duas pernas mancas" da economia brasileira, segundo o ministro Mantega. O ministro e sua chefe insistem no esforço de atribuir os problemas brasileiros principalmente a causas externas, como o baixo crescimento do mercado global e a alta de preços das commodities agrícolas, consequência de uma seca nos Estados Unidos. Mas as cotações agrícolas já se acomodaram e o nível geral de preços no País continua a subir. Outros países emergentes têm crescido bem mais que o Brasil, apesar da crise externa, mas o ministro continua discursando como se essa diferença inexistisse.
Além de cor-de-rosa, esse mundo é muito estranho. A produção teria avançado mais, se o crédito ao consumo tivesse crescido, nos últimos meses, tanto quanto vinha crescendo? Acreditar nessa tese é insistir em viver no mundo da fantasia.
Em outubro a produção industrial foi 0,6% maior que em setembro, mas a expansão ainda ficou em 1,6% no ano e em 1% em 12 meses. Não há como atribuir esses números a uma desaceleração do consumo. Da mesma forma, é preciso buscar em outros fatores a explicação dos maus resultados da indústria no comércio exterior. A questão relevante é: por que a produção industrial brasileira perde espaço dentro e fora do País?
A resposta é conhecida até em Brasília, mas, segundo a presidente e seus ministros, tudo está sendo feito para elevar a produtividade e melhorar o desempenho do setor. De alguma forma, apesar do discurso tortuoso, a necessidade de mais investimentos é reconhecida pelas autoridades. A presidente mencionou aos industriais o programa de ampliação e modernização da infraestrutura, além da oferta de recursos para o investimento empresarial. Mas deixou de mencionar o enorme atraso na implementação do plano de logística, os erros de concepção das licitações e os fracassos na tentativa de elevar a taxa de investimentos.
No ano passado o País investiu 4% menos que em 2011. O aumento esperado para este ano será, na melhor hipótese, pouco mais que suficiente para neutralizar a queda de 2012. O total investido continuará, quase certamente, inferior a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), uma proporção pífia. Nem as estatais, subordinadas à autoridade presidencial, cumprem seu papel. Até outubro, o Grupo Eletrobrás desembolsou apenas 43% do previsto para o ano. Em conjunto, as estatais investiram 75% dos R$ 111 bilhões programados. Desde 2006, a média, em dez meses, era de 82,3% da meta do ano.
Confortável em seu mundo de fantasia, o governo tem errado e continua errando em seu diagnóstico dos problemas econômicos. Insiste em estimular o consumo quando os entraves estão do lado da oferta interna. Reconhece um tanto obscuramente a necessidade de mais investimento para mais produtividade, mas é incapaz de apontar um rumo aos empresários e de oferecer segurança aos investidores.
No ano passado os juros foram baixos, pelos padrões históricos, mas o investimento caiu. Impossível, para quem tem alguma percepção, desconhecer a inflação elevada, a piora das contas públicas e a maquiagem como instrumento de política. Nenhum discurso cor-de-rosa anula esses dados.
EDITORIAL PUBLICADO HOJE NO ESTADO DE SÃO PAULO
Megainvestidores estrangeiros vão propor a Dilma que União abra mão do controle da Petrobras
- Talvez possamos descobrir um modo de redefinir "lucro"...
Por Jorge Serrão -
Grandes investidores britânicos, norte-americanos, árabes noruegueses e franceses na área de óleo & gás pretendem fazer uma proposta indecorosa à Presidenta Dilma Rouseff. O desejo econômico deles é ampliar a fatia do capital estrangeiro na Petrobrás. Na fórmula a ser sugerida, a União deixaria de ser acionista majoritária da estatal, transformando-a em uma empresa de economia mista com maior influência da governança privada.
A proposta indecorosa ganha força no momento em que o noticiário especializado (como a Infomoney do UOL) amplifica um estudo da consultoria transnacional Macroaxis, informando que a Petrobras é uma das empresas mais endividadas do mundo. A estatal de economia mista “brasileira” é a única petrolífera no mundo com uma relação entre dívida e geração de caixa superior a três vezes – na medida do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Claro que Dilma não tem a menor condição política de aceitar tal proposta. O desenvolvimentismo pretensamente nacionalista de Dilma não mexeria com tamanho dogma em relação à Petrobras. Acontece que os investidores estrangeiros vão insistir na proposta - que já foi formalizada quando Fernando Henrique Cardoso era Presidente. FHC aceitou, planejou tudo e, no final das contas, temendo pressões sindicais, recuou da ideia de criar a “Petrobrax” (uma empresa transnacional, com o governo brasileiro tendo menor participação acionária, abaixo dos 51% atuais).
A tese dos investidores é uma só: a Petrobras precisa se desamarrar da politicagem do governo para voltar a ser uma empresa de petróleo e gás produtiva. A vacilante política de preços dos combustíveis, manipulada pelos interesses eleitoreiros do governo Dilma-Lula, alimentou a apreensão dos acionistas de fora do Brasil. A intenção tática dos estrangeiros é fazer negócio com a dívida da empresa. Os alvos são os CDS (Credit Default Swaps) – que funcionam como um “seguro” contra um eventual calote dado pela empresa.
O Estudo da Macroaxis, apontando a Petrobras como uma empresa “desbalanceada” e com “32% de chances de falir em dois anos” ajudou a alimentar o desgaste da diretoria da empresa. Embora negue publicamente, a presidente Maria das Graças Foster, amiga de Dilma, anda tão “prestigiada” quanto um técnico de time de futebol que não para sofrer derrotas. No mercado, Graça é tida como demissionária. O que vai acontecer de desagradável na Assembleia Geral Extraordinária da próxima segunda-feira, dia 16, pode ser a gota d´água para a direção da empresa, que tem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como Presidente do Conselho de Administração.
Cubanagem
Pelo menos 53 engenheiros cubanos estão mesmo trabalhando na Petrobras.
Outros 16 engenheiros são venezuelanos.
Eis apenas um sinal da infiltração ideológica do Foro de São Paulo aparelhando a empresa.
Negociações petrolíferas?
François Hollande, presidente da França, desembarca em Brasília, para uma reunião com Dilma Rousseff.
Estarão em pauta acordos para expandir a presença francesa em negócios no Brasil.
O presidente do grupo transnacional francês Total, Christophe de Marjorie, conta com esse momento promissor para ampliar o leque de negócios no mercado brasileiro.
Trocando o Temer?
Lembranças do Barba ou do Boi
Mensagem enviada por um leitor anônimo do Alerta Total faz uma boa lembrança da história recente sobre a relação secreta de Lula com o falecido delegado Romeu Tuma, cujo filho agora lança um livro-bomba:
“Caro Serrão, devido ao livro do Tuma JR lembrei-me daquele Roda Viva com o grande Cabo Anselmo, onde vários entrevistadores comandados pelo Conti, tentaram esculachar o Cabo Anselmo que calmamente retrucou a todos, e Quando o cabo Anselmo falava do Foro de São Paulo, Cuba e sindicalistas,os entrevistadores o interrompiam com ofensas e injurias, para mim o cabo Anselmo colocou todos no bolso, uma vergonha para o Conti e asseclas. Mas neste assunto do Lula_X9 (nesta época não sei se ele já contava com o dedinho do sindicato). Vejam que oportuno o nine finger. Teve um momento que estes entrevistadores ao chamaram o cabo Anselmo de cachorro, dedo-duro e parceiro do Fleury, este retrucou dizendo que o Tuma era o verdadeiro chefe do DOPS e que tinha como principal informante um certo sindicalista sem citar o nome, pediu ao Conti investigar dentro de sindicatos, elementos que prestavam relevantes serviços a ditadura, o Conti ficou vermelho, mudou de assunto na hora, e logo em seguida encerrou o programa, parece-me que esta historia do "barba" já é conhecida e abafada por alguns jornalistas/repórteres?”.
Resposta ao leitor: claro que era...
Para reflexão generalizada
Do leitor Felício Guarino, uma reflexão eleitoral importante:
“Retirar A, de qualquer lugar, para colocar B, qualquer que seja, simplesmente por tirar A, pode não ser uma boa estratégia. Lembre-se que eleições, até suas apurações, têm opiniões e candidatos, depois apenas consequências.”
O problema, caro Guarino, é que a turma do A e seus comparsas estão destruindo o Brasil – o que torna urgente tirá-los do poder.
Chamem o Prefeito
Brasil da Copa?
Mensaleiro é o novo vice do PT. É um "genoino" petralha. O irmão assinou sem ler e ele, como Lula, disse que não sabia.
O deputado federal pelo Ceará José Nobre Guimarães assume nesta quinta-feira (12) o cargo de 1º vice-presidente na Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores. O parlamentar, que é líder do PT na Câmara Federal e irmão de José Genoíno, ex-presidente do partido recentemente preso por corrupção no caso do mensalão, é cotado ainda para ser um dos coordenadores à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em 2010, o petista foi coordenador da campanha no Nordeste.
Como todos sabem, Guimarães ficou nacionalmente conhecido quando um de seus assessores, José Adalberto Vieira, foi preso pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas com 100 mil dólares na cueca, em 2005.
No entanto, outro episódio menos famoso mas não menos polêmico pode constranger a sigla em 2014, ano eleitoral. Quando estourou o escândalo do mensalão e todos souberam das ações do empresário Marcos Valério, o operador do esquema condenado à prisão pelo STF na ação penal 470, José Guimarães admitiu ter recebido R$ 250 mil ilegais do valerioduto em 2003 para quitar dívidas da campanha eleitoral de José Airton Cirilo para o governo estadual, disputada no ano anterior, por intermédio do tesoureiro Delúbio Soares, outro condenado.
Vale dizer que Guimarães não foi condenado em nenhum dos casos. Alegou que nada sabia das atividades do assessor (que disse que a grana foi o apurado da venda de legumes), nem da origem dos recursos enviados por Marcos Valério. Houve um processo de cassação na Assembleia Legislativa por quebra de decoro, mas com o apoio do próprio partido e de deputados do grupo cirista liderados por Ivo Gomes, o petista manteve o mandato.
O resto é história. Guimarães deu a volta por cima, consolidando a posição de nome influente nos círculos de Brasília e junto a órgãos federais, como o Banco do Nordeste. O risco disso tudo, para a presidente (que tem evitado referências a Dirceu, Genoíno e Delúbio) é ter como coordenador de campanha alguém que se notabilizou por escândalos ligados “recursos não contabilizados”. (Tribuna do Ceará)
POSTADO PELO LOBO DO MAR
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